sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

Quais são as melhores cidades no mundo para se estudar?


Universidade de Concordia
Image captionMontreal aparece como a melhor cidade universitária

Qual é a melhor cidade do mundo para ser estudante?
De acordo com o ranking 2017 das melhores cidades universitárias, realizado pela consultoria britância Quacquarelli Symonds (QS), trata-se de Montreal.
A cidade canadense desbancou Paris, que perdeu pela primeira vez em quatro anos a liderança do ranking, ficando em segundo lugar dentre as 100 cidades que fazem parte da lista.
O Brasil aparece no ranking representado por duas cidades: São Paulo (69º) e Rio de Janeiro (94º). A capital paulista caiu seis posições em relação ao último levantamento, de 2016, enquanto o Rio de Janeiro fez sua estreia na lista.
Para entrar no ranking, as cidades devem ter uma população de pelo menos 250 mil habitantes e ser sede de, pelo menos, duas universidades que fazem parte do QS World University Rankings.
O ranking é baseado em um conjunto de parâmetros, como a qualidade das universidades, custo e qualidade de vida, caráter internacional, acesso ao mercado de trabalho e experiência estudantil.
A edição de 2017 ampliou a lista para 100 cidades - no levantamento anterior, foram contempladas 75.

MontrealDireito de imagemISTOCK

Destinos alternativos

O Canadá aparece bem classificado em termos de conveniência para estudantes internacionais. Além de Montreal, Vancouver aparece na 10ª posição e Toronto em 11º no ranking. O país tem a vantagem de oferecer cursos em duas línguas: inglês e francês.
O resultado reforça a tese de que o Canadá pode concentrar uma parcela maior do rentável mercado de educação internacional, especialmente diante das incertezas sobre as mudanças nas regras de entrada dos Estados Unidos sob a gestão de Donald Trump.
Para Ben Sowter, responsável pela Unidade de Inteligência da QS, a crescente popularidade do Canadá faz parte do aumento de "alternativas para os destinos de estudo tradicionalmente dominantes, tanto na Europa como na América do Norte".
"O Canadá vai se tornar um ator importante", prevê Sowter.
Segundo ele, o país norte-americano pode atrair estudantes dos Estados Unidos, enquanto o Reino Unido pode perder alunos para a Irlanda, Holanda e países escandinavos.
Um porta-voz da cidade de Montreal confirma que houve um grande aumento no número de estudantes internacionais, especialmente da China, Índia, França e Irã.

Queda de Paris

Paris aparece, por sua vez, como a segunda colocada no ranking. A queda em relação ao levantamento anterior é atribuída ao custo de vida e à diminuição de certos critérios desejáveis, ​​como segurança.
Sowter não acredita, no entanto, que haja uma ligação com os ataques terroristas na capital francesa. Ele afirma que poucas cidades são apontadas nas entrevistas com os alunos como mais atraentes do que Paris.
Segundo ele, os estudantes concordam que não há cidades com "risco zero", seja Boston, Berlim ou Paris, todas têm mantido seu apelo.

Londres é Londres

Já a terceira cidade mais atraente para os estudantes, segundo o estudo, é Londres.
As instituições de ensino britânicas estão preocupadas, no entanto, com o impacto que o Brexit (saída da União Europeia) pode ter no Reino Unido, fazendo com que seja percebido como um destino menos acolhedor para os estudantes estrangeiros.
Pesquisas recentes de universidades britânicas revelaram uma queda de 7% na candidatura de estudantes da União Europeia.

LondresDireito de imagemISTOCK
Image captionLondres aparece na terceira posição do ranking

Ainda não há sinais, no entanto, de um impacto negativo sobre Londres no ranking deste ano, uma vez que a capital do Reino Unido subiu da quinta para a terceira posição na lista.
É importante lembrar que a desvalorização da libra após o Brexit também facilitou o acesso a estudantes estrangeiros em termos financeiros.
As universidades de Londres obtêm alta pontuação devido à qualidade.
"Nenhuma cidade possui a variedade e qualidade de universidades como Londres", diz.
As Melhores Cidades Universitárias
Ranking 2017Ranking 2016
1. Montreal1. Paris
2. Paris2. Melbourne
3. Londres3. Tóquio
4. Seul4. Sydney
5. Melbourne5. Londres
6. Berlim6. Cingapura
7. Tóquio7. Montreal
8. Boston8. Hong Kong
9. Munique9. Berlim
10. Vancouver10. Seul
69. São Paulo63. São Paulo
94. Rio de JaneiroNão consta
Assim como Boston (oitavo lugar) - que conta com a Universidade de Harvard, o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, na sigla em inglês) e a Universidade de Boston - Londres e Paris também se beneficiam do grande número de instituições de ensino.

Fortaleza alemã

Além do Canadá, o outro único país com duas cidades no top 10 é a Alemanha, com Berlim, em sexto, e Munique, na nona posição. O resultado reflete as vantagens financeiras da Alemanha para estudantes estrangeiros, que não pagam sequer taxa de matrícula.

Universidade de Montreal
Image captionCanadá pode se beneficiar das novas restrições nos Estados Unidos

Ásia vem aí

Os países asiáticos - principalmente China e Índia - fornecem o maior número de estudantes estrangeiros.
Mas os países asiáticos também estão atraindo alunos internacionais, com cinco cidades no top 20 do ranking, lideradas por Seul, que subiu para o quarto lugar, e Tóquio, que está em sétimo.
Xangai é a cidade chinesa com a melhor classificação, ocupando o 25º lugar. Já Mumbai (ex-Bombaim) é a primeira cidade indiana na lista, na 85ª posição.
Além de São Paulo (69º) e Rio de Janeiro (94º), outras cidades latino-americanas que aparecem no ranking são: Buenos Aires (42º), Cidade do México (51º), Santiago (62º), Bogotá (73º), Monterrey (76º) e Lima (99º).
O fato é que a competição para atrair estudantes internacionais é um grande negócio.
Os Estados Unidos continuam sendo o maior mercado, e as cifras anuais mostram que, pela primeira vez, mais de um milhão de estudantes estrangeiros se encontram em universidades do país. Apenas a China enviou cerca de 330.000 alunos.
Além dos benefícios que resultam dos contatos transnacionais para pesquisa e da projeção da influência cultural a nível internacional, estima-se que os estudantes estrangeiros contribuam com quase US$ 36 bilhões para a economia dos EUA.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

Justiça determina que servidores do Detran-PE voltem ao trabalho


Detran-PE
Detran-PEFoto: Divulgação
O desembargador Eduardo Augusto de Paurá Peres, do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), decretou nesta quinta-feira (16) a ilegalidade da atual greve dos servidores do Departamento Estadual de Trânsito (Detran-PE). Na decisão, foi deferido que os grevistas, no prazo de 24 horas, retornem, imediatamente, ao trabalho, sob pena de multa diária de R$ 30 mil.

O TJPE atendeu a ação apresentada pela Procuradoria Geral do Estado de Pernambuco (PGE-PE). Os servidores paralisaram todas as atividades na última segunda-feira (13). Na decisão, o desembargador tomou como base a Lei nº 7.783/89. Segundo o documento, o Detran-PE deveria ter sido notificado da greve com antecedência de 48 horas. Entretanto, a notificação só teria acontecido no dia em que o movimento paradista foi iniciado.

De acordo com o sindicato do órgão, a greve foi decretada no último dia 8 e deflagrada no dia 13. Procurado pela reportagem do FolhaPE, o presidente do sindicato dos servidores do Detran-PE, Alexandre Bulhões, afirmou que a greve vai continuar. "A greve vai continuar. É legítima e legal. Não vamos pagar multa nenhuma porque vamos contestar. Mas, caso precise pagar, a gente paga", comentou.

Ainda segundo Bulhões, os servidores cobram que o Governo cumpra o acordo. "Estamos pedindo que o Governo cumpra o acordo que foi assinado em 2016. Descumprimento de acordo dá o direito de greve. Isso está na lei", comentou Bulhões, que reiterou que todos os serviços seguem paralisados. 
De Folha de Pernambuco.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

25 toneladas de dinheiro venezuelano encontradas no Paraguai


Policiais paraguaios com sacos de cédulasDireito de imagemAP
Image captionSacos com 25 toneladas de dinheiro venezuelano foram encontrados em casa

A polícia do Paraguai apreendeu tanto dinheiro venezuelano na cidade de Salto del Guairá, na fronteira com o Brasil, que até agora só conseguiu saber o peso das notas de bolívar: 25 toneladas.
As cédulas, de procedência irregular e diferentes valores, estavam dentro de sacos na propriedade de um conhecido comerciante de armas paraguaio. A apreensão foi feita na última sexta-feira.
Em comunicado, a polícia paraguaia informou que o dinheiro seria usado para a compra de dólares no mercado negro da Venezuela ou que o seu papel serviria para a falsificação de dólares.
Por enquanto, a única certeza é que a maioria das notas é de 100 e 50 bolívares.
Salto del Guairá fica na fronteira com a cidade de Guaíra, no Paraná.

Notas venezuelanas achadas pela policía do ParaguaiDireito de imagemAFP
Image captionA maioria das notas apreendidas é de 100 e 50 bolívares

Pequeno valor

A Venezuela tem uma das maiores taxas de inflação do mundo - por isso, o valor de cada cédula é muito pequeno. No mercado negro local, 100 bolívares podem ser trocados por US$ 0,03.
No fim do ano passado, o governo do país denunciou que sua moeda - principalmente as notas de 100 bolívares, então as de maior valor - estava sendo contrabandeada do país.

Policiais paraguaios abrindo os saco de dinheiroDireito de imagemPOLICÍA DE PARAGUAY
Image captionPolícia do Paraguai acredita que cédulas seriam usadas na falsificação de dólares

A consequência foi um anúncio, feito em meados de dezembro pelo presidente Nicolás Maduro: a cédula de 100 bolívares seria tirada de circulação e outras, de valor maior, criadas.
A medida foi adiada várias vezes, já que os bolívares de valor maior não ficaram prontos a tempo e muitos venezuelanos não conseguiram depositar ou trocar as notas no exíguo prazo fixado pelo presidente.
O novo prazo estabelecido para o recolhimento das notas de 100 bolívares é 20 de fevereiro.
É por isso que uma das linhas de investigação da polícia paraguaia é a de que o papel utilizado nas cédulas, "considerado de alta qualidade", seria destinado à impressão de dólares falsos.
Fonte BBC
Professor Edgar Bom Jardim - PE

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

Sobre a violência, Paulo Câmara diz que é preciso parceria


Governador Paulo Câmara afirma que a questão da violência tem componentes nacionais
Governador Paulo Câmara afirma que a questão da violência tem componentes nacionaisFoto: Anderson Stevens/Folha de Pernambuco
Reunido com os prefeitos da Região Metropolitana do Recife para falar sobre o Pacto pela Vida, no Palácio do Campo das Princesas, o governador Paulo Câmara afirmou que, em momento de crise, é preciso parceria e diálogo. Ele afirmou que a violência tem tido componentes nacionais que preocupam. Mas acrescentou que o crescimento dos índices também tem outros fatores mais complicados.
“Nós temos também componentes que estão fora da nossa governança, como o tráfico de drogas e de armas”, afirmou Paulo câmara no início da reunião.
Entre os integrantes do Governo presentes, estão os secretários de planejamento (Márcio Stefani), defesa social (Ângelo Gioia), Justica (Pedro Eurico) e comandante da Polícia Militar (Carlos D'Albuquerque).
"Um conjunto de pessoas que quer estar mais próximo dos prefeitos, que estão começando a gestão agora. O desafio da segurança exige isso: muito diálogo, muita transparência, muita verdade. Exige, de cada um de nós, muita disponibilidade de assumirmos um papel, que cabe a cada um de nós", afirmou Paulo Câmara. 
Ele lembrou que o Estado tem uma política “bem concebida”, que busca aperfeiçoamento a “a cada semana, a cada dia e que precisa realmente da participação de todos”.
Paulo Câmara lembrou que o Pacto pela vida foi criado com a participação dos Poderes e da sociedade civil, que fez com que Pernambuco se tornasse o único estado da Federação a obter que nos números de homicídios. E que a reunião é justamente para apresentar o programa e os seus números.
“ Infelizmente desde 2014 não temos conseguido obter os resultados em relação a CVLIs (crimes violentos letais intencionais), em relação aos homicídios. Nós temos procurado nos aprofundar ainda mais, buscado dar respostas, buscado obter resultados mais satisfatórios.
Sobre o encontro com os prefeitos, Paulo Câmara afirmou que eles são a ponta, o primeiro socorro da população que precise de ajuda.
“Quero estar junto aos prefeitos também para dar toda a cobertura, todo apoio necessário, toda troca de informação e diálogo necessários para que se possa atuar firmemente num tema que preocupa em demasia a população de Pernambuco, que sente a crise, que sente o desemprego, a violência e que sente também a falta de respostas rápidas”, afirmou o socialista.
O governador acrescentou que esse era o motivo de encontro, de apresentar a política do Pacto pela Vida. “Mostrar o que estamos fazendo, falar um pouco do que pensamos e ouvir os senhores”.
Fonte:Folha de Pernambuco.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Projeto da PM é aprovado nas comissões


Policiais protestaram contra a aprovação do projeto nas comissões
Policiais protestaram contra a aprovação do projeto nas comissõesFoto: Alfeu Tavares/Folha de Pernambuco
O projeto do Executivo que reajusta entre 27% e 40% os salários da Polícia e Bombeiros militares foi aprovado nas comissões de Constituição e Justiça, Finanças e Administração no início da tarde desta segunda-feira (13), sob protesto dos policiais e da bancada da oposição. A expectativa é de que o projeto vá a votação em plenário nesta terça-feira (14).
No momento em que a matéria foi colocada em votação, as galerias condenaram e a bancada de oposição se retirou do plenário, sob a alegação de que não iria compactuar com a aprovação.
A bancada de oposição se reunirá para definir os encaminhamentos que tomarão. Mas a tendência é que entrem com uma ação direta de inconstitucionalidade no Tribunal de Justiça para que a tramitação seja interrompida.
Folha de Pernambuco.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Deputado quer excluir professores da reforma da Previdência


Apresentada pelo presidente Michel Temer no fim do ano passado, a reforma da Previdência tem gerado intensos debates no Congresso Nacional. Nesta quarta-feira (8), o deputado federal Bacelar (PTN) subiu à tribuna para pedir a exclusão dos professores da reforma. Lembrou que, pela proposta do governo, a categoria perderá a aposentadoria “especial”. Atualmente, professores podem se aposentar com salário integral aos 55 anos ou 30 anos de contribuição, enquanto que as professoras podem parar aos 50 anos de idade ou com 25 anos de sala de aula. “Aprovar o texto da reforma da Previdência do jeito que está significa que os educadores terão que trabalhar, no mínimo, 15 anos a mais. No caso dos homens, poderão ser obrigados a permanecer em sala até mesmo depois dos 70 anos. Não dá nem para imaginar uma cena dessas na educação básica. Chega a ser absurdo”, criticou.
Bacelar lembrou que a rotina dos professores é desgastante e a aposentadoria especial é uma necessidade. “As salas estão superlotadas. Muitas vezes, os professores têm que lidar com 250 alunos em um único turno. Eles precisam entonar a voz, ficar em pé por longos períodos. Isso sem contar com o desgaste emocional. A aposentadoria especial não pode ser vista como um presente. É um direito garantido pela Constituição”.
O petenista ressaltou que outras categorias foram excluídas da reforma pelas necessidades inerentes a cada uma delas e, portanto, as mudanças representam descaso com a educação brasileira e com o desenvolvimento econômico do país. “Sabemos que a educação é a chave que a abre as portas para resolvermos todos os problemas que enfrentamos. Basta olhar para os países desenvolvidos em que o investimento em educação é primordial. Não vamos deixar que isso afete ainda mais a qualidade do ensino brasileiro” finalizou.
Fonte:informebaiano
Professor Edgar Bom Jardim - PE

sábado, 11 de fevereiro de 2017

A universidade: entradas, saídas, levitações

Conhecer os segredos do mundo é um desafio que abraça a cultura. Não basta acumular informações, descrever manchetes, engolir filmes com cheiro de pipoca. Existem muitas histórias e o trem da verdade é feito de madeira vulnerável. Quem se abala em saber que as mentiras circulam? Seria difícil uma sociedade produtora de saberes transparentes. A ordem e o progresso é o lema do atual governo. Lembra as ilusões do século  XIX. Não faltam concepções de mundo e o positivismo foi marcante. Longe de mim querer revê-lo. Tudo tem seu tempo, diz minha mãe. Fico distante dessas invenções fabricadas com intenções nada agradáveis. Não sou temeroso.
Mas não faltam assuntos. Recentemente, as ocupações na universidade apresentaram-se como uma inquietação. Não foram rebeldias como 1968, tinham outros propósitos, enfrentavam outras questões. Os partidos estão cheios de cupins, portanto lá se foi a época dos grandes líderes. Há uma carência brutal de políticos que possuam dignidade. Há uma predileção por armadilhas. As ocupações abalaram o lugar do saber tão cheio de penúrias. Não houve homogeneidade. Alguns, apenas, lançaram palavras de ordens, seguiram sem transtornos. Outros  foram silenciosos, mas um encontro especial e uma necessidade de balançar o imóvel. O profano e o sagrado se desencontram.
As insatisfações eram visíveis. As hostilidades cavaram abismos entre estudantes e professores. Os afetos sentiram-se tontos, alguns não aceitavam conversas. Criou-se uma outra atmosfera. Moveram-se ideias, derrubaram-se tradições, sonhos anarquistas se remontaram. Os pequenos partidos atuaram, houve fragmentações, celebrações, debates e muitas assembleias. Causaram certos pânicos e urgências. A universidade está com problemas graves e não quer olhar para eles, afirmam muitos. As hierarquias consolidam-se, festejam burocracias e impessoalidades. Isso incomoda e enfraquece a formação de uma ética ágil e solidária. Houve um suspense geral. Entradas e saídas estreitas impedem a levitação. A universidade é republicana ou se envolve com certos traços medievais?
A questão maior é firmar estratégias e fazer o cerco à ordem dominante. Canta-se a liberdade, mas não se permite compreender limites. Elogia-se o desejo de quebrar barreiras, os ressentimentos afloram, os donos do poder se arrepiam. O confronto se coloca. A universidade está além da mesquinhez do conhecimento dos pontos acadêmicos. É fundamental ouvir, não desprezar os azares e as sortes. O capitalismo se reorganiza, o mercado de trabalho se encolhe, os golpes doem na alma e no corpo. Não esqueçam de 1968. O marxismo se entrelaçou com o anarquismo, Mao foi lembrado, Stalin condenado, a burguesia julgada. A poética estava presente e a mercadoria se diluía.
O tempo é outro. O Brasil convive com perda de valores acelerada. Em quem confiar?  A universidade deve se pensar como instituição de experiências múltiplas, cultivar memórias abertas, não jogar fora a autonomia. Não podemos reproduzir políticas de espertezas. A democracia não se resolve com eleições programadas. Como socializar o poder e a cultura? A ciência não é absoluta, fortalece também arrogâncias. E a dimensão estética, as cores, as formas, as arquiteturas, os sons, os encontros, a coragem? Há choques que atiçam ações. A divisão social do trabalho mantém a exploração. O céu azul, iluminado, sedutor não é espelho. Quem se esconde, se veste de cinza e de melancolia. É preciso entender que o mundo é vasto como o coração. Congelá-los é um suicídio.
Fonte:astuciadeulisses.com.br
Professor Edgar Bom Jardim - PE

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

Ensino de História deixa de ser obrigatório para que ninguém se lembre dos dias atuais


A reforma do ensino médio foi aprovada na última quarta-feira pelo Senado e segue para sanção do presidente Michel Temer. De acordo com o conjunto de novas diretrizes para o ensino médio, tudo o que será lecionado vai estar dentro de cinco áreas apresentadas, que são chamadas de “itinerários formativos”.
Uma imagem postada pelo perfil oficial do Senado Federal no Twitter mostra as disciplinas que permanecem obrigatórias e as que serão optativas, conforme oferecidas por cada escola, e que serão escolhidas pelos próprios alunos. Veja:
C4LfWL3WcAQmHhX
Uma das duras críticas feitas à reforma é que, as disciplinas História e Geografia, presentes no itinerário Ciências Humanas e Sociais aplicadas, deixam de ser obrigatórias e passam a ser optativas. Em resposta às críticas, o Governo disse que “tiramos História da grade para que ninguém se lembre dos dias atuais”.
“Imagina só os alunos tendo que entender e se lembrar de tudo o que aconteceu no Brasil nos últimos meses? É cruel. Os alunos que quiserem, poderão optar por isso, mas a culpa não será nossa, já que nosso dever é fazer com que o ambiente escolar seja um ambiente seguro” disse Mendonça Filho, ministro da educação.
Ele ainda reforçou que não é necessário aprender História na escola, pois todos os estudantes do país estão tendo aulas práticas de História diariamente.
“Eles aprendem impeachment e golpe na prática, apanham da PM, vêem queda de presidente, caos na economia, tudo isso sem ter que se limitar aos livros. É o melhor momento da história para se aprender História”.
sensacionalista.com.br
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Pouca água em Pedra Fina

Foto:Severino Barbosa da Silva
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Com Temer no poder, o "Estadão" se volta contra a Lava Jato


Não é segredo que os integrantes da força-tarefa da Operação Lava Jato, assim como o juiz Sergio Moro, responsável por julgar as ações em primeira instância, contam com o apoio da imprensa para avançarem o combate a corrupção.
Em um famoso artigo de 2004, intitulado Considerações sobre a operação Mani Pulite, Moro destaca o papel da imprensa como força auxiliar dos investigadores da operação Mãos Limpas na Itália. Mais recentemente, a subprocuradora-geral da República Luiza Cristina Frischeisen, ao agradecer um prêmio internacional recebido pela Lava Jato, destacou que "o apoio da sociedade civil e o trabalho da imprensa (...) podem garantir efeitos duradouros às transformações que estamos vivendo".
Neste contexto, editoriais recentes do jornal O Estado de S.Paulo, aqueles que exprimem as opiniões dos donos do jornal, devem causar certa estranheza aos procuradores e ao magistrado. Após apoiar com afinco as investigações que ajudaram a viabilizar a derrubada de Dilma Rousseff, o Estadão se voltou contra a Lava Jato. 
Ataques a Dallagnol
Na segunda-feira 7, o jornal escolheu como alvo Deltan Dallagnol, o coordenador da força-tarefa. "Tem gente com poder sobre a operação que, sob o argumento de punir todo e qualquer ato de corrupção, deseja inverter a mais elementar lógica jurídica, pondo em risco o trabalho de toda a operação e, assim fazendo, consagrar no Brasil o direito autoritário, próprio das tiranias", afirma o Estadão.
Na sequência, o jornal diz que Dallagnol procura uma "relativização do direito de defesa" e o critica por defender que "a existência de processo penal contra uma pessoa seria elemento suficiente para alterar o juízo sobre sua inocência" e que a "existência de prova 'para além de uma dúvida razoável' seria suficiente para condenar o réu". 
Nesta quarta-feira 9, o Estadão voltou à carga contra Dallagnol. Em novo editorial, denunciou "manifestações a favor de um Direito autoritário, próprio das tiranias", bancadas pelos procuradores e atacou a OAB e o próprio MPF por não censurarem o procurador, defensor de "abusos", segundo o jornal.
"As leis estão sendo cumpridas"
As posições de Dallagnol são conhecidas desde que ele ganhou proeminência. Pode-se criticar o procurador pelo mérito delas, mas não por falta de coerência. Não é o caso do Estadão. 
Em 15 de janeiro de 2016, uma carta pública assinada por mais de uma centena de advogados criticou de forma dura a Lava Jato, acusando os investigadores de provocar uma “neoinquisição” e desrespeitar direitos e garantias fundamentais, inclusive a presunção de inocência que o Estadão agora defende com ardor. Em janeiro passado, no entanto, o jornal tinha outra visão.
Em editorial de 17 de janeiro, intitulado Manifesto irrefletido, o jornal dos Mesquita fez chacota com a carta dos advogados, classificando o documento de "defesa de interesses privados", "molecagem" e uma empreitada em favor de "seus clientes".
Sobre a Lava Jato, o jornal tinha a dizer que ela estava "plenamente inserida nos caminhos institucionais", que "não se vislumbra qualquer ameaça ao Estado de Direito" e que "as leis estão sendo cumpridas". Preocupava os advogados, afirmava o Estadão, somente "a consistência dos passos dados pela Polícia Federal, pelo Ministério Público e pelo Poder Judiciário".
As "Dez Medidas" são boas ou ruins?
No editorial desta quarta-feira 9, o segundo contra Deltan Dallagnol em três dias, o Estadão aproveitou para criticar as "Dez Medidas Contra a Corrupção", idealizadas pela força-tarefa da Lava Jato, bancadas pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e defendidas por Dallagnol em uma grande campanha pelo País.
Para o Estadão, as medidas contêm em seu bojo "explícitos abusos", "como a aceitação de provas obtidas ilicitamente, restrições ao habeas corpus e o fim, na prática, do prazo de prescrição".
Em julho passado, o jornal pensava diferente. No dia 21 daquele mês, o Estadão publicou o editorial Antes tarde do que nunca para celebrar o avanço das Dez Medidas na Câmara. Naquele ponto, a publicação defendia a campanha, lembrando se tratar de iniciativa dos procuradores, destinada "a aperfeiçoar, acelerar e tornar mais rigoroso o processo de investigação e julgamento dos casos de corrupção na gestão da coisa pública".
Para o jornal, aprovar o pacote seria, por parte do Congresso, uma "oportunidade de acelerar o processo de reconquista do apoio e respeito populares" diante do "sentimento majoritário de repulsa dos brasileiros".
O que motivou a mudança? 
A chave para entender a mudança de posição do Estadão não está na atuação de Moro e da força-tarefa, que persistem iguais desde o início da Lava Jato, ou em uma repentina conscientização dos donos do jornal a respeito de como a sociedade brasileira deve avançar. Está no funcionamento de uma redação no Brasil.
Assim como todas as redações nacionais, o Estadão tem em seus quadros uma série de jornalistas competentes e gabaritados. A liberdade de atuação de editores e repórteres varia, no entanto, conforme a "maré". O ímpeto jornalístico da redação é libertado quando os alvos das reportagens são de interesse dos donos da publicação, mas contido quando não interessa a eles.
As mudanças no mar em que os jornalistas navegam são informadas apenas raramente de maneira explícita. No caso do Estadão, em que os editorialistas têm uma grande proximidade com os donos do jornal, os editoriais têm um peso grande. Os textos da página 3 são, portanto, recados ao "chão da fábrica".
E a mensagem neste caso parece evidente. Quando a petista Dilma Rousseff estava no poder e a empreitada contra ela estava alicerçada na campanha anticorrupção, o apoio à Lava Jato era parte do script para derrubar um governo visto como indesejado pelo Estadão.
Confirmado o impeachment, a maré virou. A ênfase sai do combate à corrupção e passa para uma alegada proteção de direitos fundamentais. O objetivo único da mudança do Estadão parece ser, entretanto, proteger seus interesses, contemplados por Michel Temer (PMDB), e, por consequência, o próprio governo. Nos últimos dias, o Planalto tem armado uma arapuca para a Lava Jato. Será que os donos jornal embarcaram na expedição?
Fonte: Carta Capital.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

Como cancelar o envio de fotos e vídeos no WhatsApp



Jovem com o celularDireito de imagemTHINKSTOCK
Image captionEscolheu o contato errado? Calma: existe uma possível solução

Isso pode já ter acontecido: você está prestes a enviar uma foto ou vídeo pelo WhatsApp, mas, na pressa, seleciona o contato ou o grupo errado. E, para piorar, clica em enviar.
Mas nem tudo está perdido: existe um truque que, se usado imediatamente, tem o potencial de evitar um possível desastre.
Trata-se de um recurso muito simples, porém eficaz: deixar o dispositivo sem conexão com a internet antes que ele complete o envio.
A chave é não dar tempo suficiente ao telefone para que ele acabe de mandar o arquivo. Quanto mais pesada for a foto, vídeo ou áudio, por exemplo, mais tempo você terá para evitar que chegue à pessoa errada.
Bastam três passos simples:


Tela de celular com o primeiro passo

A primeira coisa a fazer é desativar a conexão com a internet o mais rápido possível, ou seja, enquanto o arquivo de imagem ou vídeo ainda estiver sendo enviado.
Se você tem um iPhone, basta subir aquele menu da parte interior da tela e selecionar o ícone do "modo avião".
Se o seu telefone for um Android, basta abrir a janela de notificações e clicar nas opções "dados móveis" e "WiFi" para desativá-las, ou também acionar o "modo avião".
Desta forma, o processo de carregar e enviar o arquivo pelo WhatsApp será interrompido.


Tela de celular com o segundo passo

Agora, de volta à mensagem no WhatsApp: se a foto, vídeo ou arquivo não foi mesmo enviado, você verá um sinal exclamação vermelho à direita da imagem, o que indica no iPhone que o aplicativo não completou a ação.
Se o seu telefone for um Android, você vai observar que a foto ou o vídeo estarão desfocados, com um "x" sobre eles, ou com uma opção para reiniciar o envio.


Tela de celular com o terceiro passo

Neste momento, você deve eliminar o arquivo da mensagem, clicando sobre o ícone do ponto de exclamação e depois sobre a lixeira.
No caso do Android, você simplesmente deve tocar continuamente sobre a imagem para selecioná-la e apagá-la, também clicando na lixeira - nas versões atuais, ela aparece no lado de cima da tela.
Mas cuidado neste caso: o app pode perguntar se você também quer deletar o arquivo do seu celular. Se você não quiser, basta desmarcar essa opção.


Tela de celular com o quarto passo

Por fim, não se esqueça de voltar a conectar seus dados desmarcando o modo avião ou restabelecendo o uso de dados móveis e do WiFi. Fonte: BBC
Professor Edgar Bom Jardim - PE