Milhares de pessoas foram às ruas neste sábado (2/10) para protestar contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
As pautas mais frequentes nos cartazes e nos discursos foram a defesa da democracia, o impeachment e as críticas em relação à condução da pandemia de covid-19 pelo Governo Federal e ao aumento dos preços de alimentos, gás e combustível.
Organizados por movimentos sociais e centrais sindicais, os atos também contaram com a presença de cerca de 20 partidos políticos, agremiações estudantis e até torcidas organizadas.
A Avenida Paulista, em São Paulo, e a Avenida Rio Branco, no Rio de Janeiro, foram os locais com a maior concentração de manifestantes.
Até o fechamento desta reportagem, não havia confirmação oficial do número de pessoas que estiveram em cada lugar.
Pautas e presenças
De acordo com o levantamento do portal G1, foram registradas manifestações em 84 cidades, incluindo todas as 27 capitais.
Em São Paulo, as manifestações deste sábado foram organizadas por seis grupos: Frente Povo Sem Medo, Direitos Já, Frente Brasil Popular, Fórum das Centrais, Movimento Estudantil e Coalizão Negra por Direitos.
Outras entidades que apoiaram a realização dos protestos foram o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), o Movimento Negro Unificado, a Unidade Popular, a Associação da Parada do Orgulho LGBT, o Movimento Acredito, o Bloco Feminista, a Associação Brasileira de Imprensa, o Esporte pela Democracia e a Coalizão Evangélica.
O G1 também registrou a presença de torcidas organizadas de Corinthians, Palmeiras e São Paulo na Avenida Paulista.
Diversos partidos políticos enviaram representantes. Alguns também mandaram vídeos, que foram exibidos nos palanques montados nos pontos de concentração. PCB, PCO, PSB, PSTU, PSOL, PCdoB, PT, Rede, Solidariedade, PSL, PV, PL, PSD, Podemos, PSDB, MDB, PDT e Cidadania confirmaram presença nos atos.
A participação de filiados do PSDB chamou a atenção. O ex-senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) enviou um vídeo em apoio ao ato, em que afirma que "o fundamental agora é derrotar Bolsonaro".
Muitos discursos também miraram em Arthur Lira (PP-AL) e pediram que ele abra um processo de impeachment contra Bolsonaro.
Na cobertura em tempo real das manifestações, o jornal Folha de S.Paulo disse que os atos deste sábado "prometem ser os de maior variedade ideológica entre os convocados por setores da esquerda desde maio, mas não devem vencer o desafio de mobilizar a direita ou de reunir em um só palco todos os presidenciáveis de 2022".
Em relação aos presidenciáveis, três candidatos que concorreram à eleição em 2018 marcaram presença: Ciro Gomes (PDT) esteve em São Paulo e no Rio de Janeiro, enquanto Fernando Haddad (PT) e Guilherme Boulos (PSOL) passaram pela Avenida Paulista.
"Nós estamos aqui em nome de uma causa suprapartidária. Se formos nos deixar levar por isso, vamos perder uma causa maior, que é a luta pela justiça e pela democracia", afirmou Haddad.
"Existe muita diferença de pensamento entre quem está aqui hoje na [Avenida] Paulista. Mas a ameaça golpista é maior do que as nossas diferenças políticas", disse Boulos.
O UOL registrou que a presença de Gomes em São Paulo gerou protestos, xingamentos e vaias de militantes do Partido da Causa Operária (PCO), que reagiram às críticas recentes feitas pelo representante do PDT ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
"Depois, em outra ocasião, nós sempre falaremos de quem é quem, quem é responsável pelo quê e quem não tem ideia nenhuma pelo futuro do país", discursou Gomes.
Outro momento de tensão aconteceu em Recife quando, por volta das 12h30, um carro furou o bloqueio policial e atropelou uma mulher de 29 anos que participava da manifestação.
A vítima foi arrastada por alguns metros e recebeu ajuda de pessoas que estavam no local. De acordo com o G1, uma ambulância a levou para o Real Hospital Português, mas ainda não há informações sobre seu estado de saúde.
Fonte: BBC
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