segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Caso Portuguesa:Quem é sujo nessa história? Portuguesa, STJD , Fluminense ou CBF?






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Julgamento de escalações de jogadores irregulares de Lusa e Fla15 fotos

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Torcedores levam tapete para a sede do STJD e reclamam de "tapetão" contra o Fluminense, que poderá se beneficiar de punição da Portuguesa e permanecer na primeira divisão em 2014 Renan Rodrigues/UOL

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A Portuguesa não conseguiu evitar a perda de quatro pontos pela escalação irregular do meia Heverton no empate por 0 a 0 com o Grêmio, na última rodada do Campeonato Brasileiro. Com a perda de pontos confirmada em julgamento realizado nesta segunda-feira, a equipe paulista é rebaixada para a Série B no lugar do Fluminense. O STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) optou por obedecer o regulamento da competição.
Esta foi apenas a primeira batalha judicial do caso. A Portuguesa irá recorrer da decisão ao Pleno do STJD, e a definição dos rebaixados pode acontecer apenas em 2014. O relator Felipe Bevilacqua pediu a perda de quatro pontos e multa de R$ 1 mil e foi acompanhado por três auditores,  que - sem se justificar muito - votaram de acordo. Assim como o presidente da 1ª Comissão Disciplinar do STJD, Paulo Valed Perry.
"Os clubes devem se reunir para ver se essa sugestão de suspensão aplicada na sexta só passar a valer no primeiro dia útil seguinte. Na minha modesta opinião, não é. Já ouvi falar que o Corinthians cai nesse caso, que o Botafogo sai do G-4. Estamos falando de dois times grandes. Imaginem os senhores: estaremos reunidos aqui toda semana para avaliar isso. Não tem o menor cabimento", disse o relator Felipe Bevilacqua.
O relator criticou os argumentos sobre prazos da Portuguesa e citou outros casos de erros e punições para pedir a perda de pontos. "Usar a Fifa não adianta. A entidade já puniu, por exemplo, Cabo Verde na Eliminatória da Copa-2014 por escalação irregular", alegou. "Parece claro que houve um descuido da Portuguesa", completou Perry.
A Portuguesa foi penalizada com perda de quatro pontos: três de punição e os pontos conquistados na partida de escalação irregular (no caso, um). A decisão resultou em mudança na tabela e levou a Lusa para a 17ª posição, com 44 pontos - dois a menos do que o Fluminense, que sobe para o 16º lugar e se livra do rebaixamento. O Tricolor chegou a participar do julgamento como terceira parte interessada no processo.
O advogado do Fluminense, Mário Bittencourt, teve até direito a palavra no julgamento. "O que está se tentando fazer nessa semana é um achincalhe à história do Fluminense. O mundo sabe que um atleta suspenso na sexta não pode jogar no sábado ou no domingo. O mundo sabe!", argumentou.
A Portuguesa foi defendida pelo advogado João Zanforlin, que trabalha para o Corinthians em outro caso. Ele tentou apelar para o emocional dos auditores e pela manutenção dos resultados aferidos dentro de campo, mas não obteve sucesso. "Recebi manifestações do Brasil inteiro, jamais poderia imaginar que a Portuguesa fosse tão querida. Ou as pessoas que se manifestaram não gostam da mudança do resultado obtido no campo de jogo", falou. "Se condenarmos a Portuguesa por isso [escalação irregular], vamos instituir a mutreta, a fraude no futebol brasileiro", defendeu.
O Flamengo ainda será julgado pela escalação do lateral esquerdo André Santos de forma irregular no empate por 1 a 1 com o Cruzeiro. Caso seja condenado com a perda de pontos, o Rubro-Negro também será ultrapassado pelo Fluminense, mas se salvará justamente por conta da punição à Portuguesa.
O clima foi de muita agitação no STJD desde cedo. Cerca de três horas antes do julgamento, a Polícia Militar já se fazia presente no local para evitar protestos violentos de torcedores. Houve confusão na entrada de jornalistas na sala do julgamento. Torcedores de Fluminense e Portuguesa, e alguns flamenguistas, permaneceram na porta do prédio do STJD, no centro do Rio de Janeiro, e trocaram ofensas e provocações, mas sem incidentes violentos.

CONFIRA OUTRAS DECISÕES POLÊMICAS DO STJD

  • 2004 - São Caetano - São Caetano punido com a perda de 24 pontos no Campeonato Brasileiro pela suposta escalação irregular do zagueiro Serginho, que morreu cerca de uma hora após desmaiar durante jogo contra o São Paulo, no Morumbi.

    2005 - Brasileirão - O Campeonato Brasileiro de 2005 vivenciou uma das maiores polêmicas do futebol nacional, quando foi descoberto que o árbitro Edílson Pereira de Carvalho havia manipulado 11 jogos por um esquema de apostas. A polêmica aumentou porque o STJD decidiu anular os 11 jogos e repeti-los novamente. O Corinthians tinha dois de seus jogos entre os 11. Não havia feito nenhum ponto nestes duelos, mas, com a repetição, fez quatro. Foi campeão com três pontos acima do Internacional, o vice-campeão.

    2008 - Grêmio - O zagueiro Léo foi punido com 120 dias de suspensão, o também defensor Réver pegou gancho de três jogos, e o atacante Morales não poderá atuar por oito partidas. Os três jogadores foram julgados por lances ocorridos na partida contra o Botafogo, no último dia 4, em que o Grêmio venceu por 2 a 1. Léo, que foi expulso na oportunidade, foi indiciado por chutar Jorge Henrique, do time carioca, sem a bola estar em disputa. Já Rever foi punido por empurrar o meia Carlos Alberto, e Morales era acusado de fazer falta violenta no lateral Alessandro.

    2009 - Coritiba - O Estádio Couto Pereira será interditado até serem atendidas melhorias de segurança a serem determinadas pela CBF. Depois de cumprida esta pena, passa a valer a cassação de 30 mandos de campo, válida para os jogos da Série B e da Copa do Brasil. Além disso, o clube terá de pagar multa de R$ 610 mil. Acabou cumprindo dez perdas de mando.

    2009 - Botafogo - Pego no doping, o atacante Jobson foi punido com dois anos pelo STJD. Porém, depois teve pena abrandada para seis meses. Ele foi flagrado pelo uso de cocaína em dois exames antidoping realizados na reta final do Brasileirão- contra Palmeiras e Coritiba.

    2010 - Canedense - A briga que envolveu torcedores da Canedense e jogadores do Vila Nova-GO deixou um jogador do time visitante queimado e fora dos gramados por 40 dias. Após a confusão, o STJD resolveu interditar o estádio por 30 dias.

    Mamoré 2010 - Vitinho foi escalado de maneira irregular em jogos do Módulo II e o Clube Patense foi derrotado. Os auditores entenderam que houve a irregularidade e por 8 votos contrários decretaram o Mamoré culpado e decretaram a perda de 7 pontos dentro do Módulo II.

    2010 - Grêmio Prudente- A equipe do interior paulista escalou o zagueiro Paulão em partida contra o Flamengo, pela 3ª rodada do Brasileirão, no final de semana. O problema é que o defensor havia sido suspenso pelo STJD na sexta-feira, e não poderia ter entrado em campo no Macaranã. A defesa do Prudente alegou que o tribunal só notificou o clube na segunda-feira, mas não houve conversa: o time teve três pontos subtraídos e ainda teve que pagar multa de R$ 1 mil. Paulão também foi julgado e corria risco de ser suspenso por um ano, mas foi absolvido.

    2011 - Rio Branco, do Acre, foi desclassificado da Série C do Campeonato Brasileiro 2011. O clube foi punido pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) e, além da eliminação, teve que arcar com mais de R$ 13 mil em multas. O time infringiu o artigo 231 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD) ao mandar um jogo na Arena da Floresta, que havia sido interditada.

    2013 - Carlos Alberto - Carlos Alberto, atualmente sem clube, foi condenado a um ano de suspensão por doping.

    2013 - Paysandu - Perda de seis mandos de campo e mais R$ 80 mil de multa pecuniária. O clube foi julgado na sede do órgão, no Rio de Janeiro, por conta dos incidentes que aconteceram na partida contra o Avaí, no dia 18 de outubro, no Estádio da Curuzu. Na ocasião, um grupo de torcedores bicolores arremessaram objetos ao gramado, inclusive bombas caseiras, e a partida foi encerrada pelo árbitro Grazianni Maciel Rocha aos 37 minutos do segundo tempo.


Professor Edgar Bom Jardim - PE

Até o Menino jesus foi roubado no Rio de Janeiro

Artesão responsável pela obra já foi contactado e vai repor a imagem.
De acordo com administrador, imagem sumiu na madrugada de domingo.

Com informações do G1.

Moradores de Madureira, no Subúrbio do Rio, tiveram uma surpresa nada agradável neste fim de semana. O menino Jesus do presépio da Praça da Mãe, que fica embaixo do viaduto Negrão de Lima, foi furtado. Algumas fotos mostraram a manjedoura vazia. Segundo o administrador regional de Madureira, o menino Jesus sumiu na madrugada de domingo (15), como mostrou o RJTV.
O presépio foi montado no dia 12 de dezembro. O artesão responsável pela obra já foi contactado e vai repor a imagem que sumiu.
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domingo, 15 de dezembro de 2013

Mandela descansa ao lado de seus filhos


O corpo do ex-presidente da África do Sul e líder antiapartheid Nelson Mandela foi enterrado neste domingo (15) em seu vilarejo ancestral de Qunu, na África do Sul, após dez dias de homenagens e funerais. Mandela morreu no dia 5 de dezembro aos 95 anos, e foi enterrado ao lado dos restos mortais de três de seus filhos.
O ganhador do Nobel da Paz, que ficou preso durante o Apartheid por 27 anos, antes de emergir para pregar o perdão e a reconciliação no país, foi colocado para descansar na casa de seus ancestrais em Qunu, depois de uma despedida que misturou pompa militar e os ritos tradicionais de seu clã Xhosa abaThembu.
O enterro foi acompanhado por cerca de 450 convidados – familiares de Mandela, integrantes da comunidade de Qunu e amigos pessoais e alguns dignitários.
mapa qunu mandela (Foto: 1)
O presidente sul-africano, Jacob Zuma, ficou de pé no momento em que o caixão foi colocado no túmulo. Helicópteros militares e aviões de combate sobrevoaram a região e disparos de canhão foram realizados, antes de uma cerimônia tradicional privada, que não teve a presença da imprensa.
"A sua foi realmente uma longa caminhada até a liberdade, e agora você conseguiu a liberdade definitiva no seio de seu criador", disse um capelão militar durante a cerimônia no jazigo da família, onde três dos filhos de Mandela já estão enterrados.
Antes do enterro, foi realizada uma cerimônia de três horas na qual amigos, familiares e líderes mundiais fizeram discursos relembrando a vida e o trabalho de Mandela.
A cerimônia de Estado foi acompanhada por cerca de 4,5 mil pessoas.
Estiveram em Qunu o reverendo americano e ativista dos direitos civis Jesse Jackson, o magnata britânico Richard Branson, o ex-primeiro-ministro francês Lionel Jospin, o político norte-irlandês Gerry Adams, a apresentadora de televisão americana Oprah Winfrey e os atores Forrest Whitaker e Idris Elba, que interpreta Mandela no cinema, além do príncipe Charles.
Diversos discursos foram realizados – todos eles com toques pessoais sobre a personalidade de Mandela e lembranças da vida do líder. "A melhor lição que nos deixou foi: fazer o bem, e também que dentro de cada um de nós está a capacidade de fazer o que queremos na vida", disse Nandi Mandela, uma das netas Mandela.
"Sentiremos saudades de sua voz severa, de quando estava aborrecido, seu riso, porque tinha um grande senso do humor, e de suas histórias; era um grande contador de histórias", lembrou.
Zuma expressou seu agradecimento Mandela por ser e representar “o que toda uma nação necessitava em um momento tão crítico”, na luta contra o regime racista do Apartheid.
O atual líder, que antes entoou uma canção política sobre a opressão, assegurou que a  África do Sul vai continuar o caminho que Mandela trilhou aplicando as lições que ainda se extraem de “tão extraordinária vida”.
As ruas próximas à tenda onde foi realizada a cerimônia – em uma propriedade da família Mandela – e ao local do enterro foram bloqueadas - mesmo assim, dezenas de pessoas foram até a região para tentar participar, em vão.
Ao fim da cerimônia de Estado, o corpo de Mandela seguiu em um cortejo acompanhado de uma banda militar. A bandeira da África do Sul que envolvia o caixão foi retirada, e caças da Força Aérea sul-africana sobrevoaram o local para homenageá-lo.
Na noite anterior ao enterro, o corpo de Mandela ficou sob a guarda de sua família e dos anciãos de Qunu. Diversos rituais tribais haviam sido anunciados antes do funeral - incluindo o sacrifício de um boi. Não se sabe se eles ocorreram antes das cerimônias deste domingo ou durante o enterro, quando as imagens do local deixaram de ser transmitidas para preservar a intimidade da família.

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Festa de Conclusão do Ensino Médio - Erem Justulino






 







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sábado, 14 de dezembro de 2013

Corpo de Mandela chega em Qunu

Ex-presidente morto aos 95 anos vai ser enterrado no domingo (15).
Cerimônia da etnia xhosa inclui sacrifício de boi e uso de trajes típicos.


9/12 - Uma estrutura é construída em Qunu para o enterro de Mandela no dia 15 de dezembro. (Foto: Carl de Souza/AFP)Estrutura é construída em Qunu para o enterro de Mandela no dia 15 de dezembro. (Foto: Carl de Souza/AFP)
O corpo de Nelson Mandela, ex-presidente sul-africano e líder da luta pela igualdade, chegou neste sábado (14) a Qunu, onde será enterrado neste domingo (15). Ele foi levado da Base Aérea de Pretória à residência de sua família em Qunu, povoado onde o líder cresceu. Os rituais tradicionais da etnia xhosa, incluindo o sacrifício de um boi, protagonizarão a despedida final.
14/12 - O caixão de Mandela chega à residência da família do líder sul-africano em Qunu coberto por uma pele de leão (Foto: Elmond Jiyane/GCIS/AP)14/12 - O caixão de Mandela chega à residência da
família do líder sul-africano em Qunu coberto por
uma pele de leão (Foto: Elmond Jiyane/GCIS/AP)
Depois do velório formal em Pretória, a tradição vai dominar a cerimônia do enterro, que será acompanhado por dirigentes e ex-dirigentes de todo o mundo e convidados especiais.
O funeral do Prêmio Nobel da Paz e primeiro presidente negro da África do Sul depois do fim do apartheid será supervisionado pelos anciões do clã e acontecerá na fazenda da família Mandela.
O sacrifício do animal - recorrente em momentos importantes da vida - será parte crucial do evento.
"Um funeral é uma cerimônia complicada que envolve se comunicar com os ancestrais e permitir que o espírito da pessoa que se foi descanse", declarou o chefe Jonginyaniso Mtirara, do clã Thembu, ao qual Mandela pertence.
"Derramar o sangue do animal é parte importante do processo", acrescentou.
Durante a cerimônia, Mandela será tratado como "Dalibhunga", o nome que lhe deram aos 16 anos no rito de iniciação à vida adulta.
Seu corpo será recebido ao grito de "Aaah! Dalibhunga!", que se repetirá durante a cerimônia.
Os xhosa utilizarão o traje típico dos funerais, branco e azul, adornado com colares.
Os oradores xhosa estarão divididos em três grupos, um deles o Thembu, ao qual Mandela pertencia.
Embora ele nunca tenha demonstrado sua fé, a mãe de Mandela incutiu nele sua confissão metodista.
mapa qunu mandela (Foto: 1)
Seu casamento em 1998 com sua terceira esposa, Graça Machel, foi realizada por um sacerdote metodista, Mvune Dandala, com bênçãos de reverendos de outras confissões, incluindo um rabino.
A comissão de assuntos tradicionais regional pediu que o governo não interfira na organização da cerimônia.
"Se o governo intervier, os anciões não o aceitarão e não será bem-vindo, e isso terá um efeito pernicioso nos membros da família, porque o espírito voltará para persegui-los", explicou o chefe da comissão, Nokuzola Mdenge.
Os vizinhos e uma empresa privada prepararam cuidadosamente o panteão familiar, protegendo-o dos curiosos com um muro.
É o local onde foram enterrados novamente seus três filhos, depois que uma parte da família os transferiu a Mvezo, o povoado no qual Mandela nasceu, após uma disputa.
Em muitas áreas rurais da África do Sul é normal enterrar os parentes nas terras da família.
O antropólogo e historiador Mda Mda declarou que Mandela não terá um enterro real, apesar das conexões familiares com a realeza Thembu.
"Não era um rei, seu pai não era um rei, como alguns gostam de acreditar", declarou.
A filha mais velha de Mandela, Makaziwe, declarou em julho que não queria que o túmulo de seu pai se convertesse em local de peregrinação e que não estaria aberto ao público.
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Frei Damião em Bom Jardim - PE

Rinaldo Barros, à época, o proprietário do Magazine São Sebastião, anunciava no serviço de som que sua  loja era abençoada por Deus e  visitada por  Frei Damião.
Fotos do Facebook de Manoel Souto
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Conjunto Santana de Bom Jardim - Anos 1980.


Essa galera animava a noites do Club  Varonil (Bom Jardim) e de outros clubes da região. Marcelino, Luciano,Chico, Marcos, Lula, Mizo, Zé Carlos, Josias, Zé Carlos...
Do Facebook de Manoel Souto
Por Professor Edgar Bom Jardim - PE

Memória esportiva de Bom Jardim

Fluminense (Alunos do Ginásio 19 de Julho - década de 1980) Ivanildo, Fernando, Mário Jan ...
Do Facebook de Manoel Souto
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Jovens criam tijolo com cinza do bagaço da cana

Tijolo de solo cimento sustentável custa apenas R$ 0,05.
Estudantes de Palmeira dos Índios foram premiadas até nos EUA.


Jovens estudantes criaram um tijolo com as cinzas do bagaço da cana-de-açúcar. (Foto: Jonathan Lins/G1)Jovens estudantes criaram um tijolo com as cinzas do bagaço da cana-de-açúcar. (Foto: Jonathan Lins/G1)
Foram mais de 60 tentativas até que finalmente veio o resultado: o tijolo sustentável, feito com as cinzas provenientes da queima do bagaço da cana-de-açúcar. Resíduos que são descartados pelas usinas. A invenção é de duas jovens de Palmeira dos Índios, município de pouco mais de 75 mil habitantes no Agreste alagoano. Elas estudam no Instituto Federal de Alagoas (Ifal) e, durante toda a pesquisa, foram orientadas pela professora de engenharia civil Sheyla Marques.
Palmeira dos Índios
Samantha Mendonça, 19, e Taísa Tenório, 20, passaram dois anos estudando e pesquisando até que encontraram a fórmula ideal para criar um tijolo com um custo bem menor e que pode mudar a realidade de muitas comunidades da própria cidade onde elas nasceram. Palmeira dos Índios, assim como muitos municípios alagoanos, é repleto de casas de taipa.

Durante os estudos, as pesquisadoras descobriram que as cinzas do bagaço da cana-de-açúcar possui sílica, um composto utilizado no cimento para dar liga e resistência. “Podemos dizer que a sílica é a prima do cimento”, explica a professora Sheyla Marques.
“Já tínhamos lido sobre as cinzas do bagaço da cana e, quando fizemos os testes, deu muito certo. O problema maior foi encontrar um solo ideal. Não queríamos comprar o solo, o objetivo é retirar da própria comunidade, tudo isso para baratear todos os custos”, ressalta a professora.
As pesquisadoras levaram meses até que, após uma escavação para a construção do estacionamento do instituto, elas descobriram que o solo ideal estava bem “debaixo de seus pés”. “Nem íamos testar esse solo, mas resolvemos fazer uma tentativa e, para nossa surpresa, funcionou. Nunca poderíamos imaginar que o solo estaria aqui dentro do instituto”, diz Samantha Tenório, estudante do curso de edificações.
Da ideia à produção
As pesquisadoras não guardam segredo sobre o processo de fabricação e quantidade de elementos utilizados na fabricação do tijolo de solo cimento. São 86% de solo, 6% de cimento e 8% de cinzas do bagaço da cana-de-açúcar. Após reunidas essas medidas, a água é acrescentada aos poucos até que se forme uma mistura homogênea.
 “A quantidade de material é proporcional ao número de tijolos que se pretende fabricar. O que é melhor nessa invenção, é que, como utilizamos as cinzas, não precisamos fazer nenhuma queima, os tijolos secam na sombra, sem emitir gases poluentes para o meio ambiente”, diz a estudante Taísa Tenório, pesquisadora do projeto.

Depois de pronta, as estudantes colocam a massa em uma prensa, uma máquina utilizada para dar forma ao tijolo, e, ao mesmo tempo que fazem força para moldar o material na máquina, elas também precisam ter paciência e delicadeza para retirar o tijolo sem quebrar.

“Nossa dificuldade é essa prensa que só fabrica um tijolo por vez. Mas o diretor do instituto já solicitou uma maior, que faz quatro tijolos de uma só vez, mas dependemos de licitação e sabemos que isso pode demorar um pouco”, afirma Sheyla Marques.

Depois de pronto, o tijolo de solo cimento sustentável passa pelo processo de secagem, chamado de período de cura, que dura de 7 a 14 dias. Mas nesse processo é preciso ter paciência para manter o tijolo sempre úmido. “Depois de pronto, esperamos seis horas e, a cada duas horas, borrifamos um pouco de água para garantir que o tijolo não perderá suas propriedades”, diz Samantha.
Cana-de-açúcar tem muitas finalidades e agora também serve para fazer o tijolo sustentável. (Foto: Jonathan Lins/G1)Cana-de-açúcar tem muitas finalidades e agora também serve para fazer o tijolo sustentável. (Foto: Jonathan Lins/G1)
Custos x benefícios
Pesquisas mostram que 40% das emissões de gases globais de CO2 estão ligadas à indústria da construção civil, principalmente, devido à produção exaustiva do material e aos processos de eliminação de gases para a natureza. Para garantir que o meio ambiente não seria prejudicado com esse processo de fabricação do tijolo, as meninas inventaram um produto que não passa pelo processo de queima e que utiliza recursos da própria natureza sem prejudicá-la.

Como o solo utilizado na invenção é encontrado na própria comunidade, as pesquisadoras falam que o gasto é apenas com o percentual de cimento. “Desde o início queríamos que a comunidade fabricasse seu próprio tijolo para construir suas casas. Cada tijolo desses sai por R$ 0,05 e um comum varia entre R$ 0,39 a R$ 0,45”, ressalta a estudante Taísa Tenório.
Samantha e Taísa preparam a mistura que em poucos minutos se transforma em tijolo (Foto: Jonathan Lins/G1)Samantha e Taísa preparam a mistura que em poucos minutos se transforma em tijolo. (Foto: Jonathan Lins/G1)
Segundo Taísa, o modo de produção que tem pouca tecnologia, muitas vezes, depende da queima de materiais perigosos e isso acaba produzindo formas mais extremas de poluição. “Até os métodos mais modernos continuam na dependência dos combustíveis fósseis e resultam na manutenção da emissão de gás carbônico. O que criamos não agride o meio ambiente e a comunidade carente é a mais beneficiada”, afirma.

Mas mesmo que o solo encontrado na comunidade não seja o ideal, a orientadora do projeto diz que é possível corrigir essa falha. “O solo que utilizamos é aquele com coloração alaranjada. Mas, caso o solo não seja tão bom assim, podemos corrigir com argila. Fica um pouco mais caro, mas a comunidade não precisa comprar solo em outro lugar”, diz Sheyla Marques.
Pesquisadoram não acreditavam que poderiam mudar a realidade da comunidade carente de Palmeira dos Índios (Foto: Jonathan Lins/G1)Alunas e orientadora (à dir.) não acreditavam
que poderiam mudar a realidade da comunidade
de Palmeira dos Índios. (Foto: Jonathan Lins/G1)
Reconhecimento
O projeto alternativo de construção civil saído das salas de aulas do Campus Palmeira dos Índios do Instituto Federal de Alagoas (Ifal) foi premiado este ano com a medalha de bronze na categoria Science, na Genius, evento realizado nos Estados Unidos, vinculado à área ambiental, que selecionou mais de 200 projetos pelo mundo. Quando as alunas foram selecionadas elas acreditaram que a maior dificuldade seria o idioma. Foram dois meses de estudos intensos da língua inglesa até que chegou o grande dia.

“Toda vez que falamos dessa viagem nos emocionamos bastante. Quando chegou o dia do embarque, descobri que a passagem era do dia anterior, ou seja, as meninas tiveram que embarcar sozinhas. Elas partiram aos prantos e eu fiquei chorando também”, afirma Sheyla Marques.

Mas essa não foi a principal dificuldade. Quando as estudantes chegaram aos Estados Unidos descobriram que a companhia aérea não havia embarcado o banner de apresentação do projeto. “Foi um desespero só. Mas tivemos a ideia de ir até uma universidade e conseguimos imprimir um novo. Foi sofrido porque nós só 'arranhávamos' na língua”, diz Taísa.

Sheyla chegou horas antes da apresentação e diz que ficou bastante orgulhosa das alunas. “Não pensei que elas conseguiriam vencer a língua e conquistar uma medalha. Ficar em terceiro lugar foi como se tivéssemos ficado em primeiro. Não tem dinheiro que pague essa realização. Nem acreditamos que vimos os nomes no telão, só quando chegamos no hotel que conseguimos pensar um pouco”, diz a professora. 
Fabiana De Mutiis e Michelle FariasDo G1 ALO bagaço da cana-de-açúcar que não serve mais vai para o forno e de lá vira as cinzas utilizadas na fabricação do tijolo. (Foto: Jonathan Lins/G1)O bagaço da cana-de-açúcar que não serve mais vai para o forno e de lá vira as cinzas utilizadas na fabricação do tijolo. (Foto: Jonathan Lins/G1)
Matéria prima
A cana, como já é de conhecimento geral, gera diversos produtos como o açúcar, o álcool combustível, o melaço, a rapadura e a cachaça. O bagaço também tem muitas utilidades. Segundo o diretor da Usina Santa Clotilde, na cidade de Rio Largo, que forneceu as cinzas para as estudantes, o bagaço serve como ração animal e para a geração de energia. "Toda irrigação da usina é feita com motores elétricos e a energia vem do bagaço”, afirma.

Mas todo o resto que não serve mais vai para fornos enormes e vira cinzas que são descartadas na natureza. José Helson, supervisor de manutenção mecânica, foi quem forneceu as cinzas para a pesquisa das meninas. "Eu tenho um amigo que é professor e ele fez a ponte com a professora Sheyla. Ela me explicou para quê precisava da cinza e eu cedi uma quantidade, mas não imaginava que fosse dar tão certo e tomasse essa proporção", relata.
O cortador de cana Cícero José se surpreendeu e ficou feliz com a invenção da meninas. (Foto: Jonathan Lins/G1)O cortador de cana Cícero José se surpreendeu e ficou feliz com a invenção da meninas. (Foto: Jonathan Lins/G1)
Quem trabalha diretamente com a matéria prima usada na fabricação do tijolo sustentável se surpreendeu com as possibilidades criadas a partir das cinzas da cana-de-açúcar. Em um canavial no interior do estado, Cícero José de Oliveira, 38, não parava um minuto de cortar cana enquanto conversava com a reportagem do G1.

Ele mora em uma casa de alvenaria, mas conta que conhece diversas pessoas que vivem em casebres muito simples. "Se o que vocês estão dizendo sobre esse tal tijolo é verdade, isso será uma maravilha. Muita gente vai conseguir ter uma vida melhor", diz o cortador que tem quatro irmãos trabalhando no canavial.
Inventoras mostram o tijolo de solo cimento para a agricultora Patrícia Cipriano (Foto: Jonathan Lins/G1)Inventoras apresentam tijolo sustentável para a
agricultora (Foto: Jonathan Lins/G1)
Utilização do tijolo
O principal objetivo das inventoras sempre foi dar mais dignidade às pessoas que vivem em casas de taipa ou até mesmo de lona. O objetivo é ensinar aos quilombolas de Palmeira dos Índios, comunidades remanescentes da luta contra a escravidão no Quilombo dos Palmares, a fazer o tijolo para que eles possam construir as próprias casas.
G1 acompanhou o trabalho das pesquisadoras na casa da agricultora Patrícia Cipriano dos Santos, 33, que mora com o marido e quatro filhos em uma casa de taipa. Ela reclama que sempre aparecem insetos peçonhentos, entre eles, o “barbeiro”, nome popular do bicho que transmite a doença de Chagas. “É muito ruim morar em uma casa assim. Faz muito calor pelo dia e, como tenho quatro filhos, tenho medo dos insetos”, lamenta.
As estudantes mostraram o tijolo e disseram que, quando chegar uma prensa maior, a intenção é levar e ensinar à comunidade como se fabrica o tijolo. “Vou até fazer uma promessa para que isso aconteça. Seria muito bom, porque a gente só iria gastar com o cimento e com as telhas para cobrir a casa. Tenho certeza que daria certo", diz a agricultora cheia de esperança de um futuro melhor.
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sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

No país onde o " Deus é a Copa"



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Viva Santa Luzia !




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