O Espaço Celpe estará em João Alfredo nesta terça-feira, 21 de março. Vários serviços estarão disponíveis à população: Negociação de Contas, Cadastro na Tarifa Social, entre outras atividades educativas e culturais. Local: Praça Manuel Cavalcanti. Horário:09:00 às 17:00 horas. Apresentações culturais das 16:00 às 19:00 horas. Fale com a CELPE pelo telefone:116. Todos estão convidados!
Inauguração popular da transposiçãoFoto: Reprodução/Twitter
Os ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff chegaram por volta das 14h em Monteiro, na Paraíba, para a "inauguração popular" da conclusão do eixo leste do Projeto de Transposição do São Francisco. Acompanhados do governador da Paraíba, Ricardo Coutinho, e do ex-ministro Ciro Gomes, eles foram recepcionados por milhares de pessoas que lotaram o município no Cariri da Paraíba e entraram nas águas da transposição, ao som do coro "Olê, olê, olê, olá! Lula! Lula!".
O clima é de campanha eleitoral. Antes mesmo dos ex-presidentes Lula e Dilma chegarem ao município, um "twitaço" deixou a hashtag #ComLulaOSertaoVirouMar nos Trending Topics (assuntos mais comentados) do Twitter. Saíram ônibus de diversas regiões para acompanhaer o ato. Sem vagas nos hoteis em Monteiro, na Paraíba, moradores alugaram suas casas e quartos.
Com Informações de Folha de Pernambuco.
Em clima de homenagem e despedida, os vereadores do Bom Jardim, Agreste de Pernambuco, receberam o padre Elias Roque da Silva durante a sessão ordinária realizada na manhã da última terça-feira (14), no plenário da Casa Desembargador Dirceu Borges. O sacerdote está deixando o comando da Paróquia de Sant’Ana deste município, após mais de sete anos como pároco. Em seu lugar assume o padre Severino Fernandes de Moura, que estava na paróquia de João Alfredo.
Elias repetiu o mesmo gesto de cortesia que fez ao Poder Legislativo bonjardinense, quando assumiu o paroquiato local em 2010. “Esta Casa representa o bravo povo deste Município e faço questão de agradecer aos nobres representantes o apoio, o carinho e a hospitalidade durante estes anos que passei no comando da paróquia”, pontuou o padre que nesse período recebeu o Título de Cidadania local.
“As mudanças de sacerdotes acontecem sempre que a diocese considera necessário. Mas de qualquer forma, quando assumimos o trabalho de ser pároco sabemos que o serviço dura na média seis anos. Já completou mais de sete anos que estou aqui em Bom Jardim”, explicou, frisando que “não importa quanto tempo o padre fica em uma comunidade; o importante é que ele tenha a consciência de que precisa crescer na fé e colocar em prática os dons dados por Deus”, acrescentou.
Na oportunidade, os edis aprovaram uma Moção de Aplausos aos sacerdote, pelos relevantes serviços prestados ao município, de autoria dos vereadores Ana Nery, Jotinha, Ninha, Roberto Lemos, Rufino Filho e Mano de Etiene. Além da presidente Valéria Lira, todos fizeram questão de tecer homenagens ao padre Elias Roque, que é natural de Paudalho-PE.
As solenidades de despedida do padre Elias Roque no âmbito da Paróquia de Sant’Ana serão realizadas nos dias 18, a partir das 19h00, e 19, a partir das 8h00, na igreja matriz. O padre Severino Fernandes tomará posse a pazrtir das 19h00 do dia 23 de março (próxima quinta-feira).
Direito de imagemREUTERSImage captionCerca de 30 empresas estão sendo investigadas pela PF, incluindo as gigantes do setor, JBS e BRF, que negam irregularidades
Mudar a data de vencimento de carnes estragadas, maquiar seu aspecto ou usar químicos para mascarar seu mau cheiro - até mesmo em produtos usados na merenda escolar.
Esta são algumas das táticas ilegais que, segundo as autoridades do Brasil, cerca de 30 empresas de carne do país usavam para vender alimentos em mau estado de conservação, incluindo fornecedoras de grandes frigoríficos.
A Operação Carne Fraca, realizada nesta sexta-feira, revelou que as empresas JBS e BRF - que são as maiores do Brasil e estão entre as maiores exportadores mundiais de carne - também adulteravam a carne que vendiam no mercado interno e externo.
A operação foi a maior já realiza na história da Polícia Federal, segundo as autoridades. A investigação, que mobilizou 1.100 policiais em sete Estados, revelou uma extensa rede de subornos e propinas nos quais estariam implicados dezenas de inspetores do governo encarregados de garantir que os produtos cumpriam com as normas sanitárias.
As empresas negam que práticas de alteração tenham sido realizadas em seus produtos e dizem que estão colaborando com as investigações.
Direito de imagemGETTY IMAGESImage captionO aspecto físico da carne vencida era maquiado com produtos químicos e ou injetado com água
Merenda escolar
A descoberta de que, no Paraná, alunos da rede pública estadual consumiram salsicha de peru sem carne - preenchida com proteína de soja, fécula de mandioca e carne de frango - deu início à investigação de dois anos.
"Inúmeras crianças de escolas públicas estaduais do Paraná estão se alimentando de merendas compostas por produtos vencidos, estragados e muitas vezes até cancerígenos para atender o interesse econômico desta poderosa organização criminosa", disse o delegado da Polícia Federal Mauricio Moscardi Grillo.
As práticas fraudulentas incluíam alterar os rótulos e as datas de vencimento dos produtos, injetar água na carne para aumentar seu peso e tratar as carnes com ácido ascórbico, substância potencialmente cancerígena. A PF encontrou produtos com estas alterações em supermercados.
A liberação da carne vencida e adulterada era feita por fiscais do Ministério da Agricultura, que recebiam propina dos frigoríficos para afrouxar a fiscalização.
Segundo a PF, há provas de que as empresas falsificaram documentos para exportar a carne para a Europa, a China e o Oriente Médio.
A Justiça Federal do Paraná determinou o bloqueio de R$ 1 bilhão das investigadas.
O Brasil é o maior exportador mundial de carne bovina e de frango, e o quarto em carne suína. As exportações em 2016 representaram 7,2% do comércio global do setor, segundo a agência EFE.
Ligações com a política
Direito de imagemGETTY IMAGESImage captionParte da propina paga a funcionários do Ministério da Agricultura para relaxar a fiscalização das carnes ia para PMDB e PP, diz polícia
Na sexta-feira, a Polícia Federal cumpriu 38 mandados de prisão, 34 deles para funcionários públicos, principalmente agentes sanitários. Também foram detidos quatro executivos de empresas, incluindo o gerente de Relações Institucionais e Governamentais da BRF Brasil, Roney Nogueira dos Santos, o diretor da BRF André Luiz Baldissera e o funcionário da Seara, empresa da JBS, Flávio Evers Cassou.
Ao todo, foram 309 mandados judiciais, incluindo condução coercitiva e busca e apreensão.
Mauricio Moscardi afirmou também que "a investigação deixa bem claro que uma parte dos valores (das propinas) era revertida para partidos políticos". O dinheiro, segundo ele, beneficou membros do PMDB e do PP, cujos nomes não foram citados.
O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, emitiu um comunicado no qual informou ter ordenado a suspensão de 33 funcionários do governo acusados de estar envolvidos no escândalo.
Fernando de NoronhaFoto: Arthur de Souza/Folha de Pernambuco
Trinta anos após ser reincorporado a Pernambuco pela Constituição Federal de 1988, o arquipélago de Fernando de Noronha, a 545 quilômetros do Recife, volta a ser alvo de discussões acerca de seu território. Representantes da União argumentam que somente a gestão político-administrativa é do Estado, e não as terras, o que abre caminho para a cobrança de taxas sobre imóveis e terrenos, semelhante ao que é feito ao longo da orla de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, e em outras áreas de Marinha. Membros do Ministério Público Estadual (MPPE) e da administração da ilha contestam esse entendimento, discutido exaustivamente numa oficina realizada ao longo de quatro dias, nessa semana.
O problema é que a questão pode acabar sendo judicializada caso os dois lados não se entendam. Em meio a essa disputa pelo paraíso, ambientalistas apontam efeitos da ocupação do solo no local ao longo das últimas décadas no que diz respeito à preservação do patrimônio ambiental.
Na época do Brasil Colônia, Noronha já pertencia à Capitania de Pernambuco. Só passou para a União em 1942, durante o Estado Novo instituído pelo presidente Getúlio Vargas, servindo como uma base de guerra. A situação mudou em 1988, por meio do artigo 15 da Carga Magna do País: “Fica extinto o Território Federal de Fernando de Noronha, sendo sua área reincorporada ao Estado de Pernambuco”. Desde então, o local é um distrito estadual, e sua administração-geral, uma autarquia ligada ao gabinete do governador. O arquipélago também possui um conselho distrital.
A polêmica aparece quando se fala de um contrato de cessão firmado em 2002. Na época, a União teria cedido o uso de áreas do arquipélago ao Estado por meio do documento, que previa, entre outras regras, a arrecadação da taxa da Marinha. “Mas como a União concede algo que já não é seu? E por que Pernambuco recebeu algo que já era seu desde 1988? É um contrato sem pé nem cabeça. Erraram a União e o Estado. Mas Pernambuco tem a Constituição Federal ao seu lado, e isso só pode ser mudado por uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) votada nas duas casas do Congresso”, avalia o promotor de Justiça do arquipélago, André Rabelo, que participou de parte das discussões.
Conforme relatório de auditoria do Ministério da Transparência, Fiscalização e Controladoria-Geral da União (CGU) apresentado à Procuradoria-Geral do Estado (PGE), cabia a Pernambuco cobrar a taxa anual aos beneficiários dos imóveis, o que correspondente a 2% do valor do terreno.
Três das maiores celebridades do país, Tony Ramos, Roberto Carlos e Fátima Bernardes, associaram a imagem delas à carne podre vendida pelos frigoríficos JBS, dono da Friboi e da Seara, e BRF Brasil, proprietário da Perdigão e da Sadia.
Tony Ramos é o garoto propaganda mais longevo da Friboi. Em vários comerciais, o ator foi visto dentro da linha de produção de carne do frigorífico. Sua missão era, sobretudo, ressaltar a qualidade do produto. Descobriu-se, agora, que a Friboi vende carne podre, contendo ácidos que dão a aparência saudável. Tony dizia: “A qualidade vai te surpreender”. Agora, ao site Ego, ele afirma que está surpreso com a notícia. “Sou apenas contratado pela empresa de publicidade, não tenho nenhum contato com a JBS”, frisou.
Quando Fátima Bernardes aceitou fazer as propagandas da Seara, a justificativa foi a de que só estava associando a imagem dela aos produtos da empresa porque tinha a certeza de que eram de boa qualidade e que consumia em casa com os filhos. Muitos produtos da Seara com prazos de validade vencidos são reembalados e ofertados aos consumidores.
Roberto Carlos, mesmo sendo vegetariano, aceitou um cachê milionário para promover a carne da Fibroi. Nos comerciais, fingia comer o produto. A polêmica foi tamanha, que a Friboi cancelou o contrato com o cantor e queria que ele devolvesse parte do dinheiro que havia recebido. Ele se negou.
O casal Angélica e Luciano Huck levaram R$ 20 milhões da Perdigão para um contrato publicitário de um ano. A controladora da Perdigão, a BRF Brasil é acusada de reembalar produtos vencidos e distribuir pelas redes de supermercados.
Vergonha internacional
Os grupos JBS e BRF Brasil são os maiores produtores de proteína animal do país. Estão entre os principais do mundo. Exportam para dezenas de países. Por meio da Operação Carne Fraca, descobriu-se que os frigoríficos, com outras dezenas de empresas, montaram uma rede de corrupção no Ministério da Agricultura para que fiscais agropecuários emitissem licenças para que carne podre, regada a ácido, fosse vendida sem problema.
A Polícia Federal investigou a organização criminosa por mais de dois anos. Foram expedidos 309 mandados judiciais, com pedidos de prisão e busca e apreensão. O ministro da Justiça, Osmar Serraglio, foi pego em escutas autorizadas pela Justiça. Ele se refere ao fiscal Daniel Gonçalves Filho, superintendente do Ministério da Agricultura no Paraná entre 2007 e 2016, como “grande chefe”.
Direito de imagemBBC BRASILImage captionRonaldo teve registro em carteira como guarda de trânsito
Ronaldo do Nascimento já deixou mais de 350 currículos Rio de Janeiro afora. O número é uma estimativa para dar medida à busca incessante por trabalho ao longo dos últimos dois anos, que o levou cedinho na última quarta-feira para sua visita semanal ao Sistema Nacional de Emprego (Sine), no centro da cidade, atrás de vagas que andam cada vez mais escassas.
Mais uma vez, voltou para casa sem nada. Ele acha que a idade atrapalha, mas dá "graças a Deus" por ter chegado aos 57 anos. "Porque quase ninguém chega na minha idade. Antes vira vagabundo e morre."
Toda semana Ronaldo se junta às dezenas de desempregados que chegam cedo à Superintendência Regional do Ministério do Trabalho, no Centro, na esperança de conseguir uma oportunidade através do Sine, serviço que faz a intermediação entre pessoas buscando emprego e empresas oferecendo vagas.
Com o desemprego tendo chegado ao nível mais alto já visto no Brasil - 12,6%, segundo o índice mais recente do IBGE - a busca está cada vez mais difícil.
Em 2013, o Sine pôde oferecer 329 mil vagas para trabalhadores no Estado do Rio. No ano passado, disponibilizou quase um quinto disso: 72 mil, de acordo com levantamento feito pelo Ministério do Trabalho a pedido da BBC Brasil.
Ronaldo tira uma folha de papel da bolsa desbotada. É a cópia do currículo que sempre leva consigo, incluindo sua foto 3x4 em impressão colorida, sua escolaridade - ensino fundamental completo - e uma breve descrição de seus objetivos profissionais, onde afirma estar "sempre disponível a aprender e desempenhar o trabalho da melhor forma possível".
Sob "experiência profissional" há apenas um item. "Cargo: Guarda de Trânsito".
Direito de imagemBBC BRASILImage captionNo currículo de Ronaldo, apenas uma experiência
Foi este seu último emprego. Ele passou um ano e meio apitando para motoristas com o colete fosforescente que rendeu o apelido de "verdinhos" aos agentes de trânsito terceirizados pela prefeitura. Até que a empresa, Via Rio, decidiu mandar embora 240 pessoas. "Aí fui no mesmo barco. Era tudo trabalhador e pai de família", lamenta.
Mas Ronaldo diz trabalhar desde os 9 anos, quando começou a carregar cimento e tijolo em obras, apressando o fortalecimento do corpo de menino. "Eu tinha que ajudar a minha mãe. Não tinha mais quem ajudasse." Isso era em Irajá, na zona norte do Rio. "Ainda era uma roça naquela época. A gente ia pegar areia dentro do rio", lembra.
O primeiro emprego com carteira assinada foi com 15 ou 16 anos, em uma editora. Depois disso, fez um pouco de tudo - trabalhou na roça, capinou, foi segurança, fez bicos.
Ronaldo tem dois filhos e é separado. "E que mulher vai quer homem duro?" Atualmente, sobrevive graças à ajuda da irmã mais velha.
Direito de imagemBBC BRASILImage captionO desemprego já atinge 12,6% da população
Maria Lucinda Soares tem 60 anos e vem segurando as pontas com os R$ 1.080 reais que ganha "tomando conta de uma senhorinha" de 86 anos. Ela paga o aluguel do apartamento que divide com o irmão no bairro do Catumbi, perto do Sambódromo.
"Eu ajudo ele com o pouco que eu posso", diz Lucinda. É ela quem atende o número de telefone fixo deixado como contato no currículo de Ronaldo, que atualmente não tem celular. O jeito foi dar o número da casa da "senhorinha", onde a irmã mora durante a semana.
Ela torce pelo dia em que poderá dar o recado tão aguardado pelo irmão. "Se você souber de alguma oportunidade, liga para a gente", pede à repórter antes de desligar. "Temos um primo de 27 anos que também está atrás de emprego."
Ronaldo diz que procura trabalho em qualquer área. "Pode ser de acompanhante, caseiro. Também sei trabalhar na cozinha, fazer comida. Aprendi com mamãe."
Enquanto aguardava sua vez no atendimento do Sine, ele se revoltou ao ver um senhor idoso saindo do prédio, caminhando com dificuldade, com ajuda da bengala de um lado e de uma jovem parente do outro. "Imagina chegar a essa idade e ainda ter que vir aqui."
A corrupção e a estrutura social no Brasil são mesmo revoltantes, conclui. "Aqui é assim. O pobre faz o rico mais rico. E o rico faz o pobre mais pobre."