quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Orlando Silva reitera na Câmara que não surgirão provas contra ele

'Quem tem provas do malfeito dele sou eu', disse ministro sobre acusador.
Ele participou de audiência de comissões na Câmara dos Deputados.

Orlando Silva presta esclarecimentos na Câmara sobre denúncias no Ministério do Esporte

O ministro do Esporte, Orlando Silva, reiterou nesta terça (18), durante audiência na Câmara, que não há provas contra ele no caso da denúncia de que participou de um esquema de desvio de verbas do programa Segundo Tempo, destinado a incentivar a prática esportiva entre crianças e adolescentes.

Em entrevista nesta segunda no ministério, Silva havia dito que não há nem irão surgir provas contra ele. "Não houve, não há e não haverá nenhuma prova das mentiras faladas por esse crimonoso", disse na entrevista.
O ministro compareceu a audiência conjunta das comissões de Fiscalização e Controle e Turismo e Desporto da Câmara, que durou mais de três horas e meia. A participação do ministro na audiência foi antecipada em razão da denúncia. A antecipação da audiência foi negociada por deputados do PC do B, partido do ministro.

Em reportagem publicada neste final de semana pela revista “Veja”, o policial militar João Dias Ferreira, preso pela Polícia Civil de Brasília em 2010, disse que Silva recebeu um pacote de dinheiro na garagem do ministério, o que ele nega.
"Faça e prove o que diz. Até aqui, esse desqualificado não provou. Não provou porque não tem provas. Quem tem provas do malfeito dele sou eu, que estão aqui", disse o ministro, brandindo, sob os aplausos de deputados, papeis do processo judicial ao qual João Dias Ferreira responde por suposto desvio de verba pública e enriquecimento ilícito.
O ministro disse ter colocado à disposição da Procuradoria Geral da República (PGR) os sigilos fiscal, bancário e telefônico para que possa ser feita a apuração do caso. "Está tudo aberto", afirmou Silva, que havia solicitado à PGR que instaurasse uma investigação. Nesta terça, o procurador-geral Roberto Gurgel disse que vai apurar.

Por volta das 20h30, horas após o fim da audiência, o ministro usou o Twitter para reforçar sua defesa. "Desmascarei a farsa que montaram contra mim. Tentam agora outros ataques e nem tem vergonha de assumir que mentiram", postou no microblog.
Oposição
Ao mesmo tempo em que Silva falava na audiência, Dias Ferreira se reuniu, em outra sala da Câmara, com parlamentares da oposição. Pela manhã, alegando problemas de saúde, o PM pediu o adiamento do depoimento que daria à Polícia Federal.
Após o encontro, o policial militar disse que tem provas e vai apresentá-las. "Vão surgir diversos documentos em breve que vão provar essa situação", declarou.
O deputado ACM Neto (DEM-BA) afirmou que, no depoimento aos oposicionistas, que classificou como "estarrecedor", Dias apresentou "provas materiais" contra o ministro. Líder do DEM, ACM Neto disse que não faria nenhuma pergunta a Orlando Silva porque a audiência era um "palanque armado" para que o ministro fizesse sua defesa. Segundo o deputado, o acusador tinha de ser ouvido antes do ministro.

O líder do PSDB, deputado Duarte Nogueira (SP), afirmou que os partidos de oposição apresentarão nesta quarta (19) requerimento para que João Dias Ferreira seja ouvido na próxima quinta (20). "O que foi montado hoje aqui foi uma defesa ampla e plena do ministro. Não se esclareceu nada", disse Nogueira.
Durante a audiência, o deputado Vaz de Lima (PSDB-SP) sugeriu a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o Ministério do Esporte e pediu a Orlando Silva que assinasse um requerimento com essa finalidade, como forma de demonstrar inocência. O ministro não assinou. "Não cabe a outro poder [Executivo] se imiscuir no que compete ao outro poder [Legislativo], constranger os parlamentares sobre essa matéria", justificou Silva.
'Interesse ferido'
Orlando Silva afirmou que a denúncia é a "reação de um interesse ferido". "Acusar alguém e não provar é tribunal de exceção. Isso tangencia com o fascismo, tangencia com o autoritarismo", afirmou aos deputados.

Na fala aos deputados, Orlando Silva rebateu a acusação de Dias Ferreira, segundo a qual o ministro teria proposto um acordo para que ele, Dias, não denunciasse as irregularidades.
Segundo o ministro, o policial militar teria feito “insinuações de denúncia” às quais Silva disse que respondeu da seguinte maneira: "“Se há o que denunciar, que faça, que prove ao Ministério Público, à Justiça, á imprensa. Faça e prove o que diz”".
Orlando Silva também rejeitou a suspeita de que um suposto esquema de desvio de verba no ministério atenderia a interesses do partido dele, o PC do B. "É uma irresponsabilidade a segunda acusação de esquema eleitoral para beneficiar meu partido, Quero rechaçar essa segunda falácia”", afirmou.

Fonte: G1.globo.com  Foto: radioitaperunafm   Por Blog Professor Edgar Bom Jardim - PE

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