quarta-feira, 10 de maio de 2017

O nazismo era um movimento de esquerda ou de direita?



Himmler e Hitler inspecionam soldados da SSDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionEm meio a crise econômica e política na Alemanha, nazismo trazia ideia de "revolução social". mas só para os "arianos"

"Cara, cai na real! Ser de esquerda é ser a favor de milhares de mortes causadas pelo comunismo e nazismo no mundo. Reflita!", diz uma mensagem de janeiro no Twitter. "O socialismo/comunismo é uma ideologia de esquerda irmã do nazismo", diz outra do final de abril. Outro participante da rede social pergunta: "Quantas pessoas será que estão em grupos de libertários no Facebook discutindo se nazismo é esquerda ou direita neste exato momento?".
A discussão sobre se o movimento nazista alemão - cujo governo matou milhões de pessoas e levou à Segunda Guerra Mundial - teria as mesmas origens do marxismo ferve nas redes sociais há alguns meses, com a crescente polarização do debate político no Brasil.
Mas historiadores entrevistados pela BBC Brasil esclarecem o que dizem ser uma "confusão de conceitos" que alimenta a discussão - e explicam que, na verdade, o movimento se apresentava como uma "terceira via".
"Tanto o nazismo alemão quanto o fascismo italiano surgem após a Primeira Guerra Mundial, contra o socialismo marxista - que tinha sido vitorioso na Rússia na revolução de outubro de 1917 -, mas também contra o capitalismo liberal que existia na época. É por isso que existe essa confusão", afirma Denise Rollemberg, professora de História Contemporânea da Universidade Federal Fluminense (UFF).
"Não era que o nazismo fosse à esquerda, mas tinha um ponto de vista crítico em relação ao capitalismo que era comum à crítica que o socialismo marxista fazia também. O que o nazismo falava é que eles queriam fazer um tipo de socialismo, mas que fosse nacionalista, para a Alemanha. Sem a perspectiva de unir revoluções no mundo inteiro, que o marxismo tinha."
O projeto do movimento nazista, segundo Rollemberg, previa uma "revolução social para os alemães", diferentemente do projeto dos partidos de direita da época, "que vinham de uma cultura política do século 19, de exclusão completa e falta de diálogo com as massas".
Mesmo assim, ela diz, seria complicado classificá-lo no espectro político atual. "Eles rejeitavam o que era a direita tradicional da época e também a esquerda que estava se estabelecendo. Eles procuravam um terceiro caminho", afirma.

Tuíte sobre nazismoDireito de imagemREPRODUÇÃO TWITTER
Tuíte sobre nazismoDireito de imagemREPRODUÇÃO TWITTER

Nacionalismo

A ideia de uma "revolução social para a Alemanha" deu origem ao Partido Nacional-Socialista alemão, em 1919. O "socialista" no nome é um dos principais argumentos usados nos debates de internet que falam no nazismo como um movimento de esquerda.
"Me parece que isso é uma grande ignorância da História e de como as coisas aconteceram", disse à BBC Brasil Izidoro Blikstein, professor de Linguística e Semiótica da USP e especialista em análise do discurso nazista e totalitário.
"O que é fundamental aí é o termo 'nacional', não o termo 'socialista'. Essa é a linha de força fundamental do nazismo - a defesa daquilo que é nacional e 'próprio dos alemães'. Aí entra a chamada teoria do arianismo", explica.
De acordo com Blikstein, os teóricos do nazismo procuraram uma fundamentação teórica e filosófica para defender a ideia de que eles eram descendentes diretos dos "árias", que seriam uma espécie de tribo europeia original.
"Estudiosos na Europa tinham o 'sonho da raça pura' nessa época. Quanto mais próximos da tribo ariana, mais pura seria a raça. E esses teóricos acreditavam que o grupo germânico era o mais próximo. Daí surgiu a tese de que, para serem felizes, tinham que defender a raça ariana, para ficar longe de subversões e decadência. (Alegavam que) a raça pura poderia salvar a humanidade."
A ideia de uma defesa do povo germânico ganhou popularidade em um momento de perda de territórios, profunda recessão e forte inflação após a Primeira Guerra Mundial - e tornou-se o centro do movimento nazista.
"Era preciso recuperar a moral do pobre coitado, que não tinha dinheiro e era 'massacrado pelos capitalistas'", explica Blikstein. Nesse contexto, afirma, o nazismo vendia a ideia de "reeguer o orgulho da nação ariana. O pressuposto disso seria eliminar os não arianos. E essa teoria foi aplicada até as últimas consequências".

Soldado da SS inspeciona judeus no gueto de Varsóvia, na Polônia, em 1943Direito de imagemGETTY IMAGES
Image captionSegundo especialistas, judeus eram perseguidos por simbolizarem dois "inimigos" do nazismo: o capitalismo liberal e o socialismo marxista

'Marxistas e capitalistas'

Mesmo propagando a ideia de que o nazismo planejava uma revolução que garantiria justiça social na Alemanha - o que incluía, por exemplo, maior intervenção do Estado na economia -, o partido fazia questão de deixar clara sua oposição ao marxismo.
"Os comícios hitleristas eram profundamente antimarxistas", disse à BBC Brasil a antropóloga Adriana Dias, da Unicamp, que é estudiosa de movimentos neonazistas.
"O nazismo e o fascismo diziam que não existia a luta de classes - como defendia o socialismo - e, sim, uma luta a favor dos limites linguísticos e raciais. As escolas nacional-socialistas que se espalharam pela Alemanha ensinavam aos jovens que os judeus eram os criadores do marxismo e que, além de antimarxistas, deveriam ser antissemitas."
Os judeus, aliás, tornaram-se o ponto focal da perseguição nazista porque representavam tanto o socialismo como o capitalismo liberal, mesmo que isso possa parecer antagônico nos dias de hoje.
"Havia uma simbologia do judeu como representante, por um lado, do socialismo revolucionário - porque Marx vinha de uma família judia convertida o ao protestantismo, assim como muitos bolcheviques", diz a historiadora Denise Rollemberg.
"Por outro lado, os judeus eram associados ao capitalismo financeiro porque os judeus assimilados (que assumiram as culturais de outros países, para além da nação religiosa) que viviam na Europa tinham uma tradição de empréstimos de dinheiro e de negócios."

'Precisão científica'

A "precisão científica" do extermínio de judeus na Alemanha nazista também dificulta as comparações com a perseguição política no regime socialista soviético, na opinião de Izidoro Blikstein.
"Há muitos genocídios pelo mundo, mas nenhum igual ao nazismo, porque este era plenamente apoiado por falsa teoria científica e linguística e levada até as últimas consequências. A União Soviética também tinha campos de trabalhos forçados, mas não existia uma doutrina para justificar isso", afirma.
"Mas há traços comuns entre o nazismo o regime (soviético) de Stálin. A propaganda, por exemplo, e o fato de que ambos eram regimes totalitários, que controlavam e legislavam sobre a vida pública e também privada do cidadão", admite.
Além dos judeus, o regime nazista também perseguiu democratas liberais, socialistas, ciganos, testemunhas de Jeová e homossexuais - algo que, nos dias de hoje, associa o movimento a partidos de extrema-direita que pregam contra a comunidade LGBT, contra imigrantes e contra muçulmanos, por exemplo.
"Todo esse projeto de repressão, censura, campos de concentração e extermínio nazista era direcionado a quem estava fora do que eles chamavam de 'comunidade popular', o povo alemão. Mas alemães que eram democratas liberais e socialistas também eram excluídos por serem contrários ao projeto nazista e colocarem em risco a comunidade popular", explica Denise Rollemberg.
No entanto, para Blikstein, a ideia de raça é tão central ao nazismo que, assim como não se pode usar o projeto de revolução social para classificá-lo como "esquerda", também é difícil defini-lo como "direita".
"Dizer apenas que Hitler era um político de direita é apequenar o nazismo. Foi mais do que direita ou esquerda. Foi uma doutrina arquitetada para defender uma raça, embora esse conceito seja discutível e pouco científico", diz.

Tuíte sobre nazismoDireito de imagemREPRODUÇÃO TWITTER
Tuíte sobre nazismoDireito de imagemREPRODUÇÃO TWITTER

'Crise de referências'

Uma recapitulação do projeto e do regime nazista, de acordo com os especialistas no assunto, aumenta a confusão: deveria haver igualdade social e distribuição de renda, mas imigrantes, judeus, opositores políticos e até filhos "não talentosos" de alemães seriam excluídos dela por serem "menos puros"; o Estado prometia interferir mais na economia para benefício dos cidadãos, mas empresas privadas tiveram os maiores lucros com a máquina de extermínio e de guerra nazista; o movimento dizia defender os trabalhadores, mas sindicatos trabalhistas foram extintos, assim como o direito de greve; o socialismo marxista era considerado ruim, mas o liberalismo também.
Como seria possível defender todas estas ideias ao mesmo tempo?
"Quando o partido foi constituído, ele tinha uma vertente mais à esquerda e uma mais à direita. No início, tinha um discurso bastante antiburguês. Mas ao assumir o poder na Alemanha, o grupo à direita foi fazendo mais alianças com a burguesia e expulsando o grupo à esquerda", diz a historiadora da UFF.
"Além disso, o nazismo nasce no meio de uma crise de referências muito grande após a Primeira Guerra. Muitos passaram de um lado para outro. Os valores muitas vezes vão se embaralhar, e esses conceitos de direita e esquerda atuais não resolvem bem o problema."
Entre historiadores, a tentativa de traçar paralelos entre o nazismo e o fascismo europeus e o regime stalinista na União Soviética também não é nova, segundo Rollemberg.
"Todos eles eram regimes totalitários, mas o totalitarismo pode estar de qualquer lado. Hoje entendemos que há o totalitarismo mais à direita, como o nazismo e o fascismo, e o de esquerda, como o da União Soviética."
Fonte:BBC
Professor Edgar Bom Jardim - PE

O que fazer quando o aluno chega no Fundamental 2 com uma alfabetização deficiente?



O questionamento trazido pelos professores do Ensino Fundamental 2 revela o desafio e a importância desse tema em toda as etapas da escolaridade. Crédito: Mariana Pekin

Participei de um bate-papo com os coordenadores do Fundamental 2 em um encontro de formação das escolas estaduais da diretoria de ensino de Sorocaba, em abril. Fui contar sobre minha experiência na South by Southwest (SXSWedu), uma das mais importantes conferências mundiais de inovação e tecnologia na Educação, e como transpor os aprendizados para a realidade de nossas escolas para dar voz aos alunos, engajá-los em projetos com a comunidade e potencializar o desenvolvimento da aprendizagem.Inevitavelmente, o assunto alfabetização não ficou de fora. Um questionamento trazido pelos professores do Fundamental 2 - “Por que estamos recebendo alunos sem estarem alfabetizados no 6º ano? Não somos alfabetizadores! O que fazer com esses alunos?” - revela o desafio e a importância desse tema em toda as etapas da escolaridade. Infelizmente, essa defasagem ainda é realidade em muitas escolas por todo o Brasil. São diversos os fatores que contribuem para isso: salas superlotadas, má formação docente, falta de apoio de algumas das famílias, de comprometimento de alguns professores e de uma política pública que realmente priorize a alfabetização e a Educação. Nas escolas, a cada período, esses alunos passaram por vários professores e a aprendizagem de cada um deles é nossa responsabilidade. Se o problema é de todos, a busca de soluções também pode e deve ser coletiva. Afinal, a alfabetização é a base para um bom desenvolvimento da aprendizagem por toda a vida! Então, vamos focar em soluções e alternativas que estejam em nossas mãos e sejam possíveis de ser realizadas. Aqui vão as minhas:Grupo de apoio e estudoÉ muito difícil para um professor do Fundamental 2 fazer ações pontuais para alfabetização desses alunos em apenas 50 minutos. Mas a escola pode montar grupos de estudo e apoio no contraturno, focados na leitura e escrita, com um professor alfabetizador (caso sua instituição tenha apenas anos finais, é possível solicitá-lo à secretaria para essa demanda) ou de Língua Portuguesa preparado pela equipe pedagógica para que desenvolver esse papel. Precisamos ter claro que muitas dessas crianças precisam desenvolver somente determinado aspecto do processo e não a alfabetização como um todo. Um trabalho focado na autonomia da leitura, por exemplo, pode suprir a defasagem. Mas, no dia a dia em sala de aula, há muitas outras possibilidades que contribuem. Afinal, pode-se interpretar textos oralmente, construir conceitos, refletir sobre situações e dar opiniões sobre assuntos de estudo, participando junto aos demais, mesmo sem estarem alfabetizados ainda.


Os próprios colegas podem ajudar os estudantes com dificuldades. Crédito: Mariana Pekin

Alunos tutoresOs próprios alunos da sala, que tem mais facilidade na aprendizagem, podem auxiliar aqueles com dificuldades na realização da tarefas. Muitas vezes, eles conseguem até mesmo explicar de uma maneira mais clara orientações dadas pelos professores nas atividades em sala de aula. A tutoria, se bem orientada, além de bons resultados na aprendizagem, rende um fortalecimento das boas relações entre a turma. No entanto, ela é um braço de apoio. É imprescindível o estudo voltado especificamente para a alfabetização com um docente preparado. Parcerias entre professoresEncontros pedagógicos permanentes, como esse em que participei, entre profissionais do Fundamental 1 e 2 , para compartilhamento de práticas educativas. Precisamos eliminar o abismo entre os ciclos, afinal, se tratam dos mesmos alunos! Precisamos estabelecer parcerias entre todos para, juntos, criarmos estratégias para enfrentarmos os problemas de aprendizagem em nossas instituições.Diagnóstico de dificuldadesSabemos que o melhor é que todos alunos sejam alfabetizados no tempo certo. Para isso, a equipe escolar precisa identificar as dificuldades e elaborar um plano de ação. Nas escolas que venho trabalhando ao longo desses anos no magistério, sempre fazemos um atendimento personalizado para resolver desde os primeiros sinais de que algo não vai bem. Fazemos grupos de estudo com atividades específicas de leitura e escrita desde os primeiros anos. Por essas experiências, posso garantir que os resultados estão sendo muito bons. Quanto mais cedo fizermos os encaminhamentos para alfabetizar esses alunos, melhor para todos! Essas são apenas algumas práticas que acredito que podem ser feitas. Além disso, ações como mais investimento na área e uma formação de qualidade dos alfabetizadores – o que depende de políticas públicas – também têm papel fundamental na construção do bom ensino. Precisamos acompanhar, participar, contribuir com opiniões e sugestões e cobrar que a Educação seja prioridade em nosso país.E vocês, queridos professores? O que está sendo feito em suas escolas para resolver os problemas de alfabetização de seus alunos? Conte aqui nos comentários!Um grande abraço e até a próxima segunda-feira,Mara Mansani. Nova escola.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Morre o ator Nelson Xavier aos 75 anos em Minas Gerais


Nelson Xavier
Nelson XavierFoto: Divulgação
O ator Nelson Xavier morreu aos 75 anos na madrugada desta quarta (10), em Uberlândia (Minas Gerais), em decorrência de um câncer.

Nascido em São Paulo em 1941, Nelson Agostini Xavier atuava há cerca de cinco décadas -fez inúmeros trabalhos na TV, no cinema e no teatro.

O ator fez filmes como "Os Deuses e os Mortos" (1970), de Ruy Guerra, "Dona Flor e seus Dois Maridos" (1976), de Bruno Barreto; e "A Queda" (1978), também de Ruy Guerra, que lhe rendeu um Urso de Prata no Festival de Berlim.

Em 2010 ganhou notoriedade ao protagonizar a cinebiografia sobre Chico Xavier em filme que leva o nome do médium.

Premiado como melhor ator no Festival do Rio em 2016, Nelson Xavier interpreta em "A Despedida", filmes que estreia no próximo dia 25, personagem que, enquanto planeja seu retorno ao crime, se vira tentando emplacar máquinas caça-níqueis em botecos suburbanos e se envolve em situações tragicômicas.

O corpo do ator será levado ao Rio de Janeiro, onde deve ser cremado nesta quinta (11).
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Associação de juízes repudia declaração de Gilmar Mendes



Presidente do STF, Gilmar Mendes diz que os índices não devem ser desprezados
Presidente do STF, Gilmar Mendes diz que os índices não devem ser desprezadosFoto: Marcello Casal jr./agência brasil
A Ajufe (Associação dos Juízes Federais do Brasil) manifestou, em nota divulgada nesta terça-feira (9), "seu repúdio" a uma declaração do ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes, sobre a Operação Lava Jato fazer "reféns" para tentar manter o apoio popular".

Em entrevista à Folha de S.Paulo, Mendes afirmou que, "como tem sido divulgado [por integrantes da Lava Jato], o sucesso da operação dependeria de um grande apoio da opinião pública. Tanto é assim que a toda hora seus agentes estão na mídia, especialmente nas redes sociais, pedindo apoio ao povo e coisas do tipo".

Para o ministro, esse comportamento é "uma tentativa de manter um apoio permanente [à Lava Jato]. E isso obviamente é reforçado com a existência, vamos chamar assim, entre aspas, de reféns".

"Essas palavras não estão à altura do cargo que ocupa", disse o presidente da Ajufe, Roberto Carvalho Veloso, na nota.

"Desqualificar, de maneira agressiva, decisões judiciais devidamente motivadas que foram proferidas pelo juízo federal de primeiro grau e, em sua imensa maioria, confirmadas [por instância superior] é conduta inadequada para quem ocupa cargo na mais alta corte do país e, por isso, deveria atuar com serenidade e como garantidor da estabilidade institucional, e não o contrário."

Veloso diz que o ministro do STF "uma vez mais, excedeu-se nos seus termos, atacando desnecessariamente aqueles que pensam de modo contrário ao seu". Isso depois de "ver-se confrontado com a arguição de seu impedimento".

Caso referido: o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu a anulação do habeas corpus concedido por Mendes ao empresário Eike Batista no final de abril, pelo fato de sua mulher trabalhar num escritório de advocacia que o representa.

Leia a nota da Ajufe na íntegra:

"A AJUFE - Associação dos Juízes Federais do Brasil, entidade de classe de âmbito nacional da magistratura federal, vem a público manifestar seu repúdio quanto à declaração do Ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, que, em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, afirmou que 'a Lava Jato faz 'reféns' para tentar manter o apoio popular'.
Essas palavras não estão à altura do cargo que ocupa. Desqualificar, de maneira agressiva, decisões judiciais devidamente motivadas que foram proferidas pelo juízo federal de primeiro grau e, em sua imensa maioria, confirmadas, em grau de recurso, pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região, pelo Superior Tribunal de Justiça e pela 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal, é conduta inadequada para quem ocupa cargo na mais alta Corte do País e, por isso, deveria atuar com serenidade e como garantidor da estabilidade institucional, e não o contrário.
Ao ver-se confrontado com a arguição de seu impedimento por ter proferido decisão em Habeas Corpus no qual o paciente é cliente de escritório de advocacia do qual sua esposa é sócia, o Ministro Gilmar Mendes, uma vez mais, excedeu-se nos seus termos, atacando desnecessariamente aqueles que pensam de modo contrário ao seu.
A juridicidade da tese do impedimento, ademais, já foi por ele mesmo reconhecida em outro caso julgado pelo STF (HC n 97544/SP).
A crise político-econômica pela qual passa o Brasil é muito séria e o que se espera do Presidente do Tribunal Superior Eleitoral e integrante da Suprema Corte é que aja como um verdadeiro Magistrado, não contribuindo para agravá-la com declarações, mas para trazer ao País a tranquilidade da estabilidade das instituições.
A Ajufe continuará firme na defesa do respeito às decisões judiciais proferidas no âmbito da operação Lava Jato e de todos os magistrados brasileiros, não admitindo ataques gratuitos e desnecessários, parta de onde partir.

Brasília, 9 de maio de 2017

_Roberto Carvalho Veloso
Presidente da Ajufe_"
Folha de Pernambuco
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Acusado de tráfico de drogas e armas é preso em Lagoa de Itaenga



Drogas apreendidas
Drogas apreendidasFoto: Divulgação
Foi divulgada nesta quarta-feira (10) a prisão de um foragido suspeito de integrar uma organização criminosa de tráfico de drogas, estabelecida nos estados de Pernambuco, Paraná e Mato Grosso do Sul. Cristiano da Silva Araújo, 23 anos, é acusado dos crimes de tráfico de maconha e cocaína e contrabando de armas de fogo de uso restrito, oriundos do Paraguai. Ele foi preso na segunda-feira (8) em Lagoa de Itaenga, Mata Norte de Pernambuco.

A quadrilha foi inicialmente desarticulada durante a Operação Minotauro, que ocorreu no dia 31 de agosto do ano passado. Dos 12 membros que foram investigados e presos pela Polícia Federal, apenas um, do Paraná, continua foragido. Os integrantes apresentavam alto grau de periculosidade e vinham negociando diversos carregamentos de drogas, armas e munição. Em interrogatório, Cristiano negou qualquer envolvimento com os carregamentos.

Por ser acusado de manter associação com outros traficantes, adquirir, traficar, armazenar e comercializar drogas, Cristiano poderá pegar uma pena que ultrapassa os 30 anos de reclusão. Após fazer exame de corpo de Delito no Instituo de Medicina Legal (IML), ele foi encaminhado para o Centro de Observação e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel) onde ficará à disposição da Justiça Federal.
Folha de Pernambuco.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

"Ainda não recebemos o salário de março, nem o décimo-terceiro", diz Ana Botafogo

Um dia após o protesto feito por artistas e funcionários do Theatro Municipal do Rio, nas escadarias do local nesta terça-feira (9), contra os atrasos de salários, Ana Botafogo lamenta a situação. "Estou muito preocupada com os rumos do balé. Aqui no Rio, estamos passando um momento difícil. Ainda não recebemos o salário de março, nem o décimo-terceiro", afirma a bailarina mais famosa do Municipal, que atualmente dirige o balé do teatro.
Bailarina se apresenta nas escadarias do Municipal no protesto feito por artistas e funcionários do teatro  (Foto: Agência O Globo)
Apesar da crise, Ana acaba de colocar o ponto final na autobiografia que vai comemorar seus 40 anos de carreira, relembrando triunfos e dores dentro e fora dos palcos. "Uma vez, tive uma grande distensão muscular durante o balé Dom Quixote, no Municipal do Rio, e não pude terminar o terceiro ato. Uma bailarina me substituiu”, conta ela, que completa 60 anos em julho. “Apesar de ter me despedido dos grandes clássicos há três anos, sigo perto da dança", diz ela, que bateu um papo com a coluna.
Segundo Ana, bailarinos e funcionários ainda não receberam o salário de março nem o décimo terceiro (Foto: Agência O Globo)
É dura a vida da bailarina?
É, sim. É uma vida de dedicação e muita disciplina. Os piores momentos se deram quando eu não estava dançando por estar machucada. Mas sou considerada uma sortuda pela minha longa carreira; tive poucos machucados sérios, nunca precisei operar nada. A dura rotina de ensaios, as dores, contraturas musculares e as cãibras são recompensadas quando estamos no palco.
Quem seria a nova Ana Botafogo?
Não gosto de apontar uma substituta, acho que isso não existe. Mas temos muitas bailarinas promissoras, muita gente nova surgindo. É uma geração de muita técnica, coloco muita fé nos nossos novos bailarinos clássicos.
Ana Botafogo é a bailarina mais famosa do teatro e atual diretora no balé do Municipal (Foto: Cris Gomes)
Você ficou viúva duas vezes. Como teve força para continuar?  
Foram períodos muito difíceis e usei a dança para me salvar, precisava trabalhar mais do que nunca. Talvez, se tivesse outra profissão, poderia me dar ao luxo de parar por um tempo. Mas uma bailarina depende da sua forma física e não podemos deixar de nos exercitar. Voltar a fazer aulas de balé e voltar a dançar nesses períodos foi uma questão de sobrevivência.
Os músicos da orquestra também participaram do protesto nas escadarias do teatro (Foto: Agência O Globo)
A crise chegou ao mundo do balé?
Infelizmente, sim. Estou muito preocupada com os rumos do balé. Aqui no Rio, estamos passando um momento difícil e isso também tem afetado os artistas e funcionários do Theatro Municipal. Acabamos de receber o salário de fevereiro, mas ainda não recebemos o de março nem o décimo-terceiro. Pelo fato de os nossos governantes fazerem pouco da nossa cultura, procurei sempre, eu mesma, democratizar e popularizar a dança, formando uma nova geração de plateias, barateando as entradas e fazendo espetáculos didáticos nas escolas. Tento fazer a minha parte como cidadã.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

O que está acontecendo com os blocos econômicos

A eleição de Emmanuel Macron representou um grande alívio para a União Europeia. O novo presidente da França tem na valorização do bloco continental um dos principais pontos de seu plano de governo, postura oposta à da candidata derrota Marine Le Pen. Uma notícia positiva ao movimento que teve sua força muito contestada com a saída do Reino Unido e que poderia se inviabilizar sem os franceses.
Foi a quarta vez em poucos meses que a força (ou a falta dela) de blocos regionais foi notícia. Primeiro, com a saída do Reino Unido da União Europeia. Depois, com as promessas do presidente norte-americano Donald Trump de tirar os Estados Unidos da Nafta (acordo econômico entre as três nações da América do Norte). Por fim, a discussão da retirada da Venezuela do Mercosul.
Esses eventos podem representar um novo momento na política e economia do globo, e pode ser colocados em discussões de História e Geografia. Até porque o próprio surgimento deles tem muito a ver com os acontecimentos no mundo nas últimas décadas.



Emmanuel Macron, presidente eleito francês, durante campanha. Crédito: Shutterstock

Após a Segunda Guerra Mundial (1945), o mundo se viu dividido em dois blocos, o capitalista e o socialista, conduzidos, respectivamente, por Estados Unidos e União Soviética (URSS). O conflito não chegou a ganhar a forma de uma guerra armada, mas teve forte influência política, econômica e social para todos os países. Com o declínio e completa dissolução da URSS, em 1991, o planeta deixou de ser bipolarizado para se tornar multipolar e globalizado. Foi nesse contexto que começaram a surgir os blocos econômicos, que já sofreram e ainda sofrem diversas modificações.
Uma mistura de motivos políticos e econômicos faz com que países se unam em blocos. No caso da Europa, o trauma causado pela Segunda Guerra foi uma das razões e, em 1º de novembro de 1993, a criação da União Europeia foi oficializada. “O medo era de que, na ausência de uma maior integração econômica, social e política entre os países, conflitos armados mundiais se repetissem. Ninguém queria nem estava em condições de viver uma nova guerra”, explica Marcos Troyjo, professor da Universidade Columbia e autor do livro Desglobalização: Crônica de um Mundo em Mudança.
Na América Latina, a preocupação com a integração só começou após o fim da Guerra Fria. “Havia um forte clima de rivalidade entre os países, seguindo a lógica internacional de que as relações entre eles eram sempre de guerra. Com a multipolarização mundial, inicia-se um momento de aproximação com o objetivo de gerar ganhos mútuos”, diz Filipe Figueiredo, professor de aspirantes à carreira diplomática e comentarista de política internacional no podcast Xadrez Verbal.
Além dessas questões específicas, a inserção em um bloco ajuda um país a estabelecer acordos comerciais, circulação de serviços e de pessoas com outros do mesmo ou de outro bloco. Quanto mais protecionismo e menos relações internacionais, menos oportunidades econômicas e políticas serão criadas, pois uma coletividade de nações consegue competir no mercado internacional em um nível mais alto do que se fossem países sozinhos.
Na União Europeia, fica claro para a população visualizar o efeito do bloco em suas vidas. Lá, há o livre trânsito entre mercadorias, pessoas, serviços e a maioria dos países utiliza a mesma moeda, o Euro. No caso sul-americano, a existência do Mercosul não está tão presente no cotidiano da população.  “O problema é que, ao invés de fazer acordos para a integração de transporte, comércio e logística, o bloco tomou outro rumo. Sobretudo a partir de 2013, o Mercosul deixou de caminhar do ponto de vista econômico e comercial e virou só ideológico, com governos, até então, alinhados a um pensamento mais de esquerda. Na medida em que é mais barato comprar um produto argentino nos Estados Unidos do que no Brasil, fica claro que o Mercosul não está funcionando tão bem”, defende Marcos.
Os blocos deram certo?
Apesar das mudanças pelas quais os blocos estão passando, os professores Filipe Figueiredo e Marcos Tryjo não consideram que eles fracassaram ou que irão acabar. “Os agrupamentos ajudaram muito a economia de vários países. Além disso, há 70 anos uma guerra gigantesca estava acabando e algo naquelas proporções era impensável. Já é um grande ganho”, diz Marcos. “Muita energia e dinheiro já foram investidos, e ninguém quer perder dinheiro. Não dá para dizer que a integração global vai retroceder. O que estamos vivendo nesse momento refere-se a uma questão do ritmo com que a união entre nações está acontecendo. Querer diminuir ou alterar, não significa acabar com as relações internacionais”, explica Filipe
Em seu último livro, Desglobalização: Crônica de um Mundo em Mudança, o professor Marcos Troyjo faz um contraste entre a “globalização profunda” pós Guerra Fria - marcada pela certeza nos governos democráticos, na integração político econômica e domínio dos Estados Unidos - com o atual momento das relações internacionais em que os EUA perderam influência econômica em relação à China, um país de regime não democrático, e ressurgiram nações com ideais nacionalistas e intolerantes a outras culturas. “É isso o que eu chamo de desglobalização”, explica Marcos. “Precisa haver uma renovação dos processos de integração que sejam menos ambiciosas do que as que vimos até agora. Eu acho que essa fase de desglobalização é temporária. Em breve retomaremos a reglobalização, com a China, o sudeste asiático e as novas tecnologias à frente”.
Aproveite as mudanças na geopolítica do planeta e leve o assunto para a escola. Como as mudanças em curso ainda podem demorar um pouco para chegar aos livros didáticos, separamos alguns planos de aula e conteúdos para te ajudar a entender a questão e trabalhá-las com os alunos. Veja abaixo: 



Manifestantes venezuelanos seguram cartazes com a frase "Não mais ditadura". Crédito: Wikicommons

Entra e sai da Venezuela no Mercosul
Em 2006, a Venezuela solicitou ingressar no bloco para aumentar a integração comercial, econômica e política com o grupo. O pedido só foi aprovado em 2012. Entretanto, o país vive hoje uma intensa crise política. Em 9 de março, o Tribunal Superior de Justiça decidiu assumir as competências do Parlamento. Durante os protestos, houve mortes e prisões políticas. Tal ação classificaria o país como antidemocrático, o que vai contra as regras para participação no Mercosul. Por isso, os países fundadores do bloco -  Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai - estão pressionando o presidente Nicolás Maduro por mudanças. Por isso, e também devido a outros acordos não cumpridos, a Venezuela está suspensa do bloco e poderá ser expulsa. “A saída é um processo mais político do que econômico ou de integração regional e não tem muitas consequências diretas para o Brasil”, explica Filipe Figueiredo.




Manifestação favorável à saída do Reino Unido da União Europeia. Crédito: divulgação 

Reino Unido fora da União Europeia
O Reino Unido passa atualmente por um processo de saída da União Europeia (nunca antes um país deixou o bloco). Em um plebiscito, o resultado foi apertado: 52% dos votantes foram favoráveis a esse processo. O motivo é o fato da população britânica ver mais prejuízos do que ganhos nessa relação. “Boa parte da população considera que o Reino Unido está perdendo sua característica culturais, que há muitos imigrantes indesejados e que a União Europeia possui regras demais. Com essa separação, o Reino Unido, que sempre tiveram uma grande tradição de negociar com o mundo, pretende ter mais liberdade para estabelecer acordos internacionais”, explica Marcos.
Nova Escola.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Por que Trump demitiu o chefe do FBI?



Comey x TrumpDireito de imagemREUTERS
Image captionCasa Branca alegou que Comey "não estaria apto a liderar efetivamente o FBI"

O presidente Donald Trump surpreendeu os americanos na última terça-feira ao anunciar a demissão do chefe do FBI, James Comey.
Em uma nota, a Casa Branca diz que Comey foi afastado do cargo pela forma como lidou com o inquérito conduzido sobre e-mails de Hillary Clinton enviados por uma conta particular durante sua gestão como secretária de Estado americana.
Segundo jornais americanos, Comey, de 56 anos, que estava havia três anos e meio no cargo - em um mandato de 10 anos -, estava conversando com agentes do FBI em Los Angeles quando recebeu a notícia de sua demissão - e deu risada, por achar que fosse um trote.
A notícia também causou surpresa no Congresso, mesmo entre Republicanos, e no próprio FBI.
As justificativas para a demissão, no entanto, causaram desconfiança, em particular na oposição democrata. Muitos suspeitam de que ela poderia estaria ligada a uma investigação - em andamento - do FBI sobre possíveis ligações entre a campanha eleitoral de Trump e a Rússia.
Enquanto analistas e políticos avaliam a decisão, eis aqui algumas das principais questões que serão possivelmente contempladas.

Seria uma tentativa de acobertar detalhes sobre a ligação de Trump com a Rússia que estaria sendo investigada pelo FBI?

O momento e a forma repentina da demissão de Comey são altamente suspeitos, para dizer o mínimo.
Apenas uma semana atrás, o chefe do FBI falou perante uma comissão do Senado sobre a investigação a respeito da suposta interferência russa na eleição americana - e sobre possíveis laços do país com a campanha de Trump.


TrumpDireito de imagemREUTERS
Image captionComo Trump irá responder a pergunta-chave agora: se a demissão veio por causa do caso de Hillary, por que só agora?

Nesta quinta-feira, estava previsto seu comparecimento no Congresso para discutir "ameaças globais".
Trump tem repetido diversas vezes em sua conta no Twitter que as alegações sobre a Rússia seriam "falsas" e que as investigações seriam uma "piada bancada pelo dinheiro dos contribuintes".
E agora, o homem que comandava a investigação é mandado embora - pelo próprio Donald Trump.
Enquanto a Casa Branca diz que a demissão está ligada à forma como foi conduzida a investigação sobre o servidor dos e-mails de Hillary Clinton, não há muita gente acreditando nessa explicação - especialmente os democratas.
Muitos têm ainda fresco na memória os elogios rasgados feitos por Trump a Comey, poucos dias antes da eleição presidencial, por esta mesma investigação dos emails da candidata democrata.
"Foi preciso coragem ao diretor Comey para tomar essa atitude diante do tipo de oposição que enfrentou...que queria protegê-la (Hillary) de um processo criminal. Ele precisou ter muita coragem", disse Trump em um comício.
Recentemente, no entanto, Donald Trump passou a se incomodar com o chefe do FBI. De acordo com o jornal The New York Times, o presidente estava buscando uma razão para demiti-lo há mais de uma semana.
Se o motivo para isso foi a investigação do e-mail de Hillary Clinton, por que a demissão só veio agora? A resposta de Trump a essa questão pode ser determinante para fazer com que as alegações de acobertamento ganhem força ou - pelo contrário - desapareçam com o tempo.

Comey teria causado a própria demissão?

Pouco depois de o senador democrata Chuck Schumer pedir, em uma coletiva de imprensa convocada às pressas após a demissão de Comey, uma investigação independente sobre as ligações de Trump com a Rússia, a Casa Branca passou a circular uma frase dita pelo senador criticando o chefe do FBI por sua atuação no caso dos e-mails de Hillary Clinton.
"Não tenho mais confiança nele", disse Schumer, em novembro do ano passado.
Muitos dos mesmos democratas que agora criticam a demissão de Comey tiveram posicionamentos parecidos no passado - que com certeza serão lembrados agora pelos simpatizantes de Trump.


Comey cumprimenta o procurador-geral Jeff SessionsDireito de imagemREUTERS
Image captionComey cumprimenta o procurador-geral Jeff Sessions, que seria um dos autores de sua carta de demissão

Na carta para comunicar o afastamento de Comey, o procurador-geral Rod Rosenstein disse que os "erros graves" do chefe do FBI no caso de Hillary eram "uma das poucas questões que uniam pessoas de perspectivas diferentes."
De fato, Comey surpreendeu muitos quando, em julho de 2016, anunciou que o FBI não recomendaria acusações criminais contra Hillary apesar de ela ter sido "extremamente descuidada" com um material importante. Pouco mais de uma semana antes da eleição, ele enviou uma carta ao Congresso, dizendo estar reabrindo as investigações sobre os e-mails após novas descobertas.
Ao longo de 2016, Comey conseguiu enfurecer democratas, com sua condução inicial do caso, e depois, irritar republicanos, com sua decisão de não acusá-la, para, em seguida, desagradar novamente os democratas, pelo anúncio feito pouco antes da eleição.
Agora, pesam as críticas ligadas à investigação das ligações entre a campanha de Trump e a Rússia - primeiro, por ter ocultado a questão do público durante o período eleitoral, o que contrariou os democratas. Após a eleição, a continuidade dessas investigações passou a incomodar o governo.
Com tantos inimigos em Washington, a expectativa de vida de uma carreira política pode se encurtar drasticamente. Uma análise otimista seria a de que Comey navegou em águas difíceis da melhor forma que pôde em uma época em que as disputas políticas são cada vez mais criminalizadas.
Outra visão é a de que ele, talvez, tenha cavado sua própria cova.

Haverá uma investigação especial?

O senador Schumer pediu a convocação de uma investigação independente sobre a suposta interferência russa nas eleições dos Estados Unidos e sobre qualquer ligação com a campanha de Trump. E está cada vez mais difícil encontrar um democrata que não tivesse reforçado o apelo.
Mas para isso realmente acontecer, os pedidos deverão vir tanto de democratas, quanto de republicanos. Até agora, os principais nomes do Partido Republicano preferiram manter silêncio.
Chuck Grassley, líder da comissão de Justiça do Senado, disse que Comey "perdeu a confiança do povo". Já o senador Lindsey Graham, que mais cedo na terça sugeriu que os vínculos de Trump com a Rússia deveriam ser investigados, afirmou que "um novo começo" seria bom para todo o país.
Outros republicanos foram mais ríspidos. O senador Richard Burr, presidente do comitê de inteligência que investiga a interferência da Rússia nas eleições, disse estar "preocupado" com os acontecimentos, enquanto o senador John McCain pediu uma investigação independente no Congresso.
O crítico de longa data de Trump Justin Amash, deputado republicano de Michigan, disse estar analisando a legislação que autoriza uma comissão independente a avaliar a questão.
Promotores especiais e investigações independentes são a última coisa que o governo de Trump quer neste momento, No passado, investigações desse tipo acabaram se expandindo e envolvendo vários setores do governo - como no de George W. Bush (cujo governo foi acusado de ter revelado a identidade de Valerie Plame Wilson como agente disfarçada da CIA, como vingança por declarações feitas pelo seu marido, o ex-embaixador Joseph C. Wilson, criticando a invasão do Iraque) e no de Bill Clinton (o caso Whitewater, que investigou a legalidade de uma transação imobiliária realizada pelo casal Bill e Hillary Clinton quando este era governador do Arkansas, e que evoluiu para o escândalo de Monica Lewinsky, que levou a um julgamento de impeachment do presidente Clinton).
O presidente Donald Trump pode não ter escolha, e a única saída pode ser aceitar a investigação independente.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Paulo Paim diz que reforma da Previdência não passará na Câmara dos Deputados

O senador Paulo Paim (PT-RS) criticou a proposta  de reforma da Previdência e disse acreditar que ela será rejeitado na Câmara dos Deputados. Ele afirmou que o parlamentar que votar pela aprovação da proposta, estará votando contra o povo brasileiro.
O senador afirmou que a CPI da Previdência comprovará que os banqueiros são os grandes devedores da Previdência e considerou injusto os mais vulneráveis serem os mais atingidos com a reforma proposta pelo governo.
- Não é justo que os grandes devedores sejam inocentados e aqueles que pagaram a vida toda, os trabalhadores, sejam chamados a pagar de novo e não se aposentar – protestou.
O senador disse que 95% dos brasileiros são contrários à reforma da Previdência e acrescentou que somente os bancos irão ganhar com as reformas trabalhista e da Previdência.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)
Professor Edgar Bom Jardim - PE