Em decreto assinado pelo governador Paulo Câmara, Pernambuco prorrogou o estado de calamidade pública em razão da Covid-19 por mais 90 dias em todos os seus 184 municípios e no Distrito Estadual de Fernando de Noronha.
O texto está publicado na edição desta quarta-feira (15) do Diário Oficial do Estado.
Com a prorrogação, o Estado ficará até 11 de dezembro em calamidade pública, uma vez que o decreto tem efeitos retroativos para o último sábado (11).
O decreto estadual permite a adoção de medidas para combate à Covid-19 de forma menos burocrática, diante do contexto de urgência da pandemia.
Entre as justificativas para a baixa do decreto de prorrogação, estão "que o coronavírus apresenta elevada taxa de mortalidade que se agrava entre idosos, pessoas com doenças crônicas e imunodeprimidas" e "os impactos ocasionados decorrentes das perdas significativas na economia do Estado".
O texto também considera "a altíssima capacidade de contágio por cada pessoa doente com o coronavírus na transmissão" e "que os habitantes dos municípios afetados não têm condições satisfatórias de superar os danos e prejuízos".
O último decreto com renovação de calamidade pública no Estado havia sido publicado em 16 de março, com prazo de 180 dias.
Riscos seguem elevados
O médico infectologista e chefe da triagem do Hospital Universitário Oswaldo Cruz, Filipe Prohaska, alerta que, mesmo com a diminuição das restrições, ainda estamos vivenciando tempos pandêmicos.
“Apesar dos números da Covid diminuindo com frequência, nós ainda estamos vivenciando um tempo de pandemia e temos a necessidade de vacinar boa parcela da população. Lógico, a gente vivencia um tempo melhor, com menos restrições nos locais e menos necessidade de ambientes de terapia intensiva e de internações hospitalares, porém temos várias variantes circulantes que vêm trazendo transtornos que ainda não nos tira da faixa da pandemia”, destacou.
De acordo com o cientista Jones Albuquerque, do Laboratório de Imunopatologia Keizo Asami (Lika), da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), o risco para a Covid-19 em Pernambuco continua alto segundo os gráficos analisados.
“As médias móveis, tanto no número de casos quanto no de óbitos, que vinham em agressivas quedas, pararam de cair. O risco em Pernambuco continua alto, em "aceleração" e em "velocidade" nos gráficos de risco. Como ainda estamos em risco alto, entendo que o governo precisa ter agilidade para execuções caso a pandemia reacenda, como tudo leva a crer que vai ocorrer. E o estado de emergência serve para isso também: dar agilidade às ações”, explicou.
Cuidados continuam
Ainda de acordo com o cientista, mesmo com o ciclo vacinal completo, a população deve continuar com os cuidados de combate ao vírus.
“Mesmo completamente imunizadas, as pessoas devem manter distanciamento e uso de máscaras, pois as novas variantes reduzem a efetividade das vacinas em até 30% e é sabido que vacinados carregam e espalham vírus, reduzindo até a sua própria chance de imunização”, complementou Albuquerque.
Coronavírus em Pernambuco
O Estado totaliza 614.141 casos confirmados da Covid-19, sendo 53.671 graves e 560.470 leves, e 19.560 mortes.
Pernambuco aplicou 8.912.083 doses de vacinas contra a Covid-19 na sua população, desde o início da campanha de imunização no Estado, em 18 de janeiro de 2021.
Com relação às primeiras doses, foram 5.998.742 aplicações, uma cobertura de 72,17% da população elegível, a partir dos 12 anos. Do total, 2.913.341 pernambucanos (35,05%) já completaram seus esquemas vacinais, sendo 2.740.350 pessoas que foram vacinadas com imunizantes aplicados em duas doses e outros 172.991 que foram contemplados com vacina aplicada em dose única.
Folha de Pernambuco
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