segunda-feira, 12 de março de 2012

Reconhecidas do Prêmio Mulher-Cidadã

Veja aqui o perfil das cinco vencedoras do Prêmio Mulher-Cidadã Bertha Lutz de 2012, que será entregue pelo Senado nesta terça-feira (13), em solenidade no Plenário, a partir das 10h.
Dilma Vana Rousseff – Primeira mulher a exercer o cargo mais alto da República, Dilma Rousseff elegeu-se, em 2010, com o apoio de seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva. Antes, ela chefiou a Casa Civil e o Ministério das Minas e Energia.
Mesmo não tendo disputado cargos políticos até a eleição presidencial, Dilma Rousseff tem longa história de participação política. Nascida em Minas Gerais, em 1947, começou sua militância na esquerda aos 16 anos. Entrou no movimento estudantil e militou nas organizações clandestinas Colina e VAR-Palmares, de oposição à ditadura militar que governou o Brasil entre 1964 e 1985.
Presa em 1970, foi torturada, nos momentos mais duros de repressão política no país. Cumpriu pena por dois anos e um mês, sendo solta em 1972. Mudou-se então para o Rio Grande do Sul, onde se dedicou aos estudos e atuou na campanha pela anistia dos perseguidos e exilados pelo regime. Com a abertura política, ela ajudou a fundar o PDT de Leonel Brizola (1922-2004) no Rio Grande do Sul. Assessorou a bancada estadual do partido de 1980 a 1985 e foi secretária da Fazenda de Porto Alegre, no governo de Alceu Collares (também do PDT), de 1986 a 1988. Foi secretária estadual de Minas e Energia do Rio Grande do Sul, entre 1993 e 1994. Voltou ao cargo em 1999. Em 2000, deixou o PDT para filiar-se ao PT gaúcho.
Com a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva à presidência da República, em 2002, participou da equipe de transição entre os governos de Fernando Henrique Cardoso e Lula. Em seguida, assumiu o Ministério das Minas e Energia, que comandou até 2005. Com a queda do então ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, Dilma Rousseff assumiu o cargo. Indicada por Lula como sua sucessora, Dilma Rousseff tornou-se a primeira mulher presidente do Brasil, vencendo as eleições no segundo turno contra o candidato do PSDB, José Serra.
Rosali Scalabrin - Rosali, mais conhecida por Rosa, nasceu no Rio Grande do Sul em 1962 e migrou para a região amazônica aos 10 anos de idade, indo primeiro morar no estado do Pará e depois para o Acre. Formada em Sociologia pela Universidade Federal do Acre, a biografia de Rosali se confunde com sua militância em favor dos direitos das mulheres e dos excluídos. Sua luta teve início aos 15 anos de idade, no Pará, em 1977, no movimento de resistência dos trabalhadores rurais da Transamazônica, onde junto com sua família foi assentada pelo Incra.
Foi para o Acre em 1986, a convite da Comissão Pastoral da Terra (CPT), para colaborar na organização sindical dos trabalhadores rurais no auge dos conflitos de terra. Nesse período, ajudou a organizar os sindicatos rurais, a Central Única dos Trabalhadores, o Movimento dos Trabalhadores Rurais e seringueiros do Acre e atuou no movimento de defesa das reservas extrativistas e preservação da floresta, que culminou no bárbaro assassinato do líder Chico Mendes, em 1988. Foi fundadora da Rede Acreana de Mulheres e Homens (RAMH), uma ONG feminista, na qual atuou por vários anos.
Em 1994, fez parte do primeiro Conselho Municipal da Mulher em Rio Branco e da equipe da Casa Rosa Mulher, Centro de Referência para Mulheres Vítimas de Violência, ligada à Prefeitura de Rio Branco. Atuou por dois anos no Ministério da Agricultura (Departamento de Cooperativismo), onde criou o Programa Coopergenero, em prol do cooperativismo associado à igualdade entre homens e mulheres no campo.
Em 2011, então coordenadora municipal de Políticas para Mulheres de Rio Branco, Rosali Scalabrin foi eleita integrante da comissão organizadora da 3ª Conferência Nacional de Políticas para Mulheres, em Brasília, representando o Fórum Nacional de Organismos de Políticas para as mulheres.
Desde 2008, compõe o Comitê de Movimento do Plano Nacional de Políticas para as Mulheres, representando o Fórum Nacional de Organismos de Políticas para as Mulheres e é conselheira de honra do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher- CEDIM. Seu trabalho à frente da Coordenadoria da Mulher da Prefeitura de Rio Branco, beneficia mulheres vítimas de violência doméstica, mulheres em situação de vulnerabilidade social e extrema pobreza e trabalhadoras rurais, além de jovens e adolescentes das escolas públicas, com um trabalho sobre a saúde e sexualidade, com foco na prevenção e redução da gravidez precoce.
Ana Alice Costa - Nascida em 23 de dezembro de 1951, em Caravelas (BA), foi integrante do movimento estudantil no inicio dos anos 1970, período mais intenso da ditadura militar. Ao final da década de 1970, cursou mestrado em Sociologia Política pela Universidade Nacional Autônoma do México, ingressando no Movimiento de Liberación de las Mujeres. Já no Brasil, vinculou-se ao Grupo Feminista Brasil Mulher, seção Bahia, primeiro grupo feminista daquele Estado.
Em 1982 ingressou na Universidade Federal da Bahia (UFBA) como professora do Departamento de Ciências Políticas, onde continua atuando. Em 1983, juntamente com outras colegas feministas, criou o Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre a Mulher (Neim), com o qual tem trabalhado em articulação com outros movimentos sociais em defesa dos direitos das mulheres e pela transformação da condição feminina. Tendo, dentre outros resultados, a criação, em 1985, da primeira Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam).
Retornou ao México em 1994 para a conclusão de seu doutorado, apresentando tese sobre a participação política da mulher na Bahia, publicada posteriormente com o título “As Donas no Poder: mulher e política na Bahia”. Em 2004, concluiu pós-doutorado em teoria feminista no Instituto Universitario de Estudios de La Mujer, da Universidade Autônoma de Madrid.
Desde a criação do Neim, Ana Alice tem concentrado seus esforços na institucionalização dos estudos feministas, na produção de conhecimento e também na área de ensino, com a criação de disciplinas, cursos e programas de estudos sobre as mulheres. Em 2005, foi instituído na UFBA o primeiro Programa de Pós-graduação em Estudos Interdisciplinares sobre Mulheres, Gênero e Feminismo, que já titulou 30 mestres e oito doutores.
São também resultados de sua atuação a articulação das creches comunitárias de Salvador, o apoio e participação na organização dos acampamentos de trabalhadores rurais, a criação do Centro de Apoio Humanitário (Chame), que trabalha com a prevenção do tráfico de mulheres e combate ao turismo sexual; participação na criação de delegacias especializadas de atendimento à mulher na Bahia. Seu trabalho teve reflexos em nível local, regional e nacional.
Eunice Michiles Malty - Nasceu em 10 de julho de 1929. Foi a primeira senadora da República Federativa do Brasil, pelo estado do Amazonas, e em seu mandato enfrentou as dificuldades e os desafios próprios de uma precursora, quando levantou temas até então pouco discutidos pela sociedade brasileira da época.
Sua plataforma política foi marcada, principalmente, pela defesa dos direitos da mulher, da liberdade religiosa, do desenvolvimento sustentável, da educação ecológica e do planejamento familiar. Esta última ação foi reconhecida internacionalmente com medalha de honra ao mérito, concedida pelo Congresso dos Estados Unidos. Em sua militância, buscou unir os ideais cristãos à política, fazendo da vida pública um instrumento de promoção da paz.
Atualmente se dedica à Igreja Adventista, na qual exerce várias atividades. Foi presidente do Movimento da Mulher Democrática Social (MMDS). Após se casar, mudou-se para Maués (AM) onde lecionou e ocupou cargos de direção no Grupo Escolar Santina Filizola, no Ginásio de Maués, na Escola Normal e, por fim, no Serviço Nacional de Educação.
Membro do Diretório Regional da Arena, foi eleita deputada estadual em 1974, e candidata a senadora, foi eleita primeira suplente de João Bosco de Lima. Após a morte do titular, assumiu a cadeira no Senado, pertencendo à bancada do PDS. Com sua posse, em 31 de maio de 1979, a primeira mulher chegou ao Senado Federal mediante um processo eletivo, visto que a Princesa Isabel (1846-1921) foi senadora por direito dinástico, durante o Império.
A passagem de Eunice Michiles pelo Parlamento foi marcada pela criação do Movimento da Mulher Democrática Social (MMDS) e pelo voto em Tancredo Neves no Colégio Eleitoral. Em 1986, foi eleita deputada federal pelo PFL e integrou a Assembleia Nacional Constituinte que elaborou a Constituição de 1988. Escolhida conselheira do Tribunal de Contas do Amazonas, foi vice-presidente do colegiado até aposentar-se por idade, em 1999. Com sua bandeira política, Eunice Michiles sempre buscou exercer atividades humanitárias e ligadas à família.
Maria Prestes (Maria do Carmo Ribeiro) - Altamira Rodrigues Sobral, nome original de Maria Prestes, nasceu em Recife, em 1930. Filha de camponeses, aos 17 anos, quando pertencia à Juventude Comunista, teve de fugir para São Paulo e, na luta pela causa comunista, conheceu Luís Carlos Prestes (1898-1990), com quem casou e viveu por mais de quarenta anos, até a morte do marido.
Maria Prestes enfrentou a clandestinidade, perseguições políticas e o exílio. Apesar das dificuldades de viver na ilegalidade durante o regime militar, criou nove filhos, sete da união com o líder do Partido Comunista Brasileiro e dois do primeiro casamento. Filha e neta de militantes comunistas, apoiou greves, organizou protestos, panfletagens e comícios, divulgou livros e jornais. Sua experiência de vida está relatada no livro de autoria própria “40 anos ao lado de Luís Carlos Prestes”.
Aos 80 anos de idade, Maria foi homenageada pela Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro com a medalha Tiradentes. Em 2011, o Conselho Estadual dos Direitos da Mulher (Cedim/RJ) lançou um filme sobre a sua vida para comemorar o Dia Internacional da Mulher, 8 de março. A iniciativa faz parte do Projeto Memória Viva, do Espaço Cultural Heloneida Studart, que visa estimular a produção feminina, com foco na preservação da memória de mulheres que se destacaram na construção de uma sociedade justa e igualitária. O filme tem roteiro e direção da cineasta Eunice Gutman.
Recentemente, Maria Prestes teve uma atuação decisiva no episódio que trouxe o arquivo soviético de Luís Carlos Prestes para o Brasil. Graças a ela, que coordenou uma mobilização ativa de intelectuais, diplomatas e até presidentes, tanto do Brasil como da Rússia, hoje os inúmeros documentos de Prestes, principalmente os que se referem ao período do exílio, estão preservados no Arquivo Nacional. Fonte :Agência Senado

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Dilma receberá prêmio Bertha Lutz

  
Na terça-feira (13) a presidente da República, Dilma Rousseff, receberá do Senado o prêmio Bertha Lutz. A solenidade de entrega está marcada para as 10h, no Plenário. Dilma é uma das cinco premiadas do ano.
A distinção é concedida a personalidades femininas que contribuíram para a ampliação dos direitos e do espaço da mulher na sociedade, sob vários pontos de vista. Dilma é a primeira mulher a ocupar o cargo de presidente da República no Brasil. Sua trajetória começou na luta contra a ditadura militar, tendo sido presa e torturada.
Além da presidente, serão agraciadas Maria do Carmo Ribeiro, ex-mulher do dirigente comunista Luiz Carlos Prestes (1898-1990); a primeira senadora da história do Brasil, Eunice Mafalda Michiles; a representante da Comissão Pastoral da Terra Rosali Scalabrin; e a professora associada do Departamento de Ciência Política da Universidade Federal da Bahia Ana Alice Alcântara da Costa, do Programa de Pós-Graduação em Estudos Interdisciplinares sobre Mulheres.
Essas quatro premiadas deverão ser recepcionadas no Salão Branco do Congresso pela equipe de Relações Públicas do Senado às 9h40. O protocolo da cerimônia indica que elas seguirão à sala da Presidência do Senado, onde serão recebidas pelos presidentes do Senado, José Sarney, e da Câmara dos Deputados, Marco Maia.
O grupo deverá, então, voltar ao Salão Branco dez minutos depois para a chegada da presidente da República, marcada para as 9h50. Após os cumprimentos, eles seguirão ao Plenário, onde a mesa da solenidade será composta por Sarney, Maia, Dilma, as senadoras Marta Suplicy (PT-SP) e Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), e as representantes da bancada feminina da Câmara, deputadas Rose de Freitas (PMDB-ES) e Benedita da Silva (PT-RJ).  Sarney e Marco Maia devem falar na cerimônia. Também é esperado o pronunciamento de Dilma Rousseff.
O prêmio
Esta será a 11ª premiação desde a criação do diploma, em 2001, com o nome de Bertha Lutz(1894–1976), que foi uma das pioneiras do feminismo no Brasil, líder na luta pelo direito de voto das mulheres. A indicação dos nomes para receber o prêmio pode ser feita por qualquer entidade de âmbito nacional, governamental ou não. Os nomes são, depois, avaliados por um conselho, que escolhe cinco agraciadas. Para a premiação deste ano foram 30 indicações. Fonte: Agência Senado


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Greve Nacional da Educação

selo_greve_nacional-02A greve nacional da educação vai parar as escolas públicas das redes estadual e municipal nesta semana, entre os dias 14 e 16. Os sindicatos filiados à CNTE prepararam uma intensa agenda de atividades, envolvendo toda a comunidade, para protestar contra o descaso de grande parte dos gestores públicos em não cumprir a Lei Nacional do Piso do Magistério. 
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Demorou muito e deixou legado sem brilho, sem exemplo !

  Ricardo Teixeira não é mais presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF)

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"Bajado pintou Olinda com amor", diz pesquisadora sobre artista plástico

2012 marca o centenário do artista, que não tem acervo aberto ao público.

Luna MarkmanDo G1 PE
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Filhas de Bajado - Olinda (Foto: Luna Markman / G1)Giselda e Iraci, filhas de Bajado, tentam manter 
acervo do pai (Foto: Luna Markman / G1)
Há cem anos, nascia em Maraial, Mata Sul de Pernambuco, Euclides Francisco Amâncio. Na adolescência, mudou-se com a família para Catende, na mesma região. Desde muito pequeno, o menino mostrou talento no desenho. Seja para contar as cenas de um filme aos amigos ou para ganhar dinheiro pintando cartazes de cinema. Mas foi quando decidiu morar em Olinda, nos anos 30, que Bajado encontrou sua melhor arte, seu verdadeiro lar. E, por outro lado, a cidade que é patrimônio histórico da humanidade e que completa 477 anos, nesta segunda-feira (12), achou o seu maior cronista em pincel, cor e imaginação.

Imaginação que Bajado, apelido surgido na infância por causa de uma brincadeira, durante um jogo de bicho, tinha de sobra. Herança do cinema, um de suas grandes paixões. Quando criança, não tinha dinheiro para comprar ingresso. Então, vendia pão doce e bolinho de goma feitos pela mãe e avó para o público da sala de projeção. Quando deixava o local, maravilhado, o menino pegava papel, desenhava e pintava a história que acabara de ver em formato de gibi. Seus filmes preferidos eram de faroeste. De tanto frequentar o local, acabou conseguindo um trabalho como letreista – pintava os cartazes das películas em temporada.
Quem lembrou a história ao G1 foram as duas filhas de Bajado, Giselda Amâncio e Iraci Pereira, 72 e 52 anos, respectivamente. Elas moram em uma casa no bairro do Guadalupe, no Sítio Histórico. Iraci é filha de criação. Quando criança, ela aprendeu a ler e escrever com Giselda. Bajado gostou tanto da menina, que era filha de um amigo seu, que pediu para criá-la. “Eu tinha uns dez anos. Vivia na casa deles o tempo todo. Gostava de ver ele pintar”, lembra Iraci. Carlos Humberto, Carmencita, Edson e Idimion são os outros filhos do artista.
Giselda, que também é pintora, conta que quando Bajado terminou o ensino primário, foi morar com um amigo do pai no bairro do Derby, área central do Recife. “Meu avô queria que ele estudasse artes em um liceu no Recife, mas, quando chegou lá, não fizeram a matrícula dele, que ficou muito chateado. Um dia, andando na rua, viu um homem pintando o letreiro de uma farmácia. Ai, ele falou para o dono da padaria que ficava ao lado que faria um mais bonito. No outro dia, o português estava com todo o material e meu pai fez uma pintura linda”, relembra.
Irmãs guardam na sala de casa quadros do pai (Foto: Luna Markman/G1)Irmãs penduraram na sala de casa quadros feitos
pai (Foto: Luna Markman/G1)
O pintor não cobrou um centavo pelo serviço, pediu apenas divulgação. Assim, o tal português começou a fazer propaganda e Bajado, a ganhar dinheiro e aprimorar o trabalho. Pintava letreiros, fachadas e interiores de lojas comerciais, restaurantes e botequins. Olinda entra no roteiro por acaso, em uma visita que ele fez só para conhecer a cidade. “Ele gostou tanto que resolveu ficar. Alugou uma casa e ficou trabalhando como letreirista e tipógrafo de jornais. Aos poucos, foi se interessando mais pela pintura de quadros”, explica Giselda.
Para Regina Coeli, pesquisadora da Fundação Joaquim Nabuco, a mudança de cidade proporcionou a expansão artística de Bajado. “Mais que pintar letreiros e cartazes, ele pôde expandir seu talento artístico e sua liberdade de expressão. Através de uma mistura de cores e tintas, ele pôde pintar Olinda com amor, de forma ímpar. Sua cultura, seu povo, sem plágios e sem cópias”, contextualiza.

Bajado pintava quadros desde os 12 anos. Antes, gostava de retratar paisagens, santos, cenários bíblicos e de faroeste. Quando se mudou para Olinda, a cidade virou a temática principal. “O que mais encantou ele aqui foi o carnaval. Tanto é que ele pintou muitos blocos, troças, maracatus, personagens da folia. Também gostava do Alto da Sé e do Largo do Amparo”, enumera Iraci. As cores que mais aparecem nas telas são o vermelho, amarelo e azul.
Janela da casa verde era a moldura para as telas de Bajado (Foto: Luna Markman/G1)Janela da casa verde era a moldura para as telas
de Bajado (Foto: Luna Markman/G1)
Da Avenida Joaquim Nabuco, a família mudou-se para a Rua do Amparo. E foi da janela da casa de número 186 que o artista observou e cumprimentou muitas figuras que foram parar nos quadros dele. Essa janela funcionava como uma espécie de moldura das telas. “Ele adorava olhar as pessoas para se inspirar. Quando via algo, subia direto para pintar no eucatex. Ele riscava de lápis e pintava com tinta óleo”, disse Iraci. O imóvel foi lar e ateliê por 37 anos, até a morte do artista, em 1996,  aos 84 anos, já cego, em decorrência de um enfarto, agravado pelo hábito do fumo.

A empresária Laiza Vilaça mora no imóvel há quatro anos. Ela transformou os dois primeiros cômodos em sorveteria. Bajado está representado pelo banquinho do antigo ateliê e por um autoretrato rabiscado na parede. “Eu coloquei um vidro para proteger, porque a parede é tombada pelo Iphan [Instituto do Patrimônio Histórico]. Também comprei dois quadros e um autógrafo dele. Estou reformado o espaço para poder exibi-los. Acho importante preservar a história dele, que foi tão importante para a cidade”, comenta.
Sala de reuniões da Prefeitura de Olinda decorada com obras do artista  (Foto: Luna Markman/G1)Sala de reuniões da Prefeitura de Olinda decorada
com obras do artista (Foto: Luna Markman/G1)
Na sede da Prefeitura de Olinda, 41 quadros do artista decoram a sala de reuniões, à qual os visitantes não têm acesso livre - um tesouro reservado a poucos. O Museu de Arte Contemporânea de Olinda (MAC) tem apenas quatro telas de Bajado em seu acervo permanente, que se revezam a cada ano nas paredes do lugar. A exposição “Salve o meu carnaval”, que traz 44 quadros de Bajado, está em cartaz desde janeiro no MAC. São telas que retratam a maior expressão popular da cidade, produzidas entre 1982 e 1985. Elas pertencem originalmente a uma coleção particular e foram cedidas especialmente para mostra, que terminará na sexta-feira (16).
Para a diretora do museu, Célia Labanca, Bajado foi, em Pernambuco, o maior pintor naïf – uma arte original e instintiva, produzida por autodidatas que não têm formação culta na área. “Ele era apaixonado por Olinda. Enlouqueceu com o carnaval e expressou seu sentimento pela festa através do seu dom. Noventa por cento do trabalho dele fala de carnaval. Seria importante que o estado criasse um acervo com as obras dele”, opinou. Em vida, Bajado também reproduziu inúmeras telas sobre o cotidiano, o sofrimento, as emoções e a cultura do povo pernambucano.
Quadros em exposição no MAC (Foto: Luna Markman/G1)Quadros em exposição no Museu de Arte
Contemporâena de Olinda (Foto: Luna Markman/G1)
A criação de uma acervo também é o desejo da família, que acredita que Olinda deve isso ao artista, que chegou a incorporar o nome da cidade em sua assinatura. A história começou em 1964, quando ele e alguns amigos de profissão inauguraram o Movimento de Arte da Ribeira. “Um dia, ele encontrou redes e rendas do Ceará expostas no Mercado da Ribeira e ficou ‘arretado’. Ele defendia que o espaço era só para artistas olindenses. Então, ele saiu do grupo e passou a assinar ‘Bajado, um artista de Olinda’. Ela fazia isso para todo mundo saber que Olinda tinha um artista”, contou Giselda.

Na década de 1970, o italiano Giuseppe Baccaro, que estava visitando a cidade, ficou encantado com o primitivismo das pinturas e quadros a óleo do pintor e acabou virando o divulgador e administrador dos seus trabalhos. A partir de então, começaram a aparecer as primeiras exposições e o pernambucano ganhou o mundo. Apesar da fama, ele sempre viveu humildemente e devoto à Olinda.

Esse amor ferrenho pela cidade era compartilhado pelo cantor Alceu Valença, que convidou o pintor para desenhar o estandarte do bloco Bicho Maluco Beleza, criado pelo compositor. Todo olindense que se preza conhece o hino da agremiação: “"Bicho maluco beleza do Largo do Amparo/ Teu estandarte tão raro, Bajado criou/ Usando tintas e cores do imaginário/ Ai, quantas dores causaste ao teu caçador". "Assim como Bajado, eu também vim do interior de Pernambuco e adotei Olinda, que tem lindos casarios, muita tradição e história”, compara Alceu.
Tela traz a tradicional assinatura: 'Bajado, um artista de Olinda' (Foto: Reprodução)Tela traz a tradicional assinatura: 'Bajado, um artista
de Olinda' (Foto: Reprodução)
Na atual casa das irmãs Giselda e Iraci, imóvel humilde localizado na 1° Travessa da Rua da Saudade, há seis quadros do pai, todos sujeitos às intempéries do tempo e espaço, sem falar na falta de segurança.
Se olhado de maneira poética, é até prosaica a relação entre o nome da rua e o sentimento que fica no coração de quem conheceu o artista, que nunca se ausentou de Olinda até o dia de sua morte.
 

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domingo, 11 de março de 2012

Santa Cruz 2 X 0 Salgueiro


Com gols de Leo e Dutra, time derrota o Carcará e se consolida entre os quatro melhores 

Dutra dribla o goleiro e marca o segundo do tricolor / Foto: Rodrigo Lôbo/JC Imagem

Dutra dribla o goleiro e marca o segundo do tricolor

Foto: Rodrigo Lôbo/JC Imagem

Em um duelo que irá se repetir na Série C do Campeonato Brasileiro, o Santa Cruz derrotou o Salgueiro por 2x0, neste domingo (11.3) no Arruda, pela 16ª rodada do Campeonato Pernambucano Coca-Cola, devolvendo a derrota pelo mesmo placar sofrida no primeiro turno, no Cornélio de Barros. Com o resultado, o tricolor se consolida na 4ª colocação, com 26 pontos, abrindo dois de vantagem para o 5º, agora o Ypiranga. Vale lembrar que os corais possuem um jogo a menos.
Esta foi a terceira vitória consecutiva do Santa, somando também a Copa do Brasil. É a primeira vez na temporada que os tricolores conseguem essa marca. Já o Salgueiro, após oito rodadas, deixa a liderança do Estadual e cai para o segundo lugar, com 34. Agora a ponta da tabela pertence ao Sport, que derrotou, sábado, o lanterna América por 4x2, em Paulista, e chegou aos 36 pontos.
O técnico coral Zé Teodoro mandou a campo uma equipe com o meio de campo formado pelos volantes Sandro Manoel, Chicão e Léo (este sem tanta obrigação de marcar), além do meia Weslley. A intenção era ter uma boa pegada e ao mesmo tempo uma boa qualidade de passe na saída para o ataque. A equipe conseguiu o intuito. Mas demorou a se encontrar e, com isso, correu riscos.
Tudo porque o Salgueiro mostrou que não está brigando pela liderança por acaso. Com uma equipe entrosada, o Carcará dominava as ações no primeiro tempo, chegando com certa facilidade à meta do goleiro tricolor Tiago Cardoso. A primeira grande oportunidade, inclusive, foi sertaneja. Aos 12 minutos, Fabrício Ceará fez ótimo lançamento para Clébson, que entrou livre, mas, cara a cara com Tiago Cardoso, chutou mal, para fora. O Santa, sem conseguir criar jogadas trabalhadas, ameaçava apenas em chutes de fora da área, com chutes perigosos dos laterais Eduardo Arroz (bem defendido por Luciano) e Dutra (para fora).
Porém, quando o Salgueiro era superior, o esquema montado por Zé Teodoro, enfim, funcionou. Em uma boa trama, aos 38 minutos, Leo segurou a bola no meio de campo e tocou para Sandro Manoel, que rapidamente de um ótimo passe para Dênis Marques. O atacante devolveu para Leo, no meio da pequena área, empurrar para o gol de Luciano. O segundo gol veio aos 45, com Dutra, que aproveitou um vacilo da zaga, passou por Luciano e mandou para a rede.
Na etapa final, o Santa ajustou ainda mais o esquema (com o lateral Eduardo Arroz ficando mais preso à marcação) e dominou a partida. Tanto que o Salgueiro quase não mais chegou à meta coral. O tricolor poderia ter ampliado em lances com Geílson, Renatinho e Dênis Marques, mas pecou nas finalizações. A vida tricolor ficou ainda mais tranquila com a expulsão do volante Pio, aos 28 minutos, por dar um “cascudo” em Renatinho. Vitória justa do Santa. E com um placar que ficou até barato.
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Caso goleiro Bruno:Macarrão mandou matar Eliza

O goleiro Bruno Fernandes de Souza, preso há um ano e oito meses sob acusação do desaparecimento e morte da ex-amante Eliza Samudio, vai dizer à Justiça que ela morreu e que Luiz Henrique Romão, o Macarrão, seu ex-secretário, é o mandante do crime.
Essa é a nova versão que o ex-atleta do Flamengo irá sustentar, segundo seu advogado, Rui Caldas Pimenta. Ainda de acordo com o defensor, Macarrão agiu à revelia de Bruno.
Eliza Samudio, que teve um filho com o goleiro, está desaparecida desde junho de 2010. Há mais oito pessoas envolvidas. Entre elas, um primo adolescente do jogador, que já cumpre medida socioeducativa. O goleiro e os demais acusados aguardam julgamento.
A informação foi ao ar na estreia do "TV Folha", hoje, na Cultura.

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Hebe Camargo fez cirurgia de emergência

Segundo o Hospital Albert Einstein, tumor causava obstrução intestinal.
Apresentadora se recupera na unidade de terapia intensiva.

Do G1 SP
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Hebe Camargo (Foto: Divulgação/Divulgação)Hebe Camargo (Foto: Divulgação)
A apresentadora Hebe Camargo foi submetida neste domingo (11) a uma cirurgia de emergência no Hospital Albert Einstein, na Zona Sul de São Paulo. De acordo com o hospital, o motivo foi a retirada de um tumor que causava obstrução intestinal.
A cirurgia foi realizada pelo médico Antonio Luiz Macedo e transcorreu com sucesso. Hebe se recupera na unidade de terapia intensiva do hospital. Por causa do procedimento médico, ela deverá ficar afastada de suas funções na Rede TV.
A assessoria de imprensa do Hospital Albert Einstein informou às 20h que outras informações sobre o estado de saúde da apresentadora poderão ser divulgadas nesta segunda-feira (12).
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Edilson Silva, nome forte para Câmara dos Vereadores do Recife

Mural do Facebook - Por Samuel
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