quinta-feira, 8 de agosto de 2019

Os limites e os significados da história


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Muito se afirma sobre a possibilidade das transparências no fluir da sociabilidade. O mundo está, porém, repleto de dúvidas e de armadilhas. Faz parte do jogo político monopolizar a verdade. Há quem negue o complexo das aventuras humanas, se agarre aos dogmas mais tolos e sustente governos autoritários. Analisar a história não é traçar uma linha reta, se desfazer das curvas e anular os rascunhos do passado. Os sentimentos mostram que as controvérsias são frequentes. Esperar a nudez e a exposição de todos os desejos é uma fantasia sem fim. As lutas existem no meio de contrapontos intermináveis. Os momentos de sossego são vestimentas enganadoras.
As falsas notícias se espalham com rapidez. Moro se diz inocente, se fecha nos seus interesses. Inventa defesas, acusa, liga-se aos afazeres mais incomuns de Bolsonaro. Mas há resistências. O choque de narrativas cresce, pois os meios de comunicação atuam politicamente. Cria-se uma fé profana, consolidando-se ídolos, santificando ações  que parecem dúbias. Será que Freud escorregou na organização das suas teorias? As máscaras foram abandonadas? Nos labirintos sofisticados, a sociedade se digladia e firma posições. Sente-se uma insensatez na densidade da cada projeto.
Pensar a história como lugar de grandes sonhos não é pecado capital. Porém anular as banalidades não traz transparências. Será possível responder às perguntas das esfinges? Édipo procurou a esperteza e se chocou com o desprezo. Não esperava mudanças no seu lugar de poder. Provou a amargura, a ruína, o descontrole. No mundo contemporâneo, os segredos correm nos celulares e se formam exércitos de leitores de códigos. Como escondê-los? O peso das revelações tumultua, não significa que as certezas são as donas dos territórios dos debates. O corpo define imagens absolutas ou não faltam dificuldades para se traçar o afeto?
Não acredito que cessem as reclamações, que os gritos fujam dos discursos, que a sociedade se encontre com paz do silêncio solidário. A complexidade não se vai. Desde os primeiros tempos, surgiram mitos, as interpretações se multiplicaram, a busca de alternativas aumentaram ou confundiram a capacidade de reflexão. Nada trouxe a travessia do encanto sem atropelos e desmanches. As competições viraram, muitas vezes, metáforas de raivas acumuladas. A cultura não se intimidou com suas conquistas e não dispensou a ideia de evolução. Talvez, a eternidade seja a ambição que veste a nudez.Há algumas luzes que, apenas, cegam e envaidecem.
Por Paulo Rezende. A astúcia de Ulisses.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

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