domingo, 8 de janeiro de 2017

Como o Japão praticamente extinguiu as mortes por arma de fogo

O Japão tem uma das menores taxas do mundo de crimes cometidos com armas de fogo. Em 2014, foram registradas no país seis mortes contra 33.599 nos Estados Unidos no mesmo período. Mas qual é o segredo dos japoneses?
Se você quer comprar uma arma no Japão é preciso paciência e determinação. É necessário um dia inteiro de aulas, passar numa prova escrita e em outra de tiro ao alvo com um resultado mínimo de 95% de acertos.
Também é preciso fazer exames psicológicos e antidoping.
Os antecedentes criminais são verificados e a polícia checa se a pessoa tem ligações com grupos extremistas.
Em seguida, investigam os seus parentes e mesmo os colegas de trabalho.

Lei rigorosa

A polícia tem poderes para negar o porte de armas, assim como para procurar e apreendê-las.
E isso não é tudo. Armas portáteis são proibidas. Apenas são permitidos os rifles de ar comprimido e as espingardas de caça.
A lei também controla o número de lojas que vendem armas.
Na maior parte das 47 prefeituras do Japão, o número máximo é de três lojas de armas e só se pode comprar cartuchos de munição novos se os usados forem devolvidos.

Homem apontando armaImage copyrightALAMY
Image captionAté mesmo o crime organizado no Japão dificilmente usa armas de fogo. Geralmente, os criminosos utilizam facas

A polícia tem que ser informada sobre onde a arma e a munição ficam guardadas - e ambas devem estar em locais distintos, trancadas. Uma vez por ano a polícia inspecionará a arma.
Depois de três anos, a validade da licença expira e a pessoa é obrigada a fazer o curso e as provas de novo.
Tudo isso ajuda a explicar por que os tiroteios e massacres com armas de fogo são muito raros no Japão.
Quando um massacre ocorre no país, geralmente o criminoso utiliza facas.

Apenas seis tiros em 2015

A atual lei de controle de armas japonesa foi criada em 1958, mas a ideia por trás dela remonta a séculos atrás.
"Desde que as armas chegaram ao país, o Japão sempre teve leis bastantes rigorosas," diz Iain Overton, diretor-executivo da organização não-governamental Action on Armed Violence e autor do livro Gun Baby Gun (Arma Baby Arma, em tradução livre).
"O Japão foi o primeiro país do mundo a criar leis sobre as armas e isso é a base para mostrar que elas não fazem parte da sociedade civil".
A população japonesa tem sido premiada por devolver armas antigas, algumas de 1685.
Overton descreve essa política como "talvez a primeira iniciativa para comprar armas de volta".
O resultado é um índice muito baixo de porte de armas: 0,6 armas por 100 pessoas em 2007, em comparação com 6,2 por 100 na Inglaterra e no País de Gales, e 88,8 por 100 nos Estados Unidos, de acordo com o projeto Small Arms Survey, do Instituto de Estudos Internacionais e de Desenvolvimento de Genebra, na Suíça.
"Quando se tem armas na sociedade, há violência armada. E acredito que a relação tem a ver com a quantidade", diz Overton.
"Se há poucas armas numa sociedade, é quase inevitável que os níveis de violência sejam baixos", acrescenta.
Policiais japoneses dificilmente andam armados e a ênfase é maior nas artes marciais - todos devem chegar a faixa preta do judô. Eles passam mais tempo praticando quendô (uma luta com espadas de bambu) do que aprendendo a usar armas de fogo.
"A resposta à violência nunca é violência. A polícia japonesa disparou apenas seis tiros em todo o país em 2015", diz o jornalista Anthony Berteaux.
"O que geralmente a polícia japonesa faz é usar imensos colchonetes para embrulhar, como uma panqueca, a pessoa que está violenta ou bebeu demais e levá-la para se acalmar na delegacia", explica.
Overton compara este modelo com o americano que, segundo ele, tem sido o de 'militarizar a polícia".

Policial em Ferguson, Missouri.Image copyrightGETTY IMAGES
Image captionEspecialistas afirmam que nos EUA a política é de "militarização das polícias" e isso aumenta a violência na sociedade

"Se há muitos policiais sacando armas nos primeiros instantes de um crime, isso leva a uma pequena corrida por armas entre a polícia e os criminosos", afirma.
Para frisar o tabu ligado ao uso inadequado de armas no Japão, um policial que usou a própria arma para cometer suicídio foi processado, depois de morto, por ter cometido um crime.
Ele se matou quando estava de serviço - os policiais nunca andam armados nas folgas e deixam as armas na delegacia quando terminam o dia de trabalho.
O cuidado que a polícia tem com as armas de fogo se aplica aos próprios policiais.
Uma vez, o jornalista Jake Adelstein assistiu a um treinamento de tiro e, quando todas as cartucheiras foram recolhidas, a preocupação foi imensa ao descobrirem que estava faltando uma bala.
"Uma bala tinha sumido - havia caído atrás dos alvos - e ninguém pôde sair dali até que fosse achada", lembra.
"Não existe um clamor popular no Japão para que as leis sobre armas sejam relaxadas", diz Berteaux. "Isso tem muito a ver com um sentimento pacifista do pós-guerra, de que a guerra foi horrível e não podemos nunca mais passar por isso".

Munição em loja de armas do JapãoImage copyrightREUTERS
Image captionA compra de munição também é rigorosamente controlada no Japão, onde o número de lojas que vendem armas é limitado por lei

"As pessoas assumem que a paz sempre vai existir e, quando se tem uma cultura como esta, você não sente a necessidade de estar armado ou de ter um objeto que acabe com esta paz".
Na verdade, movimentos para aumentar o papel do Japão em missões de paz no exterior têm causado preocupação.
"É um território desconhecido," diz Kouchi Nokano, professor de Ciência Política. "Será que o governo vai tentar tornar normal a morte nas forças de defesa e até mesmo exaltar o uso de armas?"
De acordo com Iain Overton, "o nível de rejeição que torna quase tabu" as armas no Japão significa que o país "caminha para se tornar um lugar perfeito" - embora ele lembre que a Islândia também tem um índice muito baixo de crimes com armas de fogo, apesar de ter muito mais donos de armas.
Henrietta Moore, do Institute for Global Prosperity da University College London, aplaude os japoneses por não considerarem a propriedade de armas como uma "liberdade civil" e rejeitarem a ideia de que armas de fogo "são algo que se usa para defender a sua propriedade contra outras pessoas".
Mas para o crime organizado japonês as rígidas leis de controle de armas são um problema. Os crimes da máfia japonesa, a Yakuza, caíram drasticamente nos últimos 15 anos e os criminosos que continuam usando armas de fogo têm que descobrir novas maneiras de entrar com elas no país.
"Os criminosos escondem armas dentro de carregamentos de atuns congelados", conta o policial aposentado Tahei Ogawa. "Já descobrimos alguns peixes recheados com armamento".
Fonte:BBC Brasil
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Prefeito João Lira é criticado por nomear parentes


A Família Real de Bom Jardim– O novo prefeito de Bom Jardim, 
João Lira (PSD), criou a família real no município com a nomeação de tantos parentes para aumentar os dividendos do clã com o erário público. Além do filho Edgar Lira, nomeado para a pasta de Infraestrutura, e da sobrinha Elisangela Lira para tomar conta do cofre, a Secretaria de Finanças, impôs aos vereadores da sua base na Câmara e eleição de sua mulher Valéria Lira para presidente. O nepotismo nunca reinou com tanta força num município tão pobre, onde mais de 70% da sua população vive pendurada no programa Bolsa-Família.
fonte: Blog do Magno https://www.blogdomagno.com.br/?pagina=3
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Rosa Luxemburgo, política, anarquismo


Será que estamos assumindo a barbárie ou nunca deixamos de cuidar das vinganças? Mal começou o ano, os atentados recomeçam, a violência derruba limites. Insisto que não se brinca com o desejo de intolerância. Há quem escreva procurando atiçar desencontros, culpando os outros por uma carência pessoal. Quem conhece sabe que os psicopatas não estão apenas nas ruas. O pior  é que são celebrados por outros ensandecidos, desamparados pela terrível situação que vivemos. É necessário não se calar. Mas temos de fazer distinções. A violência pode ser um sinal de que as fronteiras estão rasgadas e as ameaças estão liberadas. As redes sociais não cessam de celebrar coragens pouco convincentes. Há um desfile de estrelas e astros encantados.
Não se assuste. Há  motivos para revoltas, mas há motivos também para repensar a política. Se não denunciarmos que o sistema apodrece, o desmanche será maior. As brigas nas torcidas organizadas, nas células agressivas das facções, as melancolias dos apáticos são comuns A desigualdade não se estabelece gratuitamente. Se tudo se anima com a competição, não estranhe se a pedagogia for o retrato do desencontro. O perigo são as transferências, a construção de inimigos, a destruição do coletivo. Há quem se ausente das suas ações principais e arquitetem paraísos  totalitários. Existem grupelhos localizados, acostumados com tensões ou fabricadores de tensões. Ocupam-se dos prazeres momentâneos disfarçando os incômodos.
O capitalismo segue sua trilha aproveitando-se do imprevisto. Joga com astúcia. Seus programadores minam resistências. Como sair de tantas armadilhas ? Teorias não faltam. O anarquismo, uma delas, traz a ideia da igualdade, condena a subordinação, discute o poder, alimenta a necessidade de dividir. O anarquista considera o espaço da violência, porém nem toda sua articulação significa  o caos ou o fim dos outros. Ela faz suas comunhões, avista suas possibilidades, analisa o niilismo, critica à hierarquia. As estratégias podem ajudar a fixar caminhos sem pedras. O drama é anarquista que nunca leu sobre anarquismo.
Alguns abominam as leituras. A exacerbação da insensatez mostra o horror , lembra genocídios de todos os lados, exalta gênios obscuros. Analise a primeira década do século XX. Rever as teorias dentro da contemporaneidade é fundamental. Rosa Luxemburgo escreveu um texto exemplar sobre 1917, debateu sobre os limites da política.  Rosa era marxista, como também Poulantzas, Gramsci, Althusser, Marcuse, Hobsbawm … Há quem se restrinja às aventuras opressoras e assassinas de Stálin. Como pensar os ruídos dúbios do socialismo? O livro de Padura, O homem que amava cachorros, provoca, narra, inquieta. Não esqueça as justificativas, as idolatrias pelos autoritários de ontem e de hoje.
Passamos por duas guerras, o cinismo tornou-se um tema presente. Andamos com  olhos presos em teclados sofisticados e ainda falamos de simplicidade. Estamos exilados e recolhidos. Apostamos no acaso, no anjo da guarda ou nos pesadelos feiticeiros? Contamos as mortes, para vender escândalos e  dimensionamos as hostilidades que residem perto de nós. Perdemos a noção de profundidade. Olvidamos que o socialismo não pode existir sem a democracia, sacudimos os livros no lixo cansados com a primeira leitura. Construímos frágeis idealizações. Volto A Revolução Molecular de Felix Guattari. O que somos no fluir das moléculas revolucionárias?

PS: Foto de um comício com Rosa. Está no google. Rosa foi assassinada
Fonte:Astúcia de Ulisses
Professor Edgar Bom Jardim - PE

sábado, 7 de janeiro de 2017

"Tinha era que matar mais", diz secretário do governo Temer sobre massacre


Ao comentar a chacina que vitimou 56 presos no Complexo Penitenciário Anísio Jobim, em Manaus, entre domingo e segunda-feira, o secretário nacional da Juventude, Bruno Júlio (PMDB), afirmou que "tinha era que matar mais". As informações são da coluna de Ilimar Franco, do jornal O Globo.
Ainda segundo a publicação, o secretário também afirmou que "tinha que fazer uma chacina por semana". Júlio utilizou a chacina de Campinas, onde um homem matou sua ex-mulher, seu filho e mais 10 pessoas durante comemoração de Ano-Novo, para justificar sua declaração.
O secretário afirmou que fica triste ao ver a repercussão que a morte dos presos teve no país. Segundo ele, "ninguém se importou com as meninas que foram mortas em Campinas". Júlio também foi irônico ao citar os apenados, usando termos como "coitadinhos" e "santinhos".
O governo federal, por meio de sua assessoria, afirmou que o secretário foi cobrado sobre as declarações e que ele não tem autorização para falar sobre o assunto e não expressa a opinião do governo. De acordo com o jornal O Globo, o secretário procurou a coluna para alegar que estava "brincando".
O secretário utilizou seu perfil oficial no Facebook para explicar suas declarações. Júlio afirma que "está havendo uma valorização muito grande da morte de condenado". No post, o peemedebista usa um tom mais moderado para criticar o caso:
Fonte:Zero Hora
Professor Edgar Bom Jardim - PE

quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

Estamos indo em direção a um mundo sem direitos humanos?




Homem contempla a Declaração Universal dos Direitos Humanos, um dos primeiros documentos publicados pela ONUImage copyrightTHREE LIONS/GETTY IMAGES
Image captionCriados em 1940, princípios de Direitos Humanos tornaram-se leis nas décadas seguintes, mas vem sendo cada vez mais desrespeitados

"Hoje estamos no limiar de um grande evento tanto na existência da ONU quanto da humanidade". Com estas palavras, a diplomata e ex-primeira-dama americana Eleanor Roosevelt apresentou a Declaração Universal dos Direitos Humanos para a Organização das Nações Unidas.
Era 1948 e os estados-membros da ONU, determinados em impedir que os horrores da Segunda Guerra Mundial se repetissem, estavam cheios de idealismo e aspirações.
A declaração universal prometia, entre outras coisas, o direito à vida, o direito a não ser torturado e o direito de pedir asilo contra a perseguição. Apenas um dia depois de sua ratificação, os países adotaram também a As Convenções de Genebra, uma série de tratados elaborados para proteger civis durante guerras e garantir o direito de equipes médicas trabalharem livremente em zonas de conflito.
Nas décadas desde 1948, muitos dos princípios da Declaração foram preservados nas leis internacionais, com a convenção de refugiados de 1951 e a proibição absoluta da tortura - a profecia de Roosevelt de que a declaração se tornaria "a carta magna internacional de todos os homens em todos os lugares" parecia estar se cumprindo.
Mas quase 70 anos depois, os ideais dos anos 1940 começam a parecer batidos. Enfrentando ondas de milhares de migrantes e refugiados em suas fronteiras, muitos países europeus parecem relutantes em honrar sua obrigação de oferecer asilo.
Pelo contrário, seus esforços - desde a cerca na Hungria até o debate britânico sobre aceitar ou não algumas dúzias de jovens refugiados afegãos - parecem mais focados em manter as pessoas afastadas.
Do outro lado do Atlântico, o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, fala em sancionar a controversa técnica de interrogatório conhecida como waterboarding, uma simulação de afogamento considerada tortura.
Questionado sobre o tema, ele afirmou: "Eu faria muito pior... Não me diga que a tortura não funciona... acredite em mim, ela funciona".
Na Síria e no Iêmen, civis são bombardeados ou morrem de fome, e os médicos e hospitais que tentam tratá-los têm sido atacados por todos os lados dos conflitos.
Por isso, funcionários da ONU e de outras organizações de direitos humanos já se perguntam: qual será o futuro desse tipo de acordo internacional?



Donald TrumpImage copyrightDREW ANGERER/GETTY IMAGES
Image caption'A tortura funciona', disse o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, durante a campanha

'Corrida ao fundo do poço'

Em Genebra, onde estão as sedes do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, da Agência de Refugiados da ONU e do Comitê Internacional da Cruz Vermelha, já se fala em um mundo "pós-direitos humanos".
"Não se pode negar que estamos enfrentando desafios enormes: o retrocesso que vemos no respeito aos direitos na Europa ocidental e possivelmente também nos Estados Unidos", diz Peggy Hicks, diretora de programas dos Direitos Humanos.
Virando a esquina, na sede da Cruz Vermelha há provas de que esses desafios são reais.
Uma pesquisa de opinião realizada durante o verão europeu pela organização mostra uma tolerância maior à tortura. Entre as pessoas entrevistadas, 36% acreditavam que era aceitável torturar combatentes inimigos capturados para obter informações.
Além disso, menos da metade dos entrevistados que pertenciam aos cinco países membros permanentes do conselho de segurança (EUA, Reino Unido, China, Rússia e França) disseram ser errado atacar áreas muito populosas, sabendo que civis seriam mortos.
Mais de 25% deles disseram achar que impedir o acesso de civis a comida, água e remédios é parte inevitável da guerra.
Para o presidente do Comitê Internacional da Cruz Vermelha, Peter Maurer, os dados são preocupantes. "Até na guerra, todos merecem ser tratados de maneira humana", diz.
"Usar a tortura só dá início a uma corrida até o fundo do poço. Tem um impacto devastador nas vítimas e também brutaliza sociedades inteiras por gerações."



Peter Maurer, presidente do Comitê Internacional da Cruz VermelhaImage copyrightYURI KADOBNOV/AFP/GETTY IMAGES
Image captionUsar tortura em interrogatórios brutaliza sociedade e gera 'corrida ao fundo do poço', diz presidente da Cruz Vermelha

Desconexão

Mas quantas pessoas fora da "bolha" de Genebra estão ouvindo?
Peggy Hicks, da ONU, tenta explicar por que as atitudes das pessoas em relação aos direitos humanos podem estar mudando.
"Quando confronto o mal que vemos no mundo de hoje, não me surpreende que as pessoas que não pensaram muito profundamente sobre isso (a tortura) às vezes tenham convicção de que isso pode ser uma boa ideia."
Mas na Europa e nos Estados Unidos, líderes de opinião tradicionais - desde políticos até funcionários da ONU - têm sido acusados de serem elitistas e desconectados da realidade. Sugerir que algumas pessoas simplesmente não refletiram o suficiente sobre tortura para entender que é errado pode ser parte do problema.
"Eu acho que a comunidade dos direitos humanos - eu mesma incluída - tem o problema de não usar uma linguagem que se conecta com as pessoas num diálogo verdadeiro", admite Hicks.
"Precisamos fazer melhor, eu realmente acho isso."
A ideia que ninguém em Genebra parece querer enfrentar, no entanto, é a de que os princípios adotados nos anos 1940 podem simplesmente não ser mais tão relevantes para as pessoas no mundo atual.
Eles parecem pensar que os princípios continuam sendo válidos, só não são respeitados o suficiente.
"Não estamos buscando um mundo de fantasias imaginário", diz Tammam Aloudat, médico da organização humanitária internacional Médicos Sem Fronteiras (MSF).
"Estamos buscando a manutenção das garantias básicas de proteção e assistência a pessoas afetadas por conflitos."



Cartaz dos Médicos Sem Fronteiras dizendo: Image copyrightANDREW BURTON/GETTY IMAGES
Image captionMédicos Sem Fronteiras defende que as regras estabelecidas para zonas de guerra sejam obedecidas, garantindo atendimento a feridos

'Visão imoral'

A preocupação de Aloudat é que a mudança de atitude, especialmente em relação a profissionais de saúde trabalhando em zonas de guerra, acabe com essas garantias básicas.
Recentemente, perguntaram a ele por que a equipe do MSF não diferencia - na hora de atender os feridos - quais são civis e quais podem ser combatentes que, se forem tratados, podem retornar à batalha.
"Isso é absurdo. Qualquer pessoa desarmada merece tratamento... Não temos autoridade moral para julgar suas intenções no futuro."
Seguindo essa lógica, diz ele, podem acabar exigindo que médicos e outros profissionais de saúde recusem tratamento ou alimentação a crianças de países em conflito, para evitar que elas se tornem combatentes ao crescer.
"É uma visão de mundo ilegal, antiética e imoral", afirma.
"Aceitar a tortura, a privação de mantimentos, o cerco a cidades e outros crimes de guerra como coisas inevitáveis - ou mesmo 'ok', caso elas resolvam o conflito rapidamente - é horripilante. Eu não gostaria de estar em um mundo em que essa fosse a regra."
Peggy Hicks, por sua vez, alerta para o excesso de críticas às leis atuais de direitos humanos sem que haja alternativas genuínas a elas.
"Quando buscamos alternativas, não há nenhuma. Mesmo que o sistema atual tenha problemas, se você não tem nada para substitui-lo, é melhor ter cuidado ao tentar destrui-lo." Fonte:BBC
Professor Edgar Bom Jardim - PE

O que é e onde fica o mesentério, o 'novo' órgão do corpo humano identificado por cientistas



Médicos na sala de cirurgiaImage copyrightGETTY IMAGES
Image captionEstudo das funções do mesentério pode abrir caminho para novos métodos cirúrgicos do aparelho digestivo

Novo órgão, nova ciência

O mesentério é uma dobra dupla do peritônio - como se chama o revestimento da cavidade abdominal - que une o intestino com a parede do abdômen e permite que ele se mantenha no lugar.
Dessa forma, o estudo das funções deste novo órgão pode abrir caminho para novos métodos cirúrgicos do aparelho digestivo.


Anatomia do mesentérioImage copyrightJ CALVIN COFFEY/D PETER O'LEARY/HENRY VANDYKE CART
Image captionMesentério é uma dobra dupla do peritônio

Em 2012, Coffey e seus colegas mostraram os resultados de sua pesquisa com microscópio nos quais sugeriam que o mesentério tinha uma estrutura contínua, característica necessária para que fosse considerado um órgão.
Desde então, os pesquisadores se dedicaram a coletar provas para embasar a reclassificação dessa parte do corpo humano, que culminaram na publicação do artigo.
E embora o funcionamento do aparelho digestivo não mude com a descoberta, a confirmação de que esta estrutura é efetivamente um órgão "novo" abre caminho para novos estudos.
"Podemos categorizar doenças digestivas relacionadas a este órgão", exemplifica Coffey.


Aparelho digestivo humanoImage copyrightTHINKSTOCK
Image captionMesentério era considerado até bem pouco tempo um ligamento do aparelho digestivo

Função

No entanto, depois de detalhar estrutura e características anatômicas, cientistas pretendem agora entender melhor a função do novo órgão, além de proporcionar sustentação e permitir a irrigação sanguínea às vísceras.
"Esse é o próximo passo. Se entendemos sua função, podemos identificar as anomalias, e estabelecer quando há uma doença, ou seja, quando o órgão passe a funcionar de modo anormal", afirma Coffey, em nota enviada à imprensa.


Esboço de Leonardo Da VinciImage copyrightROYAL COLLECTION TRUST © HM QUEEN ELIZABETH II
Image captionPrimeira menção publicamente conhecida do mesentério foi feita por Leonardo Da Vinci, por volta de 1500

O estudo, afirmam os especialistas, pode ser a chave para entender melhor algumas doenças abdominais e digestivas, bem como aprimorar os tratamentos atuais.
Ou seja, pode permitir, por exemplo, o desenvolvimento de novas técnicas cirúrgicas menos invasivas, com menos complicações ou com uma melhor taxa de recuperação do paciente.
Enquanto a pesquisa não é concluída, uma das mudanças mais imediatas, contudo, será no ensino da medicina, que passará a incluir o mesentério na lista dos quase 80 órgãos do corpo humano que conhecemos. Fonte:BBC.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

terça-feira, 3 de janeiro de 2017

O povo agora só quer emprego na prefeitura de Bom Jardim. E o Concurso Público?


Centenas de pessoas fizeram fila na gráfica rápida, localizada no centro da cidade para fazer o currículo de trabalho, protocolar na prefeitura e nas secretarias municipais de Bom Jardim. O fato marcante  desta terça-feira, 03 de janeiro de 2017, gente querendo emprego, cargo, ganhar dinheiro no final do mês.

Enquanto uns correm em busca de um emprego, os funcionários da ativa terão que aparecer em seus postos de trabalho, outros deverão fazer perícia médica e recadastramento , conforme Portaria publicada pelo prefeito João Lira.

Nas ruas, as pessoas perguntam sobre a continuidade das inscrições do Concurso Público que foram parcialmente realizadas e canceladas provisoriamente por determinação do Tribunal de Contas de Pernambuco. Como a prefeitura irá fazer contratação se precisa concluir o processo de inscrição para o concurso público municipal neste início de ano? Será que as oportunidades serão dadas pelo concurso, currículo e indicação política? O Tribunal de Contas e o Ministério Público irá permitir novas contratações sem a realização do concurso?  




Foto:Edgar S.Santos.
Professor Edgar Bom Jardim - PE