quinta-feira, 7 de janeiro de 2021

'Perdemos nosso rei da munganga', lamenta Maciel Melo; artistas prestam homenagens ao cantor

Artistas e amigos do cantor e compositor Genival Lacerda lamentam a perda de um dos mais irreverentes nomes da música no Nordeste

Cristina Amaral e Genival LacerdaCristina Amaral e Genival Lacerda.       Crédito: Dani Neves

Genival Lacerda, aos 89 anos, foi mais uma vida dentre outras milhares levadas pela Covid-19. A luta pela sobrevivência perdurou por pouco mais de um mês - desde de 30 de novembro de 2020, após internação em um hospital particular na Ilha do Leite.

Entre boletins que alternavam entre noticiar melhora e piora em seu estado de saúde, o desta quinta-feira (7) trouxe a lamentável fatalidade de que ele não havia resistido. "Hoje perdi um dos maiores amigos de minha vida, amigo da música, de ensinamentos (...)", noticiou o filho João Lacerda, em rede social.

Dos tantos amigos que deixou, uma unanimidade ao falar sobre ele: irreverência, deboche e o forró lúdico como marcas registradas de sua trajetória como artista que tão bem representou o Nordeste Brasil e mundo afora.

João Lacerda, cantor, filho de Genival
"Hoje perdi um dos maiores amigos de minha vida, amigo da música, de ensinamentos, amigo que na hora de brigar, sempre brigava e minutos depois nem lembrava que brigava, porque não guardava mágua de ninguém.

Meu Anjo da guarda, minha Luz, minha vida, hoje ele fez sua última viagem para ficar ao lado do Senhor Deus. Ainda ontem lembro-me de seu sorriso, de apertar sua mão! Agora terei de aprender a viver com sua imagem, e lembranças de um bom pai. De Vai na paz meu pai, sempre te amarei, teu João Lacerda Neto"(Via Rede Social)

 

João Lacerda homenageou o pai, Genival Lacerda, em Rede SocialJoão Lacerda prestou homenagem em Rede Social, ao pai Genival.     Crédito: Reprodução/Instagram



Maciel Melo, cantor e compositor
"Perdemos mais uma grande referência da música nordestina.  Genival era o tempero apimentado do nosso forró. Seu sarcasmo, sua irreverência, sua alegria contagiante, enfim... Perdemos o nosso rei da munganga!"

Maciel Melo, cantor e compositorMaciel Melo, cantor e compositor.    Crédito: Reprodução/Instagram

Silvério Pessoa, cantor e compositor
"Genival fez parte de uma linhagem, de um clã que está em franca raridade. Poderia ser mais presunçoso e ousado e dizer que está em extinção, que é  o que chamado 'forró speed, ligeiro, quebrado, dividido, lúdico', uma categoria que pertecencia a Ari Lobo e ao Trio Nordestino, e principalmente ao Jacson do Pandeiro.  

O gênero forró perde um representante diferenciado, no estilo de cantar, na performance. Ele era também um personagem real e nesse contexto a cultura e a música popular do Nordeste e do Brasil, perde mais um desse clã. Estou muito triste. Era um querido, era da familia".
 

Silvério Pessoa, cantor e compositorSilvério Pessoa, cantor e compositor.    Crédito: Reprodução/Instagram


Bráulio Tavares, poeta e compositor
"Genival era um grande intérprete nordestino. Ele partiu para a música de duplo sentido onde era um mestre, no início foi discriminado mas gravou samba, frevo, inclusive um de minha autoria e muito forró romântico. No final reconheceram o seu valor. No sincopado foi outro grande como Jackson".
 

Genival e BráulioGenival e Bráulio        Crédito: Divulgação

Cristina Amaral, cantora
"
Vai-se o homem e fica a história. Isso é o que fica. O 'Rei da Muganga' como ele era conhecido também, por esse jeito irreverente, alegre do nosso Genival. Ele foi um grande artista e não tinha quem não se alegrasse com ele cantando, com o jeito dele. Para mim ele foi ator, cantor, compositor maravilhoso e deixou uma história eterna e foi único.

É assim que temos que lembrar dele, com tudo isso. Eu tive a alegria de cantar junto com ele em meu DVD 'Minha Voz, Minha Vida' e foi um grande  sonho e me diverti muito no palco, foi o momento mais importante do trabalho para mim foi cantar com ele, realizar esse sonho. Que ele descanse em paz porque a história dele permanece para sempre. Genival é eterno".


 

Cristina Amaral e Genival LacerdaCristina Amaral e Genival Lacerda.       Crédito: Dani Neves

Nando Cordel, cantor e compositor
"
A gente sente muito a perda de Genival, que é um grande e maravilhoso artista de tirar o chapéu.Nossa aproximação sempre foi muito boa, legal. Desde o começo de minha carreira, quando fui para São Paulo, nós nos encontrávamos. Fiz músicas para ele. “Sonhos de um alazão”, foi uma delas. Nossa relação era bem estreita. Desejo muita luz pra ele".

Nando Cordel, cantor e compositorNando Cordel, cantor e compositor.       Crédito: Reprodução/Instagram


Elba Ramalho, cantora"

"Temos artistas grandiosos no Nordeste que são ícones e que, verdadeiramente, eu diria que são escolas. Genival Lacerda também. Ele tinha uma coisa genuína, ou melhor, ele tem, porque para mim o artista vai, mas a obra fica. Ela já está eternizada, nunca vai ser esquecida.

Genival tinha isso nele, além do canto, da musicalidade, da capacidade de improvisação quando cantava. Para cantar com ele você tinha que ser bamba e eu já cantei com ele várias vezes. Para você segurar era difícil, porque era tão intuitivo, tão perfeito essa coisa dele.

Fica o vazio pela ausência física, mas fica a obra, toda uma história longa, digna e de um valor cultural e artístico intenso para nós nordestino e para a grande nação brasileira".

 

Elba RamalhoElba Ramalho, cantora.       Crédito: Divulgação


Marcleo D2, cantor e compositor

"Essa dança dele com a mão na barriga me faz lembrar a alegria do Brasil, me conecta muito com meus antepassados e me trás uma sensação boa de felicidade" (Twitter)
 

Daniela Mercury, cantora

"A música de Genival Lacerda era pura alegria. Queria agradecer por cada sorriso. Sinto muitíssimo que ele vá embora assim. Um abraço carinhoso para a família" (Twitter)

Daniela Mercury, cantoraDaniel Mercury (Foto: Reprodução/Twitter)

Luan Estlizado, cantor

"Hoje a 'Severina Xique Xique' fechou as portas da boutique, mas nos deixou um legado. Obrigado eterno Genival Lacerda por contribuir com a nossa cultura, nossa música popular brasileira, você nos proporcionou grandes alegrias e sempre será referência pra nós" (Instagram)


Jorge de Altinho, cantor e compositor
"Tive uma relação de carinho com Genival Lacerda desde o início da carreira. Eu já o admirava por ser um grande representante do estilo que ele contribuiu para fortalecer, com músicas bem humoradas, jeito irreverente de se apresentar.

Ainda na década de 1980, compus para Genival duas músicas que foram bem executadas (Americanizado e Fio Dental). Nossos encontros sempre foram festivos, com trocas de 'causos' engraçados. Ele fará uma grande falta nesses próximos encontros, não serão tão alegres como antes "

Genival e Jorge de AltinhoGenival e Jorge de Altinho.             Crédito: Divulgação
Com Folha de Pernambuco
Professor Edgar Bom Jardim - PE

segunda-feira, 4 de janeiro de 2021

Congressistas democratas pedem que FBI investigue Trump. É o mundo todo querendo a saída do presidente dos EUA




Dois deputados democratas pediram nesta segunda-feira 4 que o FBI, o órgão de investigação do governo dos Estados Unidos, abra uma investigação para apurar o telefonema que o presidente Donald Trump fez com o secretário de estado da Geórgia para pressioná-lo a mudar o resultado das eleições.

“Como membros do Congresso e antigos promotores, nós acreditamos que Donald Trump se envolveu, solicitou ou conspirou para cometer, um número de crimes eleitorais”, escreveram Ted Lieu, da Califórnia, e Kathleen Price, de Nova York.

O conteúdo da conversa foi publicado no domingo pelo jornal The Washington Post. Desde a vitória do opositor Joe Biden, o republicado alega falsamente que as eleições foram fraudadas. Na Geórgia, os votos já foram recontados e garantiram, novamente, a vitória do democrata no estado.

“Esta certo. Tudo que eu quero fazer é isso, eu só quero encontrar 11.780 votos, que é um a mais para nós”, disse Trump durante a ligação.

Durante o diálogo, o secretário de Estado rejeitou as afirmações do presidente sobre a eleição. A certa altura, Trump disse que Raggensperger assumia um “grande risco” ao não agir para anular os resultados.

Biden e sua vice, Kamala Harris, assumem o cargo no próximo dia 20 de janeiro – apesar de apoiadores de Trump ainda estão esperançosos de que haverá alguma maneira de impedir a transição presidencial.

Com Carta Capital

Professor Edgar Bom Jardim - PE

domingo, 3 de janeiro de 2021

O movimento dos corpos


Os atropelos da sociedades estão entranhados no seu cotidiano. Não há como apagar a complexidade. A humanidade tropeça com seu projeto de dominação. Sente-se que existem desconfianças constantes e grupos voltados para celebrar privilégios. A desigualdade acompanha a história e deixa perguntas que ferem. Não esqueçam as teorias científicas, as religiões, as metafísicas. Muita coisa pensada, mas as intrigas não se vão e as egolatrias seguem firmes orientando suas falcatruas. Fecham-se sinais que, antes, atiçava iluministas.

As tecnologias planejam submeter à natureza, poluindo. Criam-se hierarquias técnicas. Os valores sofrem danos com a concentração de riqueza. Não se pode negar que disfarces são manipulados e os abismos cercam a sociedade. Portanto, as escravidões permanecem e elas assustam. Os corpos inquietam e inventam-se formas de oprimi-los. O reino das mercadoria é poderoso e vigia quem busca leveza e fraternidade. Antipatiza com o afeto e alicia os ambiciosos. O labirinto da ferocidade manobra com o animal racional, feito à imagem e à semelhança de deus

A história tem lugares e tempos. Está difícil entender como eles se movem. As psicopatias não cessam de se renovarem. O medo não se vai e a indústria promete milagres. Vende a felicidade em comprimidos. O desmanche não é momentâneo. Desde as primeiras culturas, há armadilhas. Intimidações desfazem leis que poderiam reencontrar estradas de luzes e paz. Somos animais, temos garras invisíveis, reproduzimos violências. As brechas são mínimas e o desamparo se infiltra em cada solidão. Imagine a grande cidade na escuridão de seus becos, na miséria destrutiva de seus charlatões.

Há grupos que justificam apodrecimentos que subordinam boa parte da sociedade. Por isso, é importante medir os enganos, analisar as falsidades. O movimento do ritmo é frequente, porém não dança com a harmonia dos ventos. A capacidade de refazer, nem sempre significa retomar culturas que abracem a natureza. Não é toa que os vírus se propaguem, que a esperança esteja encarcerada. Prometeu desafiou os deuses. Não há rebeldias que o lembrem? O cartão de crédito é o espelhos e os bancos os templos. As ousadias se combinam com torpezas. Prometeu talvez se esconda dos que vivem anulando a subjetividade que diz não aos estupradores e mascarados das milícias. A astúcia de Ulisses.

Por Paulo Rezende.

Professor Edgar Bom Jardim - PE

sábado, 2 de janeiro de 2021

João Campos faz primeira reunião do secretariado neste domingo (3)





No mesmo dia da posse dos secretários, o prefeito João Campos (PSB) convocou sua equipe técnica para a primeira reunião do secretariado para este domingo, 3. O encontro ocorrerá a partir das 10h, no Centro Comunitário da Paz (Compaz) Dom Hélder Câmara, no bairro do Coque, Zona Central do Recife. 

Esta é a primeira reunião do prefeito João Campos com seu secretariado. Na pauta, discussão das primeiras ações, definição das prioridades para o início da gestão, além de outros assuntos. Na manhã deste sábado, 3, ocorreu uma cerimônia de posse dos secretários do socialista.

Confira a lista completa do secretariado e as minibiografias de cada um:

Secretária de Finanças - Maíra Fischer

Formada em Ciências Econômicas pela UFPE (2007) e MBA em Gestão pela Universidade Aberta de Lisboa (2018). Possui experiência na área de Gestão Pública, Desenvolvimento Econômico e Planejamento Estratégico. Já foi gerente de Desenvolvimento do Modelo de Gestão da Secretaria de Planejamento e Gestão de Pernambuco e gerente-geral de Análise de Dados da Secretaria de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente do Recife. Há dois anos, Maíra é secretária executiva de Desenvolvimento Econômico do Governo do Estado, sendo uma das responsáveis pelo Plano de Convivência das Atividades Econômicas com a Covid-19. É membro da equipe de transição de governo.

Secretário de Governo e Participação Social - Carlos Muniz

Advogado e administrador de empresas. Servidor público concursado da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), também presidiu a Autarquia de Manutenção e Limpeza Urbana do Recife (Emlurb), entre 2007 e 2011. Além disso, foi secretário-executivo de Administração e Gestão de Pessoas, bem como secretário-executivo de Planejamento do Recife na última gestão e é vereador eleito. É membro da equipe de transição de governo.

Secretário de Planejamento, Gestão e Transformação Digital - Felipe Martins Matos

Graduado e Mestre em Economia pela UFPE, com Pós-Graduação em Finanças pelo IBMEC, e MBA Executivo pelo IESE (Espanha) - uma das melhores escolas de negócios do mundo, Felipe tem uma carreira com foco em gestão na iniciativa privada, onde demonstrou liderança técnica e coordenou importantes projetos. Atuou como executivo e diretor no setor privado. 

Secretária de Infraestrutura - Marília Dantas

Engenheira, mestre em Engenharia Civil, doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil pela UFPE e com experiência na administração pública e na iniciativa privada, tendo sido diretora presidente da Emlurb.

Secretária de Saúde - Luciana Albuquerque

Graduada em odontologia, mestre em Saúde Pública no Instituto Aggeu Magalhães (Fiocruz Pernambuco) e com doutorado em Saúde Internacional pela Universidade Nova Lisboa. De 2003 a 2008, a sanitarista foi chefe de Divisão da Diretoria de Planejamento e Gestão da Secretaria de Saúde do Recife. A partir de 2009, atuou como Assessora Técnica do gabinete da Secretaria de Saúde do Recife. Em 2011, foi Diretora Geral de Promoção, Monitoramento e Avaliação da Vigilância em Saúde, da Secretaria de Saúde de Pernambuco. Por fim, em 2015 ela assumiu a SEVS, a secretária executiva de Vigilância em Saúde do Governo de Pernambuco.

Secretário de Educação - Fred Amâncio

Formado em Administração e Direito pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), com pós-graduação em Economia Aplicada à Gestão Fiscal e MBA em Gestão de Negócios em Petróleo e Gás, ambos pela Fundação Getúlio Vargas. Antes da Secretaria de Educação do Governo Estadual, também esteve à frente das secretarias de Planejamento e Gestão, Saúde e Desenvolvimento Econômico de Pernambuco, além da presidência do Complexo Industrial Portuário de Suape. Servidor de carreira, é auditor fiscal do Tesouro Estadual da Secretaria da Fazenda de Pernambuco (Sefaz). Foi presidente do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed).

Secretário de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação - Rafael Dubeux

Formado em Direito pela UFPE, concluiu mestrado e doutorado na UnB com tese sobre desenvolvimento econômico e inovação tecnológica. Foi também pesquisador visitante na Universidade da Califórnia, Berkeley, e professor universitário. É membro da carreira de Advogado da União e já trabalhou no Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação, no Ministério da Fazenda e na Casa Civil da Presidência da República. Contribuiu com a elaboração de legislações relacionadas ao tema, incluindo o novo Marco Legal de Ciência, Tecnologia e Inovação, que busca estimular parcerias entre o setor público, a academia e o setor privado.

Secretária de Trabalho e Qualificação Profissional - Adriana Rocha

Formada em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), mestra em Direito das Relações Sociais pela PUC-SP, professora de Direito Constitucional na Universidade Católica de Pernambuco (Unicap) e ex-Conselheira Federal da OAB.

Secretária de Turismo e Lazer - Cacau de Paula

Formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Católica de Pernambuco (Unicap). Tem MBA em Gestão de Marketing e Vendas pela Cedepe Business School. Atuou como Gestora de Promoção Turística da Prefeitura do Recife, foi executiva sênior de marketing, gestora de marketing nacional e diretora comercial da Empresa Pernambucana de Turismo (Empetur), além de gerente de captação de Eventos Internacionais do Recife Convention & Visitors Bureau.

Secretário de Esportes - Rodrigo Coutinho

Tendo sido eleito vereador do Recife pela segunda vez consecutiva. Na Câmara Municipal, elaborou projetos de incentivo ao esporte universitário, bem como a inclusão de artes marciais na rede municipal de ensino. Presidiu a Comissão do Plano Diretor da Cidade e a Comissão de Planejamento e Obras, onde acompanhou de perto iniciativas importantes, como a requalificação do Geraldão, e interviu para a construção de quadras em bairros mais carentes, a exemplo do Coque, Campina do Barreto e Ilha de Deus, além de atuar pela implantação da primeira quadra de Futebol Society na UR2- Ibura, para ajudar a inserção de jovens nos esportes. Rodrigo também é oficial de cavalaria e foi atleta de hipismo por sete anos, onde ganhou medalha de bronze no Campeonato Brasileiro de Hipismo por equipe em 2007.

Secretário de Cultura - Ricardo Mello

Jornalista e professor, é também Mestre em Comunicação pela UFPE, consultor, escritor, documentarista e produtor cultural. Participou diretamente da elaboração, durante a campanha, do Plano de Governo (em especial, da construção das propostas para a Cultura). Ricardo também integrou a coordenação da Oi Kabum! Escola de Arte e Tecnologia e foi diretor cultural da Aliança Francesa do Recife, coordenou e atuou em diversos projetos culturais, principalmente na literatura e no audiovisual, como o Escola de Leitores, voltado para estudantes da rede estadual, e o Nosso Ofício, série documental televisiva nacional, que concebeu e roteirizou, assim como Pernambuco, Patrimônio Vivo – Na Estrada do Sempre. Ele estreou no audiovisual dirigindo o documentário PE na França, cantadores na Terra dos Trovadores, em 2005. Autor do espetáculo Opereta de Cordel, Ricardo Mello assina muitas obras no campo da poesia, com ênfase no público infanto-juvenil.

Secretária de Desenvolvimento Social, Direitos Humanos, Juventude e Políticas sobre Drogas - Ana Suassuna

Assistente social, formada em Serviço Social pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Ana é a representante das metrópoles no Colegiado Nacional dos gestores de Assistência Social (CONGEMAS) e é diretora do  COEGEMAS - Colegiado Estadual de Gestores Municipais da Assistência Social - Diretora da Região Metropolitana. É a atual secretária de Desenvolvimento Social, Juventude, Políticas sobre Drogas e Direitos Humanos do Recife.

Secretária da Mulher - Glauce Medeiros

Graduada em Ciências Sociais pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) com a monografia “Participação Política da Mulher na Assembleia Legislativa de Pernambuco 16 Legislaturas da ALEPE”, é também mestre em Extensão Rural e Desenvolvimento local da Universidade Federal Rural de Pernambuco com a dissertação Discurso de Mulheres Docentes das Ciências Agrárias na UFRPE. Contribui com o Grupo de Pesquisa Desenvolvimento e Sociedade CNPq/UFRPE e o Núcleo de Pesquisa Mulher e Ciência NPANC/UFRPE e tem especialização em Gestão da Culturas pela UFBA, além de já ter presidido a União Brasileira de Mulheres em Pernambuco. 

Secretário de Segurança Cidadã - Murilo Cavalcanti

Formado em Administração de Empresas pela Universidade de Pernambuco (UPE) e inovador social, com pós-graduação em Marketing. É especialista em políticas públicas de combate à violência urbana, sendo um grande estudioso do modelo de segurança cidadã implantado em cidades como Bogotá e Medellín, na Colômbia. Também atuou como secretário de Segurança Cidadã em Petrolina. É o atual secretário de Segurança Urbana da Prefeitura do Recife.

Secretária de Habitação - Maria Eduarda Medicis

Formada em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e em Administração pela Universidade de Pernambuco (UPE), também tem especialização em Direito Urbanístico e Ambiental pela PUC de Minas Gerais. É sócia fundadora da AC Arquitetura, escritório de projetos de arquitetura, paisagismo e urbanismo, atuou como gerente técnica da Secretaria das Cidades e gerente de acompanhamento de obras e infraestrutura da Secretaria Extraordinária da Copa 2014 do Governo de Pernambuco, além de ter sido assessora técnica da Prefeitura do Cabo de Santo Agostinho. É gestora de articulação regional da Secretaria Estadual de Planejamento e Gestão.

Secretária de Saneamento - Erika Moura

Formada em Engenharia Civil pela Universidade Politécnica de Pernambuco (UPE), com pós-graduação em Saneamento e Gestão Ambiental pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Pela Engeconsult Consultores Técnicos Ltda., tem atuado como gerente de contratos em serviços realizados em âmbito estadual e até nacional.

Secretário de Política Urbana e Licenciamento - Leonardo Bacelar

Formado em Economia pela Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), com pós-graduação em Administração de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas e MBA em Executivo em Administração Gestão de Negócios Imobiliários e da Construção Civil pela Fundação Getúlio Vargas. Coordenador Executivo na Diretoria de Planejamento e Urbanismo do Complexo Industrial e Portuário de Suape. Atuou na Prefeitura da Cidade do Recife onde foi Secretário Executivo de Administração e Finanças do Gabinete de Projetos Especiais da cidade do Recife, Secretário Executivo de Desapropriação do Gabinete de Projetos Especiais da cidade do Recife, Diretor Executivo de Regularização Fundiária e Desapropriação da Secretaria de Infraestrutura e Habitação da cidade do Recife, Diretor de Limpeza urbana da cidade do Recife, coordenador Programa Chegando Junto e é membro do Conselho de Desenvolvimento Urbano da Cidade do Recife como representante da Secretaria de Infraestrutura e Habitação.

Secretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade - Carlos Ribeiro

Engenheiro agrônomo e advogado, especialista em conservação do solo e atuação na área do direito ambiental, servidor de carreira da secretaria de meio ambiente do Recife (concursado em 2008), presidente da Associação Nacional dos Órgãos Municipais de Meio Ambiental secção Pernambuco (ANAMMA/PE) e diretor nacional do Bioma caatinga. Foi analista ambiental do estado por 10 anos e atua como secretário executivo de licenciamento e controle ambiental desde 2013.


Com informação de Folha de Pernambuco

Professor Edgar Bom Jardim - PE

sexta-feira, 1 de janeiro de 2021

João Campos recebe cargo de Geraldo Julio




O prefeito empossado João Campos (PSB) recebeu do prefeito Geraldo Julio (PSB) a transmissão do cargo na noite desta sexta-feira (1), na sede da Prefeitura do Recife. A solenidade foi acompanhada pelos vice-prefeitos Luciano Siqueira (PCdoB) e Isabella de Roldão (PDT), por uma comissão suprapartidária de vereadores eleitos, do presidente reeleito da Alepe, Eriberto Medeiros (PP), parlamentares e equipe de governo.

"João é um talento desse país e, além disso, ele mesmo me disse que sabia com clareza que seu pai, para além do talento que todos falavam, era suor, trabalho duro e incansável. João ainda jovem já mostra maturidade. Como deputado federal foi o que mais visitou cidades, o que mais km rodou e o que mais pessoas encontoru e ouviu. Ele honra quem nos entreou a democracia. Tenho certeza de que assim como foi um grande candidato, João será um grande prefeito do Recife", afirmlou Geraldo Julio em seu discurso, em que agradeceu em nome do agora ex-vice-prefeito Luciano Siqueira, toda a sua equipe.

Citando o "espírito libertário" do Recife, João Campos voltou a citar o diálogo na política como uma de suas virtudes. "Quem me conhece sabe que eu tenho a disposição de ouvir e construir pontes. Não as que eu aprendi na Universidade de Engenharia, mas a ponte da política. Passado as eleições os palanques têm que ser desmontados. Todos têm que vencer. Temos que construir no Recife um tempo em que nossa cidade vença todos os dias", frisou.

Saudade
O ex-governador foi citado nos discursos de Geraldo Julio e João Campos como uma das maiores referências políticas, ao lado do também ex-governador Miguel Arraes. Mas a lembrança de seu pai reservou um espaço de destaque em seu discurso emocionado. "No dia que ele se foi,eu tive ali uma certeza. De que jamais eu estaira só e eu sei que ele está aqui hoje", disse João Campos, que também agradeceu à sua mãe Remata e seus irmãos familiares e apoiadores.

Vacina
A pandemia da Covid-19 também foi tema do discurso de João Campos, seja nos elogios às gestões do Recife e de Pernambuco no combate ao corovírus, como no anúncio do seu plano para garantir o acesso à vacina aos pernambucanos. "Nós vamos vencer a pandemia respeitando a ciência, a técnica e o conhecimento. Jamais vamos cair num caminho obscurantista e negacionista. A decisão está tomada e lançamos durante o nosso Comitê de transição. Um comitê para discutir a vacina. O primeiro passo, claro, o do diálogo com o governo Federal. Mas se assim não for feito, Recife não estaá de braços cruzados. Recife terá o seu plano", prometeu.

Educação
Não foi casual a convocação do secretário Fred Amâncio, ex-secretário de Educação de Pernambuco para assuir a pasta no Recife. João Campos disse que um dos principais objetivos é com a Educação do município, seguindo o sucesso obtido na avaliação da educação no Estado. "Nós vamos consolidar os passos dados na eucaçãoe  tenho certeza que não demorará muito para chegarmos à melhor educação púlica de capitais brasileiras", previu. 

Com informação de Folha de Pernambuco
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Tem live da posse em Bom Jardim -PE. Um pouco da nossa história política entre "o novo e o velho, o velho e o novo".

As lives viraram rotina na vida política do prefeito eleito do município. A estratégia de comunicação adotada na campanha eleitoral resultou na maior vitória política de Bom Jardim. Janjão(PL) obteve 14.065 votos. João Lira(PSD) foi humilhado nas urnas, obteve 8.059 votos. Será o final do ciclo político de João Lira? O tempo dirá. O ex-prefeito João Lira já foi a mudança, a esperança, o sinônimo de trabalho e boa administração. Já foi. Foi mesmo? Seu passado político será questionado pela história. Seu presente foi julgado nas urnas em 15 de novembro de 2020. O poder absoluto, a ambição, a ingratidão de João Lira com seus aliados, com funcionários públicos e o mal trato com o povo alimentaram sua derrota. O povo não aguentou, a barragem rompeu. João Lira desafiou a oposição, mandou adversários juntar dinheiro e arrumar candidatos para enfrentá-lo nas urnas. O "príncipe" derrotou a si próprio. O povo pensa! 

Janjão, o prefeito eleito, terá muitos desafios pela frente. Como já ocorreu no passado, o candidato Janjão alimentou o imaginário popular com o discurso de combate à corrupção, geração de emprego, instalação de fábricas, criação do parque industrial, crescimento e desenvolvimento econômico de Bom Jardim. 

O "Negão Arrochado" partiu para briga, venceu e agora é o gestor. São muitas expectativas em um momento crítico com a prefeitura endividada, obras inacabadas, o dinheiro do fundo do famigerado fundo de previdência dos servidores municipais foi torrado desde o momento que foi criado até os dias atuais. o prefeito recebe em sua posse o caixa da previdência municipal praticamente zerado. 

É urgente realizar concurso público, organizar a saúde pública municipal que entrou na UTI neste fim de ano 2020, vacinar a população diante da segunda onda da pandemia de coronavírus. Revitalizar a cultura que foi estruturada na gestão do prefeito Miguel Barbosa, por meio da Secretaria de Turismo, Cultura e Esportes, destruída na gestão João Lira, criar uma política pública de agricultura que potencialize a produção, geração de renda, sustentabilidade, recuperação do meio ambiente, proteção dos recursos hídricos do município, reconstruir o prédio da estação(antiga secretaria de educação), construir barragem de contenção de água no rio Tracunhaém para abastecer o distrito de Tamboatá e reduzir os riscos de enchentes na cidade. Nosso rio está assoreado, cheio de entulho, pedras, resto de árvores, lixo, cercas, pedras.

 A feira livre necessita ser requalificada, estruturada, padronizada. Professores necessitam de formação com  universidades, recursos tecnológicos, valorização, receber o pagamento do Precatório do Fundef. Outro desfio são os pagamentos dos salários em dia aos funcionários públicos, cuidar da segurança com instalações de câmeras nas ruas e entradas da cidade. Janjão terá que responder às necessidades do município, de nossas crianças e juventudes. Jovens carentes de apoio para não trilharem no caminho das drogas, prostituição, violência, desespero, a morte da esperança e do futuro.

Cuidar das pessoas é um grande desafio. Sua equipe formada já despertou críticas de alguns de seus aliados, sob o argumento de que não houve mudança. É preciso está atento para os grupinhos que se formam objetivando sugar o dinheiro público com as falsas amizades, as bajulações e a soberba das falsas elites. Janjão já percebe que será observado com outro olhar por seus aliados, adversários, pessoas comuns e seus seguidores. 2021 será um ano difícil. 

Bonjardinesnes estão confiantes no bom desempenho de Janjão no comando do município de Bom Jardim - PE. Confira a PROGRAMAÇÃO das lives: 

14:00h Missa em Ação de Graças pela posse. 
15:30h Posse dos membros do Poder Legislativo, eleição do presidente da Câmara, posse do prefeito João Francisco da Silva Neto(Janjão), vice-prefeita Erivânia Maria Ribeiro (Vânia de Miguel). 
17:30h Transmissão de cargos na prefeitura. 
Você poderá acompanhar pelo Facebook em: https://www.facebook.com/ProfessorEdgarBomJardim/posts/3642775112482361?notif_id=1609526382862360&notif_t=page_post_reaction&ref=notif 
A Rádio cult FM e Blogs da cidade também farão a cobertura do evento.

 Professor Edgar Bom Jardim - PE

O novo salário mínimo

O presidente Jair Bolsonaro anunciou na quarta-feira 30, em redes sociais, a assinatura de uma medida provisória (MP) que elevará o salário mínimo para R$ 1.100, com vigência a partir de 1º de janeiro. O valor atual é de R$ 1.045. “O valor de R$ 1.100,00 se refere ao salário mínimo nacional. O valor é aplicável a todos os trabalhadores, do setor público e privado, e também para as aposentadorias e pensões”, afirmou o presidente. Com Folha de Pernambuco Professor Edgar Bom Jardim - PE

terça-feira, 29 de dezembro de 2020

Bolívia cria imposto sobre grandes fortunas

A tributação será anual e permanente para todos que viverem no país, incluindo estrangeiros.
O presidente da Bolívia, Luis Arce, promulgou na segunda-feira 28 um imposto sobre as fortunas superiores a 30 milhões de bolivianos, ou 4,3 milhões de dólares, que irá atingir 152 pessoas. Arce, no poder desde novembro, anunciou no Twitter que, “para a redistribuição da riqueza na Bolívia, promulgamos a Lei 1357 de Imposto sobre as Grandes Fortunas, que será aplicado àqueles que possuem um patrimônio superior a 30 milhões de bolivianos”, assinalando que “o benefício chegará a milhares de famílias bolivianas”. O presidente assinou a norma, aprovada nos últimos dias pelo Congresso, controlado pelo governante Movimento ao Socialismo (MAS) por ampla maioria. A lei estabelece porcentagens graduais para o pagamento da alíquota: 1,4% para pessoas com riqueza de 30 milhões a 40 milhões de bolivianos; 1,9%, de 40 milhões a 50 milhões; e 2,4% para fortunas maiores. O imposto será anual e permanente para todos que viverem na Bolívia, incluindo estrangeiros. A medida se aplica a pessoas naturais residentes no país que tiveram uma permanência na Bolívia por mais de 183 dias nos últimos 12 meses. O ministro da Economia, Marcelo Montenegro, explicou que “as taxas efetivas estão dentro da média dos parâmetros de outras economias da região que aplicam um imposto semelhante, e a confidencialidade sobre as pessoas afetadas é mantida”. A autoridade da área econômica estimou previamente que seriam arrecadados cerca de 100 milhões de bolivianos com a nova norma. Partidos opositores e empresários fizeram observações sobre o imposto, que consideram um desestímulo aos investimentos. De Carta Capital http://professoredgarbomjardim-pe.blogspot.com/

Sobram razões para o impeachment de Bolsonaro, escreve Pedro Serrano

As ações e omissões de Bolsonaro levaram seu próprio povo à morte e geraram danos irreparáveis'
No Brasil, o impeachment quase faz parte do cotidiano político. O primeiro presidente eleito diretamente após a Constituição de 1988, Fernando Collor, sofreu um processo que resultou em sua saída do cargo. Aqueles que se seguiram também foram alvo de pedidos de afastamento, FHC inclusive, com Dilma Rousseff destituída por um perpetrado de forma inconstitucional. E Jair Bolsonaro? Há razão para seu impeachment? Voltemos alguns séculos. A semente do impeachment surge na modernidade, ao lado da ideia dos direitos e da Constituição. Os calvinistas franceses, os huguenotes, dão melhor corpo à noção de direitos e Constituição. As guerras religiosas levaram os huguenotes à perseguição, morte e expulsão do país por reis católicos. Desenvolveram, em resposta, uma nova concepção de tirania, secularizando a concepção teológica de humanidade de Paulo de Tarso. Em A Era dos Direitos, Norberto Bobbio ressalta essa noção trazida por Paulo, a de que todos somos filhos do mesmo Pai. Há uma condição mínima de igualdade válida a todos. E, se somos iguais, não podemos ser propriedade do outro, logo, somos também livres. Igualdade e liberdade são, assim, os direitos primários do ser humano. A força da ideia de direitos emanados de Deus (dignidade por Dele sermos filhos) também está presente quando os calvinistas dizem que tirana é a degeneração da soberania, que se dá quando não se observam os direitos naturais: igualdade, liberdade, propriedade, expressão de ideias e consciência religiosa. É a semente da ideia do Estado Constitucional e Democrático de Direitos e do constitucionalismo, de um poder político submisso aos direitos. O contrário é tirania, que dá ao povo o direito de resistir. Essa ideia está em Vindiciae Contra Tyrannos, obra do século XVI escrita sob o pseudônimo de Stephen Junius Brutus. Na concepção huguenote, o direito de resistência é a possibilidade de afastamento do tirano pelos representantes do povo, os chamados magistrados. Um embrião do impeachment que surge com a ideia de Constituição e de direitos e, por isso, é tão intrínseca ao Estado Constitucional e Democrático em sua versão presidencialista. Quase um século depois, John Locke apropria-se dessa construção. Em Dois Tratados Sobre o Governo, de 1689, ele introduz o direito à resistência com uso da violência para liquidar o tirano. A independência dos Estados Unidos da América e a Revolução Francesa dão novos sentidos ao constitucionalismo. De início, a Constituição como contenção da democracia e dos avanços revolucionários: na França, o voto censitário cria uma democracia da qual só participam homens brancos com renda ou propriedade. Nos EUA, a Carta impede a aprovação de leis estaduais em favor de pequenos proprietários rurais e devedores. Com a democracia universal, esse quadro se altera no correr dos séculos XIX e XX, mas na Europa as Constituições do pré-Segunda Guerra Mundial ainda estão no mesmo patamar hierárquico das leis. O sentido contemporâneo do constitucionalismo altera-se profundamente no pós-Segunda Guerra Mundial. As Constituições passam a ser rígidas, hierarquicamente superiores e a traduzir o que de mais civilizado a humanidade produziu, dando poder jurídico aos direitos fundamentais e aos valores ideológicos e políticos. O próprio conceito de democracia reconstrói-se: ela não existe só com decisões da maioria e adotadas por todo o ambiente social. Para haver democracia, é necessário que os direitos de minoria e individuais sejam observados na convivência social. É uma constante tensão entre a soberania popular e a garantia de direitos. Assegurar os direitos passa a ser um mecanismo de tomada de decisões, normalmente do Judiciário. O impeachment está nesse rol de decisões contramajoritárias, mas vem do Legislativo contra chefes do Executivo. É um mecanismo de calibragem do sistema. Ronald Dworkin, consagrado filósofo do Direito, escreveu na década de 1990 que o pedido de impeachment de Bill Clinton era “um tipo de golpe” (A Kind of Coup). Chamar impeachment inconstitucional de golpe não é invenção da esquerda brasileira, mas criação desse grande jurista, que compara o impedimento ao uso de uma arma nuclear em uma guerra. Sempre defendi a ideia de que não se deve banalizar o impeachment. Fui contra os de Collor, Fernando Henrique Cardoso, Lula e o que resultou no golpe em Dilma. A Constituição de 1988 não deixa dúvida sobre a natureza excepcional e emergencial do instituto. Crime de responsabilidade só quando há atentado à Constituição – a “arma nuclear” de Dworkin. A cultura do impeachment levou a escutarmos que votariam em Bolsonaro “e, se ele não fizesse um bom governo, era só tirá-lo do cargo, como fizemos com a Dilma”. Nada mais equivocado. A dimensão jurídica do impeachment é vinculante, ou seja, indisponível: para o Parlamento decretar o impedimento, tem de haver atentado à Constituição. A dimensão política é que o Parlamento pode decidir não decretar o impeachment, mesmo havendo atentado à Constituição. Isso é impensável quando ocorrem crimes comuns, pois o Judiciário tem a obrigação de puni-los. Essa é a natureza do crime de responsabilidade: a decisão política do Parlamento é livre quanto à aplicação da punição, uma vez que ele tenha juridicamente ocorrido. O contrário é golpe: afastar um presidente sem crime de responsabilidade. Mas Bolsonaro deve sofrer impeachment? Por suas condutas e omissões na pandemia, sim. Bolsonaro deixou de fazer o que estava obrigado como presidente. Deveria ter seguido as recomendações científicas para conter a doença, em vez de estimular o desprezo pela vida. Deveria ter coordenado e planejado as políticas de saúde e sanitárias, função da União, para melhorar a gestão de leitos de UTIs, garantir o isolamento social, realizar testes em massa, integrar os esforços na busca pela vacina, assegurar o auxílio emergencial para o enfrentamento do período difícil… As ações e omissões de Bolsonaro levaram seu próprio povo à morte e geraram danos irreparáveis. Isso é crime de responsabilidade. Ao povo, resta afastá-lo. Bolsonaro atentou contra os direitos e os princípios constitucionais mais primários: o direito à vida e à saúde. Na dimensão jurídica, portanto, sobram razões para seu impeachment. Na dimensão política, cabe ao Parlamento brasileiro decidir, que, por ora, se omite gravemente em não investigar a conduta presidencial e em não reconhecer o flagrante e continuado crime de responsabilidade. Com Informaçoes de Carta Capital. http://professoredgarbomjardim-pe.blogspot.com/

domingo, 27 de dezembro de 2020

Patrimônio Vivo do Estado, Gonzaga de Garanhuns inaugura espaço cultural no Agreste


Gonzaga de Garanhuns comemora meio século de dedicação à cultura popular

Patrimônio Vivo de Pernambuco, mestre de reisado e cordelista, Luiz Gonzaga de Lima, conhecido também como Gonzaga de Garanhuns, inaugurou recentemente seu Centro Cultural, no Agreste do Estado.

Batizado com seu nome, no Centro Cultural Gonzaga de Garanhuns, o visitante vai poder conferir as obras de cordéis escritas por ele, bem como as roupas características da folia de reis, além de uma biblioteca com livros escritos pelo próprio Gonzaga e sobre cultura. O local conta com uma pequena bodega, onde Seu Gonzaga oferece aos turistas algumas doses de aguardentes temperadas que são fabricadas artesanalmente, junto com citações dos seus versos de cordel. É possível encontrar também algumas miniaturas que contam a história dos ônibus em Pernambuco, todas confeccionadas à mão pelo filho do mestre, Clodoaldo Lima.

“Esse espaço cultural tem o intuito de transmitir a cultura na cidade e temos um planejamento para que ele se torne um ponto turístico de Garanhuns”, diz Gonzaga sobre o objetivo do local.

HISTÓRICO - Luiz Gonzaga tem 77 anos de idade e promove o reisado desde 1955. Tendo fundado oito grupos, ele recebeu, em 2018, o título de Patrimônio Vivo de Pernambuco pelo Governo do Estado. Gonzaga de Garanhuns também é autor do livro “Garanhuns em Versos-um pouco de sua história” e cordelista com mais de 350 títulos de sua autoria, com traduções para o espanhol e o holandês. 

Serviço
Centro Cultural Gonzaga de Garanhuns
Local: Rua da Liberdade, 1474, Heliópolis, Garanhuns – PE.
Devido à pandemia, visitações poderão ser agendadas pelo telefone: (87) 98175-1902 – Clodoaldo Lima

FOTO RENAN ARAÚJO/DIVULGAÇÃO

Com informações de 

www.cultura.pe.gov.br/

Professor Edgar Bom Jardim - PE

A tática do Novo e dos bolsonaristas para tentar saquear o Fundeb

Saiba como o obscurantismo age para proteger os ricos em detrimento dos pobres. Uma articulação entre direita e esquerda impediu que R$ 16 bilhões saíssem da educação pública.

(Brasília - DF, 29/05/2019) Presidente da República, Jair Bolsonaro durante Café da manhã com a Bancada do NOVO.Foto: Marcos Corrêa/PR

Bolsonaro durante um café da manhã com a bancada do Novo.

 

Foto: Marcos Corrêa/PR

A DIREITA BOLSONARISTA fez o diabo para tentar desviar dinheiro do fundo que é o principal financiador da educação pública do país, o Fundeb, para irrigar instituições de ensino privadas sem fins lucrativos. Por sorte, uma articulação entre partidos de esquerda e direita barrou a tungada e manteve o projeto que garante 100% das verbas para o setor público.

O fundo para financiar a educação pública nasceu em 1997, durante o governo FHC. Em 2006, foi ampliado e aprimorado durante o governo Lula. A nova política do bolsonarismo e do partido Novo agora tentam boicotar esses avanços. Essa semana, eles lutaram muito para desviar bilhões do orçamento da educação básica pública do país para o setor privado. Não conseguiram, mas é importante deixar explícitas todas as táticas sórdidas utilizadas pelos reacionários para degradar o ensino público em favorecimento de entidades privadas.

O projeto de lei de regulamentação do Fundeb havia sido debatido com professores, especialistas, prefeitos, governadores e setores da sociedade civil. Esse debate foi promovido por uma articulação suprapartidária na Câmara, que aprovou o texto final do projeto. Mas, na calada da noite, o obscurantismo agiu. Deputados bolsonaristas incluíram emendas que retiravam dinheiro da educação pública para dar à privada.

Com os remendos, quase R$ 16 bilhões em verbas públicas seriam destinados para escolas privadas, escolas religiosas — fruto de um lobby da bancada evangélica —  e para o Sistema S. Essas emendas permitiriam que os recursos do Fundeb fossem usados até para pagamento de salário de funcionários terceirizados de escolas públicas, religiosas e filantrópicas. O projeto original, que havia passado por intenso debate com a sociedade civil, foi completamente desfigurado pelo bolsonarismo para favorecer determinados grupos privados.

O golpe articulado na Câmara foi barrado por unanimidade no Senado, que devolveu o texto para ser votado na Câmara sem as emendas. Pouco antes, o Ministério Público Federal havia emitido uma nota técnica dizendo que o repasse de parte do Fundeb para entidades privadas seria inconstitucional.

Os deputados defensores das emendas tentaram se livrar da pecha de saqueadores da educação pública apresentando as justificativas sofríveis. Segundo o atual prefeito de Porto Alegre, o tucano Nelson Marchezan Jr., o repasse para entidades privadas não tem a ver com favorecer entidades privadas, mas permitir o acesso dos mais pobres nas escolas dos mais ricos.

Ou seja, já que a maioria das escolas públicas são ruins, então vamos retirar verba delas para abrir meia dúzia de vagas para pobres em escolas de rico distantes das periferias. Na prática, essa lógica sentencia a educação pública ao fracasso eterno.

O partido Novo foi quem liderou o boicote ao texto original aos 45 minutos do segundo tempo. Foi também o único que orientou seus deputados a não aprovarem o Fundeb. Para tentar justificar o injustificável, seus correligionários saíram espalhando a mentira de que o Brasil gasta muito com educação, mas gasta mal.

Essa é outra falácia. O Brasil investe pouco na educação básica em comparação aos países da OCDE. Nós gastamos 3,8 mil de dólares por aluno do ensino fundamental, enquanto os países da OCDE gastam US$ 8,6 mil. No ensino médio, gastamos 4,1 mil de dólares por aluno, enquanto que nos países da organização o valor chega a US$ 10 mil.

Gasta-se muito aquém do se deveria. Dados do Censo Escolar de 2019 mostram que a grande maioria das escolas brasileiras não possui infraestrutura adequada. Segundo a pesquisa, apenas 41,7% das escolas urbanas têm biblioteca; 43,6% têm laboratório de informática; 18,8% têm laboratório de ciências; 27,8% das escolas de educação infantil e ensino fundamental nos anos iniciais têm parque infantil.

Mesmo diante desse quadro precário dos colégios brasileiros, evangélicos bolsonaristas e o clubinho dos ricos chamado partido Novo se mobilizaram para transformar um fundo público voltado para a educação dos mais pobres em um balcão de negócios para entidades privadas. Eles insistiram que não era esse o objetivo, já que, pelas emendas, essas entidades deveriam ser sem fins lucrativos. Ora, quem conhece como funcionam os convênios dessas entidades filantrópicas sabe que o buraco é bem mais embaixo.


Como esquecer da Máfia das Creches em São Paulo, que criou uma indústria de ONGs de fachada para gerir unidades terceirizadas. A máfia fabricava uma série de organizações sociais, as chamadas Oscips, voltadas para obter lucro. Laranjas também eram usados para abrir entidades filantrópicas, que depois eram vendidas pela máfia. Incentivar a terceirização do ensino público abre margem para esse tipo de farra com as verbas públicas. É isso o que acontece na prática. Exaltar o caráter filantrópico dessas entidades é a embalagem bonita que ajuda a justificar a mamata de algumas entidades privadas.

Além de serem inconstitucionais, as emendas dos bolsonaristas — e aí incluo Novo, um dos partidos mais alinhados aos projetos bolsonaristas no Congresso —  não foram baseadas em nenhum estudo. O objetivo nunca foi melhorar a educação dos mais pobres, mas exclusivamente atender seus interesses. Os ultraliberais querem cortar os gastos públicos, mas não sem antes garantir um naco desses gastos. É a lógica do estado mínimo, meu bilhão primeiro.

Graças à intensa mobilização de sindicatos, das militâncias, das entidades em defesa do ensino público e da articulação de deputados e senadores, essa crueldade foi impedida de passar. E, nos tempos em que vivemos, há muito o que se comemorar. Foi uma grande vitória daqueles que defendem o ensino público. De qualquer forma,  é importante registrar e ficar atento às estratégias sorrateiras dessa minoria que pretende sabotar os serviços públicos. A sanha dos reacionários é grande e permanente.

Por João Filho 

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Professor Edgar Bom Jardim - PE