Contemplar o azul no horizonte toca no coração. O mundo se enche de luz quando se inquieta o sentimento que aquece a solidariedade. O azul chama o canto dos pássaros, nos faz pensar no infinito e na possibilidade de desenhar um avesso alegre para celebrar as convivências. Mas nem tudo é azul. Há turbulências de tempestades e os medos assombram com força global. O pior é que o pânico se espalha com rapidez. Os olhares se desviam, a instabilidade quebra espelhos de imagens serenas.
É difícil aceitar que é fantasia ou mentira preparada para atiçar o poder que sacode o cinismo e se veste de notícias estranhas. Não se trata de negar o riso, porém a sociedade não deve possuir senhores que usam ironias radicalizadas. A tensão se balança, o cansaço pesa na cabeça e os escândalos procuram garantir privilégios. A dúvida ajuda a sentir que os enganos e a mesquinhez não saem do cotidiano.
Será que vamos para um deserto, depois de pularmos abismos e navegar nos pântanos? Quem sabe? Há governantes que se assanham com as desgraças dos outros e nutrem o bélico. Portanto, não esqueça que o mapa não é o território. Existem metáforas e pessoas que se refugiam . O mundo gira, não para, deixa tonturas e não sinaliza com progressos. Apenas, produz representações não basta. Somos mesmo exóticos ou panos esfarrapados rasgados pelas incertezas?
Entre no circo, sem nostalgias. Lembre-se do voo do trapézio que o assustava na infância. Fotografe a tristeza do palhaço. Não se seja ingênuo. As ambiguidades andam apressadas querendo afirmar teorias. Nessas idas e vindas Platão foge da caverno, Napoleão deseja vencer todas as guerras, Gramsci aponta as desigualdades e se contrapõe a Mussolini. As escritas multiplicam cada ilusão, pinta paraísos antigos. Para alguns, o futuro anunciará a salvação. Mas quem será o messias?
Paulo Rezende
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