segunda-feira, 8 de abril de 2019

História:A narrativa escorregadia do afeto


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A historia  possui suas tradições seculares. Ela é contada seguindo certas regras que satisfazem os vencedores e distraem. Destacam-se as grande figuras, cheias de pompas e despreza o cotidiano. Assim se vestem os chamados livros didáticos. É claro que há exceções, porém os privilegiados são contemplados com elogios. Perdem-se momentos de rebeldia e se escondem lutas contra preconceitos. Portanto, a narrativa histórica não é neutra. Compõe tradições, busca apagar quem se sente aflito e deseja reinventar a sociabilidade. Congela e cultiva a palidez, porém deveria assombrar e promover dissonância.
Muitos ignoram os debates, ressaltam o pragmatismo, resistem às mudanças. Sabem do poder do convencimento. Não se domina, apenas, com armas. É importante desenhar situações e mostrar que minorias espertas querem ser donas da vida social.Interpretações são justificadas. Mas o interesse maior é o controle político. A narrativa funciona, então, como uma regra, se nega a eleger transformações. Existe para celebrar fatos que mantêm preconceitos. Até os espaços da violência ganham páginas especiais, desde que descrevam perseguições e genocídios nada solidários. Rememoram os imperialismos e colocam os lixos no canto dos quartos de dormir. A narrativa pesa. Esfumaça-se.
O sentimento nem é pensado. Tudo se monta em cima da produção e da quantidade. A narrativa não existe à toa, nem é uma ficção inútil para anular a vida. Ela dá respostas a uma ordem, materializa, omite, desmancha. Por isso, as narrativas não dispensam lacunas e disfarces. A sociedade se despedaça com  frustrações e desamparos, porém aparecem as reformas econômicas como senhoras salvadoras do apocalipse. Ambiguidades. O choque de ambições se revela e poderosos meios de comunicação reforçam quem já se encontra no centro da devaneio política.O trabalho  não liberta e a grana multiplica confortos, para escurecer  os vazios. O circo é de horrores e não, de risos.A morte do poeta é perda da beleza que redime e solta o ânimo.
As promessas de felicidade são vendidas. A narrativa da propaganda, das informações enganosas, as notícias falsificadas não desistem de impor suas versões. Para tudo, se formam especialistas, pois o desenvolvimento possui argumentos perversos que precisam ser fantasiados. O velho livro didático continua exaltando guerras, governos  ditatoriais, revoluções mambembes. Poucos percebem que naufragamos em valores que isolam a maioria e reproduzem comportamentos opressivos.  Olhar os esconderijos, desnudar  os vícios da dominação representam fôlego para que os afetos se estiquem e a sociedade não se afunde na acumulação de riquezas mesquinhas. Estamos doentes e batemos palmas. Alguém já imaginou as acrobacias da sua narrativa? Será que  palavra  se desfez  na  prisão das abreviaturas?A astúcia de UlissesProfessor Edgar Bom Jardim - PE

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