A pandemia de covid-19 “continua acelerando”, com um milhão de casos registrados em apenas oito dias, afirmou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em uma conferência virtual organizada por Dubai.
“Sabemos que a pandemia é muito mais que uma crise de saúde, é uma crise econômica, social e, em muitos países, política. Seus efeitos serão sentidos durante décadas”, completou.
O novo coronavírus provocou mais de 468.000 mortes e quase 9 milhões de contágios no mundo, desde que o vírus foi detectado na China no fim do ano passado, segundo um balanço da AFP com base em fontes oficiais.
A América Latina é a região com o ritmo mais acelerado de propagação da doença atualmente, sobretudo no Brasil.
O país superou a barreira de 50.000 mortos e tem mais de um milhão de contágios, metade dos casos declarados na região.
Com mais de 12.500 mortes e quase 220.000 contágios acumulados, São Paulo é o estado brasileiro com mais casos, seguido pelo Rio de Janeiro.
“Unidos e sem descanso”
O presidente Jair Bolsonaro, que chegou a chamar a doença de “gripezinha”, não fez nenhum comentário sobre as 50.000 mortes no fim de semana.
Em Honduras, o presidente Juan Orlando Hernández, que está internado depois de ter sido diagnosticado com a COVID-19, pediu aos compatriotas que lutem contra a doença “unidos e sem descanso”.
O Peru, segundo país latino-americano com mais casos (254.936) e o terceiro em número de mortes (8.045), reabre nesta segunda-feira os centros comerciais após 99 dias de confinamento.
As autoridades, que desejam reativar a economia, descartaram, no entanto, a reabertura de Machu Picchu em julho por atrasos na implementação das medidas de biossegurança neste local emblemático e o temor de contaminação dos moradores da região.
Estados Unidos, o país mais afetado pelo vírus com quase 120.000 mortos, registrou 305 óbitos nas últimas 24 horas, a terceira vez que o balanço diário ficou abaixo das 400 vítimas fatais desde o início da pandemia em abril.
“Um impacto terrível”
Na Europa, o continente mais afetado pela pandemia com mais de 192.000 mortos e 2,5 milhões de casos, os países avançam a passos largos para deixar para trás o confinamento, que paralisou as economias.
A França iniciou uma nova etapa nesta segunda-feira, com a reabertura de muitos estabelecimentos de lazer, o retorno dos esportes coletivos e a volta generalizada das crianças às escolas.
“Espero por isto há semanas. Vou assistir qualquer filme”, disse Édouard Feinstein, um cinéfilo de 52 anos que chegou às 9H00 a um cinema de Paris para adquirir um ingresso após 100 dias fechamento.
A Espanha, que adotou um dos confinamentos mais severos do mundo para conter a pandemia, suspendeu no domingo o estado de alerta e abriu as fronteiras com os demais Estados membros da UE, com exceção de Portugal, o que deve acontecer em 1º de julho.
Diante do temor de uma segunda onda da doença, como na China, onde depois de dois meses sem novos casos foram detectados mais de 220 contágios em Pequim, as autoridades pedem prudência.
Neste sentido, o diretor da OMS pediu aos governos que se preparem para futuras pandemias que podem acontecer “em qualquer país a qualquer momento e matar milhões de pessoas, porque não estamos preparados”.
“Não sabemos onde nem quando acontecerá a próxima pandemia, mas sabemos que terá um impacto terrível sobre a vida e economia mundiais”, advertiu Tedros Adhanom Ghebreyesus.
O mundo dos esportes, que após vários meses de paralisação começa a retomar as atividades, mais casos positivos de COVID-19 foram anunciados nas últimas horas.
O Estrela Vermelha de Belgrado anunciou que cinco jogadores foram diagnosticados com o novo coronavírus.
O tenista croata Borna Coric também revelou nesta segunda-feira, como havia feito no domingo o búlgaro Grigor Dmitrov, que testou positivo depois de participar no Adria Tour, um evento organizado pelo sérvio Novak Djokovic nos Bálcãs, sem medidas de saúde.
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