quarta-feira, 6 de outubro de 2021

União Brasil: a nova face da direita "ex-bolsonarista"





O ex-presidente naional do PSL, deputado federal pernambucano Luciano Bivar, será o dirigente nacional do União Brasil, novo partido fruto da fusão do DEM e PSL que ocorreu nesta quarta-feira, 6, durante duas convenções. Ainda ficou decidido que o ex-presidente nacional do DEM, ACM Neto, será o secretário-geral, o 1º vice-presidente do partido será Antônio Rueda e o ex-presidente estadual do DEM, ex-ministro Mendonça Filho, ocupará uma das vice-presidências e a presidência da fundação da nova legenda.

Após o DEM e PSL realizarem suas convenções, os dois partidos se uniram em uma única convenção para oficializar a aglutinação que criou o União Brasil. O DEM decidiu pela fusão pelo voto de aclamação e teve um voto contra; já o PSL, deliberou por voto de cédula e aprovou a fusão por unanimidade.

Com três membros da família Coelho em Pernambuco, representados pelos deputado federal Fernando Filho, deputado estadual Antônio Coelho e prefeito de Petrolina, Miguel Coelho, não assumiram nenhuma cadeira na Executiva Nacional do novo partido. Na ocasião, foi notada a ausência da deputada estadual Priscila Krause, que já vem manifestando sua insatisfação com a aglutinação do DEM e PSL.

Confira como ficou a Executiva Nacional do União Brasil:

Presidente: LUCIANO BIVAR
1º Vice-Presidente: ANTÔNIO RUEDA
Vice- Presidente: JOSÉ AGRIPINO MAIA
Vice-Presidente: ISNARD DE CASTRO E SILVA FILHO
Vice-Presidente: RONALDO CAIADO
Vice-Presidente: JOÃO CARLOS INOJOSA
Vice-Presidente: MARIA AUXILIADORA SEABRA REZENDE
Vice-Presidente: RODRIGO GOMES FURTADO
Vice-Presidente: MENDONÇA FILHO

Com informação da Folha de Pernambuco

Professor Edgar Bom Jardim - PE

terça-feira, 5 de outubro de 2021

A queda das principais redes sociais





A Internet pegou fogo nesta segunda-feira (4), após as redes sociais, Facebook, Instagram e o mensageiro WhatsApp ficarem fora do ar por quase 7 horas. Apesar de não haver uma explicação oficial para o problema, oriunda da empresa de Mark Zuckerberg, especialistas apontam que motivo que pode ter afetado o funcionamento das redes seriam falhas no DNS usado pela empresa. 

O que é DNS?
Ao pé da sigla, DNS significa Domain Name System, ou Sistema de Nomes de Domínios. "Ele associa a palavra digitada no navegador ao endereço IP. Essa associação permite que você possa navegar. Quando esse serviço fica indisponível o site ou app vai ficar fora do ar”, explica o professor e analista de redes, Roberto Mendonça. “Se o DNS ficar fora do ar, você não consegue navegar", diz o especialista.  

Em outras palavras, se você digita o endereço do Portal FolhaPE, o sistema automaticamente traduz para o IP 104.21.48.71 (correspondente ao site da Folha de Pernambuco) e permitem o acesso. Porém, quando há uma falha nessa comunicação, o usuário não consegue acessar o destino, porque o servidor não o encontra. M

‘Sumiço’ do BGP também pode ser motivo da queda
O DNS está ligado também ao BGP (Border Gateway Protocol), um protocolo que funciona como um navegador de viagem digital, ou seja, que ajuda o servidor a traçar a melhor rota de tráfego de dados até chegar a um site ou aplicativo. 

O que foi constatado pelos especialistas é que os caminhos digitais que levavam aos aplicativos de Mark Zuckerberg haviam desaparecido.  “As rotas BGP do Facebook sumiram da Internet e essas rotas BGP elas anunciavam os servidores de DNS do Facebook”, conta Igor Macaubas, Diretor de Tecnologia da Globo.  Com o ‘sumiço’ do BGP, o DNS perdeu as rotas que levavam aos sites da empresa. 

“Apesar de serem serviços que funcionam separados, uma falha no BGP pode fazer com que o acesso ao DNS não consiga ser atingido”, diz Mendonça. Ele afirma que, mesmo com a queda, seria bastante improvável que os aplicativos sumissem com os dados de bilhões de pessoas. "Os dados da gente ficam num data center, que tem backup, em dezenas de locais, a gente não perderia nossos dados", garante. 

Por que demorou tanto tempo para voltar? 

De acordo com Igor Macaubas a demora do retorno das redes sociais tem a ver com a falha do DNS e com o fato de que o serviço “grava” a informação de que algo pode não existir mais na web. “A infraestrutura da DNS é é fortemente ‘cacheada’. Você vai lá no servidor de DNS e pergunta pelo endereço do Facebook, ele guarda essa informação num cache e devolve o mesmo IP. Mas quando acontece de um servidor ficar fora do ar, desaparecer, você ‘cacheia’ a informação que ele sumiu. Essa informação fica gravada. Você digitava Facebook.com e o DNS dizia que ele não existia. 

Apesar do susto, as redes sociais Facebook, Instagram e o mensageiro WhatsApp voltaram a funcionar no início da noite, mas  a empresa de Mark Zuckerberg não deu mais detalhes sobre a falha.

Com informação de Folha de Pernambuco

Professor Edgar Bom Jardim - PE

segunda-feira, 4 de outubro de 2021

AI-5: artistas censurados contam como a repressão influenciou suas obras


História: Governo Artur da Costa e Silva.

Obra Carlos Zílio

CRÉDITO,RICARDO MIYADA

Legenda da foto,

No início dos anos 1970, Carlos Zílio foi preso pelo regime militar e executou essa série de desenhos no cárcere. Eles foram expostos ao público pela primeira vez em 1996

Numa tarde de maio de 1969, soldados invadiram o Museu de Arte Moderna (MAM) do Rio à caça de elementos subversivos. O alvo da operação? A arte. Os militares foram enviados para impedir a exposição VI Bienal de Jovens em Paris, que estava prestes a abrir as portas ao público.

A mostra reunia obras de artistas brasileiros que haviam sido selecionados para a Bienal de Paris daquele ano, como o ainda jovem Antonio Manuel, que nos anos seguintes viveria uma série de episódios de censura.

"Era uma exposição de arte, mas o nível de violência que se vivia era tamanho que ela foi fechada por soldados de metralhadora", lembra Manuel, hoje com 71 anos. "Meu trabalho foi muito marcado pelo clima repressivo, de exceção, que vivemos. E o período mais agressivo, mais violento, veio com o AI-5."

Decretado pelo presidente Artur da Costa e Silva há cinquenta anos, em 13 de dezembro de 1968, o Ato Institucional nº 5 foi o mais duro dos 17 atos institucionais decretados a partir de 1964 pelo regime militar, autorizando o presidente a fechar o Congresso por tempo indeterminado, cassar mandatos parlamentares e suspender direitos políticos de qualquer cidadão.

O ato suspendeu o habeas corpus para presos políticos e institucionalizou a repressão estatal e a prática da censura, inaugurando o período mais violento da ditadura - e impondo uma forte ruptura sobre a produção cultural brasileira, no cinema, na música, no teatro e nas artes visuais.

A exposição do MAM foi uma de muitas mostras fechadas, inviabilizadas ou esvaziadas a partir de então, e Antonio Manuel é um de muitos artistas que tiveram obras e projetos censurados, seja diretamente pelo regime militar ou pela censura prévia de instituições de arte, temerosas de afrontar o regime.

Mesa Executiva 1

CRÉDITO,CORTESIA REGINA SILVEIRA E LUCIANA BRITO GALERIA

Legenda da foto,

Mesa Executiva 1 (1975), de Regina Silveira, fez parte de uma exposição sobre o impacto do ato institucional nas artes visuais, realizada entre setembro e novembro deste ano em São Paulo

"Houve o decreto do dia para a noite. E, de uma hora para a outra, tudo mudou", lembra o artista plástico carioca Carlos Zílio, de 74 anos. No dia da publicação do ato, ele participava de uma reunião de diretórios acadêmicos na PUC-RJ - até que a polícia chegou. Quase foi preso, mas conseguiu escapar. Um ano depois, não teria a mesma sorte.

"Depois do ato, o pouco espaço de atuação política e cultural que tínhamos nos primeiros anos (após o golpe), ainda que com tensão permanente, cessou. A ditadura ficou escancarada. Passamos a uma repressão absoluta", afirma Zílio.

"Você não podia se expressar de modo nenhum. As atividades públicas foram proibidas e o ambiente geral era de proibição, intimidação, opressão", lembra.

'Parede invisível'

O carioca Cildo Meireles, de 70 anos, foi um dos artistas que tinham obras na exposição repentinamente fechada pelos militares no MAM em 1969. Ele lembra o choque que ato causou, e a repercussão que teve em vários âmbitos.

Naquele ano, a Bienal de Paris acabou ficando sem representação brasileira e, a partir dali, ganhou força o movimento de boicote à Bienal de São Paulo, que ganhou dimensão internacional. A Bienal permaneceria esvaziada por uma década.

No âmbito pessoal, porém, a repressão fez com que Cildo e outros artistas mudassem seus rumos criativos. Ele lembra de como interrompeu investigações que vinha fazendo, que tinham foco mais formal, para fazer obras de forte cunho político, como Quem Matou Herzog? (1975) e Tiradentes: Totem-monumento ao Preso Político (1970). Nesta, queimou galinhas vivas penduradas a um totem de madeira em um dia 21 de abril, dia de Tiradentes, ironizando o culto promovido pelo regime militar ao líder da Inconfidência Mineira, executado pelo Estado.

"Foram trabalhos decorrentes da indignação e de ver meu projeto pessoal de artista tão invadido pelas circunstâncias", afirma. "Eu vinha me dedicando às séries Espaços Virtuais e Volumes Virtuais, mas me senti impelido a tratar dessas questões políticas no trabalho."

"A censura é uma obstrução permanente da mente", considera Cildo. "Você vira escravo de uma parede invisível."

Da arte para a guerrilha

O início da atuação de Carlos Zílio como artista coincidiu com a ditadura. No ano do golpe, em 1964, ele era um jovem estudante de arte. Nos primeiros anos do regime, participou de exposições importantes para afirmar uma linguagem de contestação na arte brasileira, como Opinião 65, Opinião 66 e Nova Objetividade Brasileira (1967).

O cunho político de seu trabalho foi se acentuando. Até que, em 1968, teve uma virada mais radical. "Chegou um momento em que a demanda política sobre mim era maior do que o meu trabalho poderia dar conta. E resolvi me engajar politicamente com maior empenho", conta Zílio.

Zílio se engajou na política estudantil e na guerrilha urbana. Em 1970, já na clandestinidade, foi atingido por três tiros em um confronto com policiais e levado preso. Passou dois anos e meio na prisão - e se debruçou novamente sobre o desenho, com os parcos recursos que tinha: papel e canetinhas hidrográficas coloridas.

Os trabalhos só sobreviveram porque sua mulher ia levando-os embora a cada visita à prisão. Foram expostos pela primeira vez em 1996, e novamente neste ano, em uma exposição no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo.

Obra Lute

CRÉDITO,VICENTE DE MELLO

Legenda da foto,

O início da carreira de Carlos Zílio coincide com os primeiros anos da ditadura militar e ganha forte carga política. Lute (1967) foi idealizado como um múltiplo de tiragem ilimitada

"Foi uma superação da minha intimidade. Achei que deveriam ganhar uma dimensão pública, porque era o testemunho de uma época", afirma Zílio

A série de desenhos foi um dos destaques da exposição AI-5 50 anos - Ainda Não Terminou de Acabar, sobre o impacto do ato institucional sobre as artes visuais, realizada entre setembro e novembro deste ano no Tomie Ohtake.

"É uma produção que constitui um diário de cárcere, com as ampulhetas, o calendário dos dias que não passam, o corpo ensanguentado, o corpo preso em jaulas", pontua Paulo Miyada, curador-chefe do instituto.

"Era uma produção que não chegava a público nenhum, não podia ser vista por ninguém. Ficou como um grito guardado que agora podemos conhecer, e nos fala muito daquela época", considera.

'Aquele abraço'

O preâmbulo do AI-5 enaltecia os objetivos da "Revolução Brasileira de 31 de março de 1964". De acordo com o documento, o decreto vinha reforçar os esforços do governo militar de assegurar a "autêntica ordem democrática, baseada na liberdade, no respeito à dignidade da pessoa humana, no combate à subversão e às ideologias contrárias às tradições de nosso povo, na luta contra a corrupção (...)".

Se o regime militar buscava negar a alcunha de ditadura, entretanto, o AI-5 tornou-a explícita, dando amplos poderes aos governantes para punir os que fossem considerados inimigos do regime. O Congresso foi fechado no dia da publicação do decreto, e permaneceu fechado por quase um ano. Nesse período, mais de 300 políticos tiveram seus direitos cassados.

Cláudio Tozzi, 'A Prisão' (1968)

CRÉDITO,COLEÇÃO MARTA E PAULO KUCZYNSKI

Legenda da foto,

A obra Prisão (1968), de Cláudio Tozzi, também foi exibida em exposição no Instituto Tomie Ohtake que lembrou o impacto do ato institucional nas artes visuais

No cenário cultural, o ato marcou a disseminação da censura na imprensa, no cinema, no teatro, na música e nas artes visuais. Vieram as prisões de artistas como Caetano Veloso e Gilberto Gil, e o êxodo de artistas que tinham atuação mais incisiva, como Glauber Rocha, Chico Buarque, Geraldo Vandré, José Celso e os próprios Caetano e Gil, após a prisão.

Gil compôs Aquele Abraço como uma canção de despedida antes de partir para o exílio em Londres, enaltecendo as belezas e riquezas culturais que mais lhe eram caras no Brasil, ao mesmo tempo em que dava as costas para o local onde ficou preso, a que se refere no verso "alô, alô, Realengo".

Se por um lado a repressão gerou uma série de violências e interdições na arte, por outro, fomentou modos de resistência, de resiliência e invenção.

"De 1969 em diante, há um grande refluxo das formas de agir e se expressar", diz Paulo Miyada. "Uma parte da produção artística começa a emular modos da guerrilha, no sentido de agir clandestinamente, sem aviso, sem identificação, no espaço urbano. Outras iniciativas vão para redes subterrâneas de distribuição, como os cineclubes clandestinos. Uma parte da produção fica altamente cifrada para poder produzir um discurso crítico, mas de forma que a maior parte da população não entende, como maneira de proteger a expressão", explica.

"O artista continua produzindo, mas o alcance do seu trabalho para a população de uma maneira geral diminui muito", ressalta o curador.

'Impotência'

O fechamento da VI Bienal de Jovens em Paris no MAM-RJ, conhecida como a Pré-Bienal de Paris, foi o primeiro de diversos episódios de censura e interdição que marcaram a carreira de Antonio Manuel - que nasceu em Portugal, mas chegou ao Rio aos cinco anos de idade.

O crescente inconformismo levou-o a inscrever "seu próprio corpo" como obra no Salão Nacional de Arte Moderna do Rio, em 1970, novamente no MAM-RJ. Sua inscrição não foi aceita, mas ao se ver no vernissage, no meio do público e das outras obras, Manuel decidiu executar a sua.

"Pelo clima de exceção que a gente vivia, eu senti que os quadros, a escultura e o desenho não tinham mais uma força de comunicação tão grande. Assim, pelo clima de exceção que a gente vivia, resolvi tirar a roupa toda dentro do museu. Fiquei nu, e completei a minha obra", relata.

A obra "Repressao outra vez"

CRÉDITO,ARQUIVO PESSOAL

Legenda da foto,

A obra 'Repressão outra vez' (1968), de Antonio Manuel, havia sido selecionada para a Bienal de Paris de 1969 e faria parte da VI Bienal de Jovens em Paris, no Museu de Arte Moderna do Rio, antes de ir para a França. No dia previsto para a abertura, o MAM foi invadido por militares e a mostra foi impedida de acontecer

Seu gesto foi descrito pelo crítico Mario Pedrosa como um "exercício experimental de liberdade", que se tornaria um importante conceito para a arte de contestação de sua geração.

Em 1973, viveu mais um episódio de desgosto, mais uma vez no MAM-RJ. Convidado para uma exposição individual, reuniu-se com a direção do museu para apresentar possíveis projetos. Uma a uma, elas foram sendo vetadas. Eram consideradas políticas demais e poderiam levar a novas retaliações do governo.

A exposição acabou sendo cancelada e as ideias foram organizadas por Manuel em um encarte de seis páginas que conseguiu publicar como um suplemento no impresso O Jornal, que tinha circulação nacional.

Para a capa e a contracapa do encarte, Manuel se deixou fotografar nu, sentado dentro de um ninho construído em escala humana no meio de uma paisagem de dunas, em uma performance em que "tentava botar um ovo", e que batizou de "The Cock" ("o galo", na tradução formal, ou "o pênis", na gíria popular em inglês) - simbolizando o regime de espera e de impotência a que estava imposto.

Revista

CRÉDITO,ARQUIVO PESSOAL

Legenda da foto,

Depois de ter uma exposição cancelada no MAM por temor de que provocasse retaliações do governo militar, Antonio Manuel organizou as propostas que tinha submetido à instituição neste suplemento

"Acho que as novas gerações não têm ideia do que foi o AI-5. Vimos teatros e exposições serem fechadas, filmes censurados, cineastas presos, artistas, militantes e estudantes serem presos e torturados. Foi realmente um ano de chumbo. Tudo isso tinha um reflexo muito grande no trabalho da gente, como artista e como humano. Criou-se uma revolta e um inconformismo muito grande", relembra.

Descontinuidade

Carlos Zílio diz que o AI-5 teve um efeito imediato de fragmentação - com o exílio de artistas, a repressão de reuniões e atividades públicas e a impossibilidade de realizar projetos culturais coletivos.

"O ambiente se tornou absurdamente improdutivo", descreve. "Houve uma dispersão. Muitos artistas foram para fora do Brasil, como Antonio Dias, Hélio Oiticica, Lygia Clark, Rubens Gerchman. Toda a dinâmica de produção que vinha se desenvolvendo na arte, com novas características, se diluiu. Há uma dispersão e descontinuidade no processo cultural que vinha se desenrolando, uma ruptura na dinâmica. As consequências são difíceis de avaliar", diz Zílio.

Para o curador-chefe do Instituto Tomie Ohtake, Paulo Miyada, a censura "ampla e irrestrita" impôs "silenciamentos" que atingiram a todos os campos da cultura, e essa violência ser sempre lembrada ao lado das violações físicas, como os casos de morte, tortura, prisão, exílio e desaparecimentos que ocorreram no país entre 1964 e 1985.

"É um clichê que não podemos deixar de repetir: um país sem memória está destinado a repetir o seu passado. Divulgar essa história de forma insistente é uma tarefa social fundamental", considera Miyada.

  • Júlia Dias Carneiro
  • Da BBC News Brasil no Rio de Janeiro
  • Dez/ 2018.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

domingo, 3 de outubro de 2021

Inflação, pandemia e impeachment levam milhares às ruas em protestos contra Bolsonaro. Há cinismo entre alguns partidos presentes no ato ?





Manifestação contra Jair Bolsonaro no dia 2 de outubro de 2021

CRÉDITO,AFP

Legenda da foto,

Em São Paulo, manifestantes se concentraram na frente do Masp, na Avenida Paulista

Milhares de pessoas foram às ruas neste sábado (2/10) para protestar contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

As pautas mais frequentes nos cartazes e nos discursos foram a defesa da democracia, o impeachment e as críticas em relação à condução da pandemia de covid-19 pelo Governo Federal e ao aumento dos preços de alimentos, gás e combustível.

Organizados por movimentos sociais e centrais sindicais, os atos também contaram com a presença de cerca de 20 partidos políticos, agremiações estudantis e até torcidas organizadas.

A Avenida Paulista, em São Paulo, e a Avenida Rio Branco, no Rio de Janeiro, foram os locais com a maior concentração de manifestantes.

Até o fechamento desta reportagem, não havia confirmação oficial do número de pessoas que estiveram em cada lugar.

Pautas e presenças

De acordo com o levantamento do portal G1, foram registradas manifestações em 84 cidades, incluindo todas as 27 capitais.

Em São Paulo, as manifestações deste sábado foram organizadas por seis grupos: Frente Povo Sem Medo, Direitos Já, Frente Brasil Popular, Fórum das Centrais, Movimento Estudantil e Coalizão Negra por Direitos.

Outras entidades que apoiaram a realização dos protestos foram o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), o Movimento Negro Unificado, a Unidade Popular, a Associação da Parada do Orgulho LGBT, o Movimento Acredito, o Bloco Feminista, a Associação Brasileira de Imprensa, o Esporte pela Democracia e a Coalizão Evangélica.

O G1 também registrou a presença de torcidas organizadas de Corinthians, Palmeiras e São Paulo na Avenida Paulista.

Diversos partidos políticos enviaram representantes. Alguns também mandaram vídeos, que foram exibidos nos palanques montados nos pontos de concentração. PCB, PCO, PSB, PSTU, PSOL, PCdoB, PT, Rede, Solidariedade, PSL, PV, PL, PSD, Podemos, PSDB, MDB, PDT e Cidadania confirmaram presença nos atos.

A participação de filiados do PSDB chamou a atenção. O ex-senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) enviou um vídeo em apoio ao ato, em que afirma que "o fundamental agora é derrotar Bolsonaro".

Manifestação contra Jair Bolsonaro no Rio de Janeiro em 2 de outubro de 2021

CRÉDITO,GETTY IMAGES

Legenda da foto,

No Rio de Janeiro, manifestações aconteceram pela manhã

Muitos discursos também miraram em Arthur Lira (PP-AL) e pediram que ele abra um processo de impeachment contra Bolsonaro.

Na cobertura em tempo real das manifestações, o jornal Folha de S.Paulo disse que os atos deste sábado "prometem ser os de maior variedade ideológica entre os convocados por setores da esquerda desde maio, mas não devem vencer o desafio de mobilizar a direita ou de reunir em um só palco todos os presidenciáveis de 2022".

Em relação aos presidenciáveis, três candidatos que concorreram à eleição em 2018 marcaram presença: Ciro Gomes (PDT) esteve em São Paulo e no Rio de Janeiro, enquanto Fernando Haddad (PT) e Guilherme Boulos (PSOL) passaram pela Avenida Paulista.

"Nós estamos aqui em nome de uma causa suprapartidária. Se formos nos deixar levar por isso, vamos perder uma causa maior, que é a luta pela justiça e pela democracia", afirmou Haddad.

"Existe muita diferença de pensamento entre quem está aqui hoje na [Avenida] Paulista. Mas a ameaça golpista é maior do que as nossas diferenças políticas", disse Boulos.

O UOL registrou que a presença de Gomes em São Paulo gerou protestos, xingamentos e vaias de militantes do Partido da Causa Operária (PCO), que reagiram às críticas recentes feitas pelo representante do PDT ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

"Depois, em outra ocasião, nós sempre falaremos de quem é quem, quem é responsável pelo quê e quem não tem ideia nenhuma pelo futuro do país", discursou Gomes.

Outro momento de tensão aconteceu em Recife quando, por volta das 12h30, um carro furou o bloqueio policial e atropelou uma mulher de 29 anos que participava da manifestação.

A vítima foi arrastada por alguns metros e recebeu ajuda de pessoas que estavam no local. De acordo com o G1, uma ambulância a levou para o Real Hospital Português, mas ainda não há informações sobre seu estado de saúde.

Fonte: BBC 

Professor Edgar Bom Jardim - PE

Museu de Bom Jardim PE- Uma Ponte entre as gerações bonjardinenses



O escritor e historiador britânico Christopher Lee em This sceptred Isle - Empire, disse: "as pessoas fazem a história, mas raramente se dão conta do que estão fazendo". No entanto, hoje, o professor Edgar Santos não só está fazendo história ao fundar um museu que irá preservar e resguardar a cultura bonjardinense como também, sabe da importância do que faz em prol da cultura, arte, história e vida da população pernambucana e porque não dizer; brasileira.

É crucial frisar a cultura como expressão máxima de um povo e, acima de tudo, preservá-la para as futuras e presentes gerações. Assim, é notável que quando entramos no Museu de Bom Jardim PE, nos sentimos acolhidos, por um espaço bem pensado, organizado, higienizado e também repleto de interatividade com o público.

Por outro ângulo, a população local deveria atenuar mais a importância do museu. Nesse viés, percebe-se que não basta apenas a existência de um espaço cultural, mas também, o protagonismo da população repassando valores humanos, construídos tacitamente para as próximas gerações de
bonjardinenses.

À vista do exposto, depreende-se, portanto, a importância do museu sediado no torrão natal de Levino Ferreira, Francisco Julião, Dimas Sedícias, Bráulio de Castro, Américo Sedícias, Socorro Canto, Mestre Dila, Margarida Braga, e tantos outros imortais da cultura de Bom Jardim PE, bem como à terra da Pedra do Navio, Gruta Nossa Senhora de Lourdes, Pau D'Arcos e diversas outras belezas naturais.
Assim, o museu tornar-se-á uma ponte entre as gerações, fazendo jus, deveras, ao que fora dito pelo escritor Christopher Lee e as pessoas farão história cientes do que estão fazendo.
POR Iury da Silva Francisco, Bom Jardim - PE - 2021.





Globo Nordeste visita Museu de Bom Jardim - PE
FICHA TÉCNICA DIVULGAÇÃO: IMAGENS Reportagem NE1 - REDE GLOBO NORDESTE: TV Globo desliga o sinal analógico em Bom Jardim ( NE1 22.09.21). * Transmissão ao vivo via Internet Imagens Arquivo Museu de Bom Jardim : Por Akires Sabino Arte e Edição: Akires Sabino Criação e Produção Cultural: Edgar Severino dos Santos DIVULGAÇÃO Música: Rói Couro . Autor: Dimas Sedícias (Compositor Bonjardinense). Interpretação Musical: SAGRAMA Agradecimentos Especiais: Equipe de Jornalismo da Rede Globo Nordeste. Acesse, INSCREVA-SE no canal Museu de Bom Jardim no YouTube :


Blog do Museu de Bom Jardim: https://museudebomjardim.blogspot.com/

Twitter: @BomMuseu

WhatsApp (mensagens): 81 - 9. 2000-8246

Instagram: @MuseudeBomJardimPE

Professor Edgar Bom Jardim - PE