domingo, 23 de junho de 2019

O caso Moro: As múltiplas informações e os desafetos


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Quem pensa que pode implantar o paraíso? São muitas informações circulando, todas cercadas de valores e de muitos sentimentos esvaziados. A razão não é nunca soberana. Isso não impede que evitemos fanatismos e não  guardemos velhas carências nos jogos da política. Os valores se inquietam e alimentam as controvérsias históricas. A sociedade não vive paciente e sem ansiedades. Quem conhece o passado não nega que as lutas continuam andando e perturbando. Não há homogeneidade, mas embate pelos poderes que confirmem soberanias e consagrem práticas opressoras. Os desamparos se sucedem aceleradamente.
As chamadas revoluções tecnológicas impuseram comportamentos e renovaram seduções. A sociedade sente o sufoco de tantas teorias, interesses, buscas urgentes. Há diferenças entre as épocas históricas, porém não custa consultar a memória e analisar as permanências. Somos animais sociais com tensões que não param. Hoje, assumimos pressas, pedimos respostas imediatas. Concretizam-se espaços de cores nunca vistas. Não é novidade que tradições se quebrem, que as pessoas mudem seus lugares, que as relações afetivas reclamem cuidados. Quem não observa também os ruídos sonolentos e estranhos?
O historiador lida com a incompletude. Tenta compreender como sossegá-la, sente dificuldades, pois as incertezas acompanham o cotidiano e os tempos se entrelaçam. Há diálogos, fugas, conflitos, desistências, epidemias. Não há como definir um saber que elucide as vastidões do humano. As lacunas  alertam que as violências se sofisticam. A modernidade não consegue retomar emblemas que pareciam fixar a democracia. O desmanche é grande, as mentiras possuem destaque e são vendidas como mercadorias. Portanto, as polarizações se misturam e  os poderes se chocam. Quem domina a verdade? Quem decifra os contrapontos e convence os mais ingênuos?
O espaço da intolerância se estica, apesar dos seus opositores. As invenções tomam os instantes, surpreendem, no entanto os sofrimentos circulam e os olhares contemplam a solidão num meio de massificações globalizadas. Quem nega a complexidade se afunda na palidez da desesperança. Temos que conviver , para que as relações justifiquem a sociabilidade e acenem com outras aventuras menos sombrias. Deixar que as manipulações nos envolvam é o caminho para apatia ou para o estabelecimento do autoritarismo tão insistente. Mas os descompassos se consolidam e as pulsões de morte se ampliam. Outras doenças nos invadem com invisibilidades fatais.Há moradias que apagam a reflexão e estimulam o uso da máscara. A história vive uma nudez que se perpetua.
A astúcia de Ulisses
Professor Edgar Bom Jardim - PE

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