quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

Governo insistirá em programa de demissão voluntária para servidores

Homem demitido segura caixa com seus objetosDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionPDV do governo tem três modalidades: a demissão voluntária, redução de jornada e licença incentivada
Depois de uma fraca adesão ao Programa de Desligamento Voluntário (PDV) em 2017, o governo insiste na aposta e se prepara para reeditar uma nova Medida Provisória (MP) em janeiro de 2018, após a anterior caducar no Congresso.
Na primeira rodada do PDV, concluída em novembro, 240 pessoas aderiram ao programa - 76 ao chamado PDV stricto sensu, a demissão voluntária, e 164 a outras modalidades, como redução de jornada e licença incentivada.
Quando lançou a iniciativa, o governo apresentou como parâmetro a adesão ao PDV lançado no governo de Fernando Henrique Cardoso em 1999, que foi de 5 mil servidores. Caso tal participação se repetisse, a economia estimada seria de R$ 1 bilhão. Mas o valor atingido em 2017 representa apenas 4,8% do conquistado em 1999.
Ainda assim, em nota, o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, defendeu o PDV e sua aplicação atual - classificando-o como um "instrumento moderno" e "ajustado às condições fiscais atuais".
"O número de adesões está em linha com as expectativas do governo, com destaque para a adesão à redução de jornada, que é o primeiro passo do referido caminho. Sabe-se também que, ao longo da tramitação da Medida Provisória pelo Congresso, as condições originalmente propostas podem ser melhoradas", diz Oliveira.
O orçamento federal prevê que os gastos com pessoal cheguem a R$ 324,6 bilhões este ano, valor que inclui despesas com inativos, pensionistas e contribuição patronal com o regime dos servidores - e que representa quase 10% dos R$ 3,5 trilhões de receita previstos para 2018. O montante representa uma alta de 5,8% em relação ao previsto para o ano passado, R$ 306,8 bilhões.

Prorrogações no Congresso

As MPs, textos enviados pelo Poder Executivo, devem ser aprovadas em 60 dias na Câmara e no Senado - prorrogáveis por igual período - para terem sua vigência mantida.
Mas não foi o que aconteceu com a MP do desligamento voluntário: ela chegou a ser aprovada em uma comissão mista, mas não foi votada a tempo no plenário das Casas.
O governo afirmou que irá reenviar ao Congresso uma nova Medida Provisória com as mesmas regras. A ideia é que o Ministério do Planejamento estabeleça anualmente períodos e critérios de abertura de novas rodadas do programa.
Na modalidade principal, a da demissão voluntária, a MP que caducou previa o pagamento de indenização de 1,25 salário por ano trabalhado para aqueles que decidissem deixar o serviço público.
A Esplanada dos Ministérios, em Brasília
Image captionA Esplanada dos Ministérios, em Brasília; Programa de Desligamento Voluntário (PDV) teve 240 adesões em 2017 | Foto: Ag. Brasil
A preferência para adesão ao programa era de servidores com maior tempo de exercício da função e pessoas em licença para tratar de assuntos particulares. Por outro lado, algumas condições impediam a participação, como o cumprimento de todos os requisitos legais para aposentadoria.
Já a redução da jornada, que teve adesão de 153 servidores, previu diminuição da carga semana de 40 horas para 30 ou 20 horas semanais, com o benefício do pagamento adicional de meia hora diária. Neste caso, foram priorizados servidores com filhos de até seis anos ou a cargo de cuidados de pessoas idosas ou com deficiência.
Por fim, a licença incentivada, escolhida por 11 funcionários públicos federais, permite o afastamento por três anos consecutivos, prorrogáveis por igual período, do serviço público. Como incentivo, o programa prevê o pagamento de três remunerações em cada período.
Segundo o Ministério do Planejamento, com a perda de validade da MP, alguns requerimentos de adesão ao programa que tinham pendências acabaram suspensos - mas as 240 adesões divulgadas pela pasta estão asseguradas.

'Trauma' com experiências anteriores

Por sua vez, Sérgio Ronaldo, secretário-geral da Confederação dos Trabalhadores do Serviço Público Federal (Condsef), comemora a baixa adesão ao PDV.
"Orientamos nossos filiados a não aderirem a este barco furado. A experiência com o governo FHC deve servir de lição. Muitos continuam desempregados e esperam na Justiça para receber seus direitos", diz.
O PDV de então previa, além de modalidades diferentes de desligamento como no programa do governo de Michel Temer, estímulos para o empreendedorismo, como linhas de crédito e cursos de capacitação. Mas muitos servidores afirmam que o prometido não foi cumprido.
Homem segura carteira de trabalho
Image caption'Qual é a vantagem de se juntar a 13 milhões de brasileiros desempregados?', questiona Sérgio Ronaldo, da Condsef, ao comentar PDV do governo | Foto: Camila Domingues/Palácio Piratini
Diante disso, alguns projetos em tramitação no Congresso vêm até mesmo tentando reintegrar o servidores que aderiram ao PDV na década de 90. Um dos mais antigos deles, de 2008, foi apresentado pelo deputado Leonardo Picciani (PMDB-RJ), hoje ministro do Esporte do governo Temer.
"É fato notório que um significativo contingente de ex-servidores federais que se desligaram do serviço público mediante adesão a programas de desligamento voluntário (...) encontram-se em situação de penúria. (...) Infelizmente, o apoio do Estado, nos termos estabelecidos pelas normas legais pertinentes, não se verificou na medida necessária", diz um trecho da justificativa do projeto de Picciani.
Para Sérgio Ronaldo, além da experiência traumática do passado, a adesão "pífia" ao PDV atual - que classifica de uma "cópia piorada" do programa de FHC - pode ser explicada também pelo contexto econômico desfavorável.
"Qual é a vantagem de se juntar a 13 milhões de brasileiros desempregados? Estamos em plena recessão, com um campo de trabalho limitado e pais de famílias sem perspectivas", aponta o representante da Condsef.
Da BBC Brasil em São Paulo
Professor Edgar Bom Jardim - PE

terça-feira, 2 de janeiro de 2018

Relembre os grandes momentos da rainha do rock brasileiro

A rainha do rock brasileiro chega aos 70 anos: "É uma força-tarefa" (Foto: Guilherme Samora)
Eternizada por Caetano Veloso como “a mais completa tradução” de São Paulo, na música “Sampa”, Rita Lee Jones nasceu na capital paulista em 31 de dezembro de 1947. Considerada uma das maiores artistas brasileiras de todos os tempos – recordista em vendas de discos –, a cantora que acumula 50 anos de carreira também se mostrou, no ano passado, uma escritora best-seller, com o lançamento de sua autobiografia: o livro se manteve no ranking dos mais lidos durante meses. 
Na publicação, Rita passou toda sua vida a limpo, desde a infância, passando pela formação dos Mutantes, as aventuras psicodélicas, prisão, casamento e parceria com Roberto de Carvalho, o sucesso estrondoso e a relação com os três filhos – Beto, João e Antonio –, sem deixar de se autocriticar e de também revelar seus reveses. Ela contou com a ajuda do jornalista e grande amigo Guilherme Samora para localizar na linha do tempo acontecimentos importantes de sua trajetória. 
“Fazer 70 anos não é um privilégio, é uma força-tarefa. Haja inteligência emocional”, resume Rita à coluna, em uma balanço sobre a data. Aposentada da música desde 2012, quando lançou o álbum Reza e se despediu dos palcos, hoje a cantora vive rodeada por seus bichos – ela é uma grande ativista contra os maus-tratos aos animais – e se dedica mais à escrita. 
Rita Lee, cantora (Foto: IVO BARRETI/ESTADÃO CONTEÚDO)

Em 2017, ela lançou um novo livro, Dropz, com contos de ficção, retornando mais uma vez à lista dos mais vendidos. Entre 1986 e 1992, publicou quatro livros infantis, tendo como protagonista o rato cientista Dr. Alex. Em 2013, também publicou o livro Storynhas, ilustrado por Laerte.
Plural, Rita também fez as vezes de atriz nos filmes As amorosas (1968), Fogo e paixão (1988), Dias melhores virão (1989), Tanta estrela por aí..., em que encarnou Raul Seixas, e Durval Discos (2003), além de dublar a personagem dos quadrinhos Rê Bordosa, para a animação Wood & Stock: sexo, orégano e rock 'n' roll. Na TV, participou das novelas Top modelVamp Celebridade
Dos 35 álbuns que lançou, a estreia veio com o primeiro disco dos Mutantes, chamado apenas de Os mutantes (1968), do grupo que formou com os irmãos Arnaldo Baptista e Sérgio Dias, seguido pelo LP-manifesto Tropicália - Ou panis et circenses, ao lado de Caetano VelosoGilberto GilNara LeãoGal CostaRogério DupratTom Zé e Torquato Neto.   
O encontro com os baianos levou Rita ao III Festival de Música Popular, em 1967, para defender com a banda e Gilberto Gil a canção “Domingo no parque”, executada debaixo de vaias por causa da introdução da guitarra elétrica. No ano seguinte, a irreverência da cantora fez história. Ela surgiu vestida de noiva para cantar “Caminhante noturno”. O vestido tinha sido emprestado por Leila Diniz e nunca foi devolvido.  
Rita com Arnaldo e Sérgio na capa do álbum Mutantes (1969): vestido de noiva foi emprestado por Leila Diniz  (Foto: Reprodução)
Depois de seis discos lançados com os Mutantes e dois que assinou solo, mas que tinham a mão dos músicos, Rita foi expulsa da banda. “Uma escarrada na cara seria menos humilhante. Em vez de me atirar de joelhos chorando e pedindo perdão por ter nascido mulher, fiz a silenciosa elegante. Me retirei da sala em clima dramático, fiz a mala, peguei Danny (a cadela) e adiós. No meio da estradinha da Cantareira, parei no acostamento e chorei, gritei, descabelei, xinguei feito louca abraçada a Danny, que colaborava com uivos e latidos”, descreve a cantora em sua autobiografia.
A cantora em foto da capa do disco Fruto proibido, divisor de águas em sua carreira  (Foto: Reprodução)
Passado o episódio, Rita formou com Lúcia Turnbull a dupla Cilibrinas do Éden, que logo evoluiu para o grupo Tutti Frutti. O primeiro disco com eles, Atrás do porto tem uma cidade, foi lançado em 1974, puxado já por três hits: “Mamãe natureza”, primeira música inteiramente feita por Rita, “Ando jururu” e “Menino bonito”. 
Em 1975, com o lançamento do álbum Fruto proibido, divisor de águas de sua carreira, Rita deixou sua marca na história do rock nacional, influenciando diversas gerações. A música “Ovelha negra” logo se tornou onipresente nas rádios e é até hoje um hino da rebeldia. 
Rita conheceu Roberto de Carvalho durante as gravações do disco. “Um amigo que me levou. Mas o encontro em que rolou um clima foi no MAM do Rio. Ia ter show do Ney Matogrosso, mas foi cancelado por causa de uma tempestade. Eu estava no bar, a Rita chegou e alguma coisa começou a acontecer ali”, recorda o músico, casado com a cantora desde 1976. 
Com o fim do Tutti Frutti, os dois iniciaram uma bem-sucedida parceria em discos antológicos como Rita Lee (1979), Rita Lee (Lança Perfurme) (1980), Saúde (1981) e Rita Lee e Roberto de Carvalho (1982). Em 1983, a dupla caiu na estrada com uma turnê que passou por diversos estádios brasileiros, tamanho o sucesso de músicas como “Baila comigo”, “Mania de você”, “Doce vampiro”, “Saúde” e “Flagra”, entre muitas outras. Os discos dessa fase venderam milhões e milhões de cópias.  
Rita e Roberto: milhões e milhões de cópias vendidas dos discos da dupla recheados de hits  (Foto: Reprodução)
No início dos anos 1990, Rita também foi precursora do formato acústico, com o show Bossa 'n' roll, que também virou disco. Apesar de bem-sucedida, a fase foi marcada por uma breve separação do casal, problemas com drogas e bebida alcoólica. Em seu livro, Rita diz que nesta época a ajuda do filho mais velho, Beto, com quem morava, foi essencial para a sua sobrevivência.  
Embora esteja longe da bebida e das drogas há mais de dez anos, Rita reconhece que deve a elas grandes momentos de sua obra. “As melhores músicas eu fiz alterada, e as piores também", conta a avó de Izabela, de 11 anos, e de Arthur, nascido neste ano.
Por causa do aniversário de 70 anos, a cantora ganhou uma homenagem de Lulu Santos com o álbum Baby baby, em que o cantor dá nova roupagem a diversos sucessos da Rainha do Rock. “Ao ler a biografia dela, percebi quanto aquilo também era minha própria história. Rita é a artista brasileira de quem sou mais fã, estrela dos shows que mais vi e cujas letras sei, a grande maioria, de cor”, derrete-se Lulu. 
Revista Época/Bruno Astuto
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Oportunidades:Concursos públicos abrem 162 mil vagas em todo Brasil; o dobro de 2017


Os mais esperados pelos candidatos são os do Ministério Público da União (MPU), da Polícia Rodoviária Federal (PRF), da Polícia Federal (PF) e Receita Federal. Foto: Ed Alves/CB/D.A Press
Os mais esperados pelos candidatos são os do Ministério Público da União (MPU), da Polícia Rodoviária Federal (PRF), da Polícia Federal (PF) e Receita Federal. Foto: Ed Alves/CB/D.A Press
O ano novo traz boas perspectivas para quem sonha em ser aprovado num concurso público, com número recorde de editais e vagas. Espera-se a abertura de 162 mil vagas na administração pública, quase o dobro das 85 mil oportunidades oferecidas em 2017. Há cargos em todo o país, no Legislativo, Executivo e Judiciário, e a remuneração pode ultrapassar os R$ 20 mil.
 
De acordo com a Associação Nacional de Proteção e Apoio ao Concurso Público (Anpac), responsável pelo balanço dos certames, o crescimento no número de postos públicos de trabalho tem relação com a necessidade de recomposição do quadro efetivo, defasado depois de três anos de vacas magras no setor público.

Neste ano, o governo federal anunciou que destinará R$ 600 milhões do orçamento para concursos públicos. Os mais esperados pelos candidatos são o do Ministério Público da União (MPU), da Polícia Rodoviária Federal (PRF), da Polícia Federal (PF) e Receita Federal. Estados e municípios também contam com oferta de vagas. Em Minas Gerais, a maior expectativa surge em torno da seleção do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), na segunda instância, além de concurso para a Polícia Civil. Certame da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) também é aguardado.

“A ideia é que já tenham concursos com editais publicados no comecinho de 2018. É também provável a publicação de editais este ano para que as provas ocorram em 2019”, explica o presidente da Anpac, Marco Antônio Araújo Junior. Segundo ele, embora a demanda por concursos estivesse represada, a disputa deve ser menor com o aumento das vagas. “A tendência é de que a concorrência diminua com o aumento de vagas”, ressalta. A exceção são certames tradicionais, como os do TJ, PRF e PF, sempre muito concorridos.
 
Na semana passada, o governo de Minas anunciou concursos da Cemig, Codemig e Secretaria de Estado de Educação (SEE). No caso da educação, são 16.700 vagas para professor e especialista da Educação Básica. Na Cemig, são 109 colocações de nível médio, técnico profissionalizante e universitário, com remuneração-base que varia de R$ 2.498 a R$ 7.965. Já na Codemig, as 19 vagas são de nível médio, técnico e superior e os salários vão de R$ 3.116,38 a R$ 6.708,73.

A crise mudou o perfil do concurseiro, incluindo parcela significativa de pessoas que ficaram desempregadas durante a crise e resolveram buscar estabilidade, e investiram o dinheiro da rescisão do contrato de trabalho em cursos preparatórios e materiais de estudo. A Anpac considera que o fato de 2018 ser um ano eleitoral não vai interferir na oferta. A legislação limita a nomeação, contratação ou admissão do servidor público no período entre os três meses anteriores ao pleito até a posse dos eleitos. Concursos homologados antes desse prazo podem nomear normalmente candidatos.

Dicas
Apesar da grande oferta, o professor de direito constitucional Tiago Torres, coordenador do cursinho Aprovarium, recomenda que candidatos tenham foco. “O mais importante é entender qual o cargo que a pessoa vai prestar. Não é saudável sair atirando para tudo quanto é concurso. O candidato tem que escolher aquele que tem mais a ver com seu perfil”, afirma. E não há tempo a perder. “Quem quer passar já tem que estudar. E a qualidade do estudo está relacionada ao tempo e ao nível de concentração”, diz.

Obstinada em conquistar uma vaga no serviço público, a historiadora Thabata Faria, de 28 anos, abriu mão de festa de réveillon e já anunciou que este ano não haverá carnaval. “A prova da Câmara Municipal vai ser uma semana depois da festa. É claro que tem dia que a concentração é menor, mas tento pegar nos livros todos os dias. Estabeleço metas por conteúdos”, afirma. Formada em 2014, desde o ano passado ela definiu a meta de integrar o funcionalismo público.

“É pelo horário e pela estabilidade. Não quero viver altos e baixos em empregos. Fiz estágio no Ministério Público e percebi ali que gostava mais da área pública”, conta. Na mira de Thabata, estão os concursos da Câmara Municipal, do TJMG e da Polícia Civil.
Com informações do Diário.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Dicas de Saúde: as 5 dietas dos famosos que você deve evitar em 2018, segundo especialistas em nutrição

Frutas e verdurasDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionAnualmente, sociedade dietética britânica elege cinco dietas que, embora popularizadas por celebridades, devem ser evitadas por fazerem mais mal do que bem
Comida vegana crua combate a obesidade? Suplementos nutricionais podem substituir uma refeição? Uma dieta de alimentos alcalinos melhora o pH do sangue?
Segundo a Associação Dietética Britânica (BDA, na sigla em inglês), a resposta às três perguntas acima é "não", apesar de essas premissas embasarem algumas das dietas mais populares da atualidade - popularidade que vem da difusão nas redes sociais e do endosso de celebridades.
Com base no que é divulgado na imprensa e na internet, a BDA elege anualmente cinco dietas que prometem saúde e emagrecimento, mas devem ser evitadas porque podem trazer justamente o contrário, segundo os especialistas da associação.
Veja quais são as escolhidas em 2017, por que elas são criticadas e o que dizem seus defensores:

1. Dieta crudívora

Gwyneth PaltrowDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionGwyneth Paltrow é apontada como uma das seguidoras da dieta crudívora
A dieta baseada em alimentos veganos e crus ganhou supostos adeptos como a atriz e empresária Gwyneth Paltrow e o cantor Sting prometendo a perda de peso e uma limpeza no organismo.
O cardápio crudívero incluiria alimentos que não foram modificados, enlatados, processados quimicamente ou aquecidos a mais de 48ºC. Defensores argumentam que o aquecimento destrói algumas enzimas naturais e alguns nutrientes dos alimentos.
Mas a BDA questiona os benefícios disso. "Uma dieta vegana bem planejada com suplementos necessários, como vitamina B12 e D, pode até ser saudável, mas não garante a perda de peso", diz comunicado da associação.
"Comidas veganas geralmente contêm as mesmas calorias das não veganas. (...) Embora alguns alimentos sejam benéficos quando consumidos crus, outros são mais nutritivos quando cozidos - como cenouras - e outros nem sequer podem ser comidos crus, como batatas. Não há motivo para acreditar que o alimento cru seja inerentemente melhor. (A dieta) pode não prejudicar seu corpo no curto prazo, mas fazê-lo a longo prazo caso não seja balanceada."
Além disso, por se tratar de uma dieta extremamente restritiva, ela é difícil de ser seguida e não é adequada para crianças ou mulheres grávidas, por exemplo.
E, para alguns especialistas, a evolução fez com que perdêssemos algumas enzimas para digerir certos alimentos crus. Sob essa interpretação, nosso corpo simplesmente não aguenta, no longo prazo, uma dieta sem comidas cozidas.

2. Dieta alcalina

LimãoDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionLimão é uma das estrelas da dieta alcalina
Essa dieta se baseia na ideia de que consumir mais alimentos alcalinos - frutas como o limão, além de alho, batata, alguns legumes e cereais - e menos ácidos ajuda a mudar o pH (índice que mede acidez, alcalinidade ou neutralidade) do sangue e até mesmo tratar câncer e osteoporose.
No entanto, segundo a BDA, essa ideia parte de um falso entendimento sobre a fisiologia humana: o pH dos alimentos não impacta o pH do sangue.
"Nosso corpo é perfeitamente capaz de manter o sangue dentro de um espectro bem específico de pH (entre 7,35 e 7,45). Se ele não conseguir fazer isso, você ficará doente rapidamente e pode morrer se não for tratado. Dietas alimentares podem mudar o pH da urina, mas isso não está relacionado ao pH do sangue, que não é afetado pela alimentação", diz.
A conclusão da associação é de que a dieta alcalina pode resultar em perda de peso por favorecer a ingestão de mais vegetais e cortar alimentos processados - mas isso não tem nada a ver com a alcalinidade ou acidez da comida.

3. Dieta de suplementos nutricionais de Katie Price

Katy PriceDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionCelebridade britânica Kate Price tem uma linha de shakes que substituem refeições, forma 'insustentável' de perder peso, segundo BDA
A modelo e apresentadora britânica Katie Price tem promovido uma série de shakes desenvolvidos para substituir refeições, descritos como saborosos, com baixo índice de gordura e com nutrientes essenciais e apenas 185 calorias. Prometem perda de peso e tonificação muscular, mas sem explicar bem como isso ocorreria cientificamente.
A BDA torce o nariz para substitutos de refeições e supressores de apetite como esse - vistos pela associação mais como uma forma de ganhar dinheiro do que de promover a saúde.
"A perda rápida de peso (promovida por shakes) pode ser motivadora, mas é insustentável", diz a associação. "Supressores de apetite não são saudáveis, recomendáveis nem um modo sustentável de perder peso. (...) Produtos que substituem refeições funcionam pela restrição da ingestão de calorias e não precisam ser parte de um projeto saudável de perda de peso."
Para Sarah Coe, da Fundação Britânica de Nutrição (BNF, na sigla em inglês), "os substitutos de refeições podem ser úteis para pessoas que têm muito peso a perder, mas sempre devem ser usados sob supervisão de um profissional da saúde".
A empresa Katie Price Nutrition foi contactada pela BBC, mas não quis comentar.

4. Dieta de Pioppi

A dieta de Pioppi (nome de uma cidade italiana de população extremamente longeva) promove alguns princípios da dieta mediterrânea para perder peso e reduzir o risco de diabetes tipo 2, mas com algumas modificações - que não agradaram a BDA.
Seus criadores, Aseem Malhotra e Donal O'Neill, recomendam refeições com poucos carboidratos e mais gorduras, além da ingestão de frutas, verduras, peixes, azeite de oliva, álcool com moderação e a prática de exercício físico. Eles sugerem evitar carne vermelha, carboidratos e açúcar.
Salada mediterrâneaDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionDieta de Pioppi se baseia nos princípios da alimentação mediterrânea, com algumas modificações
De fato, as recomendações a uma alimentação com frutas e vegetais abundantes, peixes e azeite de oliva estão em linha com diretrizes oficiais de dietas saudáveis. Mas a BDA ressalta que a dieta de Pioppi tem diferenças importantes em relação à mediterrânea.
"Os autores talvez sejam as únicas pessoas do planeta que viajaram à Itália e voltaram com uma dieta que exclui massas, arroz e pães - mas inclui coco -, talvez por eles defenderem uma agenda de baixa ingestão de carboidratos", diz a associação.
"É ridícula a ideia de que essa aldeia italiana deva ser associada a receitas como pizza à base de couve-flor, um substituto de arroz também feito de couve-flor ou qualquer coisa usando óleo de coco. (A dieta) também estimula as pessoas a passarem fome durante 24 horas em determinados momentos da semana. (...) A dieta mediterrânea tradicional é saudável, mas foi sabotada (pela dieta de Pioppi)."
Mas Malhotra, um dos autores da dieta de Pioppi, que é médico cardiologista e assessor do Fórum Britânico de Obesidade, defende que sua dieta "é uma avaliação independente, que combina os segredos de um dos povos mais saudáveis do mundo com as mais recentes investigações médicas, nutricionais e de exercícios para desmascarar muitos dos mitos das indústrias da perda de peso e da saúde".
Ele agrega que a dieta "recebeu o respaldo de diversos importantes médicos internacionais" e questiona "os vínculos financeiros e a influência de empresas alimentícias na BDA".
"Na minha opinião, não se pode confiar neles como fonte independente de assessoramento dietético", afirma Malhotra.
Em resposta, um porta-voz da BDA afirmou que "a análise que publicamos sempre se baseia em provas e não é afetada pelas relações que temos com produtores de alimentos".

5. Dieta cetogênica

Kobe BryantDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionDieta cetogênica teria conquistado seguidores como o atleta americano Kobe Bryant
Diversas celebridades foram associadas à dieta cetogênica, como a estrela de reality shows Kim Kardashian, o atleta Kobe Bryant e o ator Alec Baldwin.
A premissa é consumir poucos carboidratos (e estes provenientes de vegetais sem amido, de nozes e sementes), bastante gordura e proteínas com moderação.
O objetivo é levar o corpo a um estado de "cetose": diante da ausência de glicose dos carboidratos, ele queimaria gordura para produzir energia.
"O perigo é que alguns (defensores) dizem que a dieta pode prevenir diferentes tipos de câncer, o que simplesmente não é verdade", afirma a BDA.
"Uma dieta cetogênica cuidadosamente planejada por um especialista pode ser eficiente em tratar pessoas com epilepsia. Para a perda de peso, não há mágica. Essa dieta funciona como qualquer outra ao cortar calorias e remover alimentos que as pessoas tendem a comer demais. (...) (Mas) nunca é uma boa ideia restringir demais algum grupo alimentar (inclusive o de carboidratos), porque isso dificulta que se alcance uma dieta balanceada quanto a vitaminas, minerais e fibras."
A associação agrega que a dieta cetogênica pode até resultar na perda de peso no curto prazo, mas é de difícil sustentação e pode causar sensação de falta de energia, náusea, problemas de sono, desconforto digestivo e mau hálito, entre outros males.

Homem se pesa na balançaDireito de imagemGETTY IMAGES

Para perder peso com saúde

"Quando vemos uma celebridade com uma aparência fabulosa e uma vida aparentemente maravilhosa, afirmando que isso se deve à dieta da moda, é muito tentador acreditar que existe uma fórmula mágica para mudar nossas vidas", afirma Sian Porter, porta-voz da BDA.
"A verdade é que a maioria das celebridades têm uma equipe de profissionais e assessores preparando sua comida, monitorando seus exercícios físicos, escolhendo suas roupas, fazendo sua maquiagem e assegurando que elas estejam sempre lindas. Na realidade, se algo soa bom demais para ser verdade, provavelmente é. Sempre busque evidências (científicas) e siga conselhos de pessoas qualificadas, sujeitas a regulamentação e que não tenham nada a vender ou promover."
A BDA também dá algumas recomendações sobre como perder peso sem deixar de lado uma dieta saudável:
- Mantenha um diário dos alimentos consumidos e seu estado de ânimo, para tentar identificar se há alguma relação entre ambos
- Faça uma lista de atividades que possam te distrair da vontade de comer guloseimas
- Estabeleça metas realistas: começar perdendo 5% a 10% de seu peso pode ter grandes benefícios à saúde, se você de fato estiver acima do peso
- Evite comer enquanto assiste TV ou faz outras atividades, já que isso pode fazer você comer mais do que precisa
- Divida o prato: uma metade com verduras ou salada; o outro, com proteínas e carboidrato. Fonte:BBC.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

segunda-feira, 1 de janeiro de 2018

Religião:Papa deseja futuro de paz para 2018


O papa Francisco convidou os católicos, nesta segunda-feira (1º), a rezarem por um futuro de paz em 2018, em especial para os imigrantes e para os refugiados, por ocasião de sua primeira oração do Ângelus do ano.

Referindo-se ao trágico destino dos imigrantes "dispostos a arriscar sua vida" para garantir um futuro de paz - "que é direito de todos" -, o sumo pontífice lembrou da importância de um compromisso de todos para ajudá-los a atingir esse objetivo.

"Por favor, não apaguemos a esperança em seus corações. Não sufoquemos suas expectativas de paz", conclamou Jorge Bergoglio falando diante de milhares de fiéis reunidos sob a chuva na praça de São Pedro do Vaticano.

Ele também desejou aos fiéis um "ano de paz", lembrando que o primeiro dia do ano também é o Dia Mundial da Paz.
Folha de Pernambuco
Professor Edgar Bom Jardim - PE