País acumulou uma dívida de 300 bilhões de euros.
Em abril, país pediu ajuda à Europa e ao FMI.
A Grécia, que no mês passado pediu a ativação do pacote de ajuda financeira oferecido pela União Europeia e pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), tem enfrentado dificuldades para refinanciar suas dívidas e despertado preocupação entre investidores de todo o mundo sobre sua situação econômica.
O país acumulou uma dívida de 300 bilhões de euros e um déficit fiscal em 2009 de 13,6%, bem acima do teto fixado pelo Tratado de Maastricht para os países da zona do euro, que situa o Produto Interno Bruto (PIB) em 3%.
Isso acontece porque a Grécia é um dos países que passam por um desequilíbrio fiscal devido à crise financeira global que atingiu as principais economias do mundo a partir de 2008: com a arrecadação em baixa e os gastos em alta, ela gasta mais do que arrecada.
Num momento em que os custos de financiamento se encontram nos níveis mais altos dos últimos 12 anos e sua economia afunda pelo segundo ano consecutivo, a Grécia está tentando cortar seu déficit fiscal com dolorosas medidas de austeridade para convencer os mercados de que não dará calote na dívida.O primeiro-ministro grego, George Papandreou. (Foto: AFP) |
Resistência
Os gregos relutaram antes de acionar o socorro financeiro colocado à disposição do país desde o mês passado, porque temiam que a ajuda estrangeira estivesse condicionada a uma redução salarial adicional do setor privado e dos funcionários, um aumento da idade de aposentadoria em dois anos, um corte do número de empregados públicos e uma maior flexibilização do mercado de trabalho.
Os gregos relutaram antes de acionar o socorro financeiro colocado à disposição do país desde o mês passado, porque temiam que a ajuda estrangeira estivesse condicionada a uma redução salarial adicional do setor privado e dos funcionários, um aumento da idade de aposentadoria em dois anos, um corte do número de empregados públicos e uma maior flexibilização do mercado de trabalho.
Além disso, o Governo grego tem um projeto pronto para privatizações e semiprivatizações de empresas estatais, o que lhe forneceria 2,5 bilhões de euros.
Tantos problemas econômicos espalham mau humor e influenciam negativamente o mercado financeiro. O maior temor dos investidores é de que os problemas desses países sejam um indicativo de que a recuperação da economia global depois da crise tenha formato de “W”, ou seja, uma ligeira melhora seguida por nova queda e posterior recuperação definitiva.
A ajuda
Os países da zona do euro ofereceram à Grécia um crédito de US$ 30 bilhões de euros a uma taxa de juros anual de 5% e são esperados entre US$ 10 e US$ 15 bilhões do FMI a uma taxas de juros menor, tudo para 2010.
Os países da zona do euro ofereceram à Grécia um crédito de US$ 30 bilhões de euros a uma taxa de juros anual de 5% e são esperados entre US$ 10 e US$ 15 bilhões do FMI a uma taxas de juros menor, tudo para 2010.
O Governo do primeiro-ministro socialista grego, Yorgos Papandreu, demorou a tomar uma decisão na esperança de que seu país recuperasse a confiança dos mercados e os juros financeiros para sua dívida diminuam. Até o fim do ano devem vencer pelo menos US$ 30 bilhões de euros da dívida grega.
O plano não deu certo: prova disso é que as taxas dos títulos públicos gregos a 10 anos, ou seja, os juros de que Atenas precisa para tomar dinheiro emprestado nos mercados, alcançaram uma nova máxima histórica, acima dos 8,5%
(Com informações da Reuters, da AFP, da EFE e do Valor Online)