Imagens de Mossul após retomada da cidade das mãos do Estado Islâmico revelam alto custo humano
"Trabalhei em áreas de conflito durante 25 anos, na Bósnia, Kosovo, Chechênia e nunca me deparei com algo tão devastador quanto aqui. Ou pior."
É assim que Sally Becker, diretora da ONG britânica Road to Peace, descreve sua experiência na cidade iraquiana de Mossul, especialmente em referência à situação das crianças.
Mossul, a segunda maior cidade do Iraque, foi liberada há poucos dias do domínio dos combatentes do autodeclarado Estado Islâmico (EI).
Por mais de três anos, a cidade esteve sob controle do grupo extremista.
Direito de imagemAFPImage captionOfensiva para retomar controle de Mossul durou nove meses e deixou rastro de destruição
A vitória foi anunciada pelo primeiro-ministro do Iraque, Haider al Abadi, na última segunda-feira. Mas, por trás das comemorações, há uma enorme crise humanitária que começa a ser revelada.
"É a pior batalha que vi, a pior devastação e o pior estado humanitário, porque estão sozinhos e doentes", diz à BBC Sally Becker, que esteve durante os últimos meses em Mossul.
"Estão traumatizadas. Estão sofrendo os efeitos de viver sem comida e água; estão vivendo como ratos", acrescenta ela, em alusão às crianças que encontrou na cidade iraquiana.
Direito de imagemGETTY IMAGESImage captionSituação humanitária em Mossul começa a se revelar após expulsão do Estado Islâmico
'Traumatizados'
Do minarete da Grande Mesquita de Al Nuri, hoje reduzido a ruínas, o líder do EI, Abu Bakr al-Baghdadi proclamou, em junho de 2014, a instauração de um califado nos territórios do Iraque e da Síria.
A cidade de Mossul tornou-se o bastião do EI no Iraque, onde o grupo impôs um rígido código a todos os seus habitantes de acordo com sua visão da lei islâmica.
Antes da chegada do grupo extremista, viviam ali cerca de 2 milhões de pessoas, mas milhares morreram desde então e outras 920 mil ficaram desabrigadas.
Direito de imagemGETTY IMAGESImage captionMilhares de crianças sofrem com destruição em Mossul
Nos últimos nove meses, as forças iraquianas realizaram uma grande ofensiva com apoio de militantes curdos e de uma coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos, até que conseguiram recuperar o controle de Mossul.
"Viveram três anos sob o controle do EI e isso se reflete em seus rostos, em seus olhos, em suas roupas, na maneira como andam, em tudo", enumera Becker.
Desde março deste ano, funcionários da ONG instalaram centros médicos temporários para tentar aliviar o sofrimento de milhares de pessoas, mas os esforços não bastaram.
"Eles têm sofrido tanto que nem sentem mais. Estão tão traumatizados que já não pensam, seguem adiante com o olhar perdido. É entristecedor", avalia Becker.
"Já tive crianças em ambulâncias enquanto suas mães gritavam na parte de trás com suas pernas baleadas", completa.
Mais de 920 mil pessoas tiveram que fugir de Mossul em meio aos confrontos entre o Estado Islâmico e as forças iraquianas.
"As crianças sofrem de desnutrição na etapa mais importante para seu futuro", diz Becker.
Direito de imagemGETTY IMAGESImage captionMais de 920 mil pessoas fugiram de Mossul em meio a confrontos entre o Estado Islâmico e as forças iraquianas
Liberação
Enquanto Mossul era liberada, ainda se escutavam disparos.
Tratava-se dos "últimos focos de resistência" do EI na cidade, segundo afirmou à BBC o coronel iraquiano Jabbar Abad.
As tropas de Abad estavam ajudando civis, em sua maioria mulheres e crianças, a escapar até um local seguro.
"Eles tinham o olhar perdido", recorda Beale.
"As crianças nem sequer se moveram quando ouviram os disparos. Uma mulher mais velha estava tão ausente que apenas podia caminhar. Alguns dos bebês que elas carregavam pareciam não ter vida", acrescenta.
Direito de imagemGETTY IMAGESImage captionRetomada de controle de Mossul foi anunciada na última segunda-feira
'Situação extrema'
Foi há algumas semanas, contudo, que Sally Becker e sua equipe passaram por uma situação extrema, quando tentavam ajudar civis em Mossul.
Ela diz que os dez dias antes da liberação da cidade "foram horríveis" pelo medo de franco-atiradores, carros-bomba, suicidas e até os ataques químicos.
"Mas isso não foi nada comparado com o que eles têm vivido durante meses e anos", assinala.
Os feridos estavam presos nas zonas da cidade velha de Mossul nas quais ninguém, nem os militares, queriam entrar.
Em determinada ocasião, Becker decidiu se aventurar em uma dessas áreas: "Não podia acreditar no que via", diz.
"O lugar inteiro estava destruído. E entre os escombros havia pessoas feridas", lembra.
A ofensiva para recuperar Mossul durou nove meses, o que causou danos significativos à histórica cidade do Iraque.
No caminho, Becker e sua equipe encontraram 12 meninos feridos, dos quais seis conseguiram levar ao centro de cuidados instalado em uma zona segura de Mossul.
Direito de imagemGETTY IMAGESImage captionCentros médicos temporários foram montados em Mossul para prestar primeiros socorros
E, apesar do grande risco, decidiram voltar e resgatar as outras crianças.
O EI pode ter sido expulso de Mossul, mas o panorama na cidade continua desolador.
Segundo a ONU, 5 mil casas estão danificadas e 490 destruídas.
Entre os escombros, equipes de resgate buscam cadáveres; o calor de até 45 graus durante o dia "aumenta o cheiro dos corpos em decomposição", dizem relatos locais.
Direito de imagemGETTY IMAGESImage captionOfensiva para recuperar Mossul, com tropas iraquianas, curdas e apoio dos EUA, durou nove meses
A coordenadora humanitária da ONU no Iraque, Lise Grande, diz ser um "alívio" que a batalha por Mossul tenha terminado, "mas a crise humanitária ainda não cessou".
"Muitas pessoas que fugiram perderam tudo. Precisam de abrigo, comida, cuidados médicos, água e equipes de emergência. Os níveis de trauma que estamos vivendo são os mais altos. O que as pessoas vêm passando é quase inimaginável", conclui.
O bloco gigante de gelo tem 6 mil km², uma área maior que a do Distrito Federal. O novo iceberg provavelmente está no top 10 dos maiores já registrados por um satélite.
Um satélite americano observou o iceberg na quarta-feira enquanto passava por uma região chamada de plataforma de gelo Larsen C, na Antártida.
Os cientistas já esperavam pelo acontecimento, já que eles monitoravam o avanço de uma enorme fenda na plataforma há mais de uma década.
Em maio, os satélites Sentinel-1 da União Europeia haviam registrado uma curva na fenda da Larsen C, indicando uma possível mudança de direção.
Agora que se desprendeu, o enorme bloco deve se afastar gradualmente da plataforma de gelo.
"Isso não deve acontecer rapidamente porque o Mar de Wedell é repleto de gelo, mas tenho certeza de que será mais rápido do que todo o processo de ruptura dos últimos meses. Tudo dependerá das correntes e dos ventos", explica Adrian Luckman, professor da Universidade de Swansea, no Reino Unido.
A Larsen C é a maior plataforma de gelo no norte da Antártida. As plataformas de gelo são as porções da Antártida onde a camada de gelo está sobre o oceano e não sobre a terra.
Segundo cientistas, o descolamento do iceberg pode deixar toda a plataforma Larsen C vulnerável a uma ruptura futura.
A plataforma tem espessura de 350 m e está localizada na ponta oeste da Antártida.
Os pesquisadores vinham acompanhando a rachadura na Larsen C há muitos anos. Recentemente, porém, eles passaram a observá-la mais atentamente por causa de rupturas das plataformas de gelo Larsen A, em 1995, e Larsen B, em 2002.
No ano passado, cientistas afirmaram que a rachadura na Larsen C estava aumentando rapidamente.
Mas, em dezembro, o ritmo aumentou a patamares nunca antes vistos, avançando 18 km em duas semanas.
Direito de imagemCOPERNICUS/SENTINEL DATAImage captionOs cientistas querem entender por que várias fendas não se descolam da plataforma
Aquecimento global
Os cientistas dizem, no entanto, que o fenômeno é geográfico e não climático. A rachadura existe por décadas, mas cresceu durante um período específico.
Eles acreditam que o aquecimento global tenha antecipado a provável ruptura do iceberg, mas não têm evidências suficientes para embasar essa teoria.
No entanto, os cientistas permanecem preocupados sobre o impacto do descolamento desse iceberg do restante da plataforma de gelo, já que a ruptura da Larsen B, em 2002, ocorreu de forma muito semelhante.
Como vai flutuar sob temperatura constante, o iceberg não aumentará o nível dos mares.
Mas novas rupturas na plataforma podem acabar dando origem a geleiras que se desprenderiam em direção ao oceano. Uma vez que esse gelo derrete, afeta o nível dos mares.
Segundo estimativas, se todo o gelo da Larsen C derreter, o nível dos mares aumentaria cerca de 10 cm.
Há poucas certezas absolutas, contudo, sobre uma mudança iminente no contorno da Antártida. Fonte:BBC
Direito de imagemAGÊNCIA SENADOImage captionSessão que votou a reforma trabalhista no Senado nesta terça-feira
Em mais uma evidência do caos político que o país atravessa, a reforma trabalhista foi aprovada pelo Senado em uma sessão marcada por bate-boca, gritaria e protesto de senadoras de oposição, que por mais de 6 horas ocuparam a mesa diretora da Casa, atrasando a apreciação da matéria.
Ao final, por 50 votos a favor e 26 contra, o governo de Michel Temer conseguiu a aprovação de texto idêntico ao que já havia passado na Câmara, evitando assim que a proposta tivesse que passar por novo crivo dos deputados. Os senadores rejeitaram três destaques e o texto segue agora para sanção do presidente.
Para o Planalto, isso era fundamental para demonstrar força e ganhar fôlego em outra batalha: tentar impedir que a Câmara autorize o Supremo Tribunal Federal a julgar o presidente, alvo de uma denúncia da Procuradoria-Geral da República por corrupção passiva.
A reforma aprovada é considerada fundamental pelo governo para "flexibilizar e modernizar" as leis trabalhistas, com objetivo de incentivar a criação de empregos. Críticos das mudanças dizem que ela precariza as condições de trabalho e não vai gerar novas vagas, já que isso dependeria na verdade de aumentos dos investimentos e consumo.
Com a aprovação no Senado, resta apenas que Temer sancione a reforma para que ela entre em vigor. O presidente, porém, prometeu vetar pontos polêmicos da nova legislação ou alterá-los por meio de medidas provisórias (propostas de lei que entram em vigor imediatamente, mas dependem depois de aprovação do Congresso para continuarem valendo). O compromisso foi feito justamente para evitar que os senadores aprovassem alterações no texto, provocando o retorno do texto à Câmara.
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, porém, disse nas redes sociais que vai barrar qualquer medida provisória que Temer enviar ao Congresso para aterar a nova legislação trabalhista.
Um dos pontos que Temer prometeu alterar é a flexibilização para que mulheres grávidas possam trabalhar em lugares insalubres. Derrubar essa mudança no Senado foi a principal reivindicação das sete senadoras que ocuparam a mesa diretora - Gleisi Hoffmann (PT-PR), Fátima Bezerra (PT-RN), Ângela Portela (PT-ES), Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), Lídice de Mata (PSB-BA), Regina Sousa (PT-PI) e Kátia Abreu (PMDB-TO).
O presidente do Senado, Eunício Oliveira, chamou o protesto das senadoras de "ditadura", ao impedir o funcionamento da Casa, e chegou a mandar apagar as luzes do plenário.
O projeto de lei aprovado, bem mais amplo que a proposta originalmente encaminhada pelo governo em dezembro, altera mais de cem pontos da CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas).
Confira abaixo alguns destaques da reforma que segue para sanção de Temer.
Acordos no lugar da lei
A reforma aprovada no Congresso prevê que alguns parâmetros da relação trabalhista possam ser negociados diretamente entre empresas e trabalhadores em acordos que prevalecerão sobre a lei.
Atualmente, muitos acordos entre trabalhadores e empregados têm sido anulados na Justiça do Trabalho, o que gera insegurança jurídica, segundo o governo. A reforma quer restringir a interferência do judiciário apenas a aspectos formais desses acordos, impedindo os magistrados de analisar se seu conteúdo está bem equilibrado entre as duas partes.
Críticos dessa mudança dizem que a reforma não traz medidas para fortalecer os sindicatos, o que deixará os trabalhadores como elo mais fraco na negociação dos acordos.
Entre os pontos que poderão ser negociados, caso a reforma entre em vigor, está a possibilidade de reduzir o intervalo mínimo de descanso e alimentação de uma hora para meia hora no caso de jornadas de mais de seis horas.
Outra possibilidade será a de combinar a divisão dos 30 dias de férias em até três períodos, bem como troca de dias de feriado.
Se a nova legislação entrar em vigor, será possível ainda que empregados e trabalhadores negociem diretamente plano de cargos e salários e o pagamento de participação dos lucros.
Nesse caso, também poderá ser alvo de acordo a prorrogação de jornada em ambientes insalubres, sem licença prévia das autoridades competentes do Ministério do Trabalho.
A proposta também permite acordar jornadas de até 12 horas de trabalho seguidas de 36 horas de descanso - esse é um dos pontos que Temer indicou que vai alterar, para que a jornada só possa ser fixada em acordo coletivo (não em acordos individuais).
Mudanças e inovações nos contratos de trabalho
A reforma cria um tipo de contrato novo no Brasil: o trabalho intermitente, conhecido no exterior como "zero hora". Nesse caso, o trabalhador é convocado sob demanda, com antecedência mínima de três dias, e recebe por hora trabalhada, não tendo garantia de uma jornada mínima.
A mudança não estava na versão do governo e foi incluída pelo relator da reforma na Câmara, deputado Rogério Marinho (PSDB-RN). Segundo ele, esse regime possibilitará a formalização de trabalhadores que hoje trabalham sem contratos, por exemplo no setor de serviços (bares, festas, etc).
Direito de imagemGETTY IMAGESImage captionPropostas de reforma trabalhista e da terceirização provocaram protestos e ainda levantam muitas dúvidas entre trabalhadores
"A expansão da variedade de contratos para incluir o 'zero hora' no Reino Unido tem tido impactos negativos diminuindo a renda do trabalhador, assim como na produtividade, o que é potencialmente ruim para a economia", disse à BBC Brasil o professor do departamento de Direito de Cambridge Simon Deakin, especialista no impacto de leis trabalhistas sobre emprego e renda.
Temer indicou que editará uma medida provisória dando mais salvaguardas aos trabalhadores nesse tipo de contrato, como fixar uma quarentena de 18 meses para evitar o risco de migração de contratos por tempo indeterminado para contrato intermitente.
A proposta aprovada também prevê a regulamentação do teletrabalho (trabalho à distância). O contrato deverá especificar quais atividades poderão ser feitas de casa, assim como definir como se dará a e manutenção de equipamentos para uso do empregado no home office. O controle do trabalho será feito por tarefa.
Segundo Marinho, "o teletrabalho proporciona redução nos custos da empresa e maior flexibilidade do empregado para gerenciar o seu tempo", além de contribuir para reduzir o congestionamento nas cidades.
A reforma também prevê que trabalhadores autônomos que trabalhem com exclusividade para um empregador não possam ser considerados empregados da empresa. Hoje, é comum que trabalhadores peçam na Justiça o reconhecimento do vínculo empregatício nesses casos. O governo se comprometeu em editar uma medida provisória prevendo que o contrato do trabalhador autônomo não poderá prever nenhum tipo de cláusula de exclusividade, sob pena de configuração de vínculo empregatício.
Já o contrato de jornada parcial, que hoje é limitado a 25 horas semanais sem possibilidade de horas extras, poderá ter dois novos formatos, se a reforma entrar em vigor: duração máxima de 30 horas semanais sem horas extras ou 26 horas, mas com possibilidade de mais 6. O argumento é que a mudança dessas regras favorece a contratação formal de jovens, idosos e mães.
A ampliação da duração máxima do contrato temporário, prevista na proposta de reforma enviada ao Congresso em dezembro, acabou sendo aprovada já na nova lei da terceirização, de março deste ano, passando de seis meses para nove meses.
O contrato com duração determinada serve a atividades sazonais, que não exigem contrato permanente, ou à substituição de trabalhadores em licença. Críticos da extensão consideram que nove meses é uma duração exagerada para atender a essas finalidades e temem que empresas optem por contratar mais temporários em vez de servidores permanentes.
Fim do imposto sindical
A reforma também prevê o fim do imposto sindical obrigatório - pela lei atual, o valor equivalente à remuneração de um dia de trabalho, descontado uma vez ao ano. Segundo o relator, a medida visa acabar com sindicatos de "fachada e pelegos".
Direito de imagemGETTY IMAGESImage captionTerminal de ônibus ficou inoperante durante greve de trabalhadores contra reformas do governo
Opositores da mudança, porém, argumentam que a retirada da contribuição precisa ser gradual, para permitir a adaptação dos sindicatos, ou que seja criada outra fonte de recursos. O governo sinalizou que vai adotar a proposta de extinção gradativa.
O imposto sindical obrigatório cobrado de empresas e trabalhadores somou R$ 3,9 bilhões em 2016, que foram distribuídos para cerca de 11 mil sindicatos de empregados e 5 mil patronais.
Ações judiciais
A reforma também traz mudanças nas ações trabalhistas. O projeto de lei prevê, por exemplo, que o trabalhador será obrigado a comparecer às audiências na Justiça do Trabalho (hoje pode faltar a três) e arcar com todas as custas do processo, caso perca a ação - hoje, ele não pagava os advogados contratados pela parte contrária. Além disso, o advogado do empregado terá que definir exatamente o que está pedindo (valor da causa).
Quem agir de má-fé no processo - alterar a verdade dos fatos ou gerar resistência injustificada ao andamento do processo, por exemplo - poderá ser punido com multa de 1% a 10% da causa, além de indenização para a parte contrária.
"Pretende-se com as alterações sugeridas inibir a propositura de demandas baseadas em direitos ou fatos inexistentes. Da redução do abuso do direito de litigar advirá a garantia de maior celeridade nos casos em que efetivamente a intervenção do Judiciário se faz necessária, além da imediata redução de custos vinculados à Justiça do Trabalho", escreveu o deputado Marinho em seu relatório.
Grávidas
A reforma flexibiliza a possibilidade de trabalho de grávidas em locais insalubres - hoje isso é proibido e a empresa precisa realocar a funcionária.
Pelo projeto de lei, gestantes ficam proibidas trabalhar em locais com nível máximo de insalubridade, mas poderão atuar em locais com nível médio e baixo, a não ser que apresentem atestado médico. O governo se comprometeu a inverter o princípio, para que o trabalho seja permitido nessas condições caso a trabalhadora apresente atestado médico autorizando.
Além disso, a reforma também prevê que mulheres demitidas terão prazo máximo de 30 dias após o desligamento para informar a empresa caso estejam grávidas. Hoje não há prazo.
Terceirização
Lei sancionada em março pelo presidente Michel Temer ampliou a possibilidade de terceirização para qualquer atividade exercida pelas empresas.
A reforma trabalhista estabelece salvaguardas para o trabalhador terceirizado, como uma quarentena para impedir que a empresa demita o empregado efetivo para recontratá-lo como terceirizado - isso só poderá ser feito após 18 meses da demissão, segundo a proposta.
O texto prevê também que o terceirizado deve ter as mesmas condições de trabalho dos empregados efetivos, como atendimento em ambulatório, alimentação, segurança, transporte, capacitação e qualidade de equipamentos.
Tempo de deslocamento
O tempo gasto pelo empregado entre sua casa e a empresa não contará mais como tempo de trabalho. A legislação anterior contabiliza como jornada a ser remunerada o deslocamento fornecido pelo empregador para locais de difícil acesso ou não servido por transporte público. Segundo Rogério Marinho, isso desestimula as empresas a fornecerem transporte para seus funcionários.
Mariana Schreiber - @marischreiberDa BBC Brasil em Brasília
Nas primeiras horas da manhã desta terça-feira, 11 de julho 2017, ladrões subiram pelo telhado e invadiram a loja de produtos fotográficos do Senhor Romildo Melo, conhecido por Nego do Foto, no centro de Bom Jardim. Mais um roubo para as estatísticas da criminalidade. Prejuízos para o comércio local. Depreciação da imagem e da paz social do município. Vergonha para familiares dos delinquentes. Desafio a ser superado pela comunidade para que possamos ter paz social.
Mais investidas dos "ninjas" tem sido frequente no comércio local. Quase toda noite o fato se repete. As autoridades precisam fazer algo para tragédias não se cristalizem. Os prejuízos são enormes para os empreendedores locais e toda sociedade. Bom Jardim tem sido destaque no noticiário policial da região. É grave tudo que vem acontecendo. É preciso uma ação firme das autoridades, das famílias e de toda sociedade.
Romildo, relatou que levaram a importância de R$3.000,00(três mil) reais em espécie que estava em uma gaveta. No início da manhã prestou queixa na delegacia de polícia local. "Estou triste com o que vem acontecendo com a loja, foi assaltada três vezes em menos de um ano... Todos sabem que o comércio local tem sido muito afetado pela crise econômica", concluiu.
Fotos:Romildo Melo.
Professor Edgar Bom Jardim - PE
Marco do Artesanato, participa de mais uma edição da FENEARTE. Dessa vez o grupo de artesãos do município não contou com o stand patrocinado pelo governo municipal. O mais conhecido artesão de Bom Jardim, participa da maior feira do artesanato do continente pelo PAB (Programa do Artesanato Brasileiro). A situação não é inédita na vida do artesão. Também não se pode dizer que o artista é um coitado. Fato é que no período 2014 a 2016 mais de uma dezena de artesãos tiveram o apoio estrutural da gestão passada para expor, vender seus produtos e representar nossa cultura.
ANTES - O artesão bonjardinense, por exemplo, recebeu atenção, apoio, formação e patrocínio para participar da FENEARTE e de diversos outros eventos como feiras que ocorreram em Orobó, João Alfredo, Surubim, Carpina, Tracunhaém, Timbaúba, Recife em eventos como Feira dos Municípios, Feira Internacional de Turismo. Também foi criado o Ponto de Cultura Casa do Artesanato e a Feira Cultural no município de Bom Jardim PE nesse período. O prefeito extinguiu políticas públicas implantadas pela Secretaria de Turismo, Cultura e Esportes, um verdadeiro atraso para sustentabilidade cultural da região.
Na atual gestão da Era João Lira (PSD), estamos vivendo a decadência cultural de Bom Jardim. Durante o período das eleições o candidato, João Lira, não informou a população, aos eleitores que iria acabar com as políticas públicas de cultura implantadas na gestão passada. Um verdadeiro retrocesso para sustentabilidade cultural da região.
Fotos: Maria José Arruda
Professor Edgar Bom Jardim - PE
A reunião de 15 integrantes da cúpula do PSDB na noite desta segunda-feira (10) no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo de São Paulo, na Zona Sul da cidade, durou pouco mais de 4 horas, terminando no início da madrugada desta terça (11). As lideranças discutiram a manutenção ou não de apoio ao governo de Michel Temer (PMDB) e também a direção do partido na questão da denúncia por corrupção passiva contra o presidente.
Os caciques tucanos, porém, adiaram a definição sobre o desembarque do governo. Nova reuniões devem ser marcadas para esta terça ou para quarta-feira (12).
O presidente interino do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), admitiu, ao deixar o local, que o partido está desembarcando do governo Temer. “O que eu tenho dito não é consenso, mas o que eu estou observando é que o partido por si mesmo está desembarcando independentemente do meu controle e da minha vontade”, afirmou, ao deixar o Palácio dos Bandeirantes.
Ele antecipou também que o partido deverá fazer uma renovação total de seus quadros em agosto, durante convenção para a eleição da Executiva.
Encontro
A reunião acontece após o presidente ter sido denunciado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pelo crime de corrupção passiva, e o deputado Sérgio Zveiter (PMDB-RJ), relator da denúncia contra Temer na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) na Câmara, dar parecer favorável ao prosseguimento do caso.
O Palácio dos Bandeirantes é a residência oficial do governador de São Paulo e o encontro teria sido articulado por Geraldo Alckmin. A assessoria do PSDB estadual disse que o evento não é institucional.
Tasso afirmou que o partido não definiu uma posição quanto à denúncia contra Temer na CCJ.
O líder da bancada na Câmara, deputado Ricardo Tripoli (SP), disse que, na CCJ, o partido deverá votar pela admissibilidade da denúncia, com 5 votos a favor e 2 contrários. “Por maioria, deve votar pela admissibilidade. A bancada deve votar por 5 a 2 pelo acolhimento da denúncia do procurador”, disse.
Participaram também da reunião de caciques tucanos, entre outros, os governadores Marconi Perillo (GO), Reinaldo Azambuja (MS), Pedro Taques (MT) e Geraldo Alckmin (SP); os senadores Aécio Neves (MG), José Serra (SP), Paulo Bauer (SC) e Cássio Cunha Lima (PB); o ex-senador José Aníbal (SP); o prefeito de São Paulo, João Doria, e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
Desembarcar do governo Temer significaria entregar os cargos em quatro ministérios comandados por tucanos: Aloysio Nunes, ministro de Relações Exteriores; Bruno Araújo, ministro de Cidades; Antonio Imbassahy, ministro da Secretaria de Governo; e Luislinda Valois, ministra dos Direitos Humanos.
Alckmin
Durante inauguração de delegacia em Pindamonhangaba, no interior de São Paulo, nesta segunda, Alckmin comentou o encontro. "A reunião não é para decidir se deixa ou não o governo. Isso só quem pode fazer é a Executiva do partido. É uma reunião de conversa, conversa entre a direção partidária, governadores, líderes. Não será tomada nenhuma decisão. É apenas uma avaliação", disse.
Com informações do G1
Professor Edgar Bom Jardim - PE