Cientistas descobriram que dois tipos de moscas muito comuns em ambientes urbanos podem transmitir mais doenças do que se imaginava.
A mosca doméstica (Musca domestica) e a mosca varejeira (Chrysomya megacephala) carregam, cada uma, mais de 300 tipos de bactérias, mostra um estudo feito por pesquisadores da Universidade Estadual da Pensilvânia (PennState University), nos Estados Unidos.
Muitas dessas bactérias são causadoras de doenças que afetam os seres humanos, incluindo infecções no estômago, intoxicações e até pneumonia.
Os micróbios se concentram nas pernas e nas asas dos insetos e se espalham pelo ambiente, por exemplo, cada vez que a mosca pousa sobre a comida. Cada movimento dos insetos pode espalhar as bactérias, afirmam os especialistas.
"As pessoas tinham alguma noção de que as moscas transportavam agentes patogênicos, mas não tinham ideia da dimensão desse fato e da escala em que essas bactérias podem ser transportadas", ressalta Donald Bryant, professor de bioquímica e biologia molecular da PennState University e um dos autores do estudo.
Surtos de doenças
Os pesquisadores analisaram 116 moscas de diversos habitats de três continentes e utilizaram técnicas de sequenciamento de DNA para identificar as bactérias que estavam sobre o corpo dos insetos.
A mosca doméstica, encontrada em todo o planeta, carrega 351 tipos de bactérias. A varejeira, mais comum em climas quentes, 316 tipos. Muitos dos microorganismos foram encontrados em ambas as espécies.
Os cientistas, que publicaram o trabalho no periódico Scientific Reports, destacam que as moscas podem estar sendo subestimadas pelas autoridades de saúde pública como fontes de surtos de uma série de doenças.
"Acreditamos que isso possa demonstrar um mecanismo de transmissão patogênica que tem sido negligenciado pelas autoridades de saúde pública, que as moscas podem contribuir para a transmissão de agentes patogênicos em situações de surtos", destacou Bryant.
"Vai fazer você pensar duas vezes antes de comer aquela salada de batata que está há horas sem tampa no seu próximo piquenique", ele acrescenta.
Alguns pesquisadores acreditam, contudo, que as moscas podem ser úteis e funcionar como sistemas de alerta para determinadas doenças ou como "drones vivos" capazes de entrar em espaços reduzidos para procurar por micróbios.
"As moscas poderiam ser intencionalmente lançadas como drones biônicos autônomos aos menores espaços e fendas e, depois de recapturadas, prover informações sobre todo o material biológico que encontraram", ilustra Stephan Schuster, diretor de pesquisa na Universidade Tecnológica de Nanyang, em Singapura.
Moscas domésticas são conhecidas por seus péssimos hábitos de higiene - entre frequentar aterros sanitários e se alimentar de todo tipo de comida em decomposição, animais mortos e matéria fecal. Elas são potenciais vetores de doenças para humanos, animais e plantas.
As varejeiras são as moscas mais comuns vistas sobre animais mortos. Elas são típicas de áreas urbanas e são frequentemente encontradas próximo a fábricas de processamento de carne, abatedouros e lixeiras.
A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, encaminhou ao Supremo Tribunal Federal (STF) manifestação pedindo para que o inquérito contra políticos do PMDB não seja paralisado. O pedido para que a investigação fosse suspensa foi apresentado pelas defesas de Eduardo Cunha e Geddel Vieira Lima, ambos atualmente presos.
A manifestação de Dodge é uma resposta ao pedido de Fachin encaminhado na semana passada. Ao decidir levar a suspensão do inquérito para o plenário do Supremo, Edson Fachin deu prazo para que Dodge se manifestasse. O pedido ainda não tem data para ser analisado pelos ministros.
O inquérito do chamado “quadrilhão” do PMDB da Câmara investiga pessoas sem foro privilegiado, como Geddel, Cunha, Henrique Eduardo Alves e Rodrigo Rocha Loures. Por terem sido acusados de integrar uma organização criminosa que inclui o presidente Michel Temer (PMDB), eles pedem que as investigações sejam paralisadas. A interpretação das defesas é a de que, como Geddel e Cunha foram acusados de organização criminosa juntamente com Temer, eles deveriam continuar no mesmo processo uma vez que Temer conseguiu suspender as duas denúncias contra ele até 2019, quando ele deve deixar a Presidência da República.
Enquanto a acusação que envolve Temer, Moreira Franco e Eliseu Padilha permanece no Supremo – uma vez que os três têm foro privilegiado – Fachin decidiu encaminhar para a Justiça Federal as investigações contra Geddel, Cunha, Henrique Alves e Rocha Loures. Se não for paralisado, o inquérito ficará à cargo dos juízes Sérgio Moro e Vallisney de Souza Oliveira, responsáveis pelas investigações da Lava Jato em Curitiba e em Brasília, respectivamente.
Muitas vezes já me perguntaram se sofri preconceito, na política, por ser mulher e negra. Sempre busquei respostas que combatessem o preconceito sem reforçá-lo. A política tem desses incômodos, que são explorados com habilidade e oportunismo por quem não está interessado no diálogo nem tem amor à democracia, mas tem interesse apenas em vencer disputas por qualquer meio.
Algumas causas – e as pessoas que as representam – sofrem de modo mais intenso essas tentativas de silenciar, tornar invisível para sequer enxergar, rotular para não precisar argumentar, ou ridicularizar para não ter que considerar. É o que acontece na maioria das vezes com as causas das mulheres e o olhar feminino sobre os assuntos contemporâneos, incluindo as questões da política, que tem que se afirmar vencendo preconceitos que de tão antigos até parecem naturais.
Mas há também uma força e sabedoria da mulher para enfrentar essas guerras. É o que tenho procurado usar como defesa. Desde a campanha eleitoral de 2014, em que enfrentei um volume gigantesco de ataques caluniosos, tenho recebido uma crítica insistente de que que estou “sumida”, calada ou omissa no debate dos problemas nacionais. Entretanto, todos os dias participo do debate público com os meios que disponho, principalmente minhas páginas na internet e nas redes sociais.
O mais interessante é que nas poucas vezes em que alguém publica minha opinião, sou criticada pelo “aparecimento repentino” e acusada de oportunismo. E se a chance de dizer minha opinião for em algum fórum de destaque internacional, isso parece deixar os críticos ainda mais irritados. Em abril desse ano, fui convidada para fazer a palestra de abertura da Brazil Conference, organizada por alunos brasileiros das universidades de Harvard e do MIT. A ampla cobertura dos principais jornais do país e do exterior não foi suficiente para evitar que o discurso do sumiço se repetisse algumas vezes naquele mesmo dia.
É possível e legítimo que algumas pessoas desconheçam o que faço como professora, ativista socioambiental e dirigente de um recém-criado partido político, a Rede Sustentabilidade. Mas me parece que não é disso que se trata. Há uma ação deliberada de silenciar e ocultar, certamente porque grande parte das causas que defendo incomodam a alguns segmentos muito zelosos de seu suposto poder de controle e intimidação.
Estamos em uma época em que o debate político é conturbado e fortemente influenciado pela indústria de notícias falsas. Existe um novo modelo de produção e disseminação das chamadas “fake news”. No final, são negócios: a calúnia tem rentabilidade, mesmo sendo eticamente condenável. Quanto mais sensacionalista a notícia é, melhor para os que lucram politicamente e financeiramente com esse tipo de negócio espúrio. Assim, a busca por audiência coloca os parâmetros éticos de ponta cabeça, em uma espécie de vale tudo por popularidade e dividendos eleitorais.
Quando as novas tecnologias são usadas para atualizar velhos preconceitos, não são poucos os rótulos e adjetivos depreciativos que aparecem, como vejo em minhas páginas na internet, alimentados por perfis falsos, anônimos e robôs. Por trás deles existem pessoas operando, bloqueando a livre interação e o debate democrático de ideias.
Tão grave e preocupante quanto o que acontece nas mídias sociais é o que acontece na política institucional. Durante a votação e discussão do Código Florestal, em 2011, estive no Congresso para pedir aos deputados que evitassem os retrocessos na legislação ambiental brasileira. Da tribuna, o deputado relator acusou meu marido de “fraudar contrabando de madeira”, sob aplausos daqueles que defendiam a anistia aos crimes ambientais. Assistindo do plenário, como cidadã e sem mandato parlamentar, não pude responder diretamente. Sofri o ataque sem ter direito de resposta.
O subtexto daquela acusação leviana era mais evidente que o texto principal, ao passar a ideia de que meu compromisso com as causas socioambientais não era genuinamente meu, e de que por trás deveria haver algum homem que me manipulava.
Mas em reação à menção mentirosa e caluniosa, não tive dúvidas. Entrei com uma representação no Ministério Público Federal pedindo a investigação das acusações que haviam sido proferidas contra meu marido. Se havia crime, a justiça poderia comprovar. Não houve nenhuma surpresa quando o parecer da Procuradoria Geral da República descartou a denúncia da existência de qualquer fato delituoso que pudesse ser investigado.
Tentam aviltar minha trajetória de vida e meu trabalho de décadas comprometido com a agenda socioambiental fazendo repetidamente o uso dessa mentira na internet. Perante os “donos da verdade”, pouco importa o trabalho das instituições da Justiça atestando que “não há um único elemento que confira votos de verossimilhança aos fatos noticiados”.
A participação das mulheres na política, por sua forma singular de perceber o mundo e por seu lugar de fala, pode ajudar a conter e diminuir esses casos de abuso, violência, assédio e desrespeito.Mas mesmo ocupando funções públicas não estamos imunes a isso. Quando fui eleita senadora pela primeira vez, em 1994, houve uma tentativa de folclorização debochada do meu mandato como ex-seringueira recém-chegada em Brasília, por parte dos eternos incomodados com o que não é espelho.
Convivo com esse mal-estar da invisibilidade, ou da visibilidade ridicularizada, há muito tempo. E sei, por experiência própria, como a violência contra as mulheres na política representa uma ameaça séria e crescente para a democracia. A crise de representação da política está diretamente atrelada à interdição de outras vozes e discursos na esfera pública, em uma tentativa carrasca de pintar de herética o surgimento de toda palavra nova.
Quando o poder deixa de ser exercido com as pessoas para ser exercido sobre elas, deturpa-se a própria natureza da atividade política. Quando o desapreço pelo exercício da alteridade disputa instaurar-se como regra, abre-se o perigoso caminho pelo qual marcham, sem escrúpulos, os que se arvoram o direito de decretar destinos, eliminar as diferenças, usurpar a construção coletiva e cumulativa da verdade.
Recuperar o espaço do debate democrático na perspectiva do diálogo é um desafio urgente do nosso tempo. E nós mulheres temos um papel importante a cumprir nessa direção. Por mais que preguem nosso sumiço, nossa persistente e incômoda presença é a melhor forma de não compactuar com aqueles que tentam reduzir a singularidade de nossa forma de ajudar a inventar e dar sentido ao mundo, à mesmice de suas vontades.
As universidades públicas brasileiras atravessam forte crise financeira. Exemplo mais gritante, a Universidade Estadual do Rio de Janeiro vem atrasando pagamento de salários há dois anos.
Em meio a esse quadro, voltou ao debate a proposta de cobrar mensalidade de alunos de maior renda. Em relatório divulgado nesta semana, o Banco Mundial defende a medida, argumentando que universidade pública brasileira é ineficiente e injusta.
Para seus economistas e outros apoiadores do fim da gratuidade, não é correto que toda a sociedade financie os estudos dos jovens de classes mais altas. Já os que se opõem à cobrança dizem que ela não seria suficiente para resolver a crise e propõem aumentar impostos sobre os mais ricos para financiar a educação.
Entenda abaixo os principais argumentos contra e a favor da mudança.
O principal argumento contra a gratuidade é que a maioria dos alunos da rede pública está entre os brasileiros de renda mais alta, que em tese poderiam pagar.
Dados do IBGE mostram que, em 2005, 80% dos graduandos das universidades públicas estavam entre os 40% de maior renda no país. Medidas como a instituição da política de cotas reduziram esse percentual, mas esses alunos continuam sendo a maioria - eram 61% do total em 2015. Já a participação da base da pirâmide (40% mais pobres) passou de 8% para 22% no período.
"Nosso país é incrivelmente desigual. Cobrar (pelo ensino superior) pode ser um instrumento bastante eficaz de distribuição de renda", acredita o economista Sergio Firpo, professor do Insper.
Defensor da gratuidade, o economista Fábio Waltenberg, professor da UFF (Universidade Federal Fluminense), considera que instituir a cobrança nas instituições públicas seria mexer em "um sistema que funciona bem". Segundo ranking do jornal Folha de S.Paulo, entre as 30 melhores universidades do país, apenas duas são privadas.
Para ele, há outras maneiras de cobrar mais das parcelas de maior renda do país, como o retorno da tributação de lucros e de dividendos, criar um imposto sobre fortunas e aumentar a taxação de heranças.
Waltenberg lembra que o sistema tributário brasileiro é regressivo - ou seja, arrecada proporcionalmente mais dos pobres. Isso ocorre porque a maior parte do valor arrecadado não vem de impostos diretos sobre renda e propriedade, que pesam mais sobre os ricos, mas daqueles cobrados da produção e do consumo.
"Se a regressividade é de fato um problema, por que não atacar sua fonte primária, que é o próprio sistema tributário? Sem isso, o discurso contra a universidade pública parece ideológico", crítica.
Estudo da economista Maria Eduarda Tannuri-Pianto, professora da Universidade de Brasília, em parceria com Carlos Renato Castro, gerente de Estudos Econômico-Fiscais do Tesouro Nacional, indica que o ensino superior público não beneficia apenas os mais ricos.
Eles estimaram como se dá a transferência de renda para os beneficiários dessas universidades. Segundo esses cálculos, feitos a partir dos impostos recolhidos por cada grupo de renda, há uma transferência dos segmentos renda mais alta para os graduandos de classe média. Já os mais pobres acabam não se beneficiando, pois poucos conseguem chegar às instituições públicas, ressalta Tannuri-Pianto.
Para ela, o melhor não seria criar mensalidades para graduandos, mas permitir outras formas de autofinanciamento das universidades públicas que hoje não são autorizadas, como cobrar por mestrados profissionalizantes para quem já está no mercado de trabalho. "Não precisar ser o governo financiando tudo", disse.
Cobrança seria complicada e criaria obstáculos para os mais pobres?
Dentro da sua proposta de cobrança de mensalidade, o Banco Mundial recomenda que o governo amplie oferta de bolsas (programas como o Prouni) e empréstimos (programas como o Fies) para garantir acesso de alunos de renda menor ao ensino superior público.
Para Waltenberg, isso criaria novos problemas administrativos e não garantiria a entrada dos mais pobres.
"(Haveria a) necessidade de criar estruturas novas para cobrar alunos, para definir quem paga e quanto, para autorizar entrada e saída de salas de aula de alunos adimplentes e inadimplentes", exemplifica.
Na sua avaliação, expandir o Fies não resolveria o problema das classes mais baixas porque pessoas de menor renda possivelmente ficariam com medo de assumir essas dívidas sem garantia de que terão depois rendimento para pagar.
"A cobrança afastaria ainda mais da universidade as classes mais desfavorecidas - cujos orçamentos já são apertados - e mercantilizaria de vez a universidade pública, um dos poucos espaços ainda relativamente ao abrigo da lógica de mercado", acrescenta.
A favor da cobrança na rede pública, o pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) Pedro Meyer diz que há um sistema que evita esse problema - os empréstimos com amortizações contingentes à renda (ECR), adotados em países como Austrália e Inglaterra.
Ela está no momento licenciado para estudar o modelo australiano na Australian National University. Nele, os graduados pagam depois de formados pelos cursos públicos, ao longo de anos, mas apenas caso atinjam uma renda mínima. Além disso, a cobrança é proporcional ao que o ex-aluno ganha, de modo que os que alcançam rendas maiores pagam taxas mais elevadas.
Outra característica importante desse sistema é que não há prazo para quitar a dívida e é garantido o perdão do saldo devedor após algumas décadas ou na morte. Segundo Meyer, isso serve como um "seguro" para o estudante mais pobre não ficar com medo de assumir uma dívida que talvez não consiga pagar depois.
O modelo não garante receita imediata para as universidades, mas os ganhos aumentam ao longo dos anos, conforme mais alunos se formam. Se a cobranças fossem feitas no Brasil de forma proporcional à renda dos formados, usando uma taxa equivalente a metade das alíquotas de imposto de renda, Meyer calcula que seria possível gerar, nos dez primeiros anos, de R$ 5 bilhões a R$ 9 bilhões extras para a rede de ensino federal (a depender da evolução do número de formados).
Em um cenário de forte restrição fiscal, o pesquisador considera que esses recursos seriam importantes para complementar o financiamento público, permitindo expandir a oferta de vagas nas universidades.
"Quem tem curso superior tende a auferir salários maiores ao longo da vida. É justo que toda a população pague integralmente pelo ensino superior, ao qual uma minoria tem acesso e para quem o mercado de trabalho tende a compensar financeiramente o esforço feito para obter o diploma?", questiona.
Cobrar matrícula resolveria crise das universidades?
Os que se opõem à cobrança também argumentam que as matrículas não resolveriam a crise financeira, já que os custos não estão relacionados apenas a ensino, mas incluem também pesquisa e outros serviços que atendem a população, como hospitais universitários.
"A não ser que as mensalidades fossem altíssimas e pagas por todos os alunos", afirma Waltenberg.
Já Sérgio Firpo concorda que cobrar pelos cursos de graduação não soluciona tudo, mas diz que "ajuda".
"É preciso também mudar as regras para financiamento de pesquisa, permitindo que as universidades públicas façam parcerias com empresas, fundações. São soluções complementares", diz.
Especialista em educação, o colunista do jornal O Globo Antonio Gois calcula que apenas um pequena parcela dos estudantes poderia pagar mensalidade sem acesso a bolsas ou empréstimos. A medida seria insuficiente para cobrir o financiamento das universidades, mas poderia gerar recursos para atender melhor os de menor renda, acredita.
"Dados que tabulei na Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) de 2015 mostram que, se aplicássemos no setor público os mesmos critérios de distribuição de bolsas do ProUni, a maioria (58%) dos matriculados em universidades mantidas por governos seriam elegíveis ao benefício de uma bolsa integral, por ter renda média familiar per capita inferior a 1,5 salário mínimo", escreveu em março.
"Outros 27% poderiam se candidatar a uma bolsa parcial, por terem renda per capita entre 1,5 e três salários mínimos. Ou seja, sobrariam apenas 15% de estudantes que, pelos critérios do ProUni, poderiam pagar uma mensalidade integral", concluiu.
Já o Banco Mundial defende que, além de cobrar matrículas, as universidades procurem aumentar sua eficiência, cortando gastos. O relatório aponta que os estudantes de instituições públicas custam, em média, de "duas a três vezes mais" que os de universidades privadas.
"Entre 2013 e 2015, o custo médio anual por estudante em universidades privadas sem e com fins lucrativos foi de aproximadamente R$ 12.600 e R$ 14.850, respectivamente", estima o órgão, a partir de dados do Ministério da Educação. Já nas federais essa média ficou em R$ 40.900, enquanto nas estaduais foi de R$ 32.200, indica o mesmo cálculo.
Waltenberg questiona essas comparações, já que em geral as públicas investem mais em pesquisa, enquanto a maioria das particulares se concentra em ensino de graduação. Segundo ele, isso infla estimativas de gastos por aluno na universidade pública.".
Mariana Schreiber - @marischreiberDa BBC Brasil em Brasília
Um simples treinamento gerou polêmica na manhã desta sexta-feira (24), no Ninho do Urubu, no Rio de Janeiro. O “problema” é que num dos campos do Centro de Treinamento do Flamengo estava o Sport, com Daniel Paulista e seus comandados realizando a última movimentação antes de encarar o Fluminense, neste sábado (25), no Maracanã. O que era para ser um simples trabalho terminou com diversas queixas dos torcedores flamenguistas nas redes sociais pelo fato de a diretoria ter cedido o espaço para o Sport.
Com Folha de Pernambuco
Professor Edgar Bom Jardim - PE
Um ataque com bomba e tiros a uma mesquita no Egito deixou ao menos 235 mortos e 100 feridos, segundo a mídia estatal do país.
Testemunhas disseram que o atentado ocorreu enquanto eram feitas as preces de sexta-feira no templo Al-Rawda, em Bil al-Abed, cidade na região do Sinai, no nordeste do país, localizada a 211km da capital, Cairo.
Segundo testemunhas, dezenas de homens chegaram ao local em veículos 4x4 e o bombardearam antes de abrir fogo contra os fiéis. Eles ainda teriam incendiado veículos estacionados nos arredores para bloquear o acesso ao templo.
"Eles atiravam conforme as pessoas saíam da mesquita", disse um morador da área à agência de notícias Reuters. "Eles estavam atirando contra as ambulâncias também."
Ainda não se sabe de fato quem está por trás deste atentado. Por enquanto, nenhum grupo assumiu sua autoria. Mas militantes ligados ao grupo extremista autodenominado Estado Islâmico foram responsáveis por diversos ataques recentes a forças de segurança e igrejas cristãs nesta Província do país.
'Força bruta'
O presidente do Egito, Abdul Fattah al-Sisi, declarou três dias de luto e, após se reunir com autoridades para debater o incidente, disse que reagiria com "força bruta". Relatos dão conta que o bombardeios foram realizados nas montanhas ao redor de Bir al-Abed.
"O que está ocorrendo é uma tentativa de impedir nossos esforços de lutar contra o terrorismo, de destruir nossos esforços para impedir um plano terrível de acabar com o que resta de nossa região", disse Sisi em um pronunciamento na TV.
O chefe da Liga Árabe, Ahmed Aboul Gheit, condenou o ataque como um "crime aterrorizante que mostra que o Islã não tem culpa por aqueles que seguem uma ideologia extremista terrorista".
O presidente americano, Donald Trump, afirmou se tratar de um ato "horrível e covarde", enquanto a premiê britânica Theresa May se disse "chocada com o ataque revoltante" e expressou suas condolências às famílias das vítimas, assim como fez o ministro de Relações Exteriores francês, Jean-Yves Le Drian.
Insurgência
O Egito luta contra uma insurgência islâmica nesta região, um conflito que se intensificou desde 2013.
Este ataque um dos ataques mais letais do tipo na história recente do país e deixou muito nos Egito em choque. Fotos do local mostram fileiras de corpos dentro do edifício.
"Essa é a primeira vez que fiéis dentro de uma mesquita foram vítimas", afirma Sally Nabil, da BBC News no Cairo. "O número de mortos é sem precedentes para um ataque assim."
O jornalista explica que militantes operam no norte do Sinai há vários anos e têm como alvo principalmente membros das forças de segurança do país.
Centenas de policiais, soldados e civis foram mortos nos últimos anos, a maioria em ataques realizados pelo grupo Província do Sinai, que é ligado ao grupo extremista autodenominado Estado Islâmico (EI).
Em setembro, ao menos 18 policiais foram mortos em um ataque a um comboio nesta região promovido por este grupo.
Acredita-se que seu objetivo seja assumir o controle desta parte do Egito para transformá-la em uma província sob o controle do EI.
'Hereges'
Em relatos, locais são citados mencionando que seguidores do sufismo, uma corrente mística do Islã, se reúnem com frequência nesta mesquita. Alguns grupos jihadistas, inclusive do EI, consideram essas pessoas hereges.
O chefe da polícia religiosa do EI disse em dezembro passado que os sufistas que não se "arrependessem" seriam mortos, depois de o grupo extremista decapitar dois idosos que seriam clérigos dessa religião.
O Península do Sinai já matou dezenas de pessoas em ataques contra cristãos coptos, uma minoria religiosa, em outros pontos do país, e reivindica a autoria do atentado a bomba que derrubou um voo comercial que sobrevoava o Sinai em 2015, matando as 224 pessoas a bordo.
A região em que o grupo opera está em estado de emergência desde outubro de 2014, quando 33 membros de forças de segurança foram mortos em um ataque do qual o grupo assumiu a autoria. No atentado mais recente, há militares entre as vítimas.
"A frequência dos ataques lança dúvidas sobre a eficácia das operações contra o grupo", afirma Nabil.
"Mesmo que o Exército divulgue volta e meia comunicados se dizendo vitorioso em partes do Sinai, parece não haver um fim à vista para a batalha em curso entre militares e militantes." BBC
Na manhã desta quinta-feira (23) o secretário de Educação do Estado, Fred Amancio, recebeu em audiência os vencedores dos programas Jovens Senadores e Jovens Embaixadores. Participaram da solenidade parentes, amigos, professores e gestores de escolas. Na ocasião, Amancio entregou brindes e certificados aos classificados do 10º Concurso de Redação do Senado Federal e dos representantes do estado no intercâmbio nos Estados Unidos.
O 10º Concurso de Redação do Senado Federal/Jovem Senador, que teve o tema “Brasil Plural: para falar de intolerância”, mobilizou 11.528 estudantes em todo estado. Destas, 101 foram inscritas e três foram escolhidas. O projeto leva o vencedor para Brasília para que possa vivenciar o trabalho dos senadores. A representante de Pernambuco será a estudante Willyane Fernanda Barbosa, da Escola de Referência em Ensino Médio (EREM) Professor Antônio José Barboza dos Santos, que ganhou o programa com a redação “O Mal da Ignorância”.
“Eu resolvi me inscrever no programa porque me destaco nas redações e queria tentar uma coisa diferente. Sempre gostei de política e até já participei da Conferência da Juventude em Brasília. Saber como se faz as leis, conhecer a rotina dos senadores e ver as votações será muito interessante”, disse Willyane. O segundo lugar ficou com Paulo Henrique da Silva, da EREM Justulino Ferreira Gomes, com a redação “Conhecer Eu Para Acabar com a Intolerância”. Já o terceiro lugar foi para Estevão Teixeira Gomes, da EREM Beberibe, com a redação “Bendita Geni”.
No Jovens Embaixadores, da embaixada dos Estados Unidos no Brasil, houve um registro de 1966 inscrições. Um recorde para o programa. Dois estudantes da Rede Pública Estadual foram selecionados para participar do projeto que irá proporcionar a interação com jovens da sua idade, atividades culturais, de responsabilidade social e de empreendedorismo e liderança e fazer apresentações sobre o Brasil.Abraão José da Silva, da EREM Santos Dumont, e Alice Aurora de Melo, da Escola de Aplicação Ivonita Alves Guerra, foram os selecionados para participar do intercâmbio. “Já tinha tentado duas vezes e essa era minha última chance para entrar no programa. Isso empodera as pessoas, incentiva os estudantes a entender que por meio do seu esforço é possível conseguir o que queremos” afirmou Alice.
“Estou muito ansioso para ter essa experiência. Participar desse projeto vai mudar minha visão de mundo e vai proporcionar várias oportunidades profissionais. Isso também me deixa muito motivado para continuar fazendo o trabalho voluntário” expressou Abraão José.
Fred Amancio parabenizou os estudantes e falou do sentimento de poder proporcionar essas oportunidades para os estudantes. “Nós ficamos muito contentes porque conseguimos perceber que não estamos formando apenas jovens que têm conhecimentos em algumas matérias, mas que estamos formando cidadãos preparados para a vida. Isso mostra o quanto estamos preocupados para que entrem nas universidades e sigam no mercado de trabalho. Esses programas mostram que todos estão preparados para enfrentar qualquer desafio” relatou.
Com informações da Secretaria de Educação PE.