terça-feira, 25 de dezembro de 2018

A afetividade confronta-se com a mercadoria


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Tempo veloz. Não sei o que as pessoas pensam da corrida no final de ano. O festival de compras e presentes se estende até pelas calçadas. Poucos ficam indiferentes. É preciso acionar o desejo, juntar o ânimo e celebrar o que a sociedade dominante ordena. Nada de muitas especulações, pois a figura de Jesus está em todas as partes. Ele confunde-se com Papai Noel para o delírio das crianças. Há quem esqueça que o mundo das mercadorias se atiça e afetividade tem um custo e um beneficio. É melhor um CD ou uma caixa de chocolates? Que tal uma cerveja artesanal acompanhada de pizza vegetariana? O charme vale nos pedidos e nos anseios.
Um grande teatro abre suas cortinas, pinta seus cenários. Não precisa mergulhar em esnobações. O camelô tem lembranças interessantes que superam as ousadias dos magazines sofisticados. Se  vale a quantidade talvez seja danoso para o afeto que se diz distribuir. As mercadorias são soberanas, inquietam os que buscam a grana solta para exibir seus dotes. Tudo passa e cansa. As euforias não são permanentes e as carências registram que o abandono é uma marca cruel. Mas é preciso comemorar o badalo dos sinos artificiais . Seu vizinho chegou com pacotes imensos. E você está depressivo? Esqueça, deixe a dor dentro do armário.
Os juízes do Supremos estão cheio de novidades para o próximo ano. Por que não pensar em perdoá-los? Quem sabe uma oração de fé jurídica? Com as compras acionadas, a bebida bem servida, pode ser que a política mude.Dizem que Jair desistiu de contratar motoristas e promete oferecer armas novas para família. Portanto, os ruídos silenciam e o Brasil ganha fôlego. Duvido. Vejo uma confusão grande e a transição para o pântano acelerada. Os desmantelos se acumulam e as milicias ativam sua acumulação de territórios. O cinismo se alastra e a plateia pede bis.
O deserto do afeto faz parte do mundo das mercadorias. Os risos enganam e o peso dos presentes nada contam das alegrias  profundas. O teatro não fecha  suas portas. Viverá escândalos  e cenas inesperadas. Os outros calendários não desfarão certos pessimismo. No entanto, não visite com amargura sua subjetividade. As mercadorias reinam nos espaços do capitalismo. Proteja sua intimidade e não se descuide. Jogue fora os disfarces.O importante é sentir a leveza do travesseiro. Sua embriaguez pode dispensar os cheiros das drogas ou vaidades exibicionistas. Acerte-se.
Por Paulo Rezende/ a astúcia de Ulisses
Professor Edgar Bom Jardim - PE

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