quarta-feira, 28 de agosto de 2019

A desconfiança mancha o futuro


O futuro virá com suas mudanças e suas permanências. No entanto, estamos vivendo um presente marcado por agressividades cotidianas. Os ataques são muitos. Procuram criar uma atmosfera constante de dúvidas e fanatismos.Ressuscitam ideais nacionalistas, fingem defender a natureza, esquecem as aventuras imperialistas.Tudo se mistura e traz desconforto para os debates. Quem merece confiança? A fragilização dos espaços de verdade representa desmanches perigosos. Há muitas informações que não são aproveitadas e se fixam suspeitas sobre os discursos das lideranças.
O destruir dos sonhos da busca de sociedades solidárias é desmobilizador. Parece que entramos num labirinto cruel, cheio de mistérios e não conseguimos encontrar saídas. As idolatrias persistem atiçando a existência de dogmas políticos. A crítica não deveria se apagar. Lançar dúvidas é importante, como também conhecer a construção do passado. Nem sempre os argumentos justificam atitudes interessadas e, perpetuar dominações. Há uma celebração de interesses cinicamente acelerada pelo olhar ambicioso. Mais uma vez se destacam os negócios. Os diálogos diplomáticos mascaram poderes e as conciliações inexistem.
Observem os noticiários. Muitas manchetes, opiniões, violências simbólicas. Há desvios e a globalização espalha qualquer boato com rapidez. A insegurança mina as relações sociais, os governantes brincam com estratégias perversas, os protestos mostram descontentamentos. Porém, não há como abrir os olhos e afastar os pesadelos. A agonia dos ideais iluministas se consolida. Querer retomar utopias é quase uma ingenuidade. Os caminhos da história desfiam . porque se enchem de pedras. Não existem forças para transportá-las.
A linearidade era uma grande mentira. Como exaltar o progresso se as guerras estão invadindo a convivência urbana e a manipulação é palavra de ordem das invenções futuras. As memórias se sentem asfixiadas. Vive-se um agora que assusta.Esquece-se que houve escravidão. O autoritarismo se sofistica e os teóricos se voltam para os chamados milagres da ciência. As obscuridades desenham narrativas históricas e vendem interpretações. Não se radicalizam as reflexões. A sociedade se ressente de ousadias que fujam das massificações. O futuro é um enigma com cores negativas. A geometria do medo ensaia intimidar as possibilidades de firmar ações rebeldes..
Professor Edgar Bom Jardim - PE

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