sábado, 12 de março de 2016

Quem desconfia da informação, quem se abraça com a história?


Minhas primeiras leitura me levaram para inquietações. Gostava de observar as magias e viajava na imaginação. Era uma abertura para fugir das mediocridades. Hoje, continuo seguindo as palavras. Sinto-me bem lendo e escrevendo. Mas a perplexidade não me abandona. Não consigo contemplar o mundo, armar sentidos e descansar. Sempre sou tomado por outras visões. O acaso está em toda parte, nos encontros e desencontros. Não arquiteto um geometria fixa. Espero a surpresa, ela não me angustia.
Na aldeia global, prevalece uma mídia astuciosa. Cria dependência, articula-se com políticos, ajuda a confundir. Ler tornou-se um desafio que incomoda. Não quero, aqui, deixar de lado Guimarães. Mia, Calvino, Hugo Mãe e tantos outros. Meu fogo é na preparação das notícias e na multiplicidade dos boatos. Tudo isso produz aflições, mas está dentro do jogo da mercadoria.Há quem despreze as diferenças, não localize as armadilhas, se afogue nas informações, distribui o sensacionalismo, esquece que significados e leituras fundamentais, nunca soube que Eco existiu..
É preciso medir as distâncias, definir os grupos sociais. Quem se interessa em fabricar verdades, impressionar e fazer girar o capital? Quem acusa para subir politicamente? A mídia alimenta esses debates com o auxílio de crenças, sabotagem de testemunhas. É a história que está sendo contada? São possibilidades ou consolidação de destinos? As origens são mistérios. Há uma disputa que se estende. Quem é dono do conhecimento possui sabedoria ou acumula poder? Somos máquinas inteligentes procurando a esquina que não tem farmácia ou contando as formigas na cozinha? Não aposte no destino, busque o desenho da história. A mediocridade incomoda, mas agrada muitos. Somos diferentes.
Há um risco em definir fronteiras. Sinto que se lançam  dúvidas para fermentar as incertezas. A história é deslocada para arrumar poderes. Não se funde em certezas que não admitem qualquer escorregão. Juntar os pedaços da sociedade traz a perda constante do fôlego. Não posso viver sem afeto, porém termino caindo nas ciências e nas experiências dos laboratórios. Corro atrás do sucesso sem compreender a inutilidade de quem inventou os paradigmas da felicidade com autoritarismo e dogmas. Hoje, as orações são feitas para que o vazio transborde agressivamente. E Mariana?
Professor Edgar Bom Jardim - PE

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