Tudo parece um encantamento de novidades e magias tecnológica. Difícil é escolher. Muitas opções que pagam ilusões ou mascaram enganos. A sociedade se arma para inquietar, mas também triturar ingenuidades e quebrar valores. É preciso abrir os olhos e não se enfeitiçar. Esquecer a complexidade dos planejamentos, as astúcias dos senhores do poder. O jogo da mídia servil é desgastante para quem não despreza o afeto. O cuidado chama a crítica e a compreensão levanta dúvidas. Não há respostas firmes, as vacilações não se vão e a vida pede paciência e sabedoria.
O mundo do trabalho é massacrante. A busca da grana deixa sequelas nos sentimentos, enconde desejos de convivências solidárias e traz desconfianças. Quem se encontra no meio da berlinda? Quem pode significar nas suas imaginações sem se perder nas tramas do consumo? Ler o mundo é um desafio. Há inúmeras interpretações, as cores se inventam e palavras voam. Portanto, a travessia é instável e os governos usam de manipulações frequentes. Combatem rebeldias, administram com sutilezas os desejos e as ousadias.
Analise as afirmações de maio de 1968 ou mergulhe nas reflexões de Camus. Não faltam autores que acenam para a dureza das manobras capitalistas. Marcuse lança questões sobre o prazer, Adorno coloca a nudez da massificação, Marx já lembrava a força do valor de troca. Não fique distante de quem ajuda a mostrar a incompletude. A onipotência não alivia, nem existe. A cultura possui alimentos e perturbações. Por que dispensar as ambiguidades e apostar na salvações? Política e religião se esticam para pescar sua fragilidade e desenhar as mediocridades mais levianas?
A liberdade é mito desqualificado, quando se abastece de sonhos meramente materiais e movimenta-se em torno de progressos e ordens mesquinhas. Se a sociedade não se dá contas da ausência do absoluto cai em abismos. O perigo é se cercar de anúncios e discursos que anulam o lixo e acenam com riqueza vazias. A dor não é uma mistificação e o luxo atrai com suas promessas ditas fascinantes. A história é sempre uma construção e as utopias devem abrir o coração para arquitetar outras sociabilidades. Ser administrado é um caminho para melancolia. Você curte a imbecilização ou prefere turbulências reanimadoras?
Por Paulo Rezende.
Professor Edgar Bom Jardim - PE
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