terça-feira, 22 de maio de 2018

O candidato oficial de TEMER é tudo para os bancos e desemprego, fome, gás de cozinha caro para o povo


Michel Temer e o MDB lançaram nesta terça-feira 22 a pré-candidatura presidencial de Henrique Meirelles, ex-ministro da Fazenda. Nos discursos da dupla e no documento que é uma espécie de rascunho da plataforma eleitoral de Meirelles, desenha-se uma campanha baseada na ideia de que é preciso manter a atual política econômica para o País seguir progredindo, em vez de regredir.
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Convencer o eleitorado de que o rumo está certo será um baita desafio para os emedebistas. Há muita gente com motivo para achar que a vida piorou depois da política econômica de Meirelles.
Nos dois anos do governo Temer, o Brasil ganhou 2,3 milhões de desempregados. Eram 11,4 milhões em maio de 2016, agora são 13,7 milhões, segundo o IBGE. O número de cidadãos que desistiu de procurar trabalho, por achar inútil, o chamado desalento, também subiu. De 3,2 milhões no segundo trimestre de 2016 passou a 4,6 milhões no primeiro de 2018, 1,4 milhões a mais.
Os próximos seis meses, tempo restante para o fim do mandato de Temer, não reservam algo lá muito melhor, na percepção dos eleitores. Na última pesquisa CNT/MDA, de 14 de maio, os que acham que a situação do emprego no País vai melhorar caíram para 21% (eram 28% em março). Para 43%, ficará como está (eram 37% em março). Para 31%, vai piorar (índice igual ao de antes).
Entre os brasileiros que conseguiram ter alguma fonte de renda trabalhando em 2017, entrou menos dinheiro no bolso do que em 2016. De um ano a outro, o rendimento médio caiu de 2,223 mil para 2,178 mil mensais, conforme a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, do IBGE.
Com base nessa PNAD Contínua, uma consultoria do “mercado”, a LCA, calculou que 1,5 milhão de brasileiros voltaram para a pobreza extrema de 2016 para 2017. Os miseráveis somavam 14,8 milhões no fim do ano passado, graças, segundo a consultoria, a um crescimento econômico modesto, de 1%, e da geração de empregos precários, sem carteira assinada.
O número de trabalhadores com carteira assinada no fim de primeiro trimestre de 2018 foi o mais baixo registrado nas estatísticas do IBGE. Um total de 32,9 milhões, 493 mil a menos do que no mesmo período de 2017.
Ao filiar-se ao MDB em 3 de abril, Meirelles reconhecia que o mundo real, o da vida dos cidadãos, era um problema para sua ambição eleitoral. “A sensação de bem-estar social ainda não está estabelecida na sociedade”, afirmava.
Naquele mesmo dia, o senador Renan Calheiros dizia à reportagem não entender a entrada do ex-ministro no partido. “Ele não acrescenta nada ao MDB, aprofundou a recessão e o desemprego.”
Não à toa, outro senador do partido, Roberto Requião, mandou, em 16 de maio, um email a 30 mil delegados emedebistas com a proposta de ser ele o candidato a presidente. Na economia, Requião pensa o contrário de Meirelles.
Com esse movimento, diz um interlocutor de Requião, o senador quer tentar matar a candidatura de Meirelles na sigla e afastar o MDB de uma eventual união com Geraldo Alckmin, do PSDB. Se possível, obter até, quem sabe, uma aproximação com o PT, de quem Requião toparia ser vice.
Contra esse plano, que Calheiros apoia e algumas lideranças nordestinas do MDB também, Temer ameaçou: divergências serão resolvidas na Convenção Nacional do partido que oficializará uma posição sobre a eleição presidencial. Quem não apoiar Meirelles na eleição, que saia do partido.
E por que, apesar da vida real do eleitorado e das resistências de setores do MDB, Meirelles acredita ter chances? Pesquisas qualitativas, comentou ele ao lançar sua pré-candidatura.
Segundo o ex-ministro, entrevistados que não o conhecem reagem bem quando apresentados a seu CV. Nesta apresentação, Meirelles lembra que trabalhou no governo Lula, do qual foi presidente do Banco Central.
No discurso desta terça-feira 22, ele disse que “desde 2003, o País mudou”, alusão ao início da gestão do petista. É bem provável que, se sua candidatura emplacar, Meirelles leve para a campanha na TV imagens dele ao lado de Lula.
Entre os pré-candidatos da direita ou da centro-direita, Meirelles é quem tem a menor rejeição, conforme a pesquisa CNT/MDA. Seu índice era de 48%. Temer, que parece enfim ter abandonado o sonho da reeleição, tinha 87%. Marina Silva (Rede), 56%. Alckmin e Rodrigo Maia (DEM), 55%. Jair Bolsonaro (PSL) 52%.
Abaixo dos 50%, como Meirelles, só os presidenciáveis de esquerda ou centro-esquerda, o que sugere uma eleição a ser realizada com um sentimento de “mudança” por parte do eleitorado. Lula, Ciro Gomes (PDT) e Fernando Haddad (PT) tinham 46%.
Na ausência de um candidato presidencial do tipo outsider, como Joaquim Barbosa, do PSB, ou o apresentador global Luciano Huck, Meirelles tentará posar como alguém suprapartidário, capaz de servir tanto ao governo do PT quanto ao de Temer.
Como a disputa parece embolada e provavelmente irão para o segundo turno candidatos com baixa votação no primeiro, algo entre 15% e 20%, será que golpe de marketing dará certo?
Com informação de Carta Capital
Foto: O Globo
Professor Edgar Bom Jardim - PE

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