quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

As megacidades



A maior parte da população da Terra vive em áreas urbanas e a tendência é que as megacidades, aquelas que têm mais de 10 milhões de habitantes, cresçam ainda mais nas próximas décadas. Na França, já se pensa em Paris chegando até o mar, a 200 quilômetros de distância.

Habitação e transportes são apenas alguns dos problemas comuns a todos os grandes centros urbanos e representam enormes desafios para seus administradores. Alguns tentam planejar com décadas de antecedência, outros improvisam alterando a infra-estrutura já existente. Carros elétricos e outros dirigidos por controle remoto, sem motorista, são algumas soluções em estudo na Europa.

Em Londres, os antigos ônibus vermelhos foram redesenhados, para oferecer mais conforto aos passageiros e reduzir a poluição. Em outra frente, os urbanistas planejam levar as fazendas para dentro das cidades.

Veja ainda como seria a cidade ideal, na opinião de especialistas ouvidos pelo Matéria de Capa, a professora de Arquitetura e Urbanismo do Mackenzie, Nádia Somekh e o secretário de Desenvolvimento Urbano de São Paulo, Miguel Bucalem.

Programa exibido originalmente na TV Cultura, no dia 16 de outubro de 2011.

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Kadafi - O Fim de uma Era



Durante quatro décadas, Muamar Kadafi governou a Líbia como um imperador. Ao ser capturado em sua cidade natal, estava escondido em um cano de esgoto. E foi morto a tiros pelos rebeldes que o caçaram durante meses.

Com a morte do ditador, chega ao fim a guerra civil iniciada há oito meses. O levante na Líbia foi mais uma das revoltas populares iniciadas com a Primavera Árabe, que já havia derrubado as ditaduras da Tunísia e Egito.

A queda do regime e a reconstrução do país são os assuntos do Matéria de Capa, que terá também a participação da jornalismo Adriana Carranca e do professor da Universidade Federal de São Paulo Murched Taha.

Programa exibido originalmente em 23 de outubro de 2011 na TV Cultura.

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Voluntariado Internacional


Especial trata de grupos como Médicos sem Fronteiras, Anistia Internacional, WWF, Sea Shepherds e Greenpeace.Especial TV CULTURA.
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Cortejo da tradicional festa baiana


 

      

Cortejo da tradicional festa baiana ocorreu na manhã desta quinta-feira.
Cerca de 1 milhão de pessoas acompanharam 300 baianas por 8 km.
Fotos: G1

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Pedido de investigação contra Fernando Bezerra

Débora SantosDo G1, em Brasília
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O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, encaminhou nesta quarta-feira (11) à Procuradoria da República no Distrito Federal o pedido feito pelo senador Demóstenes Torres (DEM-GO) para que o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, seja investigado.
Na representação, o líder do DEM no Senado afirma que há indícios de improbidade administrativa por parte do ministro. A denúncia foi remetida pelo procurador-geral porque na esfera cível a competência de investigação é do MPF nos estados e no DF.
Os procuradores de Brasília vão avaliar se os indícios justificam a abertura de uma investigação sobre a conduta do ministro. Nesta terça, o MPF em Pernambuco informou que Bezerra responde a quatro processos por improbidade admistrativa, devido a supostas irregularidades que teriam ocorrido entre 2011 e 2006, quando era prefeito de Petrolina (PE).
Bezerra é alvo de denúncias de que teria privilegiado o estado natal, Pernambuco, na distribuição de verbas das chuvas. Ele foi acusado ainda de ter favorecido o filho, o deputado federal Fernando Coelho (PSB-PE), com liberação de emendas parlamentares da pasta e de ter agido para manter o irmão, Clementino Coelho, na presidência da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba (Codevasf).
“Estou pedindo ao procurador-geral da República que abra investigação [...] e que com isso ele [Fernando Bezerra] perca a função pública de ministro, que ele seja exonerado e condenado a indenizar todos os prejuízos causados”, afirmou o líder do DEM.
Segundo o senador, o ministro “não pode beneficiar suas bases eleitorais causando transtornos para o resto do Brasil. "Ele fere inclusive o chamado princípio republicano, fere o princípio da isonomia e da impessoalidade, todos eles resguardados pela Constituição Federal”, afirmou Torres.
Depoimento
Nesta quinta (12), a comissão representativa do Congresso Nacional, vai se reunir durante o recesso parlamentar, para ouvir o depoimento do ministro da Integração sobre as denúncias.
Segundo a assessoria da Mesa Diretora do Senado, houve um acordo entre Sarney, que também preside a comissão, e o ministro para que Bezerra compareça espontaneamente ao Congresso. A assessoria do ministro confirmou que ele irá ao Congresso na quinta.
Nesta terça, Sarney já havia convocado para quinta a reunião da comissão, integrada por oito senadores e 17 deputados, na maioria governistas.
Nesta segunda-feira (9), após reunir-se com Dilma Rousseff, Fernando Bezerra afirmou que tem "a confiança" da presidente. Por: Professor Edgar Bom Jardim -PE/G1- Pedido de investigação contra Fernando Bezerra

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Bom Jardim:Viva Padre Elias Roque ! Paz, Serenidade e Equilíbrio na Igreja Católica em Bom jardim.

Paz, Serenidade e Equilíbrio na Igreja Católica do Bom Jardim. Depois da saída do Padre Raimundo, a comunidade católica viveu momento de turbulência, perderam a identidade de um trabalho de evangelização existente. Houve muita intervenção da velha  política na Igreja. Deus estava ficando em segundo plano. E como na época colonial havia o lugar de destaque para alguns políticos, os ricos, na Matriz. Houve padre que sofreu até agressão física. Houve padre que sofreu pressão para sair da  Paróquia. Hoje, Bom Jardim vive com  Paz na Igreja. Que Deus conserve Padre Elias livre das influências negativas da politicagem, das fofocas e que continue sendo o cidadão que trata todos com igualdade, carinho, atenção e respeito. Viva Padre Elias Roque! Nossa sinceras homenagens !

Protesto pede fim de Guantánamo

France Presse


Militantes do 'Testemunhas contra a Tortura' cobraram promessa de Obama.
Vestidos como presos, eles se 'enjaularam' em frente à Casa Branca.

Da AFP/G1
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Militantes da organização "Testemunhas contra a Tortura", vestindo roupas alaranjadas ou presos em jaulas, se reuniram nesta segunda-feira em frente à Casa Branca para exigir o fechamento da prisão de Guantánamo, aberta há 10 anos pelos Estados Unidos.
Pequenos grupos se manifestarão 24 horas por dia até a quarta-feira (11), data do aniversário da chegada dos primeiros prisioneiros à polêmica prisão situada em uma base americana no sudeste da ilha de Cuba.
Também haverá um grande comício convocado por organizações de defesa dos direitos humanos, entre elas a Anistia Internacional.
Manifestante se 'enjaulou' em frente à Casa Branca (Foto: Jewel Samad/AFP)Manifestante se 'enjaulou' em frente à Casa Branca (Foto: Jewel Samad/AFP)
Os manifestantes, que realizam ainda um jejum em uma igreja de Washington, reivindicam o fechamento da prisão de Guantánamo, "como tinha prometido o presidente Barack Obama", assim como a de Bagram, no Afeganistão.
Exigem, além disso, a suspensão da Lei de Autorização da Defesa, que permite deter por tempo indeterminado e sem julgamento acusados de atentar contra a segurança nacional.
"Já faz dez anos que as pessoas podem ser detidas por tempo indeterminado e sem julgamento, sem saber quando serão libertadas nem de que são acusadas", denunciou Brian Terrell, um dos manifestantes.  Acesse:http://professoredgarbomjardim-pe.blogspot.com/

Cézar Ramos,PSOL Jaboatão, na luta para que Elias Gomes não venda prédios públicos

Fonte:Facebook   Acesse:professoredgarbomjardim-pe.blogspot.com

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Quanto vale um professor ? Quanto vale a educação do povo brasileiro? Quanto vale um jogador de futebol ?

Fonte: Facebook     Acesse:professoredgarbomjardim-pe.blogspot.com

Cadê a ajuda do governo Federal ? Brasileiro que morreu afogado na Rússia esperou 20 minutos por ajuda. O custo para trazer o corpo ao Brasil foi de US$ 6 mil. A família reuniu o dinheiro graças a doações de amigos e desconhecidos.



Na última sexta-feira (6), o estudante paulista Rafael Lusvarghi voltou ao lugar onde morreu seu colega de faculdade, Henrique Vasques de Haro, de 20 anos.

As águas agora correm onde poucos dias atrás só existia gelo. Na última sexta-feira (6), o estudante paulista Rafael Lusvarghi voltou ao lugar onde morreu seu colega de faculdade, Henrique Vasques de Haro, de 20 anos.

Rafael é a única testemunha do que aconteceu no Rio do Sudoeste da Rússia, na última segunda-feira. Fazia -2°C na cidade de Kursk, a 460 quilômetros de Moscou.

“A gente patinou por todo esse pedaço. Não tava desse jeito na hora”, lembra Rafael.

Segundo Rafael, eles saíram para patinar na hora do almoço. Revezaram um par de patins e, por volta de 13h30, resolveram ir embora. Na caminhada de volta, o gelo trincou e eles caíram na água. Tentaram chegar à margem, mas não conseguiram.

Lá havia um botão de emergência para acionar os bombeiros. Mas não havia ninguém por perto. Foram 20 minutos esperando por ajuda. Rafael conta que Henrique não se desesperou.

“Ele teve um comportamento exemplar, manteve a calma e tudo. Mas a gente ficou muito tempo na água até alguém passar e perceber que a gente tava caído. Ele não conseguiu aguentar, ele ficou inconsciente. Ele afundou faltando muito pouco tempo pro policial chegar”, conta Rafael.

“Dependendo do extremo da temperatura, em três a quatro minutos eu já tenho perda de consciência e a pessoa já não consegue mais ter controle sobre suas capacidades. A cada grau que diminui a temperatura do meu corpo, cai meu metabolismo em torno 5% a 9% mais ou menos”, explica a supervisora do pronto-socorro do Hospital das Clínicas, Maria Cecília Damaceno.

O corpo de Henrique ficou duas horas submerso até ser retirado do rio. A causa da morte foi afogamento, segundo a embaixada do Brasil em Moscou.

Henrique estava há apenas três meses em Kursk, uma cidade de 400 mil habitantes. Era o começo de uma vida na Rússia que duraria seis anos. Em outubro, ele trocou a Zona Leste de São Paulo, onde sempre morou, por uma cidade de paisagem bucólica no interior da Rússia. Não sabia falar russo, nem tinha roupas para o frio que ia enfrentar. O que o atraiu foi a chance de cursar medicina com uma bolsa de estudos.

“Ele passou por todas as provas que eram necessárias, todos os exames. E conseguiu a vaga”, conta Victor Vasques de Haro, irmão de Henrique.

Oficial da cavalaria, Henrique queria voltar ao Brasil como médico do Exército.

“Conseguimos parcelamento, aliás, nós estamos ainda pagando o gasto que ele teve pra ir. Nós falamos: temos condições de fazer um jeitinho brasileiro para ele ir concluir um sonho”, declara Victor Vasques de Haro.

Em Kursk, Henrique morava num alojamento estudantil com outros brasileiros.

“Tinha alegria para dar e vender”, afirma um brasileiro.

“A gente ficava acordado até quatro, cinco da manhã. sempre fazendo molecagem de madrugada”, lembra o estudante Luiz Lohn.

Henrique já havia aprendido algumas palavras em russo com a ajuda de um professor brasileiro.

“Ele era um menino muito dedicado, muito esforçado, muito aplicado. Infelizmente foi uma fatalidade”, conta o professor Daniel Ferreira.

Aos amigos do Brasil, Henrique dizia estar feliz. Natasha Kwasinei foi namorada dele por seis anos. O relacionamento terminou por causa da distância.

“Eu sempre falava que não queria que ele fosse. Mas eu parei de insistir nisso porque aparentemente ele tava feliz, e eu não queria atrapalhar mais”, declara.

No meio do ano Henrique voltaria para o Brasil para ver os pais e os três irmãos. O último contato com a família foi pouco antes do acidente.

“Aqui eram 05h56, lá já era próximo do meio dia, exatamente o momento em que ele tava saindo do hostel para patinar. Ele me mandou uma mensagem de bom dia”, lembra o irmão de Henrique.

Era Rafael quem costumava patinar. Naquele dia, segundo ele, Henrique pediu para ir junto.

“No dia anterior eu tinha ido com o Rafael, como sou muito medroso não tive aquela coragem de entrar”, lembra o estudante Jemerson Fabio Gomes.

Há pouco tempo, Rafael sofreu um acidente parecido no mesmo rio.

“Foi perto da margem, então foi fácil de sair por conta”, conta.

Com Henrique, o desfecho foi outro. “Meu pai recebeu a ligação, eles não falavam português claro, mas ele entendeu a mensagem”, lembra o irmão.

O custo para trazer o corpo ao Brasil foi de US$ 6 mil. A família reuniu o dinheiro graças a doações de amigos e desconhecidos. O corpo deve chegar a São Paulo ainda neste domingo.

“Fica muita saudade. Mas eu sei que ele conseguiu tudo que ele queria. Ele foi visitar um monumento, onde está a chama do fogo eterno, que não se apaga. E do lado tem escrito ‘Nunca esqueceremos, jamais serão esquecidos’. Acho que essa frase, que foi uma das primeiras que ele falou, jamais fez tanto sentido quanto agora”, se emociona o irmão de Henrique.

Com informações do Fantástico. Acesse: http://professoredgarbomjardim-pe.blogspot.com/

Postos fraudam bombas de combustível com controle remoto. Você confia no posto de gasolina que abastece seu carro ?


Donos de carros populares chegam a perder seis litros de combustível cada vez que enchem o tanque. O golpe é tão sofisticado que você nem percebe que assaltaram o seu bolso.

Reportagem especial mostra como você é roubado - sem perceber nada! - quando abastece o carro num posto de combustível. E o pior: se desconfiar de alguma coisa, não adianta reclamar. A fraude não deixa pistas. Com um controle remoto, o golpista faz a bomba voltar ao normal. O Fantástico comprovou que a fraude existe. E encontrou um dos homens que vendem e instalam nos postos o novo golpe contra o consumidor. A reportagem é de André Luiz Azevedo e Eduardo Faustini.

O motorista sempre desconfiou. O Fantástico comprova que o consumidor está certo. Existe fraude em bombas de combustível. Só que agora é um novo tipo de fraude, muito mais sofisticada. Você compra a gasolina e não leva tudo o que paga. Ainda faz papel de bobo porque nem percebe que está sendo roubado. E não adianta conferir o marcador da bomba.

Como isso acontece? O Fantástico preparou o teste com todo o rigor. Tivemos a auditoria permanente da Associação Brasileira de Combate à Fraude. E os exames foram feitos pela empresa Falcão-Bauer, a maior do Brasil no setor de controle de qualidade, e credenciada pelo Inmetro. Os técnicos criaram um equipamento especial para o nosso carro de reportagem. É um tanque de combustível de 20 litros, o volume padrão regulamentado para testes. Ele é todo transparente, para que você possa acompanhar em tempo real o roubo no posto de gasolina.

Começamos por São Paulo, que tem a maior frota de carros no país: mais de sete milhões de veículos. Postos denunciados por consumidores foram visitados pelas equipes do Fantástico. São de todas as marcas e de todas as regiões da cidade.

O carro da reportagem chega já abastecido. Na verdade, o combustível comprado cai diretamente no equipamento que está na mala do carro. Em todos os postos, pedimos 20 litros de gasolina, o volume padrão. Depois, levamos cada amostragem para o laboratório. A aferição é feita em um recipiente aprovado pelo Inmetro. Quando a quantidade está correta, o combustível completa o aferidor até a marca do zero.

A margem de erro é de 100 mililitros. A tolerância prevista na lei é de 100 mililitros abaixo ou acima dos 20 litros. Ou seja, 0,5% do total.

Um posto botou a menos 1.350 ml de gasolina. E encontramos resultados piores do que esse. A localização é boa, o preço atrai, o consumidor faz fila. Mas ele está sendo iludido. Este é o posto campeão do roubo de combustível na cidade de São Paulo. Na amostragem comprada, a bomba marcou 20 litros, mas foi roubado 1.400 ml.

O prejuízo na verdade é ainda maior, porque um teste de qualidade nesse combustível mostrou que o que foi comprado como gasolina era quase totalmente, álcool, etanol. “Foi constatado 64% de teor de etanol na gasolina. Isso é irregular. O máximo é 21%”, diz o coordenador técnico Evair Missiaggia,

O gerente não apareceu. Mas nós encontramos um motoboy que sempre abastece ali. Ele diz conhecer o golpe e como faz pra se defender.

Na mostra padrão oficial de 20 litros, 1,4 litros de diferença. Isso significa que em um carro popular, por exemplo, para abastecer um tanque de 50 litros, você é roubado em 3,5 litros.

No Rio de Janeiro, a situação é pior ainda. Em um dos postos testados pelo Fantástico a fraude chegou a 12%. Significa que para encher um tanque de 50 litros, o consumidor é roubado em 6 litros.

Os testes feitos no Rio foram idênticos aos de São Paulo. As amostras compradas em postos denunciados pelo consumidor seguiram para o laboratório. Em um posto, foram 2,41 litros a menos. Isso corresponde a 6 litros em um tanque de carro popular. Voltamos ao posto.

André Luiz Azevedo: A gente teve uma denúncia de que essa bomba está roubando do consumidor na hora do abastecimento mais de 12%. O senhor poderia fazer o teste para gente para comprovar?
Gerente: Positivo, só um momento.

É esse o golpe. Na frente do repórter, a mesma bomba que fraudava agora está correta. Voltamos também ao posto no Rio que teve o segundo pior resultado nos testes. Em cada 20 litros, o consumidor seria roubado em 2,31 litros.

André Luiz Azevedo: A gente tem uma denúncia de que essa bomba de gasolina está lesando o consumidor na hora de colocar o combustível. Ela está registrando mais do que entra no tanque do combustível. O senhor poderia fazer o teste da bomba?
Gerente: Sim.

Mais uma vez, a bomba que não tinha passado no teste de laboratório, agora funciona perfeitamente. Qual é o mistério? Como eles conseguem enganar o consumidor?

Para investigar o submundo do mercado de combustíveis no Brasil, o Fantástico precisou fingir que entrava nesse ramo de negócios. Durante dois meses, o repórter Eduardo Faustini assumiu o comando de um posto que fica em uma das principais ruas de Curitiba, no Paraná. O posto ficou fechado nesse período, não recebeu nenhum consumidor. Portanto ninguém foi prejudicado. Mas foi aqui que nós ouvimos as propostas de golpes, fraudes, todo tipo de negócio sinistro, sempre para roubar, e muito, o bolso consumidor.

Primeira descoberta: é fácil comprar combustível clandestino. Sem nota, sem fiscalização. Nosso repórter liga para o fornecedor de etanol.

Repórter: Está saindo a quanto o litro?
Fornecedor: R$ 1,67
Repórter: Isso é sem papel?
Fornecedor: Isso.
Repórter: R$1,79 com nota...
Fornecedor: Isso.
Repórter: R$1,67 sem nota?
Fornecedor: Isso aí.

R$ 1,67 é um preço muito abaixo do valor no atacado quando os impostos são pagos.

Não é só o país que perde com a sonegação. Com essas remessas clandestinas donos de postos adulteram o combustível. O truque é simples: o álcool é despejado no tanque da gasolina. Todo o etanol comprado pelo Fantástico está agora sob a guarda da Associação Brasileira de Combate à Fraude para ser encaminhado às autoridades.

Em Curitiba, nós também testamos postos suspeitos de roubar na quantidade vendida ao consumidor. E voltamos aos dois onde a diferença foi maior.

André Luiz Azevedo: Há uma denúncia de que a bomba está fraudando o volume de combustível no abastecimento do carro. Dessa vez, a bomba não é corrigida a tempo e continua a fraudar o consumidor.

André Luiz Azevedo: Marcou 20 litros, e como é que está?
Gerente: É que esse aqui não está aferido.
André Luiz Azevedo: Ele está com o selo aqui.

Os gerentes ficam nervosos, falam ao celular. Mas a situação mais comum é aquela mesma: na frente da câmera, tudo certo. As bombas que roubam o consumidor apresentam a medida correta: 20 litros.

No posto em que o teste demonstrou que é feito o maior roubo. Em uma avaliação de 20 litros, o roubo foi de 1,46 litros.

André Luiz Azevedo: Bateu 20 litros aí, a gente observa aqui que a marca está exatamente na marca certa.

Como uma bomba que roubava para de roubar de uma hora pra outra? É o que vamos revelar agora.

André Luiz Azevedo: A empresa que faz a manutenção de vocês é credenciada?
Gerente: É, com certeza.
André Luiz Azevedo: Qual é a empresa?
Gerente: SS Bombas.
André Luiz Azevedo: Quem é o responsável?
Gerente: É o Cléber.

Cléber. Em vários postos flagrados roubando o motorista, ouvimos o mesmo nome: Cléber. Ele é quem aparece mexendo na bomba de outro posto que visitamos em Curitiba.

Seguimos a pista. O repórter Eduardo Faustini, no papel de dono de uma rede de postos interessada na fraude, faz contato com Cléber. E, sem saber que estava sendo gravado, Cléber Salazar vai ao posto fechado.

Cléber: E aí, doutor?

Ele se mostra desconfiado.

Cléber: Quem indicou? Preciso saber quem... Primeira pergunta é quem passou o telefone, quem é a pessoa. Só pra saber, eu preciso saber.

Mas aos poucos relaxa.

Repórter: Eu preciso.
Cléber: De?
Repórter: Preparar essa bomba pra mim.

Cléber entrega como o esquema funciona. A fraude eletrônica é instalada separadamente, em cada saída de combustível, que ele chama de bico.

Repórter: Gastaria quanto por todas?
Cléber: É por bico, que lá a gente pega por bico.
Repórter: Faz o cálculo aí mais ou menos.

Ele faz o cálculo. Cada bico fraudado custa R$ 5 mil.

Cléber: R$ 90 mil!

R$ 90 mil para instalar uma fraude acionada por controle remoto.

Cléber: O que o controle faz?
Repórter: Vai diminuir pra mim a litragem.
Cléber: A pressão? É esse preço aí.

A placa é o circuito eletrônico que controla a bomba de combustível.

Repórter: Mas você está usando a minha placa ou a sua placa?
Cléber: Não, eu não uso a sua placa. A gente tira aquela placa e põe outra.

Daqui a pouco você vai ver como ela é adulterada.

Repórter: Você faz a manutenção disso?
Cléber: Isso. Aí nós vamos acertar um mínimo por mês. Um xis lá por mês. Para eu cuidar pra você, te avisar. Cuidado, vai lá, vem cá, entendeu?

Na despedida, Cléber já está à vontade.

Cléber: Você está em Curitiba, no Centro de Curitiba, olha o tamanho do posto. Agora você coloca o bororó para rodar. Em três meses, está pago. O resto da sua vida, você vai ganhar dinheiro.
Repórter: Qual a chance de dar errado?
Cléber: Nenhuma. Nenhuma. Zero. Pode mandar matar eu!!

Cléber afirma que tem acesso a informações sobre a fiscalização em Curitiba.

Repórter: A sua assessoria vai até aonde?
Cléber: Até no alto escalão. Que avisa a gente quando está passando, quando não tá passando. Entendeu?
Repórter: Não tem chance de dar errado. O cara tirar umas férias...
Cléber: Sempre tem de está um com o negócio.

O negócio a que ele se refere é o controle remoto, que pode ficar num bolso. Com um toque, o fraudador arma e desarma o esquema, na hora que quiser.

Cléber: O cara tem de estar plantado aqui. Se chega o tiozinho que fala ‘ah, não deu...’, vamos lá aferir. Vai dar certo.

"Tiozinho" é como o consumidor, que fica de bobo na história, é tratado por Cléber Salazar.

Cléber: Negoção da China, parabéns.

Depois dessa gravação, procuramos Cléber para uma entrevista.

André Luiz Azevedo: O senhor desconhece que os postos que o senhor atende fornecem menos combustível do que o que marca na bomba?
Cléber: Com certeza. Absurdo. Nunca vi isso aí.
André Luiz Azevedo: É porque é uma denúncia e eu estou querendo conversar com o senhor. O senhor me retorna em quanto tempo?
Cléber: Daqui a uns dez minutos eu já falo contigo aí.

O prazo não foi cumprido.

Até que Cléber finalmente marca o encontro. Ele não sabe que toda a oferta da placa fraudadora foi filmada, nem que comprovamos o golpe em postos onde ele trabalha.

André Luiz Azevedo: O senhor é credenciado no Inmetro, no Ipem? O senhor pode mexer nas bombas livremente?
Cléber: Eu tenho o certificado do Inmetro, que está aqui, válido até abril de 2012. Eu tenho autorização pra mexer nas bombas, qualquer tipo de bomba.
André Luiz Azevedo: Nós viemos a Curitiba, porque nós recebemos uma denúncia que o senhor vende uma placa que é colocada na bomba e, com essa placa, há uma fraude na hora de abastecer o carro do consumidor. O senhor não vende essa placa fraudadora?
Cléber: Absurdo isso aí, absurdo.
André Luiz Azevedo: Essa denúncia de que o senhor vende uma placa que frauda a bomba de combustível, o senhor nega isso?
Cléber: Eu nego, é um absurdo. Queria saber de vocês de onde partiu isso, porque eu quero fazer minha defesa também.
André Luiz Azevedo: O senhor fornece atendimento pra quantos postos aqui na região.
Cléber: São vários postos.
André Luiz Azevedo: Quantos?
Cléber: Em torno de uns 30, 40 postos aí.

Por que é tão difícil descobrir essa fraude?

“Porque a bomba funciona corretamente até que o proprietário do posto ou seu gerente ativa a fraude com o controle remoto. Um controle comum. Quando a fiscalização chega, ele desativa a fraude. Quando a fiscalização sai e o consumidor chega, ele novamente ativa a fraude por rádio-frequência. Ela tem um rádio-transmissor exatamente como existe no portão de garagem“, responde José Tadeu Penteado, superintendente do Ipem/SP.

A primeira placa eletrônica da fraude foi descoberta há dois anos. Em São Paulo, que tem a maior rede do país, com 8,5 mil postos, poucas foram apreendidas até agora.

Um fiscal, que prefere não ser identificado, diz que falta tecnologia à fiscalização para acompanhar a evolução dos golpes. Em vários estados que nós temos conversado, os fiscais estão totalmente despreparados. Eles não têm conhecimento suficiente pra afirmar se aquela placa está fraudada ou não. O sindicato dos postos de combustíveis de São Paulo pede providências.

O Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis também defende uma fiscalização mais enérgica: “Eu tenho certeza que situações como as que foram detectadas nessas cidades estão acontecendo e estão sendo ofertadas para o mercado em diversas outras cidades. É um alerta pras autoridades da necessidade de ter uma atuação permanente, no dia a dia, inteligente e com penalidade rigorosa”, afirma Alisio Vaz, presidente do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustível.

A Agência Nacional de Petróleo propõe uma ação conjunta: “Nós vamos ter que aprimorar nosso sistema de fiscalização, logicamente buscando parceria com órgãos de inteligência, não só nossos, como também da polícia, do Inmetro, porque é uma fraude nova no mercado e é difícil de ser detectada”, diz Paulo Nunes, fiscal da ANP.

E o Inmetro diz que contratou especialistas em informática para achar a forma de combater a fraude: “O Inmetro já tomou conhecimento desse assunto, há algum tempo, e vem desenvolvendo tecnologia nova com nossos pesquisadores para desenvolver uma espécie de lacre eletrônico. Um mecanismo tal que quando a bomba for mexida, for alterada, for fraudada, por um mecanismo de software, um controle remoto, algo desse tipo, fique um rastro. Não adianta que o fraudador coloque a fraude e retire a fraude, o rastro vai ficar lá registrado”, declara Luiz Carlos dos Santos, diretor do Inmetro.

Com informações do fantástico   Vídeo por claudineidso  acesse: http://professoredgarbomjardim-pe.blogspot.com/