segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Brasil: Negros com representação baixa na política

JUMARIANA OLIVEIRA

Um estudo realizado - entre fevereiro e outubro deste ano - pela União dos Negros pela Igualdade (Unegro), em parceria com a Universidade Federal de Ouro Preto (MG), fez um levantamento sobre a representatividade negra no Parlamento. O resultado foi supreendente: apenas 0,0001% dos negros brasileiros exercem mandatos nas principais casas legislativas. A pesquisa foi feita no Congresso Nacional, nas 27 assembleias legislativas do País (incluindo o Distrito Federal), além das câmaras municipais de todas as capitais. Segundo informações da instituição, a pesquisa levou em consideração a autodenominação, critério utilizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A Unegro é organização fundada em 14 de julho de 1988, representada em 24 estados brasileiros, com sede nacional em São Paulo.

O Brasil, de acordo com o Censo 2010 do IBGE, possui aproximadamente 97 milhões de pessoas que se consideram da raça negra (isso inclui os pretos e pardos). O número representa 51,05% da população brasileira. Por outro lado, a pesquisa realizada pela Unegro aponta um total de 158 negros atuando nas 27 Câmaras das capitais, nas Assembleias Legislativas e no Congresso Nacional. Ou seja, os parlamentares negros representam apenas 0,0001% da raça.

Vale salientar que o estudo não inclui as demais câmaras municipais do País - 5.538. Ainda é importante destacar que a avaliação é daqueles que se autodenominam representantes da raça. A pesquisa, portanto, conclui parcialmente a representatividade negra no Parlamento.

De acordo com o levantamento feito pela Unegro, o primeiro parlamentar federal negro eleito no Brasil, em meados de 1897, foi o maranhense Eduardo Gonçalves Ribeiro, filho de escrava. Deputado federal, Eduardo permaneceu na Câmara até 1900, quando faleceu. Anteriormente, já havia sido o primeiro afrodescendente a assumir o Governo do Amazonas, entre 1892 e 1896. Logo em seguida foi eleito senador, mas não tomou posse.

Atualmente, a Câmara dos Deputados é composta por 9% de parlamentares negros, ou seja, 44 dos 513 deputados federais. Já o Senado, de acordo com o levantamento da Unegro, não possui representação. O resultado ressalta a análise de que a raça é pouco representada na política nacional. “Os negros, apesar de serem maioria étnica no Brasil, conforme as perspectivas de crescimento da população brasileira, estão praticamente fora do Parlamento no País”, destaca a pesquisa.

ESTADOS
Nos legislativos estaduais foram constatadas a presença de 46 deputados, sendo oito do sexo feminino. Alguns estados, como Amazonas, Cea­rá, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Paraná, Rio Grande do Norte, Roraima e Santa Catarina, não possuem parlamentares afrodescendentes. Na Assembleia Legislativa de Pernambuco, cinco deputados foram classificados como sendo da raça: Bispo Ossésio (PRB), Isabel Cristina (PT), Manoel Santos (PT), Severino Ramos (PMN) e Rildo Braz (PRP).

Além disso, a falta de representatividade também pode ser evidenciada no legislativo municipal, em especial nas capitais, onde foi realizado o estudo. “Essa pouca presença dos negros nos parlamentos estaduais se repete também nas capitais, onde a baixa quantidade de vereadores negros eleitos nas eleições de 2008 indicam uma exclusão social da população negra no quesito poder”, avalia o levantamento. A pesquisa aponta que a Câmara Municipal do Recife possui três vereadores negros, são eles: Luiz Eustáquio (PT), Vicente André Gomes (PSB) e Alfredo Santana (PRB).

Com informação da folhape.com Por Blog Professor Edgar Bom Jardim -PE

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