sexta-feira, 21 de fevereiro de 2020

A camisa mais bonita do Carnaval de Bom Jardim



A camisa mais bonita do carnaval de Bom Jardim-PE, 2020. Reserve a sua. Apenas R$ 20,00. Ajude a realização do VII Encontro de Burrinhas Caboclinhos Catirinas e Maracatus de Pernambuco. A mais bela festa de cultura popular do agreste setentrional. Venha participar desta grande festa, traga sua família, sua alegria, sua paz. Venha se divertir, aplaudir nossa história, memória, cultura e patrimônio vivo de nosso estado. Terça-feira, dia 25.  Tudo começa às 8 horas da manhã. Desfile do cortejo cultural pelas ruas do centro, shows e apresentações no pátio de eventos
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Casa da Cultura recebe prévia de Carnaval com manifestações pernambucanas



Foto: Laís Domingues
Bloco Carnavalesco Misto Eu Quero Mais se apresenta na quinta-feira (20) à tarde
A Casa da Cultura, equipamento cultural gerenciado pela Secult-PE/Fundarpe, é palco, até a próxima sexta-feira (21), de uma prévia do Carnaval com atrações que representam manifestações genuinamente pernambucanas. Todos os dias, haverá apresentação de grupos culturais na área externa do espaço, com entrada gratuita. Orquestras, bloco lírico, afoxé e grupos de dança estão na programação, que já começa nesta quarta-feira (19).
Diferentemente dos anos anteriores, as apresentações desta semana acontecerão na entrada do raio norte. “Queremos recepcionar os turistas e os visitantes locais com essa festa”, explica a gestora da Casa da Cultura, Juliana Rezende.
A programação começa às 11h desta quarta-feira, com a Orquestra Felicidade e termina no dia 21 (sexta-feira), das 14h às 15h, com o Afoxé Ogbon Obá. Confira abaixo a programação completa:
Programação do Carnaval na Casa da Cultura 2020
Quarta-feira (19/2)
11h às 12h – Orquestra Felicidade / Cia de Passistas de A a Z
13h às 14h – Orquestra Felicidade / Grupo de Frevo Sombrinha no Ar
Quinta-feira (20/2)
11h às 12h – Orquestra Beberibe / Grupo de Dança em Movimento
13h às 14h – Orquestra Beberibe / Cia de Passistas de Frevo Ogum Ode
14h às 15h – Bloco Carnavalesco Lírico Eu Quero Mais
Sexta-feira (21/2)
11h às 12h – Orquestra J. Junior / Cia de Dança Giselly Andrade
13h às 14h – Orquestra J. Junior / Cia de Dança Valdeck Farias
14h às 15h – Afoxé Ogbon Obá
http://www.cultura.pe.gov.br/

Professor Edgar Bom Jardim - PE

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2020

A política está no cotidiano


Não precisa celebrar projetos salvadores, nem afirmar que o mundo se arrumará quando certos partidos estiverem no poder. Há muita farsa no jogo das notícias e muito entusiasmo em possuir privilégios. Os cenários das relações sociais tendem a ganhar uma obscuridade e um cinismo abrangente. É claro que há delírios, sinto que as doenças mascaram situações precários e consolida lideranças que fazem da mentira seu alimento maior.
Não faltam discursos, nem fanatismos. As redes sociais convocam para assistir pronunciamentos, atiçam intrigas, as acusações fecham instituições, porém as tensões não cessam e as armadilhas crescem. A política não sobrevive por causa dos partidos. Eles agonizam, estimulam escândalos, se afirmam como condutores. A multiplicação dos enganos deixa vestígios de frustrações.
A politica dever ser articulada no cotidiano e não nas abstrações das teorias. Quem está próximo merece cuidado. Para que insistir nos planejamentos feitos para burlar os inocentes? Se os milicianos se apossam dos núcleos de poder a guerra civil se aguça? Quem pensa que a sociedade respira e consegue se livra das poluições? Quem não observa que o dualismo persiste e transforma a luta do bem contra o mal numa encenação frequente?
Se a política elege figuras fixadas pelas concentrações de riqueza e os preconceitos racistas o caos seguirá sendo companhia de todos. Para além das grandes instituições, existe o dia que busca o amanhã e se cansa de escutar homens e mulheres com vestes escuras e comprometidos com as minorias. Não abaixe a cabeça, nem sacuda fora a dignidade. O messias é sempre perigoso e gosta de gritar para fortalecer ilusões.

Paulo Rezende
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Não date a história




Querer que exista uma ordem na história, com calendário determinado, sem surpresas, é um risco. A questão do controle nos persegue. Inventamos épocas, salvadores e pensamos até num juízo final. Mas o cotidiano não se mostra sincronizado. O acaso possui um força que derruba quem se sente imperador do mundo. O amanhã interrompe sequências, os tropeços acontecem e noites avançam pelos dias.
As magias se arquitetam, as tecnologias tentam erguer celebrações. Alguns festejam a existência de messias, refazem expectativas e entregam a história a gênios políticos.Submetem-se e se sentem pequenos. Não conseguem conversar com a complexidade e se limitam a datar cada acontecimento como uma saída. Não observam as escolhas inesperadas e as fantasias fabricadas para diminuir a coragem e multiplicar as vitrines.
Contar e viver a história é uma longa travessia.Fechá-la num labirinto é desmontar os mitos que não devem ser afastados das nossas ousadias. Por que não perguntar sobre o significado de Narciso, de Prometeu, de Édipo? A leitura da mundo nunca se resume ao linear, nem a história uma numeração que se repete num cartório que não sai de uma esquina obscura.
O fôlego para enfrentar o desencontro é que revoluciona a história. Não é fácil. Muitos preferem adormecer em berço esplêndido, ser defensores da servidão voluntária. Escrever a história é uma sinuosidade. Imagine como Picasso se envolveu com as cores, Guimarães se encantou com o sertão. Quem se arruma ,na neutralidade, perde sua narrativa e tomba na mediocridade. Deixe que os pássaros fujam das gaiolas e os deuses esperem milagres que nunca existirão.

Paulo Rezende.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

terça-feira, 18 de fevereiro de 2020

Ataque covarde, grosseiro, baixo


Os covardes machistas podem fingir que não são covardes machistas, mas em algum momento eles se revelam. E não há momento mais oportuno para os atores públicos do Brasil mostrarem que não o são, longe de serem coniventes com a baixaria empreendida pelo presidente Jair Bolsonaro contra a repórter Patrícia Campos Mello, da Folha de S.Paulo, na manhã desta terça-feira. Num país em que 52% do eleitorado é feminino, deputados e senadores deveriam ficar alertas. Eles têm a grande oportunidade de mostrar que não vão deixar a vulgaridade assumir o Brasil, rasgando todo e qualquer senso de decência do Estado em relação a uma mulher, deixando que se propague uma mentira orquestrada dentro do Congresso. Deixem de lado o fato de Patrícia ser jornalista. Ela é mulher. Poderia ser uma economista, uma copeira, uma faxineira, uma jogadora de futebol. Ela foi exposta com insinuações sexuais por um presidente, como nunca o Brasil viu. Ele não está na mesa de bar com amigos, está na frente das televisões dizendo que Patrícia queria “dar um furo a qualquer preço”, sugerindo sexo em troca de informação, o que é o mesmo que chamar uma mulher de prostituta. Só uma cabeça pervertida pode se sentir tão à vontade para dizê-lo em alto e bom som.

MAIS INFORMAÇÕES


Nunca na democracia um chefe de Estado havia caído tão baixo apelando à vulgaridade para falsear a realidade. Quiçá no mundo. Nem Donald Trump chegou a tanto. O Congresso tem as provas à mão para admitir que Hans River do Rio Nascimento mentiu na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI). Parte dessas mentiras a insinuação asquerosa de Bolsonaro, pai de uma filha de 9 anos, que Patrícia faltou com a ética para ter uma informação. De qual referência parte Bolsonaro? Todo mundo sabia do que ele era capaz, desde que ele xingou uma repórter em abril de 2014. Mas editou a si próprio para fazer sua campanha e venceu. Legitimamente.
Desde então, empreende uma guerra grosseira, agressiva e mentirosa contra a realidade para esquivar-se de suas próprias capivarasA morte de Adriano da Nóbrega, que convenientemente morreu nas mãos da polícia da Bahia, governada pelo Partido dos Trabalhadores, foi um presente no colo de Bolsonaro que agora se tornou o maior defensor de presos assassinos, embora repetisse sempre que “direitos humanos era para humanos direitos”, e seja um dos que faz coro ao jargão “bandido bom é bandido morto”. De onde vem essa mudança?
Os homens públicos deste país, empresários e agentes da Justiça vão deixar que o que já se construiu em termos de sociedade vá para o ralo? Em nome de quê? Senhores deputados e senadores, vocês podem ter um papel tremendamente decisivo neste início de 2020. Pelas suas filhas, pelas suas mães, pelas suas eleitoras, pelas suas irmãs. Não desprezem a construção que mulheres têm feito até aqui por um país mais decente e menos violento. A violência das palavras de um chefe de Estado reverbera em todas as esquinas e rincões do Brasil. Já se matam uma mulher a cada duas horas aqui, um estupro acontece a cada 11 minutos. Tenham decência, coragem, de estancar esta sangria desatada que abriu as portas para uma perversidade gratuita. Vocês foram eleitos para que o Brasil fosse um país melhor, mais próspero, mais respeitado, mais ético. Não há melhora onde uma mentira é naturalizada na Casa em que vocês representam cada brasileira. Não há prosperidade num país onde se quer estabelecer o medo como forma de governo. Não há respeito por um país que fecha os olhos e silencia diante dos disparates que estamos assistindo. Isso também é corrupção. Corromper seu papel público em nome do poder.
Bolsonaro se cercou de ministros sem filtro, como Paulo Guedes ou Abraham Weintraub, e nos vemos agora tentando medir quais declarações foram mais ou menos canalhas que outras. O primeiro ano já havia sido execrável e neste 2020 ele dobrou a aposta. Brasil perverso. Estamos perto do dia 8 de março. Isso vai ter impacto. Foi assim que começaram grandes manifestações femininas pelo mundo. O presidente está dando farto material para as campanhas de seus adversários e dos inúmeros inimigos que está fazendo. Sabendo-se que é incorrigível e que está cego pelo poder, vai tropeçar em suas próprias palavras.
De EL PAÍS com https://www.msn.com/

Professor Edgar Bom Jardim - PE

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2020

TVPE transmite ao vivo o maior Carnaval do Brasil



Mariana Leal/TV Pernambuco
Mariana Leal/TV Pernambuco
Os principais polos da folia pernambucana serão exibidos pela TV Pernambuco
A TVPE preparou uma programação especial para os Festejos de Momo de 2020. Em fevereiro, a TV pública de Pernambuco se reveste de brilho, cores e sons do Carnaval pernambucano, com transmissões ao vivo dos shows no Recife, da quinta (20) até a terça-feira (25), dos palcos do Marco Zero, Praça do Arsenal, e do Rec-Beat, um dos mais importantes festivais de música independente do Brasil, que comemora 25 anos.
Além das transmissões ao vivo, nossa equipe vai passar nos polos descentralizados do Alto José do Pinho, Casa Amarela, Brasília Teimosa e Campo Grande. E o público vai poder interagir com a TVPE, via Whatsapp, enviando mensagens e vídeos da folia, para veiculação nos intervalos dos programas e nas redes sociais.
Na programação deste mês da TVPE também serão exibidos clipes de artistas locais e atrações do Porto Musical, um dos maiores eventos da indústria fonográfica do país. No domingo que antecede o carnaval (16), os shows do Palco Frei Caneca FM, no polo Arsenal da Marinha, serão mostrados ao vivo, abrindo a parceria com a rádio pública do Recife, 101.5, que vai marcar as transmissões das duas emissoras.
Tudo isso para fazer um Carnaval de Todas as Cores, de todas as etnias, de todos os gêneros, de todas as classes e de toda gente!
Para curtir a programação da TVPE em sinal digital, os canais são: na Região Metropolitana do Recife, canal 46.1, em Caruaru, canal 12.1, e o canal 13.1 em Petrolina. As transmissões ao vivo também serão exibidas no Portal EPC – portalepc.com.br – e nos nossos canais no Youtube e Facebook.
::TVPE e Frei Caneca FM no Carnaval de Todas as Cores::
Programação das Transmissões Ao Vivo
Dia 16/02 – Domingo
Palco Frei Caneca FM (Praça do Arsenal)
Horário: 18h às 23h
Dia 20/02 – Quinta-feira
Cortejo dos Maracatus e Afoxés (Rio Branco e Polo Marco Zero)
Horário: 19h às 23h
Dia 21/02 – Sexta-feira
Abertura Oficial do Carnaval (Marco Zero)
Horário: 20h à 01h
Dia 22/02 – Sábado
Marco Zero, Arsenal e Rec-Beat
Horário: 21h às 02h
Dia 23/02 – Domingo
Marco Zero, Arsenal e Rec-Beat
Horário: 21h às 02h
Dia 24/02 – Segunda-feira
Marco Zero, Arsenal e Rec-Beat
Horário: 21h às 02h
Dia 25/02 – Terça-feira
Marco Zero, Arsenal e Rec-Beat
Horário: 21h às 02h
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Revendo:Cuba desenvolve a primeira vacina de câncer de pulmão do mundo



Nunca na história tanta gente foi enviada a Cuba quanto nos comentários de brasileiros na internet. Brincadeiras à parte, é da terra de Fidel que vem uma excelente notícia do campo médico: Cuba desenvolveu a Cimavax, uma vacina de câncer – mais especificamente, o de pulmão. E agora, com relações restabelecidas, os EUA querem criar uma parceria para estudar e tornar a vacina ainda mais ampla e poderosa.
Para entender a vacina criada por Cuba, é importante rever esse conceito. Vacina, afinal de contas, é toda substância que tem o potencial de estimular uma reposta de imunidade no organismo. Segundo o MedicalDaily, isso quer dizer que a Cimavax não previne a doença, mas faz um importante trabalho ao retardar o crescimento de células cancerígenas de tumores, estabilizando os sintomas e garantindo uma expectativa de vida para esses pacientes que vai de seis meses a quatro anos a mais, em comparação com pacientes que não tomaram a vacina.
Embora não seja uma solução milagrosa, a vacina contra o câncer de pulmão desenvolvida por Cuba tem uma eficácia comprovada bastante grande e um detalhe importantíssimo: ela é vendida a US$ 1, possibilitando que seja distribuída gratuitamente nos hospitais cubanos – desde 2011!
Com a parceria entre Cuba e o instituto Roswell Park, de Nova York, estima-se que a aprovação para os testes leve de seis a oito meses e que em até um ano os testes clínicos já comecem a ser feitos. A expectativa é que a vacina funcione também com outros tipos de câncer e consiga inibir o crescimento de células cancerígenas com uma eficiência ainda maior.
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Foto CCYalen Rosen
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Foto ©Javier Galeano/AP
Update: Um leitor nos informou que também a Argentina teve uma participação no desenvolvimento da vacina.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

domingo, 16 de fevereiro de 2020

Bagaceira geral: Livros da Biblioteca do Planalto são empilhados no chão para criação de gabinete de Michelle Bolsonaro



Michelle e o acerco da biblioteca presidencial empilhado no chão do Planalto (Montagem)
Livros raros, que contam a história dos presidente desde que o Brasil deixou de ser monarquia e transformou-se em uma república, estão empilhadados no chão de um corredor do Palácio do Planalto para abrir espaço para a reforma conduzida por Jair Bolsonaro na biblioteca do Palácio do Planalto, onde será criado um gabinete para a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, com banheiro privativo.
Um vídeo que circula desde a noite deste sábado (15) nas redes sociais mostra os livros, muitos deles antigos, no corredor do Planalto. Ao longe, se vê as reformas conduzidas na biblioteca.
Após o anúncio da reforma para o gabinete da primeira-dama – seis meses após o governo gastar R$ 328,8 mil na montagem e decoração de uma sala para Michelle no bloco A da Esplanada dos Ministérios, Bolsonaro mandou uma banana para jornalistas.
“A minha esposa faz um trabalho para pessoas deficientes de graça. Arranjei um lugar pra ela trabalhar lá na Presidência, porque é melhor, fica mais perto dos ministros pra despachar. E a verdade é que (inaudível). Estão descendo a lenha que a biblioteca vai diminuir em vez de elogiar a primeira-dama. Quem age dessa maneira merece outra banana”, disse Bolsonaro.
https://revistaforum.com.br/
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Frango anima prévias de carnal neste domingo em Bom Jardim

A turma tem uma boa opção para brincar o carnaval em Bom Jardim neste domingo (16). Criado por um grupo de amigos George Ribeiro, Roberto Punaré, Mário Cabral , Lúcio Mário, Jone e  Joaquim Freire, Dudu Cabral, Maurício, Osvaldo e outros amantes da folia, o Frango da Madrugada chega aos 26 anos em 2020. O início o Bloco desfilava no início da manhã.O bloco tem hino que foi criado pelo grande Bráulio de Castro. A tradicional feijoada é motivo para iniciar a concentração do bloco carnavalesco neste domingo às 12 horas. O local do encontro é a garagem do jovem Mário Cabral. Na frente do Varonil. Aos 78 anos, com boa cabeça, sempre animado, o cara é do bem.  É uma alegria pra toda comunidade continuar com a alegria do seu Mário
Professor Edgar Bom Jardim - PE

sábado, 15 de fevereiro de 2020

O sucesso do Baile Municipal

Zé do Leite é o homenageado do Carnaval Levino Ferreira,  Bom Jardim- PE. O Baile Municipal inicia oficialmente o ciclo do carnaval no município. A Orquestra Bonjardinense fez com maestria a animação do público presente. As famílias compareceram e se divertiram com bom repertório musical, o Clube Varonil bem decorado ficou mais bonito com a presença do Grupo de Idosos e dos Caboclinhos da Baraúnas. Festa bonita, público presente e muito calor. Um desafio a ser enfrentado pelo município.O prefeito João Lira  relembrou os tempos em que brincava no Caboclinho do Alto São José. Amanhã, domingo(16) tem o Bloco Frango da Madrugada desfilando nas ruas no final da tarde. A feijoada será de 12 horas na casa de Seu Mário Cabral, o jovem.  Veja mais fotos do baile Municipal em LEIA MAIS  e  assista ao vídeo em https://www.facebook.com/LucioMarioCabral/videos/10218184477498070/





Fotos da Internet (Autores diversos)
Professor Edgar Bom Jardim - PE

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2020

Muros, pedintes e venda de água: as descobertas da indígena que mudou para a cidade para 'entender a lei dos brancos'


Alessandra Korap MundurukuDireito de imagemISADORA BRANT/BBC
Image captionAlessandra Munduruku diz que entrou na faculdade de direito para estudar 'a lei que os brancos criam, mas que nem mesmo eles respeitam'
Na aldeia onde eu nasci, há 35 anos, a gente costumava pescar no lago, ir atrás de fruta. Aí a cidade cresceu. Veio uma máquina enorme, fizeram loteamento, desmataram tudo.
Naquela época, eu já participava de reuniões com os caciques, mas ia mais para conversar com as mulheres. Quando percebi que estavam retirando nossos direitos ao território, comecei a participar mais.
No passado, todo o vale do Tapajós até o que é hoje a cidade de Santarém (PA) era nosso, do povo indígena munduruku. Tem como dizer a um sabiá que não voe para outra terra porque lá tem dono? Não tem. O mesmo vale para um porcão ou para uma onça. A chegada dos homens brancos é que foi colocando limites.
Quando comecei a me envolver com a nossa luta, a maioria dos caciques não aceitava que as mulheres falassem nas reuniões. Elas tinham que ficar do lado de fora, se abanando, ou com os filhos. Hoje as mulheres pegam no microfone, e hoje os homens veem que as mulheres são quem mais protege.
Quando alguém chama um guerreiro para caçar, ele pega a flecha e vai embora. A mulher, não. Ela tem que ver o que tem que levar para o filho, se vai ficar uma planta, um macaco, um papagaio, se alguém vai ficar com fome. As mulheres pensam no coletivo. Os homens são mais soltos. Nós fomos ensinar isso.
Rio Tapajós em Alter do ChãoDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionO rio Tapajós em Alter do Chão (PA); no passado, diz Alessandra Munduruku, todo o vale do rio era habitado por seu povo.

Ensino do branco

Vai fazer um ano que sou estudante. Me mudei para Santarém e entrei na faculdade de direito para entender a lei que os brancos criam, mas que nem eles mesmos respeitam.
Para nós, indígenas, o que vale é a nossa palavra, a palavra do cacique. Não precisa ter papel. Mas, com os grandes projetos na nossa região e a não demarcação das nossas terras, a gente precisa começar a pegar na caneta, escrever no papel e divulgar.
Mesmo sendo uma universidade dentro da Amazônia, ela é muito preconceituosa, muito racista. A universidade foi feita para o branco, não para os povos indígenas. Você nota isso nas falas, nos ensinamentos.
Por isso nós, indígenas, brigamos no Brasil por uma educação diferenciada. O sistema do branco diz que as aulas têm que acontecer na escola. Se uma pessoa que não é professora leva uma criança para a roça para ensinar a plantar, ou vai ao rio ensinar a pescar, o sistema diz que é perda de tempo, que aquilo não serve como ensino.
Mas educação não se ensina só na sala de aula. No rio tem matemática e ciência. Na floresta, também. O ensinamento não é só o que o branco traz no livro.
Alessandra Korap MundurukuDireito de imagemISADORA BRANT/BBC
Image captionAlessandra Munduruku durante reunião na Terra Indígena Capoto Jarina, entre 14 e 17 de janeiro

Mudança para a cidade

Quando fui morar em Santarém com meus dois filhos e marido, levei algumas coisas da minha casa, como algumas galinhas. Eu logo estranhei o espaço, que era muito pequeno. Quem mora na aldeia tem a liberdade de correr ou andar para onde quiser. Numa cidade, você não pode fazer isso, porque tem limite, ali tudo é muro.
Meu filho falou: "Mãe, eu quero comer banana". Lá na aldeia tem um monte de banana estragando. Mas como iríamos trazer banana de lá, a quase 400 km de distância? Então, a gente comprou.
Tínhamos um pouco de recurso. Antes de me mudar para a cidade, fizemos um bingo para me manter lá. Com esse recurso a gente comprava peixe, pagava aluguel, comprava água. Na nossa cultura, a gente não compra água.
Se você for a qualquer casa indígena, tem água, eles te oferecem. Na cidade, não. Se você não tiver recurso para comprar, você não sobrevive.
A gente comeu todas as galinhas. Quando começou a acabar o recurso, comprávamos só ovo, que era barato, e conservas.
Era tão doído quando meus filhos pediam para comer peixe e você não sabia de onde tirar. Na aldeia, os filhos nem precisam pedir. Eles mesmos sabem pescar e assar. Essa dor que a gente sente quando mora na cidade, eu não quero para os meus parentes.

Luta pela terra

Em Santarém, conheci gente do povo warao, da Venezuela. Perguntei à parente — porque para nós eles são parentes — por qual motivo eles tinham saído da sua terra, de seu país, para viver na rua, pedindo esmola. Ela me disse que tinha sido obrigada a sair porque as terras deles foram tomadas. Para que os filhos não morressem de fome, tiveram de vir para cá pedir esmola.
É por esse motivo que lutamos para garantir nossas terras. Se não lutarmos, qual país vai dar terra para gente? Qual país vai botar munduruku, caiapó, yanomami no seu país?
Não fomos nós que invadimos outros países, os países é que estão nos invadindo. E o Brasil ainda está sendo colonizado, esse processo nunca parou de acontecer.
Hoje o governo quer construir uma ferrovia, a Ferrogrão, para levar soja e milho do Mato Grosso até Santarém. Lá, vão encher os navios e mandar para a China e para a Europa.
Onde essa soja vai ser guardada antes de ir para o navio? Em silos e portos na beira do Tapajós. Essa soja cheia de agrotóxico vai contaminar ainda mais o nosso rio. É por isso que eu digo que a Europa, a Ásia e outros países ainda estão massacrando os indígenas.
Garimpo de ouro no rio MarupáDireito de imagemPLANET LABS
Image captionGarimpo de ouro no rio Marupá, nas proximidades da Terra Indígena Munduruku, no Pará; contaminação por mercúrio pode causar danos neurológicos em humanos

Contaminação por mercúrio

A mineração nas nossas terras é outra forma de colonização. Ela traz prostituição, droga, doença. Ela contamina os rios e os peixes com mercúrio, e o povo tem de sair da aldeia para ir se curar na cidade.
Sabe quando descobrimos que a gente estava com mercúrio no sangue? Só em 2016, quando um amigo nosso adoeceu.
Ele tem 33 anos e nos ajudou bastante na autodemarcação da terra Sawre Muybu. Ele foi se tratar em São Paulo e recebeu o resultado: estava com alto índice de metal no sangue. Agora ele já não anda mais, a fala dele é bem fraquinha. A última vez que falei com ele... (interrompe e chora)
A gente sabe que, daqui a uns tempos, ninguém mais vai conseguir chegar aos cem anos. A gente sabe que nossas crianças vão ficar doentes e vão morrer. Tem criança que não anda, que está em cadeira de roda. Tem mulheres que não estão engravidando mais, não conseguem.
Os nossos parentes que estão envolvidos com o garimpo e estão defendendo a mineração estão matando seu próprio povo. Quando é só o governo, só os brancos, a gente tem como lutar. Mas, quando nossos próprios parentes estão envolvidos, é muito dolorido.
Já fui até ameaçada de morte por falar contra o garimpo. Mas eu vejo o sofrimento do nosso povo, eu sinto a dor das mulheres, e então eu continuo a falar.

Democracia para os indígenas

Em 2019, falei a 270 mil pessoas em Berlim (em uma das Marchas Pelo Clima). Nunca vi tanta gente loira, branca, de olhos verdes e azuis. Eu disse a eles que, para nós, povos indígenas, nunca existiu democracia.
Protesto mundurukuDireito de imagemAGÊNCIA BRASIL
Image captionIndígenas munduruku protestam em frente ao Ministério da Justiça, em Brasília, pela demarcação da terra indígena Sawre Muybu, no Pará
Belo Monte está aí, apesar dos gritos dos povos indígenas. As usinas de Teles Pires e São Manoel, também. Existiu democracia?
Essas usinas saíram no governo do PT. Bolsonaro, a gente sabia que ele queria nos matar desde o começo. Mas também tem a morte que é silenciosa, por aquele que pega na sua mão dizendo que é seu amigo.
Lutamos muito nesses últimos anos. Eu estava com os guerreiros e guerreiras munduruku que fecharam uma estrada e deixaram a cidade de Itaituba sem combustível. Impedimos que o governo fizesse audiências sobre a exploração de madeira nas florestas nacionais de Itaituba. Já barramos uma audiência sobre a Ferrogrão.

Resgate das urnas sagradas

Mas o momento mais especial que eu já vivi aconteceu em 24 de dezembro de 2019. Foi quando recuperamos urnas sagradas que os arqueólogos tiraram de onde fizeram as hidrelétricas de São Manoel e Teles Pires. Eles levaram as urnas para um museu de Alta Floresta (MT), e muitas delas foram vendidas.
Faz tempo que a gente vinha brigando para tentar recuperar as urnas. Elas são os espíritos dos nossos antepassados: a mãe dos peixes, a mãe das queixadas, a mãe da tartaruga, a mãe do jabuti, a mãe do tracajá.
Depois que elas foram para o museu, coisas ruins começaram a acontecer. Muitas crianças viviam doentes, com febre, diarreia. Meu tio, que é pajé, disse que tínhamos de resolver o problema e atender o que os espíritos estavam pedindo, que era voltar para o local escolhido por eles.
Viajamos por seis dias até Alta Floresta, entramos no museu e conseguimos levar as urnas. Foi um momento histórico.
Professor Edgar Bom Jardim - PE