domingo, 3 de janeiro de 2021

O movimento dos corpos


Os atropelos da sociedades estão entranhados no seu cotidiano. Não há como apagar a complexidade. A humanidade tropeça com seu projeto de dominação. Sente-se que existem desconfianças constantes e grupos voltados para celebrar privilégios. A desigualdade acompanha a história e deixa perguntas que ferem. Não esqueçam as teorias científicas, as religiões, as metafísicas. Muita coisa pensada, mas as intrigas não se vão e as egolatrias seguem firmes orientando suas falcatruas. Fecham-se sinais que, antes, atiçava iluministas.

As tecnologias planejam submeter à natureza, poluindo. Criam-se hierarquias técnicas. Os valores sofrem danos com a concentração de riqueza. Não se pode negar que disfarces são manipulados e os abismos cercam a sociedade. Portanto, as escravidões permanecem e elas assustam. Os corpos inquietam e inventam-se formas de oprimi-los. O reino das mercadoria é poderoso e vigia quem busca leveza e fraternidade. Antipatiza com o afeto e alicia os ambiciosos. O labirinto da ferocidade manobra com o animal racional, feito à imagem e à semelhança de deus

A história tem lugares e tempos. Está difícil entender como eles se movem. As psicopatias não cessam de se renovarem. O medo não se vai e a indústria promete milagres. Vende a felicidade em comprimidos. O desmanche não é momentâneo. Desde as primeiras culturas, há armadilhas. Intimidações desfazem leis que poderiam reencontrar estradas de luzes e paz. Somos animais, temos garras invisíveis, reproduzimos violências. As brechas são mínimas e o desamparo se infiltra em cada solidão. Imagine a grande cidade na escuridão de seus becos, na miséria destrutiva de seus charlatões.

Há grupos que justificam apodrecimentos que subordinam boa parte da sociedade. Por isso, é importante medir os enganos, analisar as falsidades. O movimento do ritmo é frequente, porém não dança com a harmonia dos ventos. A capacidade de refazer, nem sempre significa retomar culturas que abracem a natureza. Não é toa que os vírus se propaguem, que a esperança esteja encarcerada. Prometeu desafiou os deuses. Não há rebeldias que o lembrem? O cartão de crédito é o espelhos e os bancos os templos. As ousadias se combinam com torpezas. Prometeu talvez se esconda dos que vivem anulando a subjetividade que diz não aos estupradores e mascarados das milícias. A astúcia de Ulisses.

Por Paulo Rezende.

Professor Edgar Bom Jardim - PE

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