quarta-feira, 6 de setembro de 2017

Qual será o impacto do revés na delação da JBS no legado de Janot e no futuro da Lava Jato?

Rodrigo JanotDireito de imagemREUTERS
Image captionProcurador-geral da República enfrenta um dos momentos mais delicados de seu segundo mandato a poucos dias de deixar o cargo
"Enquanto houver bambu, lá vai flecha", prometeu em julho o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, a menos de três meses do fim do seu mandato. Faltando agora poucos dias para deixar o cargo, em 17 de setembro, ele tem cumprido a promessa. Nesta terça, foi a vez dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma Rousseff e outros petistas serem alvo de uma denúncia por crime de organização criminosa.
Mas bem no momento em que Janot reforça sua artilharia, ele próprio sofreu um grande revés com a revelação de possíveis ilegalidades na condução do acordo de delação premiada firmado com o grupo JBS, justamente aquele que deu origem à primeira denúncia contra o presidente Michel Temer e, acredita-se, ainda será usado em uma segunda, ao lado da colaboração de Lúcio Funaro (tido como operador de propina do PMDB), que acaba de ser homologada pelo Supremo Tribunal Federal.
O revés de Janot dará fôlego para o discurso anti-Lava Jato no Congresso e reforçará a defesa de Temer e outros políticos investigados, mas o impacto para seu legado "anticorrupção" e o futuro da operação pode não ser de todo negativo, avaliam estudiosos do Direito e da política ouvidos pela BBC Brasil.
Marcus Melo, professor titular de ciência política da Universidade Federal de Pernambuco, acredita que "o episódio traz um custo 'reputacional' considerável para Janot, que já havia sofrido danos não triviais com o episódio da delação superpremiada do Joesley Batista" - o executivo havia se livrado de qualquer hipótese de prisão, o que gerou certa indignação em setores da sociedade.
Ele vê, porém, um impacto modesto na tramitação da esperada segunda denúncia contra Temer, pois mesmo sem o novo escândalo envolvendo o acordo, o "saldo líquido já era positivo" para Temer e "a possibilidade de a denúncia ser até arquivada já estava posta".
"A derrubada da primeira denúncia já havia sinalizado que a base parlamentar do presidente Temer estava coesa, dentre outras razões pelo próprio comportamento defensivo dos parlamentares em relação à Lava Jato. E mais: na medida em que o tempo passa os ânimos arrefecem, na opinião pública e entre parlamentares, por razões estritamente pragmáticas: o governo tem pouco mais de 12 meses pela frente e há uma certa reversão de expectativas sobre a economia", nota ele.
Já para o futuro da Lava Jato em si, embora considere que as revelações comprometedoras sobre o acordo com a JBS tenham potencial para alimentar iniciativas contra a operação no Congresso, Melo avalia que hoje a maioria do STF tem dado sustentação ao Ministério Público e que a entrada de Raquel Dodge no lugar de Janot também tende a "zerar a dimensão mais personalizada dos conflitos".
A futura procuradora-geral vem sendo apontada como mais discreta que Janot.
O cientista político acredita que mais cautela, a partir desse episódio da JBS, pode ser positivo para a operação. "Os impactos (das novas revelações sobre o acordo da JBS) serão significativos, não diria para a continuidade da Lava Jato, mas para seu padrão de atuação que provavelmente será menos açodado e mais cauteloso", disse.
"A Lava Jato é muito maior do que o PGR, embora ela seja um autor institucional central. A operação compreende a Justiça Federal no país como um todo, o STF e a Polícia Federal. Imagino que haverá um aprendizado institucional a partir do episódio, e que não decorra daí descontinuidades importantes", reforça.
"A Arca do Tesouro do Geddel (Vieira Lima), da entourage do Temer e ex-ministro do Lula também tem dimensão simbólica importante: aponta para a necessidade de fortalecimento ainda maior das instituições de controle", acrescenta ainda, em referência aos R$ 51 milhões encontrados em um apartamento supostamente ligado ao peemedebista.

Risco de anulação de provas?

Joesley Batista deixa a sede da PF em SPDireito de imagemREUTERS
Image captionGravação levou a investigação de possíveis ilegalidades na condução do acordo de delação premiada com o grupo JBS
O efeito mais prático do controverso acordo com a JBS - agora sob a suspeita de atuação ilegal de um dos procuradores próximos a Janot, Marcelo Miller, que deixou a PGR em abril para advogar para a empresa - é o risco de as provas levantadas na delação serem anuladas, aponta o magistrado André Bezerra, membro da Associação Juízes para a Democracia (AJD).
Embora Janot tenha anunciado que o apenas os benefícios dos delatores podem vir a serem revisto, preservando-se as provas, Bezerra afirma que, se tiver havido de fato um ilegalidade na condução do acordo, há espaço para descartar as provas, dentro da tese dos "frutos da árvore envenenada", que já levou à anulação, por exemplo, da Operação Satiagraha.
"O Supremo Tribunal Federal já tem uma jurisprudência bastante forte no sentido de que qualquer irregularidade cometida numa investigação criminal é capaz de anular tudo que foi feito. A delação não é uma prova, é um caminho para a investigação. Mas, se esse caminho foi encontrado irregularmente, segundo essa jurisprudência, isso pode anular tudo", diz.
"O fruto da árvore envenenada envenena a árvore inteira. Isso deve ser o grande temor do Ministério Público Federal hoje."
O ministro do STF Gilmar Mendes, por sua vez, acusou nesta quarta-feira a PGR te ter feito "contratos criminosos" com delatores da Lava Jato.
"Eu imagino que o procurador-geral pensou em fazer um grand finale, oferecer várias denúncias, inclusive a última contra o presidente da República. Mas acho que ele conseguiu coroar dignamente o encerramento de sua gestão com esse episódio Joesley", ironizou Mendes.
"Ele fez jus a tudo o que plantou ao longo de todos esses anos, e essa será a marca que nós vamos guardar dele, o procurador-geral da delação Joesley, desse contrato com criminosos, dessa fita."
O caso vem alimentar outras críticas já recorrentes sobre a aplicação da delação premiada, observa Bezerra, no sentido de que o instrumento acaba servindo para condenações "midiáticas", mesmo antes de o acusado poder se defender na Justiça.
Recentemente, relatório da PF apontou falta de provas para embasar a acusação de que Dilma teria tentado obstruir a Justiça, conforme havia sido levantado no acordo de delação do ex-senador Delcídio Amaral (ex-PT), por exemplo.

'Delação premiada pode sair fortalecida'

Presidente Michel TemerDireito de imagemREUTERS
Image captionCaso dá fôlego a discurso anti-Lava Jato no Congresso e reforça defesa de Temer contra segunda denúncia de Janot
Já Silvana Batini, procuradora regional da República e professora de direito da FGV-Rio, considera que o instrumento da delação pode sair fortalecido desse caso, mesmo que o acordo com a JBS venha a ser revogado.
Ela minimiza o risco de anulação de provas e diz que o que Janot está apontando é para a possibilidade de retirar os benefícios dados aos delatores, porque eles teriam omitido informações importantes da PGR.
"O que houve foi quebra contratual. Se você faz um contrato e a pessoa descumpriu uma cláusula desse contrato não significa que o contrato desde o início estava viciado", argumenta.
Ela reconhece que "politicamente os efeitos são negativos" e que as defesas de Temer e do senador tucano Aécio Neves (que recebeu R$ 2 milhões da JBS) irão explorar as controvérsias em torno do acordo de delação.
"Agora do ponto de vista técnico, jurídico, não vou dizer que encaro de forma positiva, porque não é bom, mas encaro de forma muito tranquila. A lei de delação premiada prevê expressamente essa possibilidade (de revogar o benefício)", diz.
"Se conseguirmos separar as coisas, o instituto sai fortalecido. Se a solução for aquela que a lei prevê, preservar a prova e cassar o benefício, será uma demonstração pública de que um colaborador, quando vier para fazer a colaboração, deve saber que não é vantajoso enganar o Estado."
Batini ressalta também que houve mais de 160 acordos dentro da Lava Jato e que eventuais problemas seriam pontuais.
"A delação é um instrumento que, embora antigo no Brasil, só foi regulamentado há muito pouco tempo, em 2015. É como se a gente tivesse tirado uma carteira de habilitação e nos fosse dado uma frota de carros de última geração para dirigir", afirma, em referência a grande dimensão do escândalo de corrupção investigado na Lava Jato.
"Não tivemos um período de maturação da delação premiada com a pequena criminalidade, aquela que é a tradição do Brasil de persecução, tráfico de drogas, assalto, roubo", observa.
Além de classificar a delação como "instrumento absolutamente indispensável para investigação de organização criminosa", Batini também faz fervorosa defesa de Janot.
"Acho que Janot entra para a história como o PGR que mais combateu a corrupção na história do Brasil. Ele modernizou e estruturou a Procuradoria para o combate à corrupção. Fez o que nenhum outro tinha feito até agora", defende.
Em meio ao turbilhão, o quase ex-procurador-geral da República reconheceu nesta terça que a situação lhe deu medo.
"Ontem (segunda) foi um dos dias mais tensos e um dos maiores desafios desse período. Alguém disse pra mim: 'Você realmente é um homem de muita coragem'. Aí eu parei e pensei: 'Será que sou um homem de coragem mesmo?' Cheguei à conclusão de que não tenho coragem alguma", declarou Janot.
"Na verdade, o que eu tenho é medo. E o medo nos faz alerta. E medo do quê? Medo de errar muito e decepcionar minha instituição. E todas as questões que eu enfrentei, eu enfrentei muito mais por medo, medo de errar, medo de me omitir, medo de decepcionar minha instituição do que por coragem de enfrentar esses enormes desafios."
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Zero Hora - Charge

Zero Hora
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51 milhões nas malas do ex-ministro dos governos Lula e Temer

A Polícia Federal terminou nesta quarta-feira, 6, a contagem dos valores apreendidos no bunker ligado ao ex-ministro Geddel Vieira Lima. Foram apreendidos R$ 51 milhões – R$ 42.643.500,00 e US$ 2.688.000,00. O dinheiro será depositado em uma conta judicial.
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terça-feira, 5 de setembro de 2017

Lula, Dilma e ex-ministros denunciados por organização criminosa


A Procuradoria-Geral da República ofereceu nesta terça-feira denúncia por formação de organização criminosa contra os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, ambos do PT, por crimes praticados contra a Petrobras no período entre 2002 e 2016.
Também foram denunciados os ex-ministros Antonio Palocci, Guido Mantega, Edinho Silva, Gleisi Hoffmann (hoje senadora pelo Paraná) e Paulo Bernardo, além do ex-tesoureiro do PT João Vaccari  Neto, que já está preso pela Operação Lava Jato.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Dinheiro atribuído a Geddel em 'bunker' já passa de R$ 22,5 milhões


A Polícia Federal já contabilizou mais de R$ 22,5 milhões nas malas apreendidas em um apartamento que seria utilizado como "bunker" pelo ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), em Salvador.

A contagem, porém, ainda não havia terminado por volta das 18h, segundo apuração da reportagem. A operação, batizada de Tesouro Perdido, foi deflagrada na manhã desta terça-feira (5) e é desdobramento de outra investigação, sobre fraudes em liberações de empréstimos na Caixa, a Cui Bono.


Ex-ministro de Michel Temer, Geddel cumpre prisão domiciliar. Ele foi preso no dia 3 de julho, mas conseguiu um habeas corpus para cumprir a medida restritiva em sua residência, na capital baiana. Os valores apreendidos serão depositados em conta judicial.

Cui Bono
A operação apura a atuação de Geddel e outras pessoas na manipulação de créditos e recursos realizada em duas áreas da Caixa Econômica Federal. O ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha e o corretor de valores Lúcio Funaro são também alvos da investigação, que começou no ano passado.

Geddel é acusado de ter recebido R$ 20 milhões de propina em troca de aprovação de empréstimos no banco ou de liberação de créditos do FI-FGTS para beneficiar empresas.

Na decisão judicial que autorizou a busca e apreensão no apartamento em Salvador, o juiz Vallisney Oliveira cita que o "bunker" pertence a uma pessoa de nome Silvio Silveira, que teria cedido tal imóvel para que o ex-ministro de Michel Temer pudesse guardar caixas com documentos.

"Ademais, conforme consignado nas informações policiais, foram realizadas pesquisas de campo com moradores do prédio, confirmando a notícia de que uma pessoa teria feito uso do aludido imóvel para guardar 'pertences do pai', tratando-se provavelmente de Geddel, cujo pai faleceu em 10 de janeiro de 2016", afirma o juiz no mandado. Procurada, a defesa do ex-ministro ainda não se manifestou.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Dez perguntas e respostas sobre a Coreia do Norte

Kim Jong Un e Donald Trump.jpg
Kim e Trump. O que esperar?
O que a Guerra da Coreia tem a ver com o conflito atual?
A Guerra da Coreia, entre 1950 e 1953, ainda está onipresente na consciência coletiva dos norte-coreanos, sobretudo porque Pyongyang não mede esforços em manter vivas as memórias do conflito. A propaganda da Coreia do Norte contra os EUA é tão eficaz porque as forças aliadas travaram uma guerra tendo pouca consideração pelos civis.
Em apenas três anos de luta, os EUA realizaram bombardeios contínuos contra a Coreia do Norte, matando um quinto de sua população. O comandante das Forças Aliadas, o general americano Douglas MacArthur, sugeriu o uso de "30 a 50 bombas atômicas", o que, na época, foi muito drástico para o então presidente dos EUA, Harry S. Truman.
Tecnicamente, a guerra ainda não acabou, já que nenhum tratado de paz foi assinado. Por outro lado, um cessar-fogo está vigente há 64 anos. A presença de 30 mil soldados americanos na Coreia do Sul e os exercícios militares regulares dos americanos com tropas sul-coreanas deixam os norte-coreanos com uma sensação permanente de ameaça.
Como é a vida das pessoas na Coreia do Norte?
Anos de isolamento prejudicaram seriamente a economia da Coreia do Norte, o que é motivo de sofrimento até hoje para a população. Em meados da década de 1990, o país sofreu com uma fome desvastadora que matou cerca de 300 mil pessoas. A ONU relata que mais de um terço da população está malnutrida e há falta de assistência médica e saneamento básico.
Um clima rigoroso e extremo, com períodos de inundações e secas, dificulta a autossuficiência de produtos agrícolas, o que faz o país depender das importações. No entanto, devido à tensa situação de política externa e sanções rigorosas, a Coreia do Norte tem negócios com poucos parceiros, como China e Irã. Mesmo assim, as organizações internacionais tentam prover ajuda humanitária ao país. Atualmente, a ONG internacional Ação contra a Fome ajuda a Coreia do Norte com mais de dois bilhões de euros.
O regime de Kim Jong-un é realmente irracional?
Não há dúvidas de que Kim Jong-un, de 33 anos, é um déspota que tem como objetivo manter seu poder a qualquer preço na única ditadura comunista familiar do mundo. Mas Kim não deve ser visto como o "louco de Pyongyang". Ao longo dos últimos seis anos, ele pode ter agido de forma imprudente, mas também estratégica. Kim fortaleceu seu poder no Estado, partido e Exército. Rivais potenciais como seu meio-irmão e tio foram eliminados. 
Seus programas nuclear e de mísseis são racionais em relação ao seu principal objetivo de manter o sistema. Kim não precisa de mísseis como armas de ataque. O que ele realmente quer é um efeito de dissuasão perfeito – e dialogar com os EUA em pé de igualdade, de uma potência nuclear para outra.
Como a Coreia do Sul avalia a situação?
A Constituição sul-coreana, de 1987, se compromete com a reunificação pacífica baseada na liberdade e democracia. Mas nem a chamada "Política do Sol" de Kim Dae Jung no início do novo milênio, nem as medidas mais duras de seus predecessores conseguiram alcançar algum sucesso na aproximação entre os dois países.
Após um período de turbulência doméstica, a Coreia do Sul elegeu um novo presidente – Moon Jae-in – em maio de 2017. Ele defende um entendimento com a Coreia do Norte e anunciou manter uma maior distância dos EUA. Até o momento, Pyongyang não respondeu às ofertas de Seul de sentar numa mesa de negociações.
A volátil política dos EUA para a Coreia do Norte é mais um fator que torna difícil o trabalho da Coreia do Sul. Moon parece se preocupar em garantir que seu país não se torne refém político de um conflito internacional.
Como aconteceria um conflito militar?
Por trás de ambas as Coreias altamente armadas estão os antigos aliados da Guerra da Coreia, que são também rivais: a China apoia Pyongyang, enquanto que os EUA apoiam Seul. Um conflito provavelmente envolveria o Japão, Rússia e, por causa da Otan, a Alemanha.
Se uma guerra entre as duas Coreias acontecer, milhões de vidas estariam em perigo imediato sem o uso de armas nucleares. A capital da Coreia do Sul, Seul, com uma população de cerca de 10 milhões de pessoas, fica a apenas 60 quilômetros da fronteira norte-coreana, e está ao alcance de milhares de peças de artilharia de Pyongyang. 
Pyongyang teve décadas para esconder e proteger suas instalações militares. Até mesmo a potência militar americana não seria capaz de eliminar todas as armas a tempo. Além de armas nucleares, Kim também possui toneladas de armas químicas e biológicas. A longo prazo, a Coreia do Norte não conseguiria ganhar uma guerra, mas toda a península coreana seria transformada literalmente em cinzas no caso de um conflito.  
Gráfico
(Fonte: DW)
Como Donald Trump mudou a política dos EUA em relação à Coreia do Norte?
Com a entrada de Trump na Casa Branca, a política dos EUA para a Coreia do Norte sofreu uma reviravolta. Logo no início de seu mandato, o caso do estudante americano Otto Warmbier causou grande preocupação. Após sair de uma prisão norte-coreana, o jovem apresentava sinais de abuso físico e morreu poucos dias depois de chegar aos EUA.
Sobre as mais recentes provocações, Trump reagiu com muita indignação, afirmando que reagiria com "fogo e fúria" caso a Coreia do Norte continuasse com seus testes de mísseis, usando uma retórica semelhante a de Kim Jong-un.
Após os apelos internacionais, ambos os lados atenuaram a retórica. Mas, apenas alguns dias depois, os EUA realizaram suas manobras militares anuais com a Coreia do Sul, apesar dos protestos de Pyangyong.
Por que a China hesita em pressionar a Coreia do Norte?
O Ocidente espera que a China endureça suas sanções contra a Coreia do Norte, especialmente quando se trata de exportações de petróleo. Mas Pequim rejeita e continua exportando petróleo e alimentos para Pyongyang dizendo se tratar de "ajuda humanitária".
Entretanto, Pequim aderiu às sanções previamente estabelecidas pela ONU que impedem a importação de carvão e outros produtos norte-coreanos. No geral, não está claro qual é a influência da China sobre a Coreia do Norte: por várias vezes, Pyongyang realizou testes atômicos, apesar de avisos intensos de Pequim.  
A China teme uma mudança de regime na Coreia do Norte, especialmente se isso levar a uma reunificação com a Coreia do Sul. Isso colocaria a península coreana completamente sob a influência dos EUA, e soldados americanos ficariam estacionados diretamente na fronteira com a China – um pesadelo para a liderança chinesa.
A Rússia é mais do que um observador silencioso?
Moscou afirma que os testes com mísseis balísticos são uma "séria ameaça para o tráfego aéreo e marítimo na região", bem como um perigo para os civis. A Rússia divide uma fronteira de apenas 17 quilômetros com a Coreia do Norte. Por outro lado, os russos também alertam os EUA contra uma ação militar, e querem contribuir com uma solução diplomática para os problemas na península coreana.
O Kremlin ainda é cauteloso sobre sanções à Coreia do Norte, mas em linha com as resoluções da ONU, suspendeu todos os seus projetos econômicos importantes com Pyongyang. No entanto, Moscou está preparada, caso seja necessário, para fortalecer o regime norte-coreano.
No final de agosto, pela primeira vez, uma agência de viagens russa ofereceu passeios na Coreia do Norte. Além disso, um programa matinal da televisão russa mostrou, por uma semana, reportagens que elogiavam a beleza da Coreia do Norte.
O que a ONU faz?
Apenas no ano passado, a ONU apresentou uma estratégia abrangente para sua futura cooperação com a Coreia do Norte nos próximos cinco anos: em estreita colaboração com o governo Kim, a organização gostaria de aproximar o país com seus objetivos de desenvolvimento, e apoiar seu progresso econômico. Desde as provocações mais recentes, a relação entre a ONU e o regime norte-coreano está tensa.
Somente no início de agosto que o Conselho de Segurança concordou com uma resolução da ONU que adota as sanções mais duras fechadas até hoje contra a Coreia do Norte. Por um lado, o país foi proibido de exportar carvão e ferro, mas também peixes e frutos do mar, deixando de vender produtos no valor de cerca de 1 bilhão de dólares. Além disso, várias organizações foram colocadas na lista negra da ONU, incluindo o banco de operações cambiais da Coreia do Norte.
Coreia do Sul
Funcionário do serviço meteorológico sul-coreano vê noticiário que destaca teste de Pyongyang, no sábado 3 (Foto: Jung Yeon-Je / AFP)
A diplomacia ainda pode funcionar?
A diplomacia com a Coreia do Norte é um desafio em si mesma. Nas chamadas "conversas de seis partes", a Coreia do Norte provou ser excepcional em colocar seus parceiros de negociação uns contra os outros para seu próprio proveito. Ao longo de seis anos, Pyongyang manteve conversas sobre seu programa nuclear com China, Rússia, EUA, Coreia do Sul e Japão.
Tendo em vista a situação atual, especialistas discutem sobre um "congelamento duplo": para isso, a Coreia do Norte congelaria seus programas nucleares e de mísseis; e os EUA e Coreia do Sul renunciariam às manobras militares conjuntas. Seul e Washington recusam a proposta.
Pyongyang cobraria um preço alto para interromper seu programa nuclear: negociações bilaterais com os EUA para um tratado de paz que substituiria o acordo de cessar-fogo de 1953. O problema é que a Coreia do Sul teria que reconhecer em sua Constituição um segundo Estado coreano. E, dessa forma, Washington não teria mais legitimidade de estacionar tropas americanas na Coreia do Sul, enfraquecendo seu papel de domínio na região da Ásia-Pacífico.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

O dinheiro do ex-ministro de Michel Temer. Falta dinheiro pra saúde, educação, segurança.


A Polícia Federal encontrou na manhã desta terça-feira (5) um apartamento em Salvador (BA) com milhares de notas de R$ 50 e R$ 100 armazenadas em malas e caixas de papelão. A PF classificou o local como suposto "bunker" de Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), ex-ministro de Michel Temer, para guardar dinheiro em espécie (veja mais imagens da apreensão).
A descoberta foi feita durante a Operação Tesouro Perdido, decorrente da Operação Cui Bono, deflagrada na manhã de hoje para cumprir mandados de busca e apreensão emitidos pela 10ª Vara Federal de Brasília.
Segundo a PF, após investigações decorrentes das últimas fases da Cui Bono, os agentes chegaram "a um endereço em Salvador (BA) que seria, supostamente, utilizado por Geddel Vieira Lima como 'bunker' para armazenar dinheiro em espécie".
"Durante as buscas foi encontrada grande quantia de dinheiro em espécie. Os valores apreendidos serão transportados a um banco onde será contabilizado e depositado em conta judicial", esclareceu a PF em nota.
No despacho do juiz Vallisney de Souza Oliveira, assinado em 30 de agosto, ele informa que o imóvel não pertence a Geddel, mas a pessoas próximas dele, que autorizava o uso (leia o despacho na íntegra).
"Há fundadas razões de que no supracitado imóvel existam elementos probatórios da prática dos crimes relacionados na manipulação de créditos e recursos realizadas na Caixa Econômica Federal, considerando que GEDDEL QUADROS VIEIRA LIMA é um dos envolvidos no referido esquema ilícito e estava fazendo uso velado do aludido apartamento, que não lhe pertence, mas a terceiros, para guardar objetos/documentos (fumus boni iuris), o que, em face das circunstâncias que envolvem os fatos investigados (vultosos valores, delitos de lavagem de dinheiro, corrupção, organização criminosa e participação de agentes públicos influentes e poderosos), precisa ser apurado, com urgência, sob pena de tais elementos permanecerem desconhecidos/escondidos e/ou serem retirados/destruídos (periculum in mora), caso, realmente, digam respeito aos crimes mencionados acima".
Investigação
Geddel Vieira Lima foi ministro da Secretaria de Governo de Temer até ser acusado, pelo ex-ministro da Cultura, Marcelo Calero, de pressioná-lo para liberar um empreendimento imobiliário na Bahia, onde Geddel tem um imóvel e que havia sido barrado pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico Nacional), subordinado ao Ministério da Cultura. A área onde está o imóvel é tombada. Após o caso ser revelado, Geddel pediu demissão, ainda em novembro do ano passado.
Poucas semanas depois, Geddel se tornou um dos investigados na Operação Cui Bono, deflagrada no dia 13 de janeiro, que apura irregularidades cometidas na vice-presidência de Pessoa Jurídica da Caixa Econômica Federal, durante o período em que foi comandada pelo político baiano.
A investigação teve origem na análise de conversas registradas em um aparelho de telefone celular apreendido na casa do então deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
O teor das mensagens indicam que Cunha e Geddel atuavam para garantir a liberação de recursos por vários setores da Caixa Econômica a empresas que, após o recebimento, pagavam vantagens indevidas aos dois e a outros integrantes do esquema, entre eles Fábio Cleto.
Cleto, que ocupou por indicação de Eduardo Cunha a vice-presidência de Fundos de Governo e Loterias, foi quem forneceu as primeiras informações aos investigadores. Em meados do ano passado, ele fechou acordo de colaboração premiada com a Procuradoria Geral da República.
Em 4 de julho, Geddel foi preso sob acusação do MPF (Ministério Público Federal) de estar tentando obstruir as investigações. Nove dias depois, o TRF-1 (Tribunal Regional Federal da 1ª Região) decretou prisão domiciliar a Geddel, mesmo sem a tornozeleira elotrônica
Além de Geddel, há outros quatro presos preventivos no âmbito das investigações da Operação Sépsis Cui Bono. Já estão detidos os ex-presidentes da Câmara, Eduardo Cunha e Henrique Eduardo Alves, o doleiro Lúcio Funaro e André Luiz de Souza, todos apontados como integrantes da organização criminosa que agiu dentro da Caixa Econômica Federal.
No caso de Cunha, Alves e Funaro, já existe uma ação penal em andamento. Os três são réus no processo que apurou o pagamento de propina em decorrência da liberação de recursos do FI-FGTS para a construção do Porto Maravilha, no Rio de Janeiro. Além deles, respondem à ação, Alexandre Margoto e Fábio Cleto.
HISTÓRICO - Geddel foi ministro da Integração Nacional do governo Lula, entre 2007 e 2010, depois de ter sido crítico ferrenho do primeiro mandato do petista e defensor do governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB). No ministério, encampou a transposição do Rio São Francisco, que prometeu efetivar em seu mandato.
 R7/G1.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

9 coisas que você provavelmente não sabia que foram inventadas ou descobertas por mulheres

Grace Hopper e um computador
Image captionGrace Hopper popularizou o termo "debug" ao descrever um erro de sistema após encontrar um pequeno inseto nas conexões do seu computador | Ilustração: Hannah Eachus
Se pedirem para você citar inventores importantes, nomes como Thomas Edison, Alexander Graham Bell e Leonardo da Vinci provavelmente virão à sua mente.
Mas e Mary Anderson? E Ann Tsukamoto? Já ouviu falar delas?
Talvez não, mas certamente conhece seus feitos: Anderson patenteou o limpador de para-brisa controlado pelo lado interno do veículo; Tsukamoto desenvolveu um processo para isolar células-tronco humanas.
A série da BBC "100 Mulheres", dedicada a histórias nas quais as personagens femininas são as protagonistas, lançou um desafio. A ideia é incentivar mulheres de todo o mundo a criar inovações para alguns dos maiores problemas que enfrentam.
Para quem busca uma inspiração, listamos nove mulheres e suas invenções:

1. Softwares de computadores - Grace Hopper

Depois de entrar na Marinha dos EUA, ainda durante a Segunda Guerra Mundial, a almirante Grace Hopper foi destacada para trabalhar num novo computador chamado Mark 1.
Pouco depois, ela já estava na linha de frente da programação de computadores.
Em 1952, ela criou o primeiro compilador, para traduzir um comando textual para uma linguagem em códigos a serem lidos pelo computador. Isso fez com que a programação fosse mais rápida e acabou revolucionando a forma como esses sistemas funcionam.
Hopper também popularizou o termo "debugging", usado para até hoje para descrever o processo que evita e reduz defeitos de softwares, depois que um inseto foi tirado de dentro da máquina dela.
A "Incrível Grace", como ela era conhecida, continuou trabalhando com computadores até se aposentar como a mais velha oficial da Marinha, aos 79 anos.
Ilustração de Shirley Jackson e um celular
Image captionShirley Ann Jackson, a primeira negra dos EUA a cursar um doutorado no MIT | Crédito: Hannah Eachus

2. Identificador de chamadas e chamada em espera - Shirley Ann Jackson

Shirley Ann Jackson é uma física cuja pesquisa, nos anos 1970, a levou a criar o identificador de chamadas e a chamada em espera.
As invenções de Jackson no campo das telecomunicações também permitiram que outros inventassem o fax portátil, cabos de fibra ótica e células solares.
Ela foi a primeira mulher negra americana a ganhar o título de doutora pelo MIT, sigla em inglês para o renomado Instituto de Tecnologia de Massachusetts.
Mary Anderson e para-brisas
Image captionAs empresas de veículos desdenharam da descoberta de Mary Anderson por achar que iria distrair os motoristas | Ilustração: Hannah Eachus

3. Limpador de para-brisas - Mary Anderson

Em um dia de inverno, em 1903, Mary Anderson visitava Nova York quando percebeu que o motorista era forçado a abrir as janelas do carro toda vez que precisava limpar a neve do vidro da frente.
E, toda vez que isso acontecia, os passageiros ficavam com frio. Anderson pensou numa solução: uma lâmina de borracha que poderia ser acionada de dentro do carro. Em 1903 ela patenteou o equipamento.
A invenção, contudo, não agradou as montadoras, que acreditavam que o para-brisa iria distrair os motoristas. Anderson nunca lucrou com sua criação, nem mesmo quando os limpadores se tornaram padrão nos veículos.

4. Bateria de longa duração - Olga D. Gonzalez-Sanabria

Pode até ser que a descoberta de Olga D. Gonzalez-Sanabria não seja a mais empolgante desta lista, mas as baterias de níquel e hidrogênio com longa duração são tão importantes que ajudaram a manter ligada a Estação Espacial Internacional.
A porto-riquenha desenvolveu essa tecnologia em 1980. Atualmente, é diretora de engenharia de um dos centros de pesquisa da Nasa em Ohio, nos EUA.

5. Lava-louças - Josephine Cochrane

Josephine Cochrane queria uma máquina que lavasse pratos mais rápido que seus empregados - e que não os quebrassem.
Criou, assim, uma máquina cujo motor fazia uma roda girar dentro de uma caldeira de cobre e usava a pressão da água.
Mas o que motivou Cochrane a patentear a invenção em 1886 e a abrir sua própria fábrica de produção foram as dívidas deixadas pelo marido, que era alcoólatra.
Marie Van Brittan Brown e câmeras de segurançaDireito de imagemHANNAH EACHUS
Image captionA enfermeira Marie Van Brittan Brown criou um complexo sistema para monitorar quem batesse a sua porta | Ilustração: Hannah Eachus

6. Sistema de segurança doméstico - Marie Van Brittan Brown

A enfermeira, que passava boa parte do dia sozinha em casa, teve uma ideia para se sentir mais segura. Foi então que, em parceria com o marido, Marie Van Brittan Brown desenvolveu o primeira sistema de segurança doméstico.
O equipamento era complicado: uma câmera conectada a um motor se movia para cima e para baixo na porta para registrar imagens por meio de um olho mágico. O monitor, no quarto do casal, estava equipado com um alarme.
Ann Tsukamoto e uma pipeta
Image captionO trabalho científico de Ann Tsukamoto já levou a grandes avanços na medicina | Ilustração: Hannah Eachus

7. Isolamento de células-tronco - Ann Tsukamoto

A patente do isolamento de células-tronco de humanos foi concedida em 1991 e, desde então, o trabalho de Ann Tsukamoto já levou a grandes avanços.
A descoberta tem ajudado a compreender o sistema sanguíneo de pacientes com câncer, o que faz aumentar as esperanças de se descobrir a cura da doença.
Atualmente, Tsukamoto tem conduzido mais pesquisas sobre o crescimento de células-tronco e é cotitular da patente em sete outras invenções.

8. Fibra Kevlar - Stephanie Kwolek

A química Stephanie Kwolek criou uma fibra leve usada em coletes à prova de balas e armaduras corporais.
Desde a sua descoberta, em 1965, o material, que é cinco vezes mais forte que o aço, já salvou milhões de vidas e é usado por milhões de pessoas todos os dias.
É possível encontrar a fibra em produtos que vão desde luvas domésticas a celulares, aviões e pontes suspensas.

9. Monopoly - Elizabeth Magie

A criação de um dos jogos de tabuleiro mais populares da história já foi atribuída a um homem chamado Charles Darrow. Mas as regras do Monopoly, lançado no Brasil como Banco Imobiliário, foram na verdade inventadas por Elizabeth Magie.
O objetivo de Magie era demonstrar a acumulação de riqueza com um jogo inovador, no qual os jogadores trocaram dinheiro e propriedade falsos. Ela patenteou em 1904 o "Landlord's Game" ("O jogo do proprietário", em tradução livre).
A versão que conhecemos hoje foi lançada em 1935 pela empresa Parker Brothers. Ao descobrir que Darrow não era o único criador, a companhia comprou a patente de Magie por apenas US$ 500.
BBC
Professor Edgar Bom Jardim - PE

A morte de Rogéria


A atriz Rogéria morreu por volta das 21h desta segunda-feira (4), aos 74 anos. Ela estava internada em um hospital na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro.

A informação por confirmada por sua amiga há mais de 50 anos. "Fiquei sem ação. Estou em estado de nervo. Uma amizade de 50 anos", disse Eloisa dos Leopardos, que contracenou com Rogéria, nascida Astolfo Barroso Pinto, no documentário "Divinas Divas".

No início de julho, Rogéria foi internada na UTI da clínica Pinheiro Machado, em Laranjeiras, com uma infecção urinária. Após sofrer uma crise convulsão, seu estado de saúde piorou e continuou internada por duas semanas, respirando com a ajuda de aparelhos.
Rogéria voltou algumas vezes ao hospital, ao qual seu empresário, Alexandro Haddad, afirmou que estava dando continuidade às sessões de fisioterapia.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

A verdadeira beleza do desfile da Semana da Pátria em Umari. Veja fotos em LEIA MAIS

O momento mais emocionante do desfile da Semana da Pátria, neste domingo 03 de setembro 2017. A apresentação do balé infantil coordenado pela professora Yonne Lopes foi o alvo das atenções do público. Veja outros destaques






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