Entre as frases reiteradas do recém-empossado presidente da Fundação Joaquim Nabuco(Fundaj), o economista Alfredo Bertini, 57 anos, em conversa com a Folha de Pernambuco, “resgatar valores, olhar para o futuro e reaproximar a instituição da população” ficaram à frente. O pernambucano fez questão de lembrar, também, que foi ali, onde hoje é o prédio da instituição no bairro do Derby, que ele nasceu e desde os bancos da universidade, sonhou em assumir um cargo público.
Mas a sua volta à Fundação e como gestor, se deu depois de um passar do tempo que lhe proporcionou trilhar outros caminhos, paralelos à sua formação acadêmica - especificamente no campo da cultura. Bertini esteve à frente mais recentemente da Secretaria Nacional do Audiovisuale, em 2002, criou ao lado da esposa Sandra Bertini, o Cine PE - Festival do Audiovisual, integralmente assumido por ela desde a sua ida para Brasília, em 2016.
Acompanhe alguns dos temas abordados pelo presidente da Fundaj:
Olhar para o futuro
"A perspectiva é de olhar para a frente da história sem perder de vista valores de uma grife de intelectuais que contribuíram para a instituição e que já teve presença, sobretudo, no cenário econômico, não só na pesquisa social. Para os mais jovens talvez isso valha como uma novidade, mas a Fundação chegou a calcular índice de custo de vida, taxa de desemprego".
Ao gosto de Bolsonaro
"Quero colocar a Fundaj no papel colaborativo, trabalhando em conjunto com outros órgãos. E aí teríamos o entendimento de uma política regional, bem ao gosto do que o presidente tem colocado. A Fundação trabalhava de uma forma isolada e é um pouco da mesma crítica que se faz às universidades".
Políticas públicas
"Temos um distanciamento entre políticas públicas e sociedade. Temos que trabalhar com prioridades governamentais e institucionais, em relação, por exemplo, a demandas do Ministério da Educação a quem estamos diretamente atrelados. Sair da postura de isolamento e se abrir para a sociedade".
Núcleos de pesquisa
"Estamos montando e desenhando uma ideia de resgate do núcleo de indicadores econômicos. Além de atividades da pesquisa social, característica marcante da Fundaj, e ações do núcleo de economia criativa - que será criado - e prioridades do governo".
70 anos da Fundaj
"Queremos uma programação que se estenda entre os dias 19 de julho a 19 de agosto, para chegarmos aos 170 anos de Joaquim Nabuco. Atividades culturais, seminários - com participação do ministro Ricardo Vélez (Educação) que já se colocou à disposição e já estamos trabalhando, também, com a equipe do Museu do Homem do Nordeste, que estará fazendo 40 anos".
Ministério da Cultura
"Foi só uma mudança de nomenclatura, com perda do status de ministério para secretaria, agora absorvida pelo Ministério da Cidadania. Do ponto de vista orgânico e estrutural e de dotação de recursos não alterou nada. Particularmente, como economista, gostaria de que tivesse sido formada uma secretaria de economia criativa, bem melhor do que uma secretaria nacional de cultura, mas vamos levar o conceito e trabalhar com ele, para discutir a cultura sob o viés econômico".
De Folha de Pernambuco
Professor Edgar Bom Jardim - PE
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