terça-feira, 18 de julho de 2017

Título do Pernambucano 2017 é do Sport, confirma TJD - PE


JC Online

O Campeonato Pernambucano enfim teve um desfecho. Nesta terça-feira (18), o Tribunal de Justiça Desportiva de Pernambuco (TJD-PE) decidiu indeferir o pedido do goleiro do Salgueiro Luciano, que pedia a anulação do segundo jogo da final do Estadual. Por unanimidade, o TJD-PE manteve o resultado final do Estadual, com o Sport sendo considerado vencedor do Pernambucano de 2017. 

O relator do caso, Felipe Tadeu, indeferiu o pedido por rejeitar as quatro questões preliminares apresentadas. Os outros seis magistrados acompanharam o seu voto. A decisão de rejeitar se manteve no julgamento do mérito. Felipe entendeu que o árbitro não cometeu erro de direito e que, por isso, decidiu pela improcedência da ação.

O advogado do arqueiro, Mariano Sá, ainda tentou o adiamento do julgamento. Na tarde desta terça, o representante do jogador protocolou nos autos do processo uma declaração de Salmo Valentim, ex-presidente da Comissão de Arbitragem de Futebol (CEAF), em que ele afirma que o árbitro de vídeo, Péricles Bassols, comunicou ao árbitro de campo, Wilton Pereira Sampaio, que a bola não saiu. O TJD-PE aceitou a nova prova no processo, mas indeferiu o pedido de adiamento.

 A defesa do Sport alegou um possível conflito de interesses no processo. Segundo Geraldo Fonseca, advogado do Leão, o Salgueiro acatou a decisão do campeonato, enquanto que o goleiro não. Alegou que o erro do árbitro não foi de direito (quando infringe as regras do jogo) e nem de fato (quando o árbitro erra na interpretação). A Federação Pernambucana de Futebol (FPF) não apresentou nenhum representante no julgamento.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Bom Jardim perde seu mais antigo alfaiate

                               Foto:casal Senhor  Biu e Dona Jovem.

Faleceu na manhã desta terça-feira, 18 de julho de 2017, aos 85 anos de idade, o Senhor Severino Antônio dos Santos, conhecido por "Biu Soca," um dos mais antigos alfaiate da região. Seu Biu ficou viúvo no mês de abril deste ano. O falecido iria completar 86 anos nos próximos dias. Deixou 7 filhos, 11 netos e 2 bisnetos.
Homem simples, pacífico, agricultor, muito religioso, todo domingo sempre marcava presença na missa da manhã. 
O corpo do senhor Severino está sendo velado na própria residência na Rua Manoel Augusto, até às 8 :00 horas desta quarta (19) quando  será sepultado no Cemitério local.
A família enlutada agradece o comparecimento e a solidariedade de todos.
Foto:Aparecida Silva.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

segunda-feira, 17 de julho de 2017

REDE Protocola, na PGR, nova representação contra o presidente Michel Temer.


Parlamentares da REDE, pediram nesta segunda-feira, à Procuradoria Geral da República que investigue a liberação de emendas pelo governo durante o processo de discussão da denúncia contra o presidente Michel Temer na Câmara dos Deputados. O documento foi elaborado com base em levantamento que apontou um aumento significativo da liberação de emendas para deputados da base governista nos dias que antecederam a votação da denúncia contra Temer na CCJ da Câmara.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Festa da padroeira Sant'Ana em Bom Jardim

Convite

Caríssimos irmãos e irmãs, aproxima-se mais uma festa de Sant'Ana, mãe de Nossa Senhora e padroeira de Bom Jardim. A festa da padroeira é sempre um tempo importante para juntos refletirmos sobre a Palavra de Deus, que é fonte de vida e salvação. Esta Palavra foi vivenciada de um modo muito especial por Sant'Ana. Nós, seus devotos, devemos fazer o mesmo.


Dando ênfase ao Ano Mariano, e já no segundo ano de preparação para o Centenário Diocesano, vamos refletir sobre o seguinte tema: “Igreja: Comunidade do Ressuscitado”. Nós fazemos parte desta comunidade, por isso, devemos participar das Celebrações durante todo o novenário.

Você é nosso convidado especial. Venha participar desta festa com o coração cheio de fé e alegria no “Cristo Ressuscitado, constituído por Deus como Cabeça da Igreja”, como nos ensina São Paulo.

Venha participar desta festa com sua família, de 17 a 26 de julho de 2017, na Igreja Matriz de Sant’Ana. Sua presença nos alegra!
Fonte: Matriz de Sant'Ana.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Assistência Social e CadÚnico de João Alfredo ganham modernas instalações


Com o objetivo de oferecer mais comodidade e qualidade no atendimento, a Prefeitura de João Alfredo entregou na tarde dessa sexta-feira (14) as novas sedes da Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos e do CadÚnico Bolsa Família. Todas as instalações foram pensadas na comodidade das famílias que buscam assistência social. “Trabalhamos com dados pessoais e isso requer o máximo de segurança e sigilo. Com toda essa estrutura vamos conseguir oferecer um atendimento ainda mais adequado e humanizado”, destacou o entrevistador Gabriel Antônio.

As novas sedes estão situadas à Rua Dr. Severino Apúlio Cavalcanti, 438, Bairro Asa Branca. O espaço do Cadúnico dispõe de ampla recepção, local específico para atendimento ao público, cozinha, almoxarifados e banheiros acessíveis. Já o espaço da secretaria conta com recepção, sala para retirada de documentos (Identidade e Carteira de Trabalho), além de salas para diretoria e vigilância socioassistencial, secretária e multiuso. Quem utiliza o Sistema Único de Saúde (SUAS) sabe da importância das novas instalações. “Temos agora uma casa ainda maior e mais confortável. Quem ganha é o povo de João Alfredo”, comentou a aposentada Josefa Rosa, integrante do Grupo Flor da Idade.

São mais de 30 mil habitantes e aproximadamente 7.300 famílias cadastradas no Bolsa Família. Toda essa demanda passa a contar com espaços mais adequados. “A Assistência Social é uma política pública; um direito de todo cidadão que dela necessitar. Ela está organizada por meio do SUAS, presente em todo o Brasil. Seu objetivo é garantir a proteção social aos cidadãos, ou seja, apoio a indivíduos, famílias e à comunidade no enfrentamento de suas dificuldades, por meio de serviços, benefícios, programas e projetos”, ressaltou Anna Mendes, secretária de Desenvolvimento Social.

De segunda a sexta-feira, das 7h às 16h, milhares de famílias de 9 bairros e 61 comunidades rurais passam pelo CadÚnico. Por isso o planejamento de uma casa maior se transformou em realidade. A proposta da gestão é manter a integração da equipe, unindo qualidade no atendimento e melhor estrutura física. “Como gestão pública estamos focados em manter um quadro profissional capacitado, mas ao mesmo tempo melhorando os equipamentos estruturais para atender bem à sociedade. Sempre digo que as obras são investimentos para o município”, avaliou a prefeita Maria Sebastiana. Blog do Agreste
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Emancipação Política de Bom Jardim: CONVITE

Fonte: Governo Municipal.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

As quadrilhas não vivem sem estratégias

Cada dia uma surpresa. Manobras que atingem o cerne da ética. Decepções gerais, mas muita gente rindo da manipulação constante. Derrubaram Dilma. A estratégia era ampla. Segue armando escorregões. Parece que não há como punir. A justiça tropeça. Ha opiniões múltiplas e uma mídia fragmentada. Diante das frustrações, a sociedade se desmantela. As necessidades básicas não são contempladas. Observe com está a educação. Tente ser atendida num hospital público. Não se engane que a quadrilha funciona com eficácia e sutileza. Ela é extensa, possui assessorias poderosas. Possui seus fanáticos, reverte expectativas.
É chocante o fluir das mentiras. Há provas para uns e outros são inocentes. Quem sabe o caminho de tantos desgovernos? Fala-se em democracia, em popularidade. Trocam-se políticos, discursam como se o mundo fosse o paraíso. É incrível. Uma sessão no Congresso supera qualquer comédia. Porém, traz consequências nefastas para a maioria. Vai se aposentar quando? Percebeu o rosto impassível de Temer? E a discutível sentença de Moro? Por que tantas parcialidades? Não existe crítica, inquietude? O pântano não desaparece?
Gostaria que houvesse uma limpeza. Não defendo inocências sacralizadas. Compreendo que existem várias quadrilhas. O que me incomoda é o cinismo, é a venda de ilusões, é grana acumulada nas mãos de poucos. O autoritarismo se disfarça. contudo os mecanismos de controle só aumentam. Jucá ironiza, as malas circulam, Aécio se julga um bom rapaz. O circo está sempre pronto, com um espetáculo deprimente. Os privilegiados se animam e a coletividade se destroça. As cenas desmoronam princípios básicos, arrastam limites, quebram sonhos, fecham o espetáculo de forma melancólica.
O que nos reserva o futuro? Como tudo terminará? As traições jogam com a sorte? A política se entrelaça com poderes que subordinam. Há suspenses e a história não é inabalável. Tudo se movimente. Há quedas, ações, indignidade. Quem se sustenta pode sofrer choques fatais. Os ferimentos são graves. O tempo rege a história e ele não é linear. Desfaz estratégias, inventa concepções, expulsa o medonho. A apatia é uma condição grave e covarde. Por isso, os ruídos devem crescer. O mundo não é espelho fixo, nós não somos seres congelados.A mistura distrai, suicida. Cuidado com as imagens fabricadas com silicone.
Por Paulo Rezende.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Cotas em concursos: como definir quem é negro?



Foto: Shutterstock

Um edital de concurso da Prefeitura de São Paulo para professores, lançado em fevereiro de 2016, reservava 20% das vagas para negros, negras e afrodescendentes. Para assegurar a concorrência a essas vagas, era necessária apenas a autodeclaração. Mas, em dezembro do mesmo ano, a Prefeitura instituiu a Comissão de Análise de Compatibilidade com a Política Pública de Cotas com a intenção de confirmar a autodeclaração dos candidatos. Neste grupo devem estar presentes, entre outros, servidores da Prefeitura e representantes da sociedade civil com notório saber no campo das relações raciais.
A criação da comissão reacendeu o debate sobre como lidar com a definição de quem se enquadra dentro de cotas raciais. Um grupo de professores chamados por esse grupo contestaram a forma como a análise foi feita e também seus resultados. "Algumas das pessoas indeferidas estavam com cabelo alisado. Mesmo quando falamos que somos afrodescendentes, e mostramos fotos dos nossos pais, nos foi negada a cota. Agora, vamos entrar com recursos", conta uma professora que não quis se identificar.
É essa possível subjetividade nos comitês antifraudes que faz algumas pessoas serem contra a comissão. A polêmica existe desde que dois irmãos gêmeos passaram no vestibular da Universidade de Brasília (Unb), em 2007, mas apenas um foi definido como negro pela banca.
Petrônio Domingues, professor do departamento de História da Universidade Federal de Sergipe (UFS) e estudioso do movimento negro, é contra as comissões. Em entrevista à Carta Capital, Petrônio afirma que "raça não existe cientificamente. No limite, é um critério político de definição. Raça é uma invenção, uma construção. Qualquer comissão que for constituída vai usar também critérios políticos e arbitrários". O professor defende o sistema de autodeclaração, mesmo com o risco de haver algum caso isolado de fraude. "O perigoso é partir dessa comissão todo o sistema de ações afirmativas e o sistema de cotas em especial perder credibilidade, ser colocado em xeque em função disso", diz.
No entanto, grande parte do movimento negro é a favor das comissões, justamente por reduzir o risco de candidatos usarem de má fé. "A fraude é minoritária, mas existe", diz o professor da Escola de Comunicações e Artes da USP, Dennis Oliveira.
Em agosto de 2016, o Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão publicou uma orientação normativa sobre regras de aferição da autodeclaração prestada por candidatos negros em concursos públicos de órgãos federais e instituições que respondem à União. Segundo o documento, que você pode ver aqui, cada edital deve prever e detalhar os métodos de verificação, indicar como será composta a comissão e em que momento do processo ela ocorrerá. Ou seja, apesar de explicar quais os fatores são necessários para os comitês avaliativos, cada organização continua livre para desenhar o seu processo avaliativo.
Para entender como as comissões podem fazer jus à importância da política de cotas, conversamos com três especialistas. Eles concordam que devem haver comitês e mostram a diversidade de possibilidades para esse controle.
Olhando o fenótipo
A comissão que analisa principalmente a cor da pele dos candidatos leva em consideração "a metodologia da polícia", segundo Frei David Santos, diretor da ONG Educafro, uma rede que promove a Educação para afrodescendentes e jovens carentes. "Sofrem racismo institucional apenas os afrodescentes pretos, pardos-pretos ou pardos-pardos. Os pardos-brancos não são revistados pela polícia onde quer que vão", explica o diretor.
Para Frei David, as comissões têm o objetivo de não permitir que as pessoas brancas se façam passar por negras para tirar as vagas daqueles que realmente precisam da política afirmativa. "Em toda política pública há fraude. Da mesma forma que deve haver controle das famílias beneficiadas pelo Bolsa Família, também deve haver controle das pessoas que se autodeclaram pretas e pardas nos concursos e vestibulares."
Na opinião do ativista, mesmo que tenham afrodescendência, aqueles que têm a pele mais clara devem concorrer às vagas junto aos brancos, na chamada ampla concorrência. "Pensando na política de cotas, não devemos olhar apenas para o genótipo. O fenótipo é mais importante e a prioridade deve ser atender sempre os que têm a pele mais escura, que são os que mais sofrem preconceito", diz.


Foto: Shutterstock

Comissões mais abrangentes
Dennis Oliveira, professor da Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (USP), concorda que deve haver mecanismo de controle em todas as políticas públicas. "Infelizmente, a autodeclaração não é suficiente. Já presenciei casos de pessoas brancas que fizeram bronzeamento artificial. As fraudes são usadas, inclusive, para desmoralizar essa política tão importante", diz.
Ele defende a existência de uma mistura de critérios, como documentação dizendo se a pessoa é parda ou negra. Outra forma de atestar a afrodescendência é a comprovação de que pai ou mãe são negros ou pardos. "O conceito de pardo é muito amplo, mas se estiver escrito na certidão de nascimento que aquela pessoa é parda, não tem como recusar um documento oficial."
E o que é pardo? Segundo Dennis, um dos 120 professores negros da USP (apenas 2% dos 6 mil da instituição), as pessoas pardas são aquelas que tem mãe negra e pai branco ou vice-versa. Ou aquelas cujos ambos os pais são pardos. Ainda assim, nem sempre é possível determinar a cor da pessoa, principalmente quando não há essa informação na documentação de nascimento ou quando o pai é desconhecido, por exemplo. "Também não existe um racismômetro que aponte quanto preconceito uma pessoa sofre", diz.
Para estes casos, Dennis defende que as comissões realizem pequenas entrevistas para entender o grau de pertencimento do candidato. "Esse questionário não pode ser algo traumático. Serve apenas para evitar que a política de cotas seja fraudada", explica o professor. Na opinião dele, a simples possibilidade de se fazerem comissões pode inibir que brancos tentem burlar as cotas.
Como funciona uma comissão
Para o advogado Rodrigo Gomes, mestrando da Universidade de Brasília (UnB) e especialista em direito constitucional e comunidades quilombolas, o primeiro passo para ter uma comissão justa é entender que cada cidade ou universidade vive uma realidade específica. Segundo ele, Salvador e São Luís têm uma realidade racial completamente distinta de Brasília, por exemplo. E é importante que cada instituição tenha essa consciência.
"Fiz parte da comissão da pós-graduação em Direito da Unb, que tem um número bem menor de candidatos. A Universidade de Brasília foi a primeira do Brasil a instalar as cotas e, por isso, temos essa perspectiva cultural tão importante", diz.
Impedir fraudes é uma função da comissão, mas não a única, segundo Rodrigo. "Nosso outro objetivo é auxiliar e acompanhar o ingresso e a permanência dos estudantes negros e indígenas na universidade. Isso é essencial, porque a academia ainda é um espaço estrutural feito para pessoas brancas", diz.
O comitê participa de toda a seleção, mesmo que a etapa não tenha relação com a política afirmativa em si. A ideia é conhecer os candidatos desde o início e acompanhar a forma como a universidade conduz o processo seletivo. O grupo participa também das entrevistas dos candidatos brancos.
Segundo Rodrigo, nunca houve caso de fraude. "A existência da comissão traz um autocontrole de quem vai se inscrever”, diz. “Também por isso é importante estarmos presentes desde o edital até a aprovação, permanecendo durante os anos de estudo e pesquisa do discente", argumenta. "Os membros da banca, em sua totalidade negros, pardos ou indígenas, sempre concordam com a autodeclaração do candidato."
Apesar de nunca ter presenciado essa divergência, Rodrigo entende a preocupação. "O que é o negro no Brasil? Essa é uma pergunta sem resposta. Eu concordo que a polícia, por meio do racismo estrutural, sabe identificar quem é e quem não é. Mas temos que ir além desse pensamento", diz. "A pessoa parda é uma construção da branquitude, é fruto de um processo de embranquecimento da população. Uma instituição com poucos negros tem uma vivência branca, um entendimento branco. Ela vai embranquecer as pessoas ao dizer que o pardo é branco."
Isso não significa que as comissões não devem ter pessoas brancas ou que deve ser constituída apenas de estudantes. "Ela tem que ser composta por servidores, membros da administração, do corpo docente, do corpo técnico. Tem que ter também participação da sociedade civil para refletir a realidade de cada local."

Rodrigo entende a autodeclaração como uma estratégia contra esse pensamento. "É o fortalecimento da identidade negra. O autorreconhecimento como negro. E aí isso fica claro para a comissão, porque a pessoa que se enxerga como negra já viveu diversas experiências na vida que comprovam a sua identidade, como o racismo", explica.
Caroline Monteiro. Nova escola.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Ter menos filhos é ação mais eficaz contra aquecimento global, diz estudo


Mulheres passeando com carrinho de bebêDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionPesquisadores calcularam que controle populacional tem impacto muito maior para redução de emissões do que alternativas mais conhecidas

Um estudo publicado neste mês na Suécia prega que ter menos filhos é a ação que pode ter mais impacto no combate às mudanças climáticas.
Mas os pesquisadores da Universidade Lund recomendam tal controle da natalidade apenas em países desenvolvidos, usando como argumento o fato de que nações como os EUA, por exemplo, são responsáveis pelas maiores emissões de carbono na atmosfera (16 toneladas por ano de CO2 per capita) e, por isso, teriam que fazer cortes mais drásticos para atingir "níveis seguros de emissões".
De acordo com os termos do Acordo Climático de Paris, assinado em 2015, 195 países se comprometem a limitar a média global de aumento da temperatura em menos de dois graus Celsius.
Para isso, cientistas estimam que, até o ano de 2050, o volume de emissões per capita não possa ultrapassar 2,1 toneladas de carbono (no Brasil, segundo dados do Banco Mundial, a emissão é de 2,5 toneladas).
Seth Wynes e Kimberly Nicholas afirmam que a redução não poderá ser obtida sem que famílias ou indivíduos tenham um filho a menos, apesar desta não ser a única medida recomendada.
"Não estamos sugerindo que isso vire lei ou coisa parecida. Sabemos que a decisão de ter ou não filhos é talvez a maior que alguém pode ter na vida, e que muitas pessoas não têm o clima como fator preponderante. Vejo isso mais como uma questão pessoal do que de política pública", afirmou Nicholas, em entrevista à BBC Brasil.

Casal comprando carrinho de bebêDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionImpacto ambiental não costuma fazer parte de planejamento familiar

"Apenas quisemos mostrar o impacto que decisões pessoais podem ter nos esforços de prevenção de mudanças climáticas. É importante que as pessoas saibam dessas coisas em suas vidas. Especialmente quando mostramos que ações como a reciclagem ou o uso de lâmpadas LED", completa a especialista.
As conclusões são derivadas de análises e cálculos que, segundo os pesquisadores, levam em conta uma gama de ações individuais, das mais complexas como o controle da natalidade às mais simplórias como a reciclagem de lixo.
Wynes e Nicholas concluem, por exemplo, que ter um filho a menos contribuiria para uma redução média de 58,6 toneladas de CO2 na atmosfera por ano, uma quantidade muito maior que as outras três principais alternativas recomendadas: viver sem carro (2,4 toneladas), evitar viagens de avião (1,6) e adotar uma dieta vegetariana (0,8).

Usina despeja fumaça no céuDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionRecomendação de ter menos filhos é direcionada para países desenvolvidos

O impacto da opção por menos filhos teve como base de cálculo o total estimado de emissões dos filhos e demais descendentes divididos pela expectativa de vida dos pais.
A questão do crescimento populacional já faz parte dos debates sobre impacto humano no meio ambiente e, na última semana, um estudo publicado por acadêmicos da Universidade Stanford (EUA) culpou humanos pelo que classificou como "aniquilação biológica" - a extinção em massa de bilhões de espécies por causa da superpopulação e do consumo.
Segundo Nicholas, não há um número "mágico" de filhos a ser tidos ou evitados para obter um melhor resultado ambiental. Para Wynes, que também falou à BBC Brasil, as características de desenvolvimento dos países deve ser levado em conta no cálculo. No caso do Brasil, um país ainda em desenvolvimento, o consumo de carne e a quantidade de emissão per capita é muito inferior ao dos habitantes dos países altamente desenvolvidos. Por isso, as emissões são menores por pessoa e a diminuição no número de filhos não seria tão significativa.
"Nosso estudo se limitou a avaliar as grandes oportunidades de redução individual de emissões em países em que há as maiores taxas per capita desse tipo de poluição. Naturalmente, escolher ter famílias menores tem um impacto menor no Brasil. Nos países mais prósperos, o consumo de carne é mais alto, e isso aumenta o gasto de água, a necessidade de pastagens e também a liberação de gases. Daí que ter um membro a menos na família em países como os Estados Unidos é relevante para o meio ambiente", diz Wynes.
Em conjunto com a redução do número de filhos, a adoção em massa de uma dieta baseada em vegetais é uma medida importante no combate ao aquecimento global, aponta Wynes.
"Queremos chamar a atenção para um fator que terá influência justamente sobre o futuro das próximas gerações, que herdarão o mundo. E não mostramos apenas a questão populacional, mas também o impacto de uma dieta vegetariana e de uma vida sem carro. Elas também têm impacto positivo", conclui Nicholas.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Após plebiscito informal da oposição contra o governo Maduro, o que muda na crise política na Venezuela?


AcadêmicosDireito de imagemREUTERS
Image captionReitores de universidades da Venezuela falam ao público após o plebiscito convocado pela oposição

Mais de sete milhões de pessoas aderiram neste domingo à consulta popular organizada pela oposição na Venezuela num sinal de contínuo desgaste do governo de Nicolás Maduro.
O plebiscito informal consultou a população, entre outras questões, sobre a iniciativa de Maduro de convocar uma Assembleia Constituinte para reformar a Constituição venezuelana.
Ao todo, 98% rejeitaram a proposta do governo e apoiaram a antecipação de eleições diretas para presidente, que oficialmente está prevista para 2019. Apenas pouco mais de um terço dos eleitores registrados votaram na consulta.
A Venezuela enfrenta uma grave crise econômica, que se intensificou com a queda do preço do petróleo, responsável por 95% das receitas de exportação do país e usado para financiar os programas sociais do governo.

Apoiadores de MaduroDireito de imagemFEDERICO PARRA/AFP/GETTY IMAGES
Image captionApoiadores de Nicolás Maduro aderem à simulação da votação da Constituinte, cuja eleição oficial está prevista para o dia 30

Corte de gastos e desabastecimento de alimentos e remédios têm levado Maduro a perder apoio, embora o país esteja polarizado entre oposição e seus partidários.
Segundo os organizadores do plebiscito, 6.492.381 pessoas votaram no país e outras 693.789 em centros de votação no exterior. Entretanto, a votação não tem peso legal.
Quase 15 milhões de pessoas votaram na Venezuela nas últimas eleições presidenciais, sendo que mais da metade apoiou Maduro.

PlebiscitoDireito de imagemREUTERS
Image captionPartidários da oposição se reúnem durante plesbiscito não oficial contra o governo Maduro
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As três perguntas da consulta popular

  • Se rejeita e ignora a realização de uma Constituinte proposta sem a aprovação prévia do povo da Venezuela.
  • Se quer que a Força Nacional Boliavariana odedeça e defenda a Constituição de 1999 e respalde as decisões da Assembleia Nacional.
  • Se aprova a renovação dos poderes públicos, como a realização de eleições libres e a formação de um governo de união nacional.

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CaprilesDireito de imagemEPA
Image captionLider da oposição Henrique Capriles exigiu ao governo que cancele a Assembleia Constituinte

Após a meta alcançada, a oposição garante que a pressão contra o governo entra agora numa nova etapa. "Com esta contundente manifestação pacífica, constitucional e democrática, o que Maduro deveria fazer é cancelar a Constituinte nas próximas horas", afirmou o líder da oposição, Henrique Capriles, no domingo.
Enquanto isso, as declarações do governo mostram que ele não reconhece a demonstração popular. O deputado governista Héctor Rodríguez classificou de "fracasso" o plebiscito. O ministro da Informação, Ernesto Villegas, a chamou de "pesquisa de opinião"; e o presidente Maduro, de "consulta interna".
Como as tentativas de negociações parecem pouco realistas, a oposição planeja ativar a chamada "hora zero", ou seja, a fase decisiva de protestos contra o governo Maduro. Ainda não está claro o que isso representa na prática e mais detalhes devem ser divulgados em anúncios nesta segunda-feira.
Nos últimos três meses, no entanto, quase cem pessoas morreram em protestos, que podem se tornar mais violentos a partir de agora.
A vítima mais recente morreu neste domingo: uma mulher foi atingida num local de votação supostamente por disparos de motociclistas que a oposição qualifica como "paramilitares do governo", embora a polícia não tenha confirmado a informação.

Lilian TintoriDireito de imagemEPA
Image captionLilian Tintori, mulher do líder da oposição Leopoldo López, vota em Caracas

"É de se esperar uma escalada de conflito político no nível mais alto dos últimos 18 anos: a hora zero", afirmou na televisão na noite deste domingo Edgard Gutiérrez, pesquisador e consultor político próximo à oposição.
"A hora zero não é fácil e poderia provocar a radicalização do lado oficial. Serão dias difíceis", acrescentou Gutiérrez, sem dar mais detalhes.
"A hora zero é a rua defendendo um mandato popular, defendendo a vontade soberana, que é do povo", disse o deputado Olivares, sem precisar qual é a diferença dos atuais protestos que ocorrem desde o final de março, depois que duas sentenças do Tribunal Supremo de Justiça retiraram os poderes da Assembleia Nacional, o parlamento, de maioria da oposição.

Em MaracaiboDireito de imagemEPA
Image captionPartidários da oposição contra o governo

Desde as últimas eleições presidenciais não há na Venezuela um processo eleitoral: o Comitê Nacional Eleitoral (CNE) suspendeu o referendo para revogar o mandato de Maduro no ano passado. As eleições regionais, que deveriam ter sido realizadas em dezembro de 2016, foram suspensas até o próximo mês de dezembro.

Mais pressão

"Parte do que vem agora é aumentar a pressão nas ruas, além da institucional e internacional", afirmou Miguel Pizarro, um dos jovens líderes da oposição que vem ganhando popularidade.
A oposição enxerga na reforma da Constituinte uma estratégia de Maduro para aumentar seu poder, uma vez que ela poderia dissolver a atual composição da Assembleia Nacional, de maioria opositora, para colocar partidários do governo.
No mesmo dia, apoiadores do governo aderiram à simulação da votação da Constituinte, proposta pelo presidente Maduro, que deverá ser realizada oficialmente no dia 30 de julho.
Professor Edgar Bom Jardim - PE