quinta-feira, 24 de novembro de 2011

ANP manda suspender atividades de perfuração da Chevron no Brasil

Suspensão será mantida até se identificar causa do vazamento de petróleo.
Empresa disse que atenderá determinação e que mancha no mar diminuiu.


A diretoria da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) decidiu, em reunião nesta quarta-feira (23), suspender as atividades de perfuração no Campo de Frade, na Bacia de Campos, no Rio, "até que sejam identificadas as causas e os responsáveis pelo vazamento de petróleo e restabelecidas as condições de segurança na área".
De acordo com a assessoria da ANP, somente a Chevron opera no Campo de Frade, onde no último dia 8 foi identificado vazamento em um poço de extração de petróleo. A empresa não tem atividade operacional em outros campos. Por isso, conforme nota divulgada pela ANP, a decisão "suspende toda atividade de perfuração da Chevron do Brasil Ltda. no território nacional".
A assessoria da empresa informou na noite desta quarta que vai "suspender todas as suas operações de perfuração" até que acidente tenha sido "totalmente investigado".
Até esta terça, a ANP estimava que o vazamento, na área da Bacia de Campos, correspondia a até 3 mil barris de petróleo. Na noite desta quarta, a assessoria da empresa informou que o tamanho da mancha decorrente do vazamento estava "reduzido a um barril".

Desculpas
Em audiência pública na Câmara dos Deputados nesta quarta, o presidente da Chevron, George Buck, pediu "desculpas" aos brasileiros e ao governo pelo vazamento no Campo de Frade. Ele disse que a empresa norte-americana foi eficiente em conter o vazamento de petróleo, iniciado há duas semanas.
“Peço sinceras desculpas à população brasileira e ao governo brasileiro. Peço também desculpas por não me expressar em português. [...] Esperamos continuar sendo parceiros do Brasil para fazer jus ao destino do país de se tornar superpotência."
Pré-sal
A ANP informou ainda que, na reunião, a diretoria da agência rejeitou pedido da concessionária para perfurar novo poço no campo para atingir a camada pré-sal.
"A diretoria [da ANP] entende que a perfuração de reservatórios no pré-sal implicaria riscos de natureza idêntica aos ocorridos no poço que originou o vazamento, maiores e agravados pela maior profundidade."
A agência informou que a decisão foi tomada com base em observações técnicas que "evidenciam negligência, por parte da concessionária na apuração de dado fundamental para a perfuração de poços e na elaboração e execução de cronograma de abandono, além de falta de maior atenção às melhores práticas da indústria".
Na terça (22), a ANP informou que mancha do óleo estava com área de 2 km² e extensão de 6 km. Quatro dias antes, na sexta-feira (18), a área da mancha era de 12 km², segundo a ANP.
Nesta segunda (21), o Ibama multou em R$ 50 milhões a Chevron pelo vazamento. A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, afirmou que a empresa está sujeita a sofrer novas multas.
Nesta quarta (23), a Polícia Federal começou a ouvir funcionários da Chevron no inquérito que apura a responsabilidade pelo vazamento.
A Chevron no Brasil
A petroleira norte-americana Chevron iniciou suas atividades de exploração e produção de óleo e gás na Bacia de Campos em 1997, após a decisão do governo brasileiro de abrir as portas do setor de petróleo para investimentos privados.
A companhia detém participações em três projetos em águas profundas no Brasil, todos na Bacia de Campos, mas atua como operadora somente no Campo de Frade, onde detém 51,7% de participação. São parceiros da Chevron nesse projeto a Petrobras, com 30%, e a Frade Japão Petróleo Limitada (FJPL), com 18,26%.
A produção atual no Campo de Frade, segundo a Chevron, é de cerca de 79 mil barris/dia. O campo de Frade está situado numa lâmina d'água de cerca de 1.128 metros, a aproximadamente 370 quilômetros a Nordeste do Rio de Janeiro.
A empresa possui também participação nos campos de Papa-Terra (37,5%) e Maromba (30%). Mas nesses campos não é a operadora.

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Arte Vazamento Chevron Rio (Foto: Arte/G1)

Fonte:g1.globo.com    Por Blog Professor Edgar Bom Jardim - PE

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