sexta-feira, 8 de setembro de 2017

Furacão Irma em Cuba

Cuba declarou a fase de “alarme” na parte oriental e central do país perante a aproximação do furacão Irma, de categoria 5, que começará a fazer-se sentir na ilha ainda esta quinta-feira, indicou o Estado-Maior da Defesa Civil em comunicado.

A fase de “alarme” é a terceira das quatro etapas decretadas em Cuba em caso de eventos ciclónicos e ativa-se 24 horas antes da chegada do fenómeno meteorológico.

As províncias de Guantánamo, Santiago de Cuba, Granma, Holguín, Las Tunas, Camagüey e Ciego de Ávila estão já em estado de “alarme”; ao passo que Sancti Spíritus, Cienfuegos, Matanzas e Villa-Clara – no centro da ilha – se encontram em estado de “alerta”.

As autoridades locais iniciaram na quarta-feira a retirada de civis nestas zonas de risco, embora não haja ainda números relativos à população afetada por esta situação.

As províncias mais ocidentais de Mayabeque, Havana e Artemisa permanecem na fase “informativa”.

A Defesa Civil de Cuba está a apelar à população para se manter informada sobre a evolução do furacão e “cumprir disciplinadamente as medidas indicadas pelas autoridades locais”.

Em declarações à imprensa oficial, o segundo chefe do Estado-Maior da Defesa Civil, o coronel Luis Ángel Macareño, explicou que, quando se decreta a fase de alarme, “ninguém pode transitar pelas ruas e a população deve permanecer em lugares seguros, cumprindo as medidas de proteção”.

“Enquanto não for anunciado que o perigo desapareceu, as pessoas não podem deslocar-se, porque ficarão expostas a acidentes”, sublinhou.

Desde quarta-feira, foi suspenso o transporte ferroviário para a zona central e oriental do país e encerrado o acesso aos polos turísticos de Cayo Santa María, Cayo Coco e Cayo Guillermo, situados nas províncias de Villa Clara, Ciego de Ávila e Camagüey.Turistas retirados
Cuba iniciou na quarta-feira a evacuação de mais de 36.000 turistas estrangeiros que se encontravam nessas zonas, onde recai a maior ameaça de perigo do furacão Irma.

Pelo menos cerca de cem portugueses de férias em Cayo Coco, Cuba, começaram hoje à tarde a ser levados para Havana e Varadero, devido à aproximação do Irma, o mais forte furacão atlântico da última década.

Ao final da manhã de hoje, o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Luís Carneiro, tinha informado que as autoridades cubanas iriam deslocar os cidadãos em estâncias turísticas para zonas mais seguras.
Irma mantém rumo
Neste momento, o Irma mantém o seu rumo oeste-noroeste, com uma velocidade de translação aproximada de 28 quilómetros por hora, no seu trânsito das ilhas Turcas e Caicos em direção aos mares a norte de La Española (República Dominicana e Haiti).

Na República Dominicana, cerca de 7.500 turistas foram preventivamente transferidos de complexos hoteleiros em Samaná, Punta Cana e Puerto Plata para hotéis em Santo Domingo e Santiago, por causa do furacão Irma, informaram hoje as autoridades.

“Os turistas encontravam-se em hotéis do leste e do nordeste do país, a zona mais afetada pelo furacão, mas foram transportados nas últimas horas para outros em Santo Domingo, a capital do país, e em Santiago, a segunda maior cidade (norte)”, explicou à imprensa o diretor do Corpo Especializado de Segurança Turística (Cestur), Juan Carlos Torres.

Por seu lado, a Associação de Hotéis e Turismo da República Dominicana (Asonahores) assegurou que, até agora, não há danos graves a registar na indústria turística nacional.

Nos complexos hoteleiros, a maioria deles situados em Punta Cana, Puerto Plata, Samaná e Santo Domingo, foram ativados os protocolos de segurança e prevenção e está tudo sob controlo, explicou hoje um porta-voz do Ministério do Turismo, citado pela agência noticiosa espanhola Efe.

Várias companhias aéreas reprogramaram os seus voos na República Dominicana para transferir os turistas antes da passagem do furacão Irma, ao passo que foram cancelados cerca de cem voos de e para vários dos aeroportos internacionais do país que, no entanto, continuam a funcionar.

O olho do furacão Irma mover-se-á hoje sobre o norte da costa de La Española e o sudeste das Bahamas, depois de deixar para trás Porto Rico, informou o Centro Nacional de Furacões (NHC, sigla em inglês) dos Estados Unidos.

Segundo o boletim do NHC das 15h00 TMG (16h00 em Lisboa) de hoje, o sistema frontal de baixas pressões encontra-se a 125 quilómetros a leste-nordeste de Puerto Plata (República Dominicana) e a 190 quilómetros a sudeste da ilha Grande Turca (Ilhas Turcas e Caicos).
Trump manifesta "viva inquietação"
O Presidente norte-americano, Donald Trump, manifestou hoje a sua “viva inquietação” com a aproximação do furacão Irma, de uma intensidade inédita, que está a deixar um rasto de destruição e morte na sua passagem pelas Caraíbas.

“Estamos muito inquietos, estamos a dar o máximo” na preparação para a chegada do Irma, afirmou o chefe de Estado norte-americano, citado pela agência France-Presse, em declarações na Sala Oval da Casa Branca.

“A Florida está o melhor preparada possível, agora resta esperar para se saber o que vai acontecer”, acrescentou o Presidente.

“Pensamos estar tão bem preparados quanto possível”, reiterou Donald Trump. “Estamos solidários com os habitantes da Florida”, acrescentou o Presidente, que há menos de uma semana se deslocou ao Estado do Texas para verificar pessoalmente a destruição deixada pelo furacão Harvey.
Irma a caminho da Florida
O Irma deverá chegar à Florida este fim de semana, mas cerca de 1,2 milhões de pessoas foram já afetadas pelo furacão ao longo da sua passagem nas Caraíbas, um número que poderá alcançar os 26 milhões de pessoas, de acordo uma previsão divulgada hoje pela Cruz Vermelha Internacional.

A ameaça de estarem prestes e enfrentar o mais intenso furacão de sempre levou os habitantes da Florida a correr para se abastecerem de três elementos básicos para estas situações: água, gasolina e material para protegerem as casas dos ventos ciclónicos.

Durante toda a semana, desde que começaram a receber os avisos da chegada iminente do furacão, os supermercados vivem enchentes constantes, ainda que muitas pessoas regressem a casa com os carros vazios devido às ruturas de produtos como água, pão, bolachas e alimentos enlatados.

São também constantes as filas intermináveis nos armazéns de bricolage, nas quais os habitantes de Miami esperaram horas debaixo de um sol abrasador para comprar pranchas de madeira e materiais diversos para proteger janelas e portas.

Na vizinha Geórgia, o governador local deu hoje ordem de evacuação obrigatória das zonas costeiras deste estado do sudeste dos Estados Unidos a partir de sábado.

Todo o condado de Chatham, ou seja, perto de 300 mil pessoas cuja maior parte vive na cidade turística de Savanah, assim como o resto da zona costeira, está abrangido por esta ordem obrigatória de evacuação a partir de sábado, como forma de proteção contra as expectáveis marés tempestuosas e os ventos ciclónicos, indicou o governador, Nathan Deal, anunciando a mobilização de 5 mil membros da guarda nacional para a zona abrangida pela ordem.
ONU lamenta a “imensa destruição”
A ONU lamentou hoje a “imensa destruição” causada pela passagem do furacão Irma pelas Caraíbas e afirmou que está pronta para apoiar os esforços para ajudar as pessoas afetadas.

Num comunicado divulgado pelo seu porta-voz, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, transmitiu as suas condolências aos Governos e habitantes das ilhas caribenhas atingidas pelo Irma.

“O secretário-geral está desgostoso com os relatos de imensa destruição e perda de vidas na região das Caraíbas desde que o furacão Irma chegou a Antigua e Barbuda, na quarta-feira”, lê-se na nota.

“O sistema das Nações Unidas já está a trabalhar para apoiar os esforços nacionais de socorro”, refere igualmente o texto.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

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