quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Plano contra criminalidade na Venezuala


Medida surge depois que a ex-miss Mónica Spear foi morta a tiros.
Governadores e prefeitos das regiões mais violentas farão parte da ação.

com informações de France Presse

O presidente Nicolás Maduro propôs nesta quarta-feira um plano contra a criminalidade e de pacificação da Venezuela, ao criar uma comissão integrada por governadores e prefeitos das regiões mais violentas do país.
"Deixo instalada oficialmente esta equipe de trabalho que começa no dia de hoje e que se estenderá durante um mês, e aspiro que em um mês tenhamos um plano conjunto e uma lei de pacificação nacional", declarou Maduro no Palácio de Miraflores, onde se reuniu com vários dirigentes da oposição, incluindo o líder Henrique Capriles, governador do estado de Miranda.
Maduro (Foto: Carlos Garcia Rawlins/Reuters)Nicolás Maduro conversa com prefeitos e governadores no Palácio de Miraflores, na capital. (Foto: Carlos Garcia Rawlins/Reuters)
Maduro chamou os prefeitos dos 79 municípios mais violentos do país — que concentram 80% dos crimes — dois dias após o assassinato da ex-miss Mónica Spear e de seu marido em um assalto.
"Ninguém pode cruzar os braços diante do assassinato, da violência, do massacre contra esta jovem venezuelana e seu esposo. Isto é uma bofetada para todos, todos têm que assumir a responsabilidade, e eu assumo a minha", declarou Maduro, que convocou a oposição a superar as divergências políticas para atuar com o governo contra a violência.
Maduro, que liberou 10 bilhões de bolívares (1,7 bilhão de dólares no câmbio oficial) para estados e municípios visando reforçar a polícia, pediu que a comissão criada nesta quarta apresente "resultados concretos" em um mês visando construir "um país de paz".
Entre outras coisas, Maduro defendeu a aplicação de um plano de desarmamento, a melhoria das forças de segurança, a reforma das prisões e o atendimento às vítimas da violência.
"Devemos caminhar para a coordenação, homologação e centralização das polícias nacional, regionais e municipais".
Maduro também pediu aos meios de comunicação "da direita" que não manipulem a informação sobre a violência no país.
Finalista do Miss Universo em 2005 e atriz da rede americana Telemundo, Mónica Spear e seu marido, Thomas Henry Berry, 39, foram mortos a tiros dentro do carro no acostamento, depois de bater o veículo em um objeto colocado propositalmente em uma estrada entre Puerto Cabello e Valencia, a terceira maior cidade do país.
A ex-miss venezuelana Mónica Spears Mootz (Foto: Reprodução/Facebook)A ex-miss venezuelana Mónica Spears Mootz
(Foto: Reprodução/Facebook)
Maya, filha de cinco anos da ex-miss, ficou ferida. Seu quadro é estável até o momento.
Segundo a reconstituição do crime, o automóvel da atriz caiu em uma emboscada. Quando os criminosos se aproximaram, Mónica e o marido tentaram se trancar no veículo e foram mortos a tiros.
Na noite desta quarta-feira, o Ministério Público informou a captura de sete suspeitos ligados ao crime, com os quais foram encontrados objetos das vítimas.
"O Ministério Público apresentará nas próximas horas à Justiça do estado de Carabobo quatro homens, uma mulher e dois adolescentes suspeitos de envolvimento na morte da atriz Mónica Spear e do seu marido, Thomas Henry Berry".
De acordo com a imprensa, o governo, ou ONGs locais, os assassinatos na Venezuela oscilam entre 39 a 79 casos por ano para cada 100 mil habitantes. A marca de 79 assassinatos seria a segunda mais alta do mundo.
A reunião desta quarta-feira foi marcada pelo aperto de mão entre Maduro e Henrique Capriles, algo que não acontecia desde as eleições presidenciais de 2013.
Capriles não reconhece a legitimidade das eleições que levaram Maduro à presidência e o chefe de Estado acusa o líder da oposição de "golpismo".
Após o aperto de mão, Maduro abriu a reunião agradecendo "a presença de todos os governadores e governadoras" no Palácio Miraflores, sede do governo.
"Nicolás, lhe proponho deixar de lado nossas profundas divergências e nos unirmos contra a insegurança, em um só bloco", escreveu Capriles na terça-feira no Twitter.
Maduro e Capriles fizeram uma campanha agressiva para as eleições de 14 de abril de 2013, realizadas após a morte do presidente Hugo Chávez.
O candidato chavista venceu por apenas 1,5 ponto ou cerca de 200 mil votos, e o resultado foi questionado pela oposição, que apontou uma série de irregularidades e entrou com ações no Supremo Tribunal de Justiça e na Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH).

Professor Edgar Bom Jardim - PE

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