sexta-feira, 3 de maio de 2019

"Bolsonaro não governa o Brasil e quer mandar na Argentina e Venezuela "


BRASÍLIA - O presidente Jair Bolsonaro disse nesta quinta-feira, 2, em entrevista ao canal SBT, que tem mais preocupação com a Argentina do que com a Venezuela. “A Argentina é mais importante do que a Venezuela, porque o governo pode voltar para as mãos de Cristina Kirchner”, disse.

Cristina Kirchner
Ex-presidente Cristina Kirchner chega a tribunal em Buenos Aires   Foto: EITAN ABRAMOVICH / AFP
Ao dizer isso, Bolsonaro reproduz uma preocupação da cúpula militar com a possibilidade de retorno da esquerda ao comando do país vizinho, que ajudaria a ampliar focos de tensão no continente e seria um reforço a Nicolás Maduro e à situação trágica da Venezuela. Esse tema tem sido alvo de avaliação do governo em várias reuniões realizadas por Bolsonaro nos últimos dias. 
Cristina, mesmo com julgamento marcado e investigada em pelo menos seis casos de corrupção, lidera pesquisas para a eleição presidencial de 27 de outubro. Cristina estaria com 9 pontos de vantagem num eventual segundo turno contra Mauricio Macri, atual presidente da Argentina, que concorre à reeleição enquanto enfrenta uma forte crise econômica.
De acordo com um dos ministros que têm participado das discussões no centro do governo, caso Cristina vença as eleições, um foco de instabilidade voltaria à região. “O problema maior é a junção das situações da Venezuela e da Argentina. A possibilidade de Cristina Kirchner, que está bem nas pesquisas, voltar a comandar o país, traz uma preocupação muito grande”, observou esse ministro.

'Péssimo'

A mesma fonte disse que “se houver país socialista no extremo sul e um país comunista, voltado ao narcotráfico, no extremo norte da América do Sul, vai ser um negócio muito complicado. Para o Brasil, é péssimo”.

Se a dupla entre Kirchner e Maduro for resgatada, há um temor de que a onda conservadora que tomou conta da América Latina nos últimos anos, com abatimento da esquerda, sofra um revés. Os militares lembram que ainda têm como vizinhos Evo Morales, que está contido pelo isolamento, mas se fortaleceria com essa volta da ex-presidente esquerdista.
Com /internacional.estadao.com.br
Professor Edgar Bom Jardim - PE

quinta-feira, 2 de maio de 2019

Plástico podem ser proibidos nas praias pernambucanas



Crédito: Brenda Alcântara/Esp DP/D.A Press
Crédito: Brenda Alcântara/Esp DP/D.A Press

Tramita na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) um projeto de Lei que prevê a proibição da comercialização e distribuição gratuita de recipientes descartáveis de plástico nas praias de Pernambuco. O projeto de número 200/2019, proposto pela deputada Simone Santana (PSB) estabelece que, a partir da aprovação da proposta, os estabelecimentos têm até 2022 para se adaptar à norma, que também contempla as áreas próximas à orla. 

Pratos, copos, talheres, canudos e demais utensílios feitos de plástico costumam ser entregues aos consumidores na área litorânea por barracas, quiosques, ambulantes e bares. “Com frequência, os materiais não são descartados adequadamente, indo parar nos mares e rios. O hábito coloca em risco a biodiversidade, afetando inclusive a vida humana”, justifica a deputada Simone Santana, que também é autora do PL nº 68/2019, que proíbe a comercialização e distribuição de canudos de plástico no estado. 

As medidas prevêem a substituição dos derivados do plástico - que podem levar até 500 anos para se decompor - por produtos biodegradáveis que comprovadamente não sejam danosos à saúde e ao meio ambiente, como fibras naturais celulósicas. “Como sabemos que muitos profissionais autônomos e microempresários podem ter dificuldades econômicas para se adaptar à nova Lei, incluímos no texto a possibilidade desses comerciantes serem dispensados do cumprimento da lei por um tempo maior, desde que comprovem sua situação”, afirma a autora do projeto.

Em Pernambuco, o arquipélago de Fernando de Noronha estabeleceu a proibição da circulação de plástico a partir do mês passado. Por meio do Decreto Distrital 002/2018, que proíbe a entrada de plásticos descartáveis na ilha, ficou impedido o uso e a comercialização de recipientes e embalagens como garrafas plásticas de bebidas abaixo de 500ml, canudos, copos, talheres descartáveis, sacolas de supermercado, isopor e demais objetos compostos por polietilenos, polipropilenos ou similares.

As normas se aplicam a todos os estabelecimentos e atividades comerciais de Fernando de Noronha, incluindo restaurantes, bares, quiosques, lanchonetes, ambulantes, hotéis e pousadas, além dos cerca de 2,6 mil moradores da ilha e os 100 mil turistas esperados em 2019. Pioneira no país, a iniciativa é inspirada na legislação vigente nas Ilhas Seychelles, um paraíso turístico no Oceano Índico.

Com Diario de Pernambuco
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Mulheres da Muribeca produzem medicamentos fitoterápicos



Há 20 anos, um grupo de mulheres reúne-se, diariamente, num pequeno espaço na área urbana do conjunto Muribeca, em Jaboatão dos Guararapes, denominado Centro de Saúde Alternativa da Muribeca – CESAM, para o cultivo e fabricação de remédios fitoterápicos. Giselda Alves, Carmelita Pereira, Arnaílda Ferreira, Geane Virgínia, Severina Souza e Marluce Santana tornaram-se referência no mundo, quando em 2006, foram à Holanda apresentar a experiência.
“Éramos todas da igreja católica daqui e nos reuníamos para praticar exercícios e falar de saúde. Com a precariedade do nosso posto de saúde, que só funcionava até meio-dia, a solução foi partilhar o que aprendemos para resolver o básico, como gripes e resfriados”, lembra Giselda.
O primeiro composto experimentado pelo grupo, que iniciou o projeto com 30 mulheres, foi para resolver problemas de calvície. Com o tempo, os produtos foram sendo aprimorados.
A dificuldade financeira, que as impossibilitava de comprar as panelas e materiais adequados, fez com que o grupo mobilizasse a congregação, por meio de um padre holandês locado no bairro, para adquirir panelas de barro através de rifas.

Terra Produtiva

Para aperfeiçoar ainda mais o trabalho do coletivo, os frequentadores da igreja, através do intermédio de diversas pessoas, conseguiram a doação do terreno, onde até hoje fica a casa do CESAM. “Era uma terra improdutiva, cheia de concreto e coisas de demolição. Refizemos todo o solo com material orgânico para começar a plantar”, explica Giselda.
Com o tempo, o Centro Nordestino de Medicina Popular, através do Dr. Celerino Carriconde, e pesquisadores da UFPE, aproximaram-se da iniciativa e fortaleceram o projeto através da troca de conhecimento com farmacêuticos, agrônomos, especialistas em economia solidária e gestores financeiros.
“Essas parcerias nos ensinaram também a importância de estarmos ligadas às políticas públicas de saúde e a importância dos conselhos locais, municipais e estaduais”, explica Carmelita.
Pomada de Melão de São Caetano | Foto: Facebook

Medicina

Depois do composto para queda de cabelos, o lambedor e outro à base de sementes para fortalecer os ossos foram o ponto de partida.
Durante os primeiros encontros e consultorias, foi decidido que trabalhariam com dois broncodilatadores, expectorantes e e sabonete de melão e arruda, para problemas na pele e piolho.
Também foram incorporadas pomadas para dores nas articulações, cicatrizantes, varizes de hemorroida e rachaduras nos pés. Os produtos foram decididos de acordo com a necessidade dos moradores da região e as plantas do local.
Foto: André Soares/PorAqui
O grupo possui uma tabela de remédios naturais e alegações (para qual problema podem ser utilizados) com cerca de 50 medicamentos, que vão de ações cicatrizantes e anti-inflamatórios a medicamentos contra hipertensão e reumatismo.
“Esse trabalho é muito importante para nós. Somos donas de casa e estamos à margem de um trabalho convencional. Isso faz a gente se sentir viva, não só por causa da idade, mas também por ajudar na carência de médicos em Muribeca”, conta Giselda, que salienta a idade das suas companheiras: entre 50 e 70 anos.
CESAM – Centro de Saúde Alternativa da MuribecaRua 4, Quadra 3, nº 2000 – Conjunto Muribeca
(81) 3377-0483
Fonte:poraqui.com
Professor Edgar Bom Jardim - PE

quarta-feira, 1 de maio de 2019

Dia dos Trabalhadores em Bom Jardim: vai ter luta contra o fim da aposentadoria dos trabalhadores



Milhares de trabalhadores participam neste dia 1 de maio, Dia Internacional dos Trabalhadores, coordenado pelo Sindicato Rural de Bom Jardim e de mais sindicatos rurais de 15 cidades do Agreste.

O evento contou com a participação de diversas autoridades que se empenham contra a reforma da previdência patrocinada pelo governo Bolsonaro e pelo grande capital representado por  banqueiros e seguradoras.

A audiência pública teve a participação de mais de dois mil trabalhadores que reafirmaram ser contra a investida do governo federal e dos congressistas.   Os ataques afetam a economia das pequenas cidades que dependem das aposentadorias dos trabalhadores rurais para movimentar toda a economia. A PEC 006/2019 aumenta a idade mínima para 65 anos para os homens, o valor das aposentadorias será rebaixado.

"Os trabalhadores irão lutar, ficaremos atentos aos deputados tchutchucas, os inimigos do povo, traidores da sociedade", disse seu Antônio José, líder comunitário.


Professor Edgar Bom Jardim - PE

Fim do Minha Casa Minha Vida:Segundo empresários, não há mais o que fazer a não ser esperar e torcer



Coluna Painel S.A., na edição desta segunda-feira (29) da Folha de S.Paulo, informa que empresários do setor de construção jogaram a toalha diante da declaração do ministro do Desenvolvimento Regional, Gustavo Canuto, afirmou na última quarta (24) que a verba do governo para o programa acaba em junho.
Até lá, construtoras preveem que obras em andamento vão prosseguir, mas que novos projetos dificilmente vão sair do papel. Segundo empresários, não há mais o que fazer a não ser esperar e torcer.
“Não tem o que fazer, o que deu foi garantir até junho. Agora é esperar a Previdência para negociar depois”, diz José Carlos Martins, presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIB).
Com informação da revistaforum.com.br
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Aprovada greve geral para defender aposentaria dos trabalhadores do Brasil




No ato unificado de celebração do Dia do Trabalho, nesta quarta-feira, 1º, as principais centrais sindicais aprovaram uma greve geral, marcada para o dia 14 de junho, às vésperas da data prevista para votação da reforma da Previdência no Congresso Nacional.
Em São Paulo, no Vale do Anhangabaú, participaram do ato a Central Única dos Trabalhadores (CUT), Força Sindical, Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), União Geral de Trabalhadores (UGT), Intersindical, Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), Nova Central, Central Sindical e Popular (CSP-Conlutas), Frente Brasil Popular e Frente Povo sem Medo. Representantes das centrais estimaram em 200.000 o número de pessoas no Anhangabaú.
“Está aprovado. O Brasil irá parar em defesa do direito à aposentadoria dos brasileiros e das brasileiras. A única forma de barrar essa reforma é fazer o enfrentamento nas ruas. É greve geral”, afirmou Vagner Freitas, presidente da CUT.
Segundo Freitas, a proposta de reforma da Previdência do governo Bolsonaro é “cruel com o povo”. “Se [Paulo] Guedes quer arrecadar 1 trilhão de reais, que vá tributar os ricos e milionários que têm jatinho, avião e jet ski. Não venha querer tirar do povo trabalhador”, acrescentou.  Para o presidente nacional da CTB, Adilson Araújo, “ou essa reforma para de tramitar ou paramos o Brasil”.

Milhares de pessoas saíram às ruas do país no Dia Internacional do Trabalhado para protestar contra a reforma da Previdência. No ato unificado das centrais foi marcado o 14 de junho como Dia da Greve Geral 1https://bit.ly/2GSiuht

Discurso semelhante adotou o presidente da Força Sindical, Miguel Torres. Ele destacou a “unidade” construída pelas centrais sindicais contra a reforma da Previdência. “A unidade se faz na luta constante e estaremos juntos até o fim para barrar a reforma da Previdência”, disse.
Torres ressaltou, ainda, a inédita união das dez centrais sindicais no ato desta quarta-feira. “Sempre foi um sonho nosso [o ato unificado]. Por mais divergência que a gente possa ter, a conjuntura nacional nos levou a este momento histórico”, explicou o presidente da Força Sindical.
Apesar do discurso de unidade, militantes da CUT vaiaram Paulinho da Força, que afirmou, nesta quarta-feira, que os partidos que se reúnem no chamado Centrão discutem o apoio a uma reforma da Previdência que não “garanta” a reeleição de Bolsonaro em 2022.

Haddad

O ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad fez críticas ao governo de Jair Bolsonaro, com quem disputou o segundo turno das eleições presidenciais no ano passado. “O governo [Bolsonaro] está levando à frente a agenda econômica de Temer, com corte de direitos sociais, corte de direitos trabalhistas e corte de direitos previdenciários”, disse.
Haddad ainda questionou onde estavam os empregos que a oposição ao governo do PT havia prometido. “Não era só tirar a Dilma? Cadê o emprego e a renda? Só no mês passado perdemos 43.000 postos de trabalho com carteira assinada”, disse o petista.
Apesar do ambiente hostil a Bolsonaro, Haddad descartou que o mote do ato fosse um “Fora, Bolsonaro”. Na avaliação do petista, processos de impeachment não podem ser usados dessa forma. “Isso a gente tem de ter muito cuidado, porque a Constituição estabelece que impeachment tem de ter crime de responsabilidade. Não pode ser palavra de ordem. Crime de responsabilidade é uma coisa e temos de ser estritamente fiéis à Constituição”, afirmou.

Bolsonaro

Em meio às manifestações contra a reforma da Previdência, o presidente Jair Bolsonaro fará um pronunciamento, em rede nacional de rádio e TV, por ocasião do Dia do Trabalho, nesta quarta-feira, às 20 horas. Ele deverá relatar esforços do governo para reverter as taxas de desemprego do país.
O presidente deve ressaltar que as medidas econômicas que estão sendo adotadas pelo governo têm como objetivo alavancar investimentos e a geração de empregos.
(Com Estadão Conteúdo)
Andrea Felizolla/FramePhoto Manifestação do Dia do Trabalho é realizada no Vale do Anhangabaú, região central de São Paulo (SP) – 01/05/2019
Professor Edgar Bom Jardim - PE

terça-feira, 30 de abril de 2019

Guiadó, Trump e Bolsonaro sofrem derrota na Venezuela

Donald Trump, presidente dos Estados Unidos
Donald Trump, presidente dos Estados UnidosFoto: Saul Loeb/AFP

Após escalada da crise na Venezuela nesta terça-feira (30), o governo dos Estados Unidos ofereceu alívio nas sanções a aliados de Nicolás Maduro que mudarem de lado e passarem a apoiar o líder de oposição Juan Guaidó, autoproclamado há quase cem dias presidente interino venezuelano.
O afrouxamento das sanções diplomáticas e econômicas inclui medidas impostas à PDVSA, petrolífera da Venezuela que teve seus ativos bloqueados.
Em nota do Departamento do Tesouro americano publicada em inglês e espanhol, o governo Donald Trump afirma que os EUA se unem ao povo venezuelano e a Guaidó "em oposição ao regime ilegítimo de Maduro".
"O caminho para o alívio das sanções para indivíduos e entidades alinhadas com o ilegítimo regime de Maduro, incluindo instituições como a PDVSA, é mudar seu comportamento e apoiar o líder eleito democraticamente da Venezuela e aqueles que buscam restaurar a democracia", diz o texto.
A nota do Tesouro americano diz que o caminho para afrouxamento das sanções a aliados de Maduro é justamente a mudança de posição.
O governo Trump mantém a retórica de que "todas as cartas estão sobre a mesa" quando o assunto é a crise na Venezuela, deixando aberta, inclusive, a opção de uma intervenção militar no país latino-americano.
O comunicado do Tesouro americano afirma ainda que os EUA vão continuar agindo "contra aqueles que se colocam no caminho para restaurar a democracia na Venezuela".
John Bolton, assessor de segurança nacional da Casa Branca e expoente da linha-dura do governo Trump contra Maduro, passou a terça publicando comentários nas redes sociais sobre a crise venezuelana. Segundo ele, "a única rota" para o alívio das sanções a indivíduos e entidades alinhadas a Maduro é "aceitando a oferta generosa de anistia de Guiadó"
Com informações da Folha de Pernambuco
Professor Edgar Bom Jardim - PE

A destruição das Universidades Públicas do Brasil



Segundo Abraham Weintraub, universidades têm permitido eventos políticos, manifestações partidárias ou festas inadequadas ao ambiente universitário. Ele deu exemplos do que considera bagunça: “Sem-terra dentro do câmpus, gente pelada dentro do câmpus”
Bolsonaro e Abraham Weintrab (Foto: Andre Sousa/MEC)
o ministro da Educação de Jair Bolsonaro, Abraham Weintrab determinou o corte de pelo menos 30% dos recursos da Universidade de Brasília (UnB), da Universidade Federal Fluminense (UFF) e da Universidade Federal da Bahia (UFBA) por terem permitido que ocorressem atos políticos – classificados por ele como “balbúrdia” – em seus campi.
“Universidades que, em vez de procurar melhorar o desempenho acadêmico, estiverem fazendo balbúrdia, terão verbas reduzidas”, disse Weintrab em reportagem de Renata Agostini, na edição desta terça-feira (30) do jornal O Estado de S.Paulo.

Segundo Weintraub, universidades têm permitido que aconteçam em suas instalações eventos políticos, manifestações partidárias ou festas inadequadas ao ambiente universitário. “A universidade deve estar com sobra de dinheiro para fazer bagunça e evento ridículo”, disse. Ele deu exemplos do que considera bagunça: “Sem-terra dentro do câmpus, gente pelada dentro do câmpus”.
Em 2018, a UFF foi palco de um rumoroso “ato contra o fascismo”, na reta final da eleição presidencial. Já a UnB foi palco recentemente de debates com Fernando Haddad (PT) e Guilherme Boulos (PSOL).
De acordo com o MEC, as três universidades tiveram 30% das suas dotações orçamentárias anuais bloqueadas, medida que entrou em vigor na semana passada. Os cortes atingem as chamadas despesas discricionárias, destinadas a custear gastos como água, luz, limpeza, bolsas de auxílio a estudantes, entre outros.
Questionado se essa forma de escolha caracteriza, na prática, uma “lei da mordaça” nas universidades, ferindo a liberdade de expressão de alunos e professores, ele afirmou que todos “têm logicamente o direito de se expressar”, desde que o desempenho acadêmico esteja bom. “Só tomaremos medidas dentro da lei. Posso cortar e, infelizmente, preciso cortar de algum lugar”, afirmou. “Para cantar de galo, tem de ter vida perfeita.”
Avaliação
O ministro ainda acusou UnB, UFBA e UFF de queda no desempenho. No entanto, elas se mantêm em destaque em avaliações internacionais. O ranking da publicação britânica Times Higher Education (THE), um dos principais em avaliação do ensino superior, mostra que Unb e UFBA tiveram melhor avaliação na última edição.
Na classificação das melhores da América Latina, a Unb passou da 19.ª posição, em 2017, para 16.ª no ano seguinte. A UFBA passou da 71.ª para a 30.ª posição. A UFF manteve o mesmo lugar, em 45.º. Segundo a publicação, as três se destacam pela boa avaliação em ensino e pesquisa. E Unb e UFBA aparecem entre as 400 melhores instituições do mundo em cursos da área da saúde.
Com informação da Revista Forum
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Xenofobia contra estudantes brasileiros em Portugal



Caixa com pedras foi colocada em um corredor da universidade
Caixa com pedras foi colocada em um corredor da universidadeFoto: Reprodução/Twitter
Estudantes brasileiros da Faculdade de Direito de Lisboa denunciam casos de xenofobia vivenciados no campus da instituição, na capital de Portugal. Em publicação nas redes sociais, universitários mostram fotos de caixas com cartazes com dizeres preconceituosos que foram colocadas em corredores da faculdade nessa segunda-feira (29). O caso gerou reações nas redes sociais, e internautas lamentaram a situação.

Em um dos cartazes, colado em uma caixa com várias pedras, os estudantes sugerem que os colegas atirem os objetos em algum "zuca", termo pejorativo para se referir aos brasileiros. Os autores ainda citam que os brasileiros passaram "à frente no mestrado" como uma justificativa para a ação.

Em depoimento à Folha de Pernambuco, a mestranda em Direito Constitucional Renata Silveira, de 34 anos, carioca e desde outubro de 2018 em Portugal, conta que já presenciou cenas de xenofobia anteriormente nas ruas, mas na faculdade só escutava relatos. "Sempre fui bem tratada pelos professores e pelos colegas. Fiquei muito assustada, principalmente pelo fato de ter sido no local onde eu estudo, um prédio de Direito de uma universidade renomada no mundo", afirmou. 

A estudante ainda conta que sente um olhar diferente quando caminha nas ruas do país. "Acontece muito mais com quem vem para cá para trabalhar. Percebo que há esse preconceito e a gente fica chateada e magoada porque não espera sofrer isso dentro da instituição", acrescentou Renata. "A gente é visto como se tivesse roubando o lugar deles, mas não estamos roubando nada", finalizou.

Em nota, a universidade se posicionou sobre o caso. "Não serão toleradas quaisquer ações ofensivas relativamente a alunos da Faculdade", diz o texto, além de citar que a instituição está em fase de eleições para a Associação Acadêmica da Faculdade de Direito de Lisboa, o que pode ter provocado as manifestações contrárias aos brasileiros. 

A resposta da instituição, no entanto, não evitou protestos dos brasileiros. Com cartazes com as frases "Queremos respeito" e "Xenofobia é crime" e bandeiras do Brasil, os estudantes reagiram às atitudes xenofóbicas. Um novo protesto está previsto para ocorrer nesta quinta-feira (2).

Professor Edgar Bom Jardim - PE

28 milhões de desempregados e trabalhadores precários


Foto: Wilson Dias/Agência Brasil
Foto: Wilson Dias/Agência Brasil






















A taxa de desemprego no país atingiu 12,7% no primeiro trimestre do ano, acima dos 11,6% do último trimestre de 2018. Houve, no entanto, queda na comparação com o primeiro trimestre do ano passado (13,1%).

Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – Contínua (Pnad-C), divulgada hoje (30) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A população subutilizada também atingiu o número recorde de 28,3 milhões, com alta de 5,6% (1,5 milhão de pessoas) em relação ao trimestre anterior e de 3% (mais 819 mil pessoas) na comparação anual.
O grupo de trabalhadores subutilizados reúne os desempregados, aqueles que estão subocupados (menos de 40 horas semanais trabalhadas), os desalentados (que desistiram de procurar emprego) e os que poderiam estar ocupados, mas não trabalham por motivos diversos.
A subutilização foi puxada pela desocupação e pela força de trabalho potencial. O número de pessoas desalentadas subiu 3,9% (180 mil pessoas a mais) em relação ao trimestre anterior, atingindo 4,8 milhões de brasileiros. Já o contingente de pessoas subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas se manteve estável em 6,8 milhões.
Com informações do Diario de Pernambuco e G1.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

segunda-feira, 29 de abril de 2019

Herdeiros de uma história familiar de analfabetismo, os gêmeos superaram a realidade rural e se gabaritaram para ingressar no programa Ganhe o Mundo

Luan e Luana dos Santos, 16 anos
Luan e Luana dos Santos, 16 anosFoto: Jose Britto/Folha de Pernambuco
Foi necessário mergulhar nos livros diariamente, entrando pela madrugada, e usar as férias escolares como tempo extra de estudo, mas um casal de gêmeos da pequena Macaparana, na Mata Norte pernambucana, conseguiu quebrar uma história familiar secular de anafalbetismo e trabalho rural exaustivo. 

Notas excelentes em português e matemática e domínio de uma língua estrangeira renderam uma vaga para a cada um no Programa Ganhe o Mundo (PGM), do Governo do Estado. Em agosto, Luan e Luana dos Santos, 16 anos, embarcam para o exterior. 

Quando voltarem, querem entrar na universidade. Ela quer estudar alguma engenharia. Ele prefere a área de saúde. É louco por biologia. “Aqui, quem tem pais trabalhadores rurais sempre acaba sendo trabalhador rural também. Mas, minha mãe não quis que a história continuasse. Podemos hoje escolher o que vamos ser”, conta Luan. 
Com a rotina que os gêmeos levam, é possível que consigam atingir o sucesso que desejarem. “A gente chega do colégio integral e ensina a tarefa ao nosso irmão mais novo e ao nosso sobrinho. Ajudamos no serviço de casa e depois vamos estudar, até a madrugada. Fico até 1h30. Ele até as 3h, quando tem tarefas maiores. Mas tem que controlar a hora de dormir, porque tem aula dia seguinte”, ressalta Luana. “Saímos às 7h15. Se sair de 7h19, temos que vir nas carreiras para não chegar atrasado”, completa o irmão.

Foi Josefa dos Santos, 52, mãe dos gêmeos e de outros cinco, que transferiu a própria vontade de estudar e aprender a ler para eles. Começou a trabalhar no roçado aos seis anos. “Eu chorava, querendo ir à escola, mas minha mãe dizia que só iria se desse tempo, depois do trabalho no campo. Aprendi a escrever meu nome e algumas poucas palavras. Decidi que meus filhos teriam uma vida diferente. Que iriam estudar”, contou.

Ela chama a atenção na Escola de Referência em Ensino Médio Benedita de Morais Guerra por não faltar reuniões, desde que os primeiros filhos que se tornaram alunos. Ia grávida, amamentando, doente. “Acho importante saber o que está acontecendo lá. Deixo o que tiver para fazer em casa, mas vou.” Há uma fascinação pelo ambiente escolar. “Se eu tivesse estudo, não estaria aqui. Agora, é a partir deles que posso viver outros lugares.”

O filho mais velho de Josefa foi o único que seguiu o curso da família na roça. Quando era criança, moravam em um sítio e a escola muitas vezes se tornava inacessível pela falta de ônibus escolar. Outros três estudaram no Erem e já cursam graduações em universidades públicas. “Quando o Erem chegou, meu primeiro filho entrou e dizia que as pessoas olhavam atravessado para os sapatos, coisas assim, porque somos pobres. Aconteceu com os gêmeos, também. Mas eu sempre dizia que eles ignorassem isso e estudassem”, conta. 

O país para onde irão ainda será aleatoriamente definido. Eles não se importam caso fiquem separados. Dizem que são gêmeos, mas cada um tem a sua própria história. O PGM pode levá-los à Argentina, ao Chile, ao Uruguai, à Colômbia ou à Espanha. Até hoje, o lugar mais distante que os gêmeos - e seus pais - foram, foi o Janga, em Paulista, onde uma parente mora. “Achava que isso nunca poderia acontecer com quem não tem dinheiro”, confessa a mãe dos gêmeos. 

De fora do Brasil, ninguém tem ideia do que vai encontrar. Se Macaparana tem 25 mil habitantes, Santiago tem 5,6 milhões, por exemplo. “Sei que lá eles têm uma fala diferente”, arrisca o pai, seu Luiz dos Santos, 59, que segurou a barra financeira se mantendo no trabalho rural para que Josefa pudesse cuidar da casa e da educação dos filhos


Folha de Pernambuco
Professor Edgar Bom Jardim - PE

A fragmentação desfaz a solidariedade

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Multiplicaram-se as culturas. As diferenças não cederam nem trouxeram possibilidades de trocas mais profundas.Há disputas frequentes, com violências doentias. Não se cura a inveja, tampouco se cuida de olhar os outros e verificar o aumento das suas necessidades. Não há negar que tecnologias ajudam a reinventar espaços e cortejar afetos. Mas as crueldades e os desprezos permanecem, apesar de todas as teorias salvadoras do mundo que teima em acumular lixos. A natureza mostra reações destruidoras, o terrorismo salta os territórios de calmarias, o narcisismo  quebra saídas e expande religiões cobertas de vinganças.
Parece que a história está abusando de contrariar as sociabilidades. Por isso, o canto das utopias se desmancham. Lembro-me de Rousseau com seu romantismo. Acreditava que os homem nascia bom e a sociedade  o corrompia. Via o avesso, mas nutria sonhos.Hoje, o desgoverno avança. A aridez seca, amplia desertos, fortalece trocas de espertezas indignas.É importante consultar memórias e não cair em armadilhas. Há continuidades. Insiste-se com tiranias, as celebrações fascistas não desapareceram e escravização  não está  morta. Celebra-se a escassez ousadias,
A história convive com permanências. Cultivar a ideologia do progresso é um engano tolo e assassino. Constrói vitrines que, apenas, iludem e empurram a sociedade de festividades fugazes. As relações de poder incentivam os privilégios. Exercitam manipulações, inquietam, desconfortam. Portanto, é preciso não menosprezar a complexidade. Os valores se fragmentam buscando consolidar as hierarquias. Elas  favorecem monopólios, se valem de deboches e retomam acontecimentos do passado para revisitá-los de forma cruel. O oportunismo acompanha os desejo de sepultar as rebeldias. As censuras voltam como assombrações contínuas.
Não esqueça das invisibilidades, do que se esconde, dos discursos populistas, do controle constante. As redes sociais espalham notícias com rapidez, facilitam as comunicações, são válvulas de escape. No entanto, nem tudo ajuda a procurar quem atiça a luta e denuncia o cinismo das elites. A ambiguidade exige olhos abertos para se enxergar os abismos, se livrar das imagens falsificadas. A história não é a negação da carência ou um projeto  para iluminar o mundo. Desde as suas lendas mais tradicionais, ela profetiza descontroles e impossibilidades. Qual é mesmo a novidade na atual desmontagem das ordens e dos afetos aconchegantes?
A astúcia de Ulisses
Professor Edgar Bom Jardim - PE