domingo, 3 de fevereiro de 2019

Presidente da Fundaj Alfredo Bertini: viés econômico à cultura

Presidente da Fundaj Alfredo Bertini

Entre as frases reiteradas do recém-empossado presidente da Fundação Joaquim Nabuco(Fundaj), o economista Alfredo Bertini, 57 anos, em conversa com a Folha de Pernambuco, “resgatar valores, olhar para o futuro e reaproximar a instituição da população” ficaram à frente. O pernambucano fez questão de lembrar, também, que foi ali, onde hoje é o prédio da instituição no bairro do Derby, que ele nasceu e desde os bancos da universidade, sonhou em assumir um cargo público. 

Mas a sua volta à Fundação e como gestor, se deu depois de um passar do tempo que lhe proporcionou trilhar outros caminhos, paralelos à sua formação acadêmica - especificamente no campo da cultura. Bertini esteve à frente mais recentemente da Secretaria Nacional do Audiovisuale, em 2002, criou ao lado da esposa Sandra Bertini, o Cine PE - Festival do Audiovisual, integralmente assumido por ela desde a sua ida para Brasília, em 2016. 
Acompanhe alguns dos temas abordados pelo presidente da Fundaj:

Olhar para o futuro 

"A perspectiva é de olhar para a frente da história sem perder de vista valores de uma grife de intelectuais que contribuíram para a instituição e que já teve presença, sobretudo, no cenário econômico, não só na pesquisa social. Para os mais jovens talvez isso valha como uma novidade, mas a Fundação chegou a calcular índice de custo de vida, taxa de desemprego".

Ao gosto de Bolsonaro
"Quero colocar a Fundaj no papel colaborativo, trabalhando em conjunto com outros órgãos. E aí teríamos o entendimento de uma política regional, bem ao gosto do que o presidente tem colocado. A Fundação trabalhava de uma forma isolada e é um pouco da mesma crítica que se faz às universidades". 

Políticas públicas 
"Temos um distanciamento entre políticas públicas e sociedade. Temos que trabalhar com prioridades governamentais e institucionais, em relação, por exemplo, a demandas do Ministério da Educação a quem estamos diretamente atrelados. Sair da postura de isolamento e se abrir para a sociedade".

Núcleos de pesquisa
"Estamos montando e desenhando uma ideia de resgate do núcleo de indicadores econômicos. Além de atividades da pesquisa social, característica marcante da Fundaj, e ações do núcleo de economia criativa - que será criado - e prioridades do governo". 

70 anos da Fundaj
"Queremos uma programação que se estenda entre os dias 19 de julho a 19 de agosto, para chegarmos aos 170 anos de Joaquim Nabuco. Atividades culturais, seminários - com participação do ministro Ricardo Vélez (Educação) que já se colocou à disposição e já estamos trabalhando, também, com a equipe do Museu do Homem do Nordeste, que estará fazendo 40 anos".

Ministério da Cultura
"Foi só uma mudança de nomenclatura, com perda do status de ministério para secretaria, agora absorvida pelo Ministério da Cidadania. Do ponto de vista orgânico e estrutural e de dotação de recursos não alterou nada. Particularmente, como economista, gostaria de que tivesse sido formada uma secretaria de economia criativa, bem melhor do que uma secretaria nacional de cultura, mas vamos levar o conceito e trabalhar com ele, para discutir a cultura sob o viés econômico".
De Folha de Pernambuco
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Lucro acima de tudo, lama encima de todos


O desastre da Vale em Brumadinho foi uma tragédia anunciada. Em dois sentidos: primeiro porque o lobby das mineradoras barra legislação para evitar o pior. Segundo, em um sentido mais profundo, porque tragédias ambientais são da lógica do capitalismo, principalmente depois das reformas neoliberais que mudaram o mundo desde os anos 1980.
O desastre com a barragem da Samarco em Mariana (MG) em novembro de 2015 também é responsabilidade da Vale. A Samarco é um joint venture da Vale com a anglo-australiana BHP Billiton. A última era a maior empresa de mineração do mundo em 2013, perdendo a posição para outra anglo-australiana (a Rio Tinto), que por sua vez teria perdido a posição para a Vale há duas semanas.
Depois do desastre em Mariana, a comoção levou a promessas de mudança de conduta por parte da empresa, de um lado, e de dureza na legislação e na fiscalização, de outro. As promessas foram vãs, pois as mineradoras financiaram lobby para barrar reformas protetoras do meio-ambiente.
Um projeto com regras severas de licenciamento ambiental para novas barragens e fiscalização mais dura das existentes está paralisado na Assembleia Legislativa de Minas Gerais há um ano. O projeto aumentava o custo das mineradoras, tanto por aumentar investimento em prevenção quanto exigir a formação de um fundo para danos futuros.
Foi vetado pelos deputados Tadeu Martins Leite (MDB), Gil Pereira (PP) e Thiago Cota (MDB). O último afirmou à BBC Brasil que o projeto “inviabilizaria a mineração em Minas Gerais… não teríamos mais como sonhar com o retorno da Samarco. Isso seria terrível para Mariana, Ouro Preto e toda uma região.”
O lobby das mineradoras também barrou projeto no Senado que aumentava a fiscalização, as exigências de segurança e as punições por não cumpri-las. Também exigia a contratração de seguro ou garantia financeira para cobertura de danos. A exigência de seguro complementaria a fiscalização pública com a avaliação da seguradora privada.
Enquanto o projeto do Senado foi arquivado em 2018, três projetos da Câmara de Deputados estão parados desde 2016. No Ministério Público, a cobrança no valor de R$ 155 bilhões contra a Samarco está suspensa por conta de negociações com a empresa, que quer diminuir o valor.
A luta contra a indenização pelo desastre de Brumadinho já começou. Na segunda-feira o advogado da Vale, Sérgio Bermudes, afirmou que a empresa “não enxerga razões determinantes de sua responsabilidade” no estouro da barragem. A repercussão negativa levou a empresa a desautorizá-lo, mas ele já pediu à Justiça mineira o fim do bloqueio de R$ 11 bilhões para indenizações.
A Vale também é conhecida por lutar contra impostos. Como outras empresas, pratica elisão fiscal através de preços de transferência: exporta para uma coligada em um paraíso fiscal, que depois revende pelo preço de mercado. Assim, não recolhe tributos devidos no Brasil (nem no paraíso fiscal).

Sem limitar-se à Vale, um estudo do economista Guilherme Morlin atestou uma diferença sistemática entre o preço do minério de ferro exportado pelo Brasil e a cotação internacional de mercado entre 2009 e 2015. A depender da base de dados, o subfaturamento totalizou algo entre US$ 39 e 49 bilhões entre fevereiro de 2009 e dezembro de 2015. Mais de 80% das exportações brasileiras de ferro foram adquiridas por empresas sediadas na Suíça, um ponto de revenda que só se justifica por ser conhecido paraíso fiscal.
A perda de arrecadação tributária foi estimada em nada menos que US$ 12,5 bilhões apenas em impostos sobre os lucros, sem contar rendimentos financeiros e a CFEM (Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais). Outro estudo do INESC calculou que a Vale pagou 40% a menos do que o devido CFEM em 2013.
Para dizer o mínimo, a Vale não devolve o que deveria para a coletividade que a abriga. A empresa é uma expressão perfeita do capitalismo neoliberal. A concorrência impõe a lógica do capitalismo sobre cada empresa: reduzir custos por todos os meios e se apropriar gratuitamente de recursos coletivos e naturais não renováveis até seu esgotamento. Já o neoliberalismo exalta a empresa e deslegitima o poder público que poderia impor regras e custos para as empresas.
Muitas empresas não têm compromisso nacional e preferem se deslocar para territórios com menores custos tributários, trabalhistas, ambientais ou regulatórios. Quando não podem, seus lobistas, políticos, advogados, intelectuais e publicitários procuram recriar condições “mais livres” em suas próprias sedes usando os argumentos neoliberais de sempre.
A má notícia para os brasileiros é que a melhor expressão mundial da pulsão neoliberal talvez seja Jair Bolsonaro, para quem a vida do empresário é difícil por causa das leis trabalhistas, dos impostos e das normas ambientais (a “indústria da multa”).


A notícia pior é que o novo desastre da Vale é fichinha diante dos desastres que serão produzidos pelo aquecimento global, produto maior daquilo que nosso presidente chamou de “dejeitos” da atividade econômica. Apesar de Brumadinho, o mais provável é que Bolsonaro continue considerando o combate à degradação ambiental e à mudança climática um complô do “marxismo cultural” contra o capitalismo.
Fonte: cartacapital.com.br

Professor Edgar Bom Jardim - PE

sábado, 2 de fevereiro de 2019

Eita,Prefeito é amarrado em poste por não cumprir suas promessas

A notícia não é nova, mas...
Reprodução/El Deber
Moradores da cidade de San Buenaventura, na Bolívia, decidiram cobrar o prefeito eleito, Javier Delgado, por não cumprir as promessas que havia feito em sua campanha eleitoral. De acordo com o jornal local El Weber, no início da semana o político ficou preso a um bloco de madeira em uma espécie de “castigo” por sua administração ruim.
O prefeito teria sido punido porque alguns habitantes da comunidade de San José de Uchupiamonas se sentiram enganadas e não tiveram seus desejos atendidos. Na Bolívia, a Constituição reconhece o conceito de justiça comunitária para os indígenas, mas só reconhece penas como multas e trabalhos comunitários.
“O povo o recebeu e a condição era que o puséssemos no cepo. Ele não cumpriu os compromissos que contraiu com a população de San José e segundo as autoridades da comunidade, quando eles vão [até o prefeito], ele não os atende com prioridade”, afirma Daniel Salvador, morador de San Buenaventura.
Questionado, Delgado se defende e afirma que “houve uma total confusão e distorção da informação” feita por pessoas com interesses políticos.
Não é o primeiro castigo enfrentado pelo prefeito boliviano. Em 2015 e 2016, o político foi acusado dos mesmos crimes e acabou sendo castigado em Tumupasa, onde fica a etnia Tacana. Dessa vez, o político afirmou que sentiu uma profunda tristeza pela falta de informação da população. “[O castigo] é mais que físico, é moral”.
br.noticias.yahoo.com
Professor Edgar Bom Jardim - PE

O encanto e o desencontro: a sociedade ambígua


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O crescimento da tecnologia animou o capitalismo. A multiplicidade de invenções modifica hábitos. O mundo se abria para um consumo. No entanto, as desigualdade não se foram. O uso de armas atômicas continua assustando e promovendo choque violentos. As guerras são cotidianas atiçando perplexidades. Compra-se e, ainda, existe euforia. Muitos perguntam se a felicidade é uma dádiva, uma articulação das estratégias do capitalismo. Há quem acredite e nem observa que a exploração permanece globalizada. Fabricaram-se vacinas, antibióticos, vitaminas. Celebram a beleza do corpo. E os vazios? Será que haverá o surgimento de paraísos e a morte das hierarquias?
Quando as tragédias  assassinam, a gritaria é geral. As denúncias frequentes criam tensões. Muita saudade, perdas irreparáveis, porém há quem quem defenda as grande empresas. É preciso assinalar que o capitalismo contribui para fragilizar os valores de solidariedade. Se a disputa toma conta do mercado, como segurar a desconfiança? A riqueza se concentra nas mãos de uma minoria. Ela mantém seu poder político. Alicia, forma quadros especializados e seduz antigos adversários. Não se pode fechar o olhos e admitir que houve falhas superficiais, desprezando as perdas dos outros, destilando arrogância, indiferente aos descontroles dos governos.Há milícias espalhadas com limites tênues.
A história não é uma sucessão de misérias absolutas. Há ações que trazem renascimentos, indicam gratidões, desejos de firmar utopias. O importante é decifrar as ambiguidades, sentir que as manipulações garantem supremacias perversas. As idas e vindas mostram a complexidade das relações sociais. As religiões geram expectativas de salvação, se enche de promessas, apelam para a humildade. No entanto, surpreendem quando se aliam a projetos políticos nada generosas. Há traições constantes e mergulhos em fantasias que empurram para frustração. O sagrado se mistura com o profano e as mídias religiosas entram no fascínio do sucesso. O peso dos interesses desconecta as balanças e emudece a justiça. Vale o que vale.
Não adianta tecnologias sofisticadas, sem uma crítica aos valores que ela estimula. A história não é abstração. Ela construída por pessoas. Há regras e compromissos. Se o tilintar das moedas atrai é porque há privilégios sendo preservados e corrupções consumadas. Na política, as argumentos podem trazer desenganos e mascarar intenções. A riqueza não é coletiva, repartida em benefício de todos. Portanto, insistir na denúncia não é pecado capital, é escolher saídas, no meio de multiplicidade de opiniões que consagram o movimento das bolsas e as valorizações das ações. Quem simpatiza com capitalismo está adotando concepções de mundo muito longe de um projeto coletivo. Há outras alternativas para a história ou a convivência social possui a marca do individualismo?
A astúcia de Ulisses. 
Por Paulo Rezende
Professor Edgar Bom Jardim - PE

A tragédia não é incomum


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Há sempre sensacionalismo no jogo da mídia. Ela gosta de imagens inquietantes. Manipula bem os desejos da sociedade que não cessa de buscar novidades. Muitas notícias atraem e provocam expectativas. Será que o pecado é um produto humano? A natureza está arruinada? A tecnologia é uma dádiva? Quem acredita no compromisso dos governos? Não faltam temas. No entanto, a desgraça dos outros toca e gera debates. Tudo é muito rápido e passa deixando sofrimentos que são escondidos. Portanto, é preciso leitores ávidos por detalhes, trazer os apáticos para frente das telas, enfeitiçar para manter a audiência. Tudo é mercadoria, garante patrocínio, celebra sucesso..
Vivemos cercados de desmantelos. As hierarquias sufocam e deprimem, mas a necessidade de exibir um grande números de descuidos é importante. Distrai alguns. Ontem falaram de Davos, criaram-se especulações sobre as andanças do presidente. Surge um tema que desloca todas as atenções. As empresas de mineração parecem não gostar do meio ambiente. Mortes anunciadas, denúncias retomadas, rios destroçados. O escândalo prospera por uns dias. Há indignação, levantam-se dados, observa-se a precariedade geral. O suspense é grande, as milícias silenciam, as pessoas se reúnem na sala de jantar curiosas e traumatizadas. Momento de aflição fabricado, porém há lamentações firmes e profundas. Há quem não se iluda com os malabarismos. Desconfia e sente atmosfera suja.
Quem  analisa as pequenas tragédias? Há refugiados, analfabetismo, desemprego, crime organizado. Isso faz parte do cotidiano. É tragédia, porém quanto vale? Que imagens temos da miséria? A fome faz parte do sistema? Que sonhos podem ser imaginados se não há espaço para igualdade? Dói ver as falcatruas das mineradoras. Não são punidas e há quem tenha pena do prejuízo das empresas. E as pessoas que estão embaixo da lama? Conhece Itabira, terra de Drummond e feudo das artimanhas da Vale do Rio Doce? A riqueza encobre os desgovernos e protege privilégios. Quem controla a verdade e se salva  com louvores? E as ações na bolsa ferem o ritmo do capitalismo?
Somos mortais. Para certas religiões, somos eternos devedores. Merecemos perdão ou o fogo do inferno? A incompletude mostra que a perfeição inexiste. O trágico é uma invenção da cultura ? Lembram-se das obras de Sófocles, da aridez das perseguições políticas, das chacinas racistas? O trágico inventa e possui muitas formas Não faltam memórias arruinadas. Elas incomodam e a sociedade quer espetáculo. Se não houver crítica e rebeldia os registros se vão e morrem as revoltas. Convivemos com tragédias,  resta saber o que aprendemos com elas. Muitas perguntas tensionam as emoções, muitas vezes, de forma superficial. Cuidamos pouco da solidariedade. Desligamos, conectamos, ampliamos acontecimentos. Que fazer? A pulsão de morte não abandona a história.Mortais e predatórios, é o que somos.
 Por Paulo Rezende
A astúcia de Ulisses.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

O mundo está à beira de uma nova grande crise econômica?

Trabalhadores na ChinaDireito de imagemAFP
Image captionOrganizações internacionais vêm reduzindo suas projeções de crescimento global
Nos últimos meses, os sinais de preocupação com a economia mundial têm se acumulado: analistas apontam para crescentes riscos de crise no horizonte e organizações internacionais vêm reduzindo suas projeções de crescimento global.
Em janeiro, o FMI (Fundo Monetário Internacional) revisou sua previsão de crescimento global de 3,7% para 3,5% neste ano e de 3,7% para 3,6% em 2020. O Banco Mundial também recalibrou sua estimativa de avanço da economia mundial para 2,9% neste ano, 0,1 ponto percentual abaixo da projeção de junho passado.
O clima de ansiedade era visível em Davos, na Suíça, onde líderes políticos e empresariais estiveram reunidos no último mês para o Fórum Econômico Mundial. Um levantamento recente do grupo de pesquisas Conference Board revelou que a possibilidade de recessão global é a principal preocupação dos mais de 800 CEOs consultados em diversos países.
Mas será que o mundo realmente se encaminha para uma nova grande crise econômica?
A diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, alertou em Davos que, após dois anos de sólida expansão, a economia mundial está crescendo mais lentamente do que o esperado e os riscos estão aumentando.
"Isso significa que há uma recessão global dobrando a esquina? Não. Mas o risco de um declínio mais acentuado no crescimento global certamente aumentou", ressaltou.
Na avaliação da diretora-executiva de Economia Global da consultoria IHS Markit, Sara Johnson, o perigo de declínio global cresceu, mas a probabilidade de recessão em 2019 ainda é baixa.
Image captionNa avaliação da diretora-executiva de Economia Global da consultoria IHS Markit, Sara Johnson, probabilidade de recessão em 2019 ainda é baixa
"Nós vemos a recente desaceleração no crescimento como parte do ciclo econômico normal. Diversas partes do mundo, incluindo os Estados Unidos e a Europa, estavam crescendo mais rápido do que sua tendência de longo prazo", disse Johnson à BBC News Brasil.
Ela salienta que, nos Estados Unidos, os benefícios do corte de impostos do final de 2017 ainda estão alimentando o crescimento, e a expansão da economia americana é um dos fatores pelos quais ela não vê uma recessão mundial no curto prazo.
"Mas, obviamente, toda expansão um dia acaba."

Desaceleração nos Estados Unidos

A maior economia do mundo registra seu segundo maior ciclo de expansão contínua, iniciado em junho de 2009, mas analistas apontam para riscos em meio ao aumento das taxas de juros, tensões comerciais, especialmente com a China, recentes turbulências no mercado financeiro e o impacto econômico da paralisação parcial recorde do governo federal.
O corte de impostos ajudou a impulsionar a economia americana em 2018, com crescimento de 2,9%, mas o impacto da medida tende a enfraquecer gradualmente. O FMI prevê avanço de 2,5% em 2019 e 1,8% no ano seguinte, projeção inalterada desde outubro.
Image captionAlta dos juros nos EUA ajuda a controlar a inflação, mas também afeta o crescimento da economia
O Federal Reserve (Fed, o banco central americano) aumentou a taxa básica de juros quatro vezes no ano passado, a última delas em dezembro, em 0,25 ponto percentual, para o intervalo entre 2,25% e 2,50%. A alta dos juros ajuda a controlar a inflação, mas afeta o crescimento da economia, ao incentivar a poupança e reduzir consumo e investimento em produção.
Os aumentos recentes foram criticados pelo presidente Donald Trump como prejudiciais à economia do país, o que acabou gerando preocupação de influência indevida do líder americano, ameaçando a independência do Fed, que recebe do Congresso a responsabilidade sobre a política monetária.
No último dia 30, o Fed decidiu manter o atual patamar de juros e sinalizou que não antecipa novos aumentos. A inflação americana se mantém perto da meta de 2% ao ano, e o mercado de trabalho, outro indicador da saúde da economia, continua sólido, com 2,6 milhões de empregos criados em 2018 e taxa de desemprego de 3,9%.
"Uma maneira de interpretar (a opção por dois aumentos) é que estão preocupados em aumentar muito a taxa de juros e provocar uma recessão", disse à BBC News Brasil a economista Kathryn Dominguez, professora de Economia e Políticas Públicas da Universidade de Michigan e pesquisadora do Escritório Nacional de Pesquisa Econômica.
Outro risco destacado por analistas são as tensões comerciais entre os Estados Unidos e a China, com aumento de tarifas, que afetam o resto do mundo e já haviam provocado uma revisão para baixo nas projeções anteriores do FMI para a economia global, divulgadas em outubro.
Caso os dois países não resolvam a disputa, as tarifas já impostas pelos Estados Unidos a uma gama de produtos chineses podem subir de 10% para 25%, provocando nova retaliação da China. Além da briga com a China, o governo americano também enfrenta tensão com vários outros parceiros comerciais, com a imposição de tarifas sobre a importação de aço e alumínio.

China dá sinais de alerta

O desempenho da economia chinesa também é motivo de preocupação. Em janeiro, a China anunciou crescimento de 6,6% em 2018, menor taxa desde 1990. A previsão do FMI é de avanço ainda menor, de 6,2%, neste ano e em 2020.
"Enquanto eu espero que a China continue a crescer em ritmo sólido neste ano, alguns problemas estão se formando, entre eles alto nível de endividamento, excesso de capacidade em algumas indústrias pesadas e mercados imobiliários", ressalta Johnson.
"Claramente o setor industrial está enfrentando dificuldades no momento."
Image captionAlemanha se adapta a novas regras de emissões de poluentes para automóveis, que afetaram setor
O governo chinês planeja medidas de estímulo, incluindo cortes de impostos e investimento em infraestrutura. "Isso será crucial", destaca Dominguez.
"A China responde por grande parte da decisão (de organizações internacionais) de reduzir as projeções para o crescimento global, representa uma importante parcela do crescimento global."
A economia europeia também enfrenta riscos que podem afetar a economia mundial, com as dificuldades de acordo para a saída do Reino Unido da União Europeia (o chamado Brexit) e a desaceleração na zona do euro, cujo crescimento neste ano foi revisado pelo FMI para 1,6%, queda de 0,3 ponto percentual em relação à projeção de outubro.
A Alemanha ainda se adapta às novas regras de emissões de poluentes para automóveis, que afetaram essa indústria. A França registra violentos protestos nas ruas há mais de dois meses. E, na Itália, "preocupações com riscos soberanos e financeiros tiveram impacto na demanda interna", disse o FMI.

Outros riscos

Problemas nos Estados Unidos, na China e na Europa costumam afetar mercados emergentes, como o Brasil, mas Dominguez afirma que ainda é cedo para calcular o possível impacto de uma desaceleração mais acentuada.
No caso do Brasil, Johnson observa que é importante ver o que acontece com as reformas, como a da Previdência.
O FMI prevê crescimento de 2,5% na economia brasileira neste ano, 0,1 ponto percentual a mais que a previsão de outubro e semelhante aos 2,53% do relatório Focus, do Banco Central, feito a partir de pesquisa semanal com consultorias e instituições financeiras. Para 2020, a previsão do FMI é de 2,2%, abaixo dos 2,6% do Focus.
Analistas citam ainda outros motivos de preocupação para a economia mundial, como o alto nível de endividamento global e a política mais polarizada em diversos países. Mas Dominguez diz que as reduções nas perspectivas de crescimento global feitas pelas principais organizações internacionais ainda são modestas.
Image captionEconomista diz que reduções nas perspectivas de crescimento global feitas pelas principais organizações internacionais ainda são modestas
"Não é impossível que vários desses potenciais choques negativos se acumulem e levem a uma desaceleração mais dramática do que as previsões indicam atualmente. Mas certamente não há um consenso hoje de que isso deve ocorrer em 2019."
A economista lembra que 2018 e, principalmente, 2017, foram anos muito bons para a economia global. "Parte do que estamos vendo é simplesmente uma desaceleração em relação a dois anos muito bons", afirma Dominguez.
"Pode ser que estejamos voltando ao normal, e esse normal seja mais lento do que nos últimos anos. Mas isso é diferente de dizer que estamos entrando em uma recessão global."
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Bispo Diocesano, Dom Francisco Lucena, presidirá Missa Solene da 93ª Festa do Glorioso Mártir São Sebastião, em Bom Jardim



Programação contará com Missas, procissão e bênção do Santíssimo Sacramento, celebrando a memória do santo protetor contra a peste, a fome e a guerra, São Sebastião

Após nove dias de Celebrações em preparação para a tradicional Festa do Glorioso Mártir São Sebastião, no próximo sábado, dia 02 de fevereiro, a comunidade católica bonjardinense celebrará o nonagésimo terceiro ano de realização da festividade em honra ao “Mártir de Cristo”, com: Missa Solene, às 09h00, presidida pelo Bispo Diocesano, Dom Francisco de Assis Dantas de Lucena. Às 15h30, segunda Missa, presidida pelo Padre Pedro Francisco do Nascimento, seguida de Procissão conduzindo as Imagens de São Sebastião e Nossa Senhora da Saúde, sermão de encerramento e bênção solene do Santíssimo Sacramento, na Capela de São Sebastião (Centro).


A Festa do Glorioso Mártir São Sebastião, em Bom Jardim, no Agreste pernambucano, teve início no ano de 1926, em decorrência de uma promessa feita pelo casal Napoleão Gonçalves e Maria de Jesus, ao santo protetor contra a peste, a fome e a guerra, para que livrasse o município do terrível flagelo da peste bubônica, que assolava toda a região, posteriormente fortalecida por Otília Engrácia de Oliveira (Tila), principal nome responsável pela manutenção da festividade.

Professor Edgar Bom Jardim - PE

#onovobrasilsemcorrupção:Rodrigo Maia é eleito presidente da Câmara pela terceira vez

Rodrigo Maia foi eleito com 334 votos
Rodrigo Maia foi eleito com 334 votosFoto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Atual presidente da Câmara e um dos principais defensores da agenda de reformas, Rodrigo Maia (DEM-RJ) foi reeleito em primeiro turno nesta sexta-feira (1º) e comandará a Casa por mais dois anos. O parlamentar teve 334 votos.

Agora, caberá a Maia tocar a agenda econômica do governo de Jair Bolsonaro (PSL), à qual já se declarou favorável. A reforma da Previdência, por exemplo, deve ser enviada ao Congresso ainda em fevereiro e terá de ser aprovada na Câmara antes de seguir para o Senado, tarefa que não foi possível no governo de Michel Temer.

Além disso, terá que lidar com pressões das bancadas temáticas, como a evangélica, ruralista e da bala, para colocar em votação projetos da agenda de costumes do governo, como o Escola Sem Partido. Nesse campo, tem dito nos bastidores que deve segurar propostas.

Leia também: 
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Em manobra, maioria dos senadores decide por voto aberto em eleição na Casa


Para conseguir se eleger pela terceira vez consecutiva, fato inédito na Câmara, Maia contou com o apoio de partidos de todos os lados do espectro político. Fazem parte do bloco centrado em torno do atual presidente da Casa partidos do centrão como PP, PR, PRB, Solidariedade e Podemos, bem como o PSL do presidente Jair Bolsonaro e siglas da centro esquerda, como PDT.

Com o voto secreto, é impossível determinar quais votos vieram de partidos da base do atual presidente e quais partiram de dissidências como de alas do PT e do PSB que, reservadamente, admitiam votar em Maia.

De outro lado, há parte dos partidos do chamado centrão, como o PP, e do próprio PSL, que resistiam à ideia da reeleição e podem ter partido para outro candidato. Maia se elegeu pela primeira vez em 2016 para um mandato-tampão depois da renúncia do então presidente da Casa Eduardo Cunha(MDB-RJ). Com uma improvável aliança entre setores da esquerda e PSDB e DEM -logo após o impeachment de Dilma Rousseff- chegou à cadeira derrotando o candidato de Cunha, Rogério Rosso (PSD-DF).

Depois, em 2017, enfrentou resistência de adversários que afirmavam que ele não poderia concorrer, já que a Constituição veda a reeleição na mesma legislatura. Venceu, no entanto, a tese de que isso  não era aplicável a mandatos-tampão e o parlamentar levou no primeiro turno, com 293 votos.
Com informação de Folha de Pernambuco

Professor Edgar Bom Jardim - PE