quinta-feira, 12 de outubro de 2017

Brasileiros pedem a intercessão de Nossa Senhora Aparecida para se livrar de Temer, da Crise, do Congresso e da Corrupção


Há 300 anos, o encontro da Imagem de Nossa Senhora Aparecida marcou o início de um novo tempo para a vida de fé do povo brasileiro. Do Altar Central do Santuário Nacional de Aparecida, na noite desta quarta-feira, 11 de outubro, a pequena imagem de Nossa Senhora foi coroada, reafirmando a devoção do povo a Padroeira do Brasil.
A celebração foi presidida pelo Arcebispo de Diamantina (MG), Dom Darci Nicioli, que lembrou aos devotos presentes no Santuário que rezar esta história é contemplar o futuro com um olhar de esperança, é assumir com alegria a vida missionária da Igreja.
“Os braços de um rio vem trazer alegria a uma cidade inteira. Nos alegremos na fé pelo Salvador que Maria nos traz. (...) Maria muito trabalhou para nossa Salvação, participou do projeto do Pai, por isso o Senhor Deus a distinguiu e adornou com a coroa da graça. Bendita és tu entre as mulheres, Maria, porque encontraste graça no coração de Deus”, afirmou Dom Darci.
“Mãe Aparecida, te coroamos. Digna Mulher de Israel, te coroamos! Perpetuo Socorro, te coroamos, Aparecida do Brasil!”, ressaltou aos devotos.
O arcebispo ainda pediu a intercessão de Nossa Senhora pela situação atual do Brasil: “Como estamos necessitados de esperança nesse Brasil! O trem da vida do nosso Brasil está desgovernado. Ajudai-nos! Iluminai-nos com a luz de vosso Filho”.
A Coroação teve a participação do cantor Daniel, dos grupos Cantores de Deus, Vida Reluz, Adoração e Vida, além da participação da Camerata do PEMSA (Projeto de Educação Musical do Santuário de Aparecida).
Uma novidade desse ano foi o livro da Campanha dos Devotos entronizado no Altar Central, contendo o nome de todos que colaboram com as obras sociais e de construção do Santuário de Aparecida.
e São José dos Campos, interior paulista, até Aparecida — “a capital da fé” por abrigar a imagem da Padroeira do Brasil —, os pés de Casimiro dos Reis, de 35 anos, percorreram 84,4 quilômetros para chegar ao destino, no dia da santa. O combustível, ele garante, foi a fé. Enquanto passava por ruelas e rodovias, fazia amigos e mentalizava, cheio de esperança, um pedido para Nossa Senhora Aparecida: encontrar um novo emprego.
— As coisas não estão fáceis, perdi meu trabalho há uma semana — conta ele, que era auxiliar de produção: — Mas também vim agradecer por tudo que Nossa Senhora faz por mim e minha família.


Casimiro dos Reis está desempregado e participou da romaria para pedir uma vaga no mercado de trabalho
Casimiro dos Reis está desempregado e participou da romaria para pedir uma vaga no mercado de trabalho Foto: Agência O Globo / Thiago Freitas

A dor nos pés inchados pela longa caminhada contrasta com a emoção dos romeiros ao chegarem a Aparecida. Na primeira missa do dia na Basílica, às 5h, alguns lutam para não fechar os olhos após uma noite sem dormir na estrada, mas até os mais cansados aplaudem com força a imagem da santa, apresentada por um dos padres. Além de Bíblias e crucifixos, quase todos os fiéis levantam seus celulares para registrar o momento. Edson de Jesus Leme, de 23 anos, segura firme seu terço e faz uma prece para abrir seu próprio negócio já no ano que vem.
— Sou fruteiro e, agora, quero abrir um hortifruti meu, para não correr o risco de ser demitido — diz Edson, já pensando em cumprir a promessa no ano que vem, caso seu pedido seja atendido.


Edson de Jesus Leme reza para conseguir abrir seu próprio negócio ano que vem
Edson de Jesus Leme reza para conseguir abrir seu próprio negócio ano que vem Foto: Agência O Globo / Thiago Freitas

Na Sala das Velas, onde os devotos fazem pedidos para a padroeira, Benedito Costa, de 45 anos, chama atenção dos outros fiéis. De joelhos no chão e olhos fechados, sua prece é para aumentar a renda familiar, que encolheu após a esposa mulher ficar desempregada, no início do ano.
— Estou aqui para pedir que minha mulher consiga um novo emprego. Ela trabalha na indústria de remédios e, por conta da crise, estamos muito apertados — explica Benedito, que mora em Hortolândia, no interior de São Paulo, e ganha um benefício do INSS desde que fez três cirurgias no quadril e ficou impossibilitado de trabalhar: — Infelizmente, ela não pôde viajar hoje comigo, por falta de dinheiro.


Benedito rezou por um emprego para a mulher
Benedito rezou por um emprego para a mulher Foto: Thiago Freitas / Agência O Globo

A apreensão pelas contas do fim do mês também motivou Fernando Freitas, de 24 anos, a acender uma vela. O auxiliar de pedreiro, que mora em Barretos, é autônomo e pede à Santa para que apareçam mais serviços em que ele possa trabalhar.
— São tempos difíceis e a gente vai se apertando aqui e ali — diz Fernando, que também foi à cidade para agradecer pela saúde de sua família.


Fernando Freitas dos Santos diz que os tempos são difíceis e pede mais trabalho
Fernando Freitas dos Santos diz que os tempos são difíceis e pede mais trabalho Foto: Thiago Freitas / Agência O Globo

Ajoelhada, a corretora de imóveis Regina Bolzan, de 55 anos, atravessa os 392 metros da Passarela da Fé, que liga a Basílica nova à antiga, para cumprir uma promessa após a padroeira ter atendido seu pedido para se reerguer financeiramente. Ela, que no ano passado tinha uma empresa de material de construção em Guarulhos, perdeu tudo por erros na administração e está aprendendo a se virar na nova profissão em meio à crise.
— Até com a crise tenho vendido muitos imóveis — diz, enquanto segura a mão da filha durante a travessia.


Regina agradeceu por ter saído da crise
Regina agradeceu por ter saído da crise Foto: Thiago Freitas / Agência O Globo

Na mesma passarela, Bruno de Paula, de 28 anos, também cumpre, de joelhos, a promessa que fez pela cura de uma doença de seu filho, de três anos. De costas, é impossível não perceber sua devoção: o empresário de Belo Horizonte exibe uma enorme tatuagem com a imagem da Padroeira e carrega, no pescoço, quatro terços.
— Desde pequeno, sou devoto da Santa. Vou voltar aqui todos os anos, até o dia que me faltar saúde — promete Bruno, que estava acompanhado da namorada, Camila Dias.


Bruno de Paula é devoto desde pequeno e vai todos os anos à Aparecida do Norte
Bruno de Paula é devoto desde pequeno e vai todos os anos à Aparecida do Norte Foto: Thiago Freitas / Agência O Globo

Duas irmãs da cidade de Matipó, em Minas Gerais, seguram a mão uma da outra, enquanto rezam ajoelhadas de frente para um altar com a imagem de Nossa Senhora, na Sala das Promessas da Basílica. Maria Helena Dorneles, de 65 anos, e Maria Aparecida Helena Pereira, de 58, pedem com intensidade, enquanto deixam as lágrimas caírem. As mineiras relembram os 14 irmãos que tiveram e contam que, hoje, são só seis.
— Perdemos mais dois irmãos esse ano e agora pedimos pela saúde da nossa mãe, que está com 65 anos e sofre de Alzheimer — conta Maria Helena, que trouxe um retrato da família para ofertar à Santa: — É muito emocionante estar aqui.


As irmãs Maria Helena Dornele e Maria Aparecida Helena rezam pela saúde da mãe
As irmãs Maria Helena Dornele e Maria Aparecida Helena rezam pela saúde da mãe Foto: Thiago Freitas / Agência O Globo

Para Gabriel dos Santos, é a fé que fortalece sua saúde. Essa é a explicação que o aposentado de 71 anos encontrou para ter disposição em pedalar quase 500 quilômetros entre Belo Horizonte, onde mora, e a capital da fé. Conhecido por muitos romeiros e apelidado como Gabriel Brasileiro, o ciclista faz esse percurso há 14 anos, sempre no dia 12 de outubro. Pelo caminho, recebe apoio de moradores e dorme em postos de gasolina.


Gabriel Alexandre dos Santos, 71 anos, pedalou 600 km de Belo Horizonte até a cidade da fé
Gabriel Alexandre dos Santos, 71 anos, pedalou 600 km de Belo Horizonte até a cidade da fé Foto: Thiago Freitas / EXTRA

— Qual é a explicação para eu, que tenho problema no joelho, conseguir fazer isso? É fé. Isso é mais do que eu mereço e ano que vem estarei aqui de novo — promete o aposentado, que foi até Aparecida para agradecer pela vida.
Segundo a Basílica de Nossa Senhora Aparecida, 141 mil fiéis compareceram, ontem, à Festa da Padroeira. A estimativa é que 90 mil tenham chegado à cidade de carro ou ônibus, e o restante tenha feito o caminho a pé ou de bicicleta.
Com informações de A12.com/Extra/
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Boneco de MC Troinha no Carnaval de Olinda revolta população


O MC Troia vai ganhar uma versão em boneco gigante no carnaval de Olinda. O anúncio foi feito nesta quarta-feira (11), através do Instagram do artista. "Uma honra pra mim e mais um sonho realizado, poder fazer parte do carnaval de Olinda e ser homenageado com um Boneco Gigantes do carnaval de Pernambuco por um cara que sempre fui fã da sua arte @silviobotelhodeolinda", escreveu na legenda.

Veja opiniões postada no facebook:
Flavio Roque:"Por isso que o país está essa bagaceira! Uma merda dessa sendo homenageado, enquanto a professora que morreu queimada salvando crianças de um incêndio , nem lembrada é!"
Júlio Rodrigues Mahatma:"Acho que botelho está variando das ideias já e, tá esquecendo o que é o carnaval de olinda e... o que realmente é arte. 
Lamento por isso!"
Otilia Barros:"Meu Deus. Qual é o critério para ter um boneco em Olinda?qual objetivo um boneco desse cidadão pelas músicas maravilhosas que chega da nojo ouvi que você não pode permitir que uma criança escultor ou cante gente pelo amor de Deus se vocês estão prescisando de gente pra fazer bonecos faça dos seus vinzinhos dos seus pais irmãos mães mas esse ai não realmente é o fim dos tempo mesmo."
Ana Lúcia:"So canta merda!! Vamos combinar... Agora q ele tem um trabalho de filantropia e faz bonito.. Não vou ser injusta! Boneco é demais!! Né não?"
Edno Ferreira:"A pior obra de arte que Silvio Botelho vai fazer é o boneco desse cara insignificante que não tem contribuição musical alguma, só apologia a drogas prostituição e o que não presta, parabéns jornal do comércio por vincular uma matéria bosta dessa, sem o mínimo de cunho colaborativo para a cultura Pernambucana."
Rogério Sobral"A verdade é que o Carnaval deixou de ser uma manifestação Cultural Popular,para se tornar um nincho para exploração financeira! O carnaval hoje não passa disso. Visando apenas lucro com o momento "festivo",tanto Governantes como,"promotores" estão de olho apenas na Grana. E a grande maioria idiotizados pela Mídia, acreditam estar participando da "Maior Manifestação Cultural". Quando a verdade estão sendo mais imbecilizados ainda! É onde "Artistas" como esse ganham mais notoriedade, a ponto de serem Homenageados! Mas é assim que funciona; Só se vende determinado produto, porquê há quem compre. Se não houver comprador sai do mercado!"
Graça Guedes:"Olha Botelho quando tu fizer esse boneco do demônio não esqueça de acrescentar a verruga que tem no nariz da bruxa e as cicatrizes q tem na cara do boneco assassino tá. Toma vergonha na cara BOTELHO"
Karine Marques"Tantos artistas que valorizam nossa cultura, levam o nome do nosso estado para o mundo que mereciam ser homenageados e não são, aí essa criatura será homenageada!! "
Lucio Hollanda"Contando que tirem os bonecos do rei Luiz Gonzaga, Alceu Valença Ariano Suassuna, Capiba e outros ícones prá não se contaminarem com essa peste!"
Anderson Oliveira"Pense num país pra endeusar desgraça !!!
Hellen Cristina"Q Merda 
A música dele e é uma vergonha. 
Ainda tem mulher que dança aquele tipo de música.
Desvalorização da cultura recifense 
Á poluição sonora total
Altemir Silva:"Meu Deus que horror, já não vou mais para o carnaval de Olinda"
Edgar Santos:"Triste, muito triste. Acabou o carnaval de Olinda, um dos mais significativos da História, Cultura e Patrimônio de Pernambuco. Vai liberar geral. Acabou. O Brasil é mesmo só um nome no pedaço de papel. Cada coisa no seu devido lugar. logo só teremos o hino do senta caraí nas ladeiras e nos 4 cantos. Que ideia infeliz."
Fonte:Diário de Pernambuco, Jornal do Commercio/ Viver/Facebook.Professor Edgar Bom Jardim - PE

quarta-feira, 11 de outubro de 2017

Brasil terá 11,3 milhões de crianças obesas em 2025, estima organização

Criança obesaDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionNos últimos 41 anos, obesidade disparou no Brasil e no mundo
A população mundial está ganhando peso rapidamente, principalmente crianças e adolescentes.
Segundo estudo publicado nesta terça-feira na revista científica The Lancet, a taxa global de obesidade em crianças disparou em 41 anos. Por outro lado, o índice de baixo peso caiu.
O Brasil segue na mesma direção. Entidades de saúde alertam que, se não houver uma mudança de rumo, o país, assim como a população global, enfrentará um forte crescimento de doenças associadas à obesidade, como diabetes, pressão arterial elevada e doenças de fígado.
De acordo com o estudo divulgado na Lancet, a prevalência de obesidade global em meninas saltou de 0,7% em 1975 para 5,6% em 2016. Em meninos, a alta foi ainda maior: saiu de apenas 0,9% em 1975 para 7,8% em 2016. Como consequência, 124 milhões de crianças e adolescentes entre 5 e 19 anos ao redor do mundo estavam obesos em 2016.
Os pesquisadores do estudo, coordenado pela universidade inglesa Imperial College London e pela Organização Mundial da Saúde (OMS), alertam que, se a obesidade continuar crescendo nos níveis das últimas décadas, em cinco anos o mundo terá mais crianças e adolescentes obesos do que com baixo peso.
Sem uma mudança de hábitos, em menos de uma década a obesidade pode atingir 11,3 milhões de crianças no Brasil, de acordo com um alerta divulgado pela Federação Mundial de Obesidade.

Vilões

Hambúrgueres e batata fritaDireito de imagemPA
Image captionProdutos ricos em gordura estão entre os vilões da obesidade
A principal razão para a alta de peso na população mais jovem é o consumo de alimentos ricos em açúcar e gordura, principalmente os industrializados.
"Essas tendências preocupantes refletem o impacto da publicidade da indústria alimentícia e das políticas públicas ao redor do globo, com alimentos saudáveis e nutritivos se tornando algo muito caro para famílias e comunidades pobres", afirmou em um comunicado a pesquisadora que liderou o estudo publicando na Lancet, Majid Ezzati, da Escola de Saúde da Imperial College London.
No Brasil a tendência é semelhante. Nas últimas quatro décadas, o índice de obesidade entre meninos saltou de 0,93% para 12,7%. Entre meninas, o crescimento foi menor, mas ainda assim elevado: passou de 1,01% em 1975 para 9,37% no ano passado, de acordo com dados compilados pela rede de cientistas de saúde NCD Risk Factor Collaboration, utilizados na pesquisa.
"O estudo mostra que, em 40 anos, o mundo passou por uma transição nutricional, de saída da desnutrição e de entrada na obesidade", afirma Maria Edna de Melo, presidente do Departamento de Obesidade da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM).
"A situação de Brasil é semelhante ao que o estudo aponta - vivemos em um ambiente em que o número de crianças abaixo do peso não mais preocupa. O que mais preocupa é o número de crianças com excesso de peso e de obesidade", avalia.

Questão de status

BalançaDireito de imagemPA
Image captionObesidade pode levar a uma série de doenças
Assim como nos outros países pesquisados, a elevação dos níveis de obesidade no Brasil está relacionada ao maior consumo de produtos industrializados, ricos em açúcar e gorduras.
No país, porém, o consumo não estaria relacionado apenas a uma disparidade de preços entre alimentos saudáveis (normalmente, mais caros) e industrializados (mais baratos), mas também por uma questão de status associada ao consumo desses itens.
"Hoje temos as famílias com disponibilidade grande de alimentos industrializados e isso, para algumas delas, é chique. É como se fosse uma afirmação social poder consumir produtos industrializados. Esses produtos são saborosos, mas ricos em sal, gordura e açúcares, e as pessoas não têm a real dimensão do quão nocivos eles são", alerta Melo.
De acordo com a Federação Mundial de Obesidade, o crescente nível de obesidade entre crianças e adultos coloca a saúde desse público "em perigo imediato".
Estimativa da organização aponta que, em 2025, 150 mil crianças e jovens no Brasil desenvolverão diabetes tipo 2, enquanto 1 milhão terão pressão arterial elevada. Outro dado alarmante é o número de crianças e jovens brasileiros que sofrerão com gordura no fígado - cerca de 1,4 milhão, segundo a entidade.
"O crescimento dos níveis de obesidade é muito preocupante porque não temos um sistema de saúde preparado para lidar com a obesidade e com os problemas que ela gera", aponta Melo.

Como reduzir

A médica afirma que muitas vezes o indivíduo não compreende o que é a obesidade e não imagina que seus filhos possam sofrer com o problema.
"As pessoas acham que uma pessoa só tem obesidade quando é a obesidade grave. Falta uma identificação correta da doença também pelos profissionais da saúde", aponta.
Aumentar o aleitamento materno na infância e limitar o consumo de alimentos ricos em açúcar e gordura, como refrigerantes, biscoitos e fast food também é essencial para evitar que crianças se tornem obesas e para reduzir os níveis atuais da doença, alerta a Federação Mundial de Obesidade.
Também é importante encorajar os jovens a praticar exercícios físicos - de acordo com a entidade, 80% dos jovens não atingem os níveis recomendados de atividade.
Reduzir a presença da doença na população significa mudar hábitos, conceitos e retomar algumas lições. "Tem que voltar a comer arroz com feijão. Pelo menos uma vez por dia", afirma Melo. Para as crianças pequenas que estão ainda aprendendo a comer, é importante que a família não consuma produtos que são proibidos para a criança. "Os pais, antes de dizer não, precisam dar o exemplo."
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Analfabetismo': por que tantos alunos terminam ensino fundamental sem ler ou fazer contas


EstudantesDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionInabilidade em compreender textos básicos afeta a obtenção de outras capacidades básicas
A conclusão do ensino fundamental é uma etapa essencial da vida estudantil, mas para grande parte dos alunos latinos-americanos ela é concluída sem que sejam aprendidas habilidades mínimas.
Segundo um informe recente do Instituto de Estatísticas da Unesco, braço da ONU para a educação, grande parte dos jovens da América Latina e do Caribe não alcançam os níveis exigidos de proficiência em capacidade leitora ao concluírem o que no Brasil equivale à segunda etapa do ensino fundamental, em geral, aos 14 anos.
O estudo diz que, em média, 36% das crianças latino-americanas no ensino fundamental não estão atingindo as habilidades mínimas de leitura. Em matemática, esse índice sobe para 52%.
Em números absolutos, 19 milhões de adolescentes do continente concluem o fundamental "sem conseguir níveis mínimos" de compreensão nessas áreas.
Especificamente no Brasil, dados compilados pela plataforma QEdu com base no Prova Brasil 2015 dão a dimensão do problema nessa etapa do ensino: apenas 30% dos alunos da rede pública saem do 9º ano com aprendizado adequado em leitura e interpretação.
Em matemática, apenas 14% dos alunos do 9º ano aprenderam o adequado em resolução de problemas.

'Novo analfabetismo'

Silvia Montoya, diretora do Instituto de Estatísticas da Unesco, considera "dramática" a ausência de compreensão de leitura em tantos estudantes do continente.
"O fato de haver crianças sem competências básicas, no que se refere a ler parágrafos simples e extrair informações deles, é o que eu consideraria uma nova definição de analfabetismo", diz ela à BBC Mundo, serviço em espanhol da BBC.
"No mundo de hoje, ter um nível mínimo de alfabetização já não é (apenas) saber ler o próprio nome e escrever algum fato da vida cotidiana. Carecer de compreensão leitora é uma espécie de incapacidade de se inserir na sociedade, poder votar e entender as propostas dos candidatos, entender seus próprios direitos e deveres como cidadão. Afeta todas as dimensões."
Crianças estudando em computadoresDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionAusência de infraestrutura adequada é um dos problemas observados pela especialista da Unesco
E, prossegue Montoya, a leitura é uma habilidade básica, sobre a qual se constroem as demais capacidades estudantis.
"Sem essa competência, estamos gerando crianças e adolescentes que vão (vivenciar) diretamente muitas frustrações pessoais e de integração social e profissional. Sem entender textos, é muito difícil avançar em qualquer área."
A situação se agrava quando se leva em consideração o grau de exigências do mundo atual, em que a informação disponível é complexa e tem diferentes graus de qualidade e confiabilidade - o que exige leitores com senso crítico e habilidade de interpretação.

Uma escola que não funciona

E se antes o desafio da América Latina era o da inclusão dos alunos ao sistema de ensino, hoje a questão é mais qualitativa do que quantitativa.
O relatório da Unesco afirma que "o desperdício de potencial humano evidenciado pelos dados confirma que levar as crianças à sala de aula é apenas metade da batalha. Agora, temos de garantir que todas as crianças naquela sala de aula estejam aprendendo as habilidades básicas de que precisam em leitura e matemática, no mínimo".
"Agora, a realidade é que as crianças estão dentro do sistema educativo, mas há uma inabilidade da escola em dotá-los do nível de aprendizado razoável e mínimo para as circunstâncias que demanda o mundo hoje e no futuro", afirma Montoya.
E isso é resultado de uma série de problemas, como formação deficiente que não prepara os docentes para lidar com os desafios de sala de aula, problemas de infraestrutura, numerosas perdas de dias letivos por conta de greves e outras questões - além, também, da própria situação socioeconômica dos estudantes, que "podem vir de lares de baixa renda e contar com menor apoio familiar".
"Há uma combinação de fatores que podem variar em cada lugar, mas evidentemente há uma ausência de políticas específicas para enfrentar o problema", afirma Montoya.
Ela agrega que é preciso analisar os currículos, a formação de docentes - para garantir que sejam capazes de ensinar crianças vindas de contextos sociais difíceis -, contar com um ambiente e uma infraestrutura adequados e ter uma rede de políticas sociais de apoio.
No Brasil, uma nova base nacional curricular, documento do Ministério da Educação que vai definir diretrizes de ensino, está atualmente em fase de consulta pública.
Meninas na escolaDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionAmérica Latina avançou na inclusão de alunos, mas agora precisa de avanços qualitativos no ensino
"Não há como resolver (o problema da educação) sem uma visão integral do sistema educacional", opina Montoya.
O problema não se restringe à América Latina - é um drama global.
O relatório da Unesco calcula que, no mundo, haja 617 milhões de crianças e adolescentes - o equivalente a três vezes a população total do Brasil - incapazes de entender minimamente um texto ou resolver problemas matemáticos básicos, o que seria esperado em sua idade escolar.
Na África Subsaariana, 88% dos alunos concluem os estudos equivalentes ao fundamental com problemas de compreensão em leitura. Para efeitos comparativos, esse índice cai para 14% na América do Norte e na Europa. Ángel Bermúdez
Professor Edgar Bom Jardim - PE

terça-feira, 10 de outubro de 2017

Mensagem de Maria Sebastiana, Prefeita de João Alfredo nos 82 anos de Emancipação Política


Hoje acordamos em festa. Celebramos o aniversário de João Alfredo. São 82 anos de construção. Cada cidadão dando a sua parcela de contribuição e, assim, erguendo cada vez mais uma Cidade Feliz. O suor da nossa gente, agregado ao espírito empreendedor e somado ao sentimento do bem nos permite bater no peito e dizer: Sou joãoalfredense com orgulho. Quem bebe da nossa água sempre volta. Povo honrado e hospitaleiro, que contagia com a sua alegria. Assim, fazemos João Alfredo. Nesta data especial, renovo meu sentimento de amor por essa terra. Parabéns, João Alfredo. Esse é o meu, esse é o seu, esse é o nosso lugar!

Professor Edgar Bom Jardim - PE