quinta-feira, 18 de abril de 2013

Após ameaça de suspensão, júri do Carandiru é retomado


Jurado que havia passado mal voltou a acompanhar julgamento; quatro PMs réus no processo vão ser interrogados

Jean-Philip Struck
Vista aérea de um dos pavilhões do complexo penitenciário do Carandiru com lençóis brancos nas janelas pedindo paz após a invasão da PM. Cerca de 27 mil presos se rebelaram simultaneamente em 24 presídios de 19 cidades paulistas. O motim, o maior do país, começou no complexo penitenciário do Carandiru
Vista aérea de um dos pavilhões do complexo penitenciário do Carandiru com lençóis brancos nas janelas pedindo paz após a invasão da PM. Cerca de 27 mil presos se rebelaram simultaneamente em 24 presídios de 19 cidades paulistas. O motim, o maior do país, começou no complexo penitenciário do Carandiru - Evelson de Freitas/Folhapress
Após correr o risco de ser suspenso novamente, o júri dos 26 policiais militares acusados de matar quinze das 111 vítimas do massacre do antigo presídio do Carandiru foi retomado na tarde desta quinta-feira, por volta de 15h.
Inicialmente, a sessão estava prevista para começar ainda pela manhã, mas sofreu atraso porque um dos jurados, que havia passado mal antes da sessão do dia anterior – que foi suspensa – ainda não estava em condições de voltar e acompanhar os trabalhos. O julgamento correu o risco de ser novamente interrompido, a exemplo do que ocorreu nesta quarta-feira, ou até ser novamente adiado, com a dissolução do corpo de jurados e a formação de um novo, como aconteceu na semana passada. Por volta de 14h, após o jurado passar por uma avaliação médica, o juiz responsável pelo caso decidiu retomar o júri. 
No momento, os jurados acompanham a retomada da leitura das peças do processo, um procedimento que começou na noite de terça-feira e que ainda não havia sido concluído. Somente após o término da leitura é que os réus serão interrogados. Segundo o Tribunal de Justiça de São Paulo, a defesa apresentou apenas quatro dos 26 réus para o interrogatório. Eles devem também ser ouvidos pela promotoria. 
Todos os réus eram membros da Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar, a Rota. No massacre do Carandiru, eles foram responsáveis por retomar o controle do primeiro andar do pavilhão nove da Casa de Detenção, onde morreram quinze presos após uma rebelião. Outros 53 PMs ainda respondem pelas 96 mortes que ocorreram nos outros andares do pavilhão – e devem ser julgados ainda neste ano. 

O massacre do Carandiru

Vinte anos após a morte de 111 detentos, começa o júri dos PMs que participaram da ação

1 de 10

Mortes


No dia 2 de outubro de 1992, 340 homens da Polícia Militar de São Paulo foram chamados para conter uma rebelião no pavilhão nove da Casa de Detenção do Carandiru. A prisão abrigava, então, 7.257 presos – mais que o dobro da capacidade. Após meia hora de ação policial, 111 presos foram mortos, segundo números oficiais.

veja.com

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Fotos dos suspeitos dos atentados em Boston




Imagens que mostram dois suspeitos dos atentados a bomba ocorridos durante a Maratona de Boston estão circulando entre os policiais, de acordo com informações dos "New York Post". Em uma das fotos, tirada às 10h53, dois homens são vistos conversando perto da linha de chegada da corrida. Um deles está usando uma mochila azul, o outro, uma bolsa preta. Na segunda foto, tirada às 12:30, a bolsa preta sai de cena.
"As fotos estão circulando na tentativa de identificar os indivíduos destacados", disse um e-mail obtido pela "The Post". "Sinta-se livre para passar as imagens para qualquer um de seus colegas agentes".
Agência Globo/DP

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Líderes indígenas cobram diálogo com Congresso e criticam PEC que restringe demarcação de terras


Rodrigo Baptista

Dois dias após ocuparem a Câmara dos Deputados, cerca de 150 índios participaram de audiência pública realizada na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) do Senado e exigiram a participação dos povos indígenas em todas as decisões que dizem respeito aos índios.  A reunião antecipou as comemorações do Dia do Índio (19 de abril) e abriu espaço para o diálogo entre parlamentares e lideranças de diferentes etnias de todo o país.
Eles criticam propostas em tramitação no Congresso que restringem seus direitos já assegurados pela Constituição. Tramita na Câmara a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 215/2000, que recebe fortes críticas, por transferir ao Congresso Nacional os poderes para demarcar terras indígenas. Atualmente essa responsabilidade pertence ao Executivo, por meio da Fundação Nacional do Índio (Funai). Para as lideranças, a transferência da prerrogativa para o Congresso teria o efeito de restringir a demarcação de terras.
Grito de socorro
Segundo o cacique Neguinho Trucá, da Articulação dos Povos Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo, a ida ao Congresso representa um grito de socorro em defesa dos direitos dos índios. Ele afirmou que representantes do agronegócio, mineradoras e grandes empreiteiras têm agido de forma orquestrada com representantes dos três Poderes da República para tentar impedir o reconhecimento e a demarcação de terras indígenas.
- Nossa vinda até o Congresso Nacional foi um grito de socorro do que está acontecendo no país. Nós temos uma bancada ruralista que tem amedrontado o próprio Congresso – disse.
Invisíveis
Representante da comunidade Guarani Aldeia Jaguapiru, do Mato Grosso do Sul, e da ONU Mulheres, Suzie Silva Vito disse que as demandas dos índios parecem “invisíveis” para o poder público.
- A sociedade brasileira parece que não enxerga a gente. Como é triste estar sempre batendo na mesma tecla há 500 anos – afirmou.
A presidente do CDH, a senadora Ana Rita (PT-ES) disse considerar a PEC "um retrocesso absurdo" e disse que a comissão será sempre um espaço de resistência dos povos indígenas no Congresso Nacional e que vai lutar para manutenção dos direitos conquistados e por lei.
- Não bastassem invasões ilegais de madeireiros, garimpeiros e produtores rurais em terras indígenas, os seus representantes aqui no Congresso defendem uma legislação que retira direitos constitucionais dos indígenas, constitucionais, inclusive o direito à terra - criticou a parlamentar.
O senador João Capiberibe (PSB-AP) afirmou disse que está em curso uma grande ofensiva contra os direitos dos índios. Mesma opinião manifestou o representante do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), Saulo Feitosa, que criticou ainda falta de diálogo com o Executivo.
- É lamentável que passados 500 anos, o Estado permaneça dominado por uma única etnia, a etnia branca – disse Feitosa.
Ocupação
Deputados e senadores manifestaram apoio à ocupação pelos índios do Plenário da Câmara dos Deputados na última terça-feira (16) e à mobilização do Abril Indígena, realizada esta semana em Brasília, que reúne cerca de 700 lideranças de diversas etnias.
Os parlamentares elogiaram a negociação dos índios com o presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Alves, que permitiu o adiamento da instalação da comissão especial que analisará a PEC 215/2000. Outra conquista dos índios lembrada durante a reunião foi a garantia da participação de dez índios em uma comissão paritária do Congresso, que irá trabalhar as reivindicações desses povos.
O presidente da Frente Parlamentar em Defesa dos Povos Indígenas, criada esta semana para debater os assuntos que envolvem os direitos dos índios, deputado federal Padre Ton (PT-RO), classificou de “histórica” a semana para o fortalecimento dos direitos dos índios, mas cobrou maior diálogo com o Executivo. A criação do espaço político também foi comemorada pelas lideranças indígenas.
- Agora, já posso pisar um pé aqui no Congresso. Quero poder pisar com os dois pés, mas só farei quando isso for cumprido – disse o líder indígena Otoniel Guarani Kaiowá, do Mato Grosso do Sul.
A presidente da Funai, Marta Azevedo, e o representante do Ministério da Justiça, Marcelo Veiga, elogiaram a iniciativa do Congresso e também manifestaram preocupação com a garantia dos direitos indígenas.
Projetos e decretos
Além da PEC 215/2000, outros projetos, como a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 038/99, a PEC 237/13 e o PL 1610/1996 também são consideradas danosos aos direitos indígenas pelos representantes dos índios.  Eles tratam de temas como a demarcação de terras indígenas, a permissão da posse dessas áreas por produtores rurais, assim como a exploração e o aproveitamento dos recursos minerais dessas terras.
Os líderes indígenas reivindicam ainda a criação do Conselho Nacional de Política Indigenista e a revogação pelo Executivo de todas as portarias e decretos que ameaçam os direitos originários e a integridade dos territórios tradicionais indígenas, como o Decreto 7.957/2013, que regulamenta a atuação das Forças Armadas na proteção ambiental, e a Portaria 303/2012 da AGU, que trata da demarcação da Terra Indígena Raposa Serra do Sol. Do Judiciário, os índios reivindicam agilidade no julgamento de casos que retardam a demarcação de terras. Agência Senado

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quarta-feira, 17 de abril de 2013

Michele Mara sofreu racismo

'Comentou do meu cabelo, que parecia que tinha levado um susto', disse.
Michele Mara foi eleita 'Maior Imitadora da América Latina', em 2011.


Cantora Michele Mara disse que foi agredida (Foto: Reprodução/OTV)

Cantora Michele Mara disse que foi agredida
(Foto: Reprodução/OTV)
A cantora Michele Mara, de 32 anos, afirmou ter sido alvo de comentários racistas feitos por funcionários do Supermercado Condor, em Curitiba. Michele contou ao G1 que foi ao local para fazer compras e, ao entrar no estacionamento do mercado, um grupo de funcionários que estava no intervalo fez piadas em relação à aparência e ao cabelo dela.
“Comentou da minha aparência e depois do meu cabelo, que parecia que tinha levado um susto”, contou. De acordo com Michele, apenas uma pessoa fez o comentário, mas todo o grupo ficou rindo. Logo após o ocorrido, uma funcionária que estava perto abordou a cantora dizendo não concordar com a situação e que se Michele fosse reclamar, poderia ser testemunha e confirmar a história. “A funcionária disse que sempre fazem isso, que sempre acontece piadinha”.  O caso aconteceu no sábado (13), na unidade da Rua Nilo Peçanha, no Centro Cívico.
Michele foi eleita a “Maior Imitadora da América Latina”, concurso promovido pelo programa “Domingão do Faustão”, em 2011. Ela venceu a competição como cover da cantora norte-americana de soul Aretha Franklin. Michele é vocalista da banda curitibana “Big Wilson Soul Band”.
Depois do ocorrido, a cantora procurou o Serviço de Atendimento ao Cliente (SAC) do supermercado para fazer uma declaração sobre a situação. “Falei com a pessoa do SAC. Depois de falar com um, com outro, fiz a declaração do que aconteceu e pedi para uma funcionária assinar, mas ela não quis por medo de perder o emprego. Quase uma hora depois, um homem, que acho que era o gerente, assinou. Fui direto fazer o boletim de ocorrência em uma delegacia no Centro”, relatou.
A cantora já entrou em contato com uma advogada, que está cuidando do caso. Michele contou que, ainda no sábado, enviou um e-mail para o Serviço de Atendimento ao Cliente do estabelecimento comercial. Ela recebeu a resposta na segunda-feira (15), com a informação de que as providências serão tomadas, que os envolvidos já haviam sido identificados e que a pessoa responsávbel pelos comentários foi demitida.
“Querem conversar comigo para esclarecer”. Um encontro deve acontecer na segunda-feira (22), segundo a cantora. Michele afirmou que a ideia, por enquanto, é processar o supermercado. Porém, ela e a advogada estão esperando essa conversa para, então, tomar uma decisão.
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Michele Mara venceu concurso no Faustão (Foto: Reprodução/RPC TV)Michele Mara venceu concurso no Faustão
(Foto: Reprodução/RPC TV)
“A gente passa por situações assim o tempo todo. Desde apertarem a campainha da minha casa e pedirem para falar com a dona da casa até pedirem para subir pelo elevador de serviço. As pessoas fazem piadas em relação à cor da pele, ao cabelo. Agora foi a gota d’água. Gordinhos e pessoas fora do padrão também passam por isso. Fiquei muito triste. Estou muito chateada”, desabafou a curitibana.
Ela espera que essa história sirva de exemplo para que outras pessoas tenham coragem de falar e reivindicar os direitos. “Ficam coagidos pela vergonha, pela humilhação. Não sabem a quem recorrer”, analisou. Michele disse que algumas pessoas estão lhe apoiando, mas que outras estão criticando. “Rede social foi minha grande aliada. Minha família também”.
No sábado, ela postou o relato do ocorrido no Facebook. Até agora, o post teve mais de 500 comentários e quase 300 compartilhamentos. “As pessoas estão comentando e compartilhando”.
Em nota, o Supermercado Condor afirmou lamentar o ocorrido e que retornou contato com Michele assim que soube da situação. O Condor também informou que a diretoria do supermercado irá receber a cantora na próxima semana e que todas as providências cabíveis foram tomadas.
Veja a nota na íntegra:
"O Condor lamenta profundamente o ocorrido em relação à cantora Michele Mara e destaca que assim que teve conhecimento do caso retornou de imediato à cliente e tomou todas as providências cabíveis. Na semana que vem a diretoria do Condor receberá a Sra. Michele na sede da empresa. O caso trata-se de um fato isolado e o Condor não compactua com qualquer atitude que possa causar mal-estar às pessoas. A rede reafirma seu compromisso com o respeito às pessoas e com a melhoria contínua do atendimento aos seus clientes." Thais Kaniak
Do G1 PR

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Menino de um ano leva 30 mordidas em creche

Criança apresentava mordidas pelo corpo, rosto e nas orelhas.
Polícia Civil e Conselho Tutelar de Sinop investigam o caso.

Menino teria sido mordido enquanto estava na creche, em Sinop. (Foto: Reprodução/TVCA)

Menino teria sido mordido enquanto estava na creche, em Sinop. (Foto: Reprodução/TVCA)
A mãe de uma criança que teria levado mais de 30 mordidas em uma creche municipal registrou boletim de ocorrência nesta quarta-feira (17) na cidade de Sinop, a 503 quilômetros de Cuiabá. De acordo com a Polícia Civil, o menino de 1 ano e quatro meses apresentava várias mordidas pelo corpo e no rosto, além de ferimentos perto dos olhos e principalmente nas orelhas.
A mãe da criança, Carla Werleng, disse que deixou o filho na creche municipal Neusa Nadir Graf, no Bairro Boa Esperança, na manhã de terça-feira (16). Por volta de meio-dia, a diretora da creche teria ligado para Carla e informado que o filho dela foi encaminhado para um hospital. Contudo, a diretora da creche e a professora que estaria cuidando das crianças não quiseram se pronunciar sobre o caso à reportagem.
‘’Ela [a diretora] falou que a criança tinha sofrido um acidente na creche e era para a gente ir pro hospital que já estavam levando a criança. Perguntamos o que era, e eles disseram que era grave e era pra ir lá”, disse a mãe.
No hospital, a mãe foi informada que a criança teria sido mordida em um intervalo de cinco minutos, quando uma das monitoras se afastou para beber água. “Eu acho que em cinco minutos uma criança da idade dele jamais faria o que ele fez. Ia dar uma ou duas mordidas e não mais de 30 mordidas como ele deu”, desabafou Carla.
O menino foi atendido no Pronto Atendimento de Sinop, onde a própria médica acionou o Conselho Tutelar. Somente nesta quarta-feira os pais da criança registraram boletim de ocorrência. A Polícia Civil ainda vai ouvir o depoimento da diretora, funcionários e dos pais.
‘’Nós já requisitamos o laudo do IML e só será confirmado aquilo que já vimos através de provas. Independente disso, vamos ouvir os pais da criança, inclusive os responsáveis pela guarda do menino naquele momento em que ocorreu as lesões”, disse o delegado Bráulio Junqueira.
A Secretaria Municipal de Educação abriu um processo administrativo para apurar o fato. Segundo a secretaria três pessoas tomam conta das crianças em cada sala das creches.Do G1 

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terça-feira, 16 de abril de 2013

Prefeito de Brejo da Madre de Deus é cassado



Prefeito José Edson de Souza afirmou que irá recorrer da decisão. Foto: Clelio Tomaz/Divulgação (Clelio Tomaz/Divulgação)
Prefeito José Edson de Souza afirmou que irá recorrer da decisão. Foto: Clelio Tomaz/Divulgação


O Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE-PE) anunciou nesta terça-feira (16), que vai manter em segunda instância a cassação do diploma do prefeito da Brejo da Madre de Deus, José Edson de Souza (PTB), conhecido como doutor Edison, e da sua vice Clarisse Teixeira (PP). Segundo a denúncia da juíza da 54ª Zona Eleitoral, Maria Adelaide Abreu, os gestores, durante período eleitoral, teriam utilizado dois ônibus da prefeitura para transportar pessoas na festa junina “São Pedro de São Pedro” no ano passado.

Segundo o TRE-PE, também foram apresentadas filmagens comprovando o uso da logomarca da Prefeitura da Madre de Deus em estandes da festa, que é realizada há mais de 17 anos. O prefeito José Edson, em entrevista por telefone, negou que o município do Agreste tenha patrocinado a festa junina. “Não gastamos nenhum dinheiro municipal com o evento”, garantiu.

Segundo o prefeito, a utilização de ônibus para o evento foi feita sem sua autorização. “Estou pagando por uma ordem que eu não dei explicitamente. O uso dos ônibus sempre foram normais em outras festas, mas não fui eu que ordenei para o setor de transportes para eles liberarem os veículos”, justificou.
Apesar da manutenção da cassação do diploma, o TRE-PE afirmou que o prefeito e sua vice permanecem nos cargos. O presidente interino do Tribunal Regional, José Fernandes de Lemos, deve se pronunciar ainda nesta semana sobre o caso.www.professoredgar.com/DP

Luiz Carlos Prestes teve mandato devolvido pelo Senado


Ele perdeu cargo em 1948, após Partido Comunista ter sido declarado ilegal.
Viúva do revolucionário enviou carta de agradecimento ao Senado.


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“Portanto, entendo que a volta simbólica de Luiz Carlos Prestes ao Senado Federal pode abrir uma porta para resgatar centenas de brasileiros do esquecimento, valorizar homens e mulheres que lutaram pela democracia e pela revolução socialista”, concluiu Arruda ainda em referência à carta de Maria Prestes.
Luiz Carlos Prestes (Foto: Agência Brasil)O ex-senador e líder comunista Luiz Carlos Prestes
(Reprodução / Agência Brasil)Com informações do G1
O Senado anulou nesta terça (16) uma resolução adotada pela Mesa Diretora da Casa em 1948 que extinguia o mandato do senador Luiz Carlos Prestes, morto em 1990, e de seu suplente, Abel Chermont.
O projeto foi aprovado em plenário e segue agora para promulgação, segundo o presidente do senado Renan Calheiros (PMDB-AL). De acordo com a assessoria do Senado, a proposta representa uma devolução simbólica do mandato e não garante direitos à viúva do ex-senador.
O projeto, de autoria do senador Inácio Arruda (PCdoB-CE), argumenta que a extinção do mandato de Prestes configurava “uma nódoa na história do Senado” e “um estigma à espera de ser reparado”.

O projeto registra que Prestes foi eleito senador pelo antigo Partido Comunista em 1945, com 157.397 votos, e obteve a maior votação proporcional da história política brasileira até a época. Prestes, porém, assumiu o cargo apenas em 1946, após a promulgação da nova Constituição.

De acordo com o texto de Arruda, a lei nº 211, que extinguiu o mandato de Prestes e de outros parlamentares, foi editada nove meses após uma decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que cancelara o registro do Partido Comunista em 1947.
Em discurso no plenário, Arruda afirmou que recebeu uma carta de Maria Prestes, viúva de Luiz Carlos Prestes, em agradecimento ao Senado pela iniciativa de devolução do mandato de se seu ex-marido.

"O Senado Federal, ao anular a cassação de Prestes, realiza um ato de justiça histórica. O Cavaleiro da Esperança não foi cassado por ser corrupto, por ser bandido ou por ter realizado ações contra os interesses públicos nacionais. Ele foi arrancado do Senado Federal por sua ideologia, por sua luta pelo socialismo”, disse o senador ao parafrasear a carta de Maria Prestes.

Cientistas desenvolveram rim em laboratório

Segundo especialistas, técnica baseada em reestruturação do órgão do próprio paciente mostrou 'grande potencial'.

Rim de rato desenvolvido em laboratório (Foto: BBC)Rim de rato desenvolvido em laboratório (Foto: BBC)
Um rim "criado" em laboratório foi transplantado para animais onde começou a produzir urina, afirmam cientistas norte-americanos.
A técnica, desenvolvida pelo Hospital Geral de Massachusetts e apresentada na publicação "Nature Medicine", resulta em rins menos eficazes do que os naturais. Mesmo assim, os pesquisadores de medicina regenerativa afirmam que ela representa uma enorme promessa.
Técnicas semelhantes para desenvolver partes do corpo mais simples já tinham sido utilizadas antes, mas o rim é um dos órgãos mais complicados de ser desenvolvido. Os rins filtram o sangue para remover resíduos e excesso de água. Eles também são o órgão com o maior número de pacientes na fila de espera de transplantes.
A técnica dos cientistas americanos consiste em usar um rim velho, retirar todas as suas células antigas e deixar apenas uma espécie de esqueleto, uma estrutura básica, que funcione como uma espécie de armação. A partir daí, o rim seria então reconstruído com células retiradas do paciente. Isso teria duas grandes vantagens sobre os habituais transplantes de rim.
Como o novo tecido será formado com células do paciente, não será necessário o uso de drogas antirrejeição, que evitam que o sistema imunológico bloqueie o funcionamento do órgão "estranho" ao corpo. Seria possível também aumentar consideravelmente o número de órgãos disponíveis para transplante. A maioria dos órgãos usados atualmente acaba rejeitada.
Teia de células
Nesse estudo, os pesquisadores usaram um rim de rato e aplicaram um detergente para retirar as células velhas. A teia de células restante, formada por proteínas, tem a forma do rim, e inclui uma intrincada rede de vasos sanguíneos e tubos de drenagem.
Esta rede de tubos foi utilizada para bombear as células adequadas para a parte direita do rim, onde se juntaram com a "armação" para reconstruir o órgão. O órgão reconstituído foi mantido em um forno especial por 12 dias para imitar as condições no corpo de um rato.
Quando os rins foram testadas em laboratório, a produção de urina chegou a 23% das estruturas naturais. A equipe, então, transplantou o órgão para um rato. Uma vez dentro do corpo, a eficácia do rim caiu para 5%.
No entanto, o pesquisador principal, Harald Ott, disse à BBC que a restauração de uma pequena fração da função normal já pode ser suficiente: "Se você estiver em hemodiálise, uma função renal de 10% a 15% já seria suficiente para livrar o paciente da hemodiálise. Ou seja, não temos que ir até o fim (garantir os 100% da função renal)."
Ele disse que o potencial é enorme: "Se você pensar sobre os Estados Unidos, há 100 mil pacientes aguardando por transplantes de rim e há apenas cerca de 18 mil transplantes realizados por ano." "O impacto clínico de um tratamento bem-sucedido seria enorme."
'Realmente impressionante'
Seriam necessárias ainda várias pesquisas antes de que o procedimento fosse aprovado para uso em pessoas. A técnica necessita ser mais eficiente, para a restauração de um maior nível de função renal. Os pesquisadores também precisam provar que o rim continuaria a funcionar por um longo tempo.
Haverá também os desafios impostos pelo tamanho de um rim humano. É mais difícil colocar as células novas no lugar certo em um órgão maior. O professor Martin Birchall, cirurgião do University College de Londres, envolveu-se em transplantes de traqueia produzidos a partir de armações desenvolvidas em laboratório. Sobre a pesquisa com o rim, ele disse: "É extremamente interessante, e realmente impressionante."
"Eles (os pesquisadores que desenvolveram o rim de rato) abordaram algumas das principais barreiras técnicas para tornar possível a utilização de medicina regenerativa para tratar de uma necessidade médica muito importante."
Ele disse que tornar o desenvolvimento de órgãos acessível a pessoas que necessitam de um transplante de órgão poderia revolucionar a medicina: "Do ponto de vista cirúrgico, é quase o nirvana da medicina regenerativa que você possa atender à maior necessidade de órgãos para transplante no mundo - o rim.
"

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segunda-feira, 15 de abril de 2013

Ciência quer ressuscitar espécies extintas


De volta à vida

A ciência está cada vez mais próxima de "ressuscitar" espécies extintas, algumas delas desaparecidas há milhares de anos

Juliana Santos/ veja.com
Mamute-lanoso
Ilustração de um mamute-lanoso, um dos candidatos a ser "desextinto". Ele viveu nas regiões árticas da Terra e desapareceu há cerca de 10.000 anos. (Photoresearchers/Latinstock)
Parece roteiro de ficção científica, mas muitos cientistas já afirmam que em alguns anos os zoológicos receberão moradores inusitados, como o mamute-lanoso (Mammuthus primigenius) ou o tigre-de-dente-de-sabre (Smilodon). Previsões otimistas como esta são possíveis graças ao avanço da ciência, principalmente no campo da genética, que torna cada vez mais próxima da realidade a ideia de trazer de volta à vida animais de espécies que foram extintas.
De certa forma, o homem já conseguiu reverter a extinção pelo menos uma vez. Em 2003, uma equipe de cientistas espanhóis e franceses trouxe à vida uma espécie de cabra selvagem que estava extinta desde o ano 2000, o burcado, ou íbex-dos-pireneus (Capra pyrenaica pyrenaica). Porém o clone, batizado de Celia, nome da última íbex-dos-pireneus, de quem foram retiradas as células para a clonagem, morreu dez minutos após seu nascimento, devido a uma má-formação dos pulmões.
A clonagem é, dentre as técnicas que podem ser utilizadas para a "desextinção" (neologismo que vem do inglês "deextinction"), a única que possibilita que o animal gerado tenha exatamente o mesmo genoma de um membro da espécie extinta. Porém, para que a clonagem possa ser realizada, é preciso que uma célula viva, ou ao menos um núcleo celular intacto do animal tenha sido conservado, o que só é possível em extinções mais recentes.
Há, no entanto, duas outras abordagens promissoras. Uma delas se baseia no fato de que, mesmo depois de extintos, alguns animais têm partes de seu material genético preservadas em indivíduos de espécies semelhantes. O cruzamento dessas espécies pode gerar a recombinação do material genético até que o animal extinto seja "reconstruído", ou algo próximo a ele.
O consultor ambiental Ronald Goderie e arqueólogo Henri Kerkdijk utilizam esta técnica, conhecida como seleção retroativa (em inglês, back-breeding), em um projeto que visa trazer de volta os auroques (Bos primigenius), espécie de bovino de grande porte, extinto no século 17. Eles preferiram nomear o animal que estão desenvolvendo desde 2008 como Tauros,  um substituto moderno do auroque, uma vez que ainda não se sabe exatamente o quão parecido geneticamente esse animal poderá ser em relação ao parente extinto.
Passado distante – Outra técnica é a engenharia genética, que permite tentar trazer de volta animais que foram extintos há mais tempo. Ela requer apenas que o genoma do animal tenha sido sequenciado, e que ele possua um "parente próximo". Assim, os pesquisadores podem inserir trechos do material genético do animal extinto que correspondem às suas características específicas no genoma de um animal próximo a ele, a fim de obter novamente a espécie desaparecida.
É o que diversos pesquisadores estão tentando fazer com o pombo-viajante (Ectopistes migratorius), espécie nativa da América do Norte que tem peito avermelhado e cauda mais longa do que os pombos comuns. Essas aves viviam em bandos tão numerosos que, em época de migração, chegavam a encobrir a luz do sol durante seus voos. A caça indiscriminada fez com que esse animal tão abundante fosse extinto. Em 1900, o último animal em estado selvagem foi morto e, em 1914, o último exemplar que vivia em cativeiro, a fêmea Martha, morreu no zoológico de Cincinnati, nos Estados Unidos.
Mesmo com tantos métodos diferentes, alguns feitos ainda estão fora de cogitação. Os dinossauros, por exemplo, devem continuar restritos às telas de cinema: extintos há cerca de 65 milhões de anos, o processo de deterioração natural de seus restos fossilizados impossibilita a recuperação de material genético desses animais.
Já o mamute-lanoso, extinto há cerca de 10.000 anos, pode voltar a caminhar sobre a Terra. Os restos do animal, encontrados com frequência no solo congelado do Ártico, onde ele habitava, permitiram que os cientistas sequenciassem seu genoma. Essa informação, bem como a existência do elefante, considerado um parente próximo o bastante para que os mamutes possam ser gerados por fêmeas de elefantes, torna possível, ao menos teoricamente, trazer de volta esses animais. Resta saber, e vários estudiosos já se dedicam ao tema, se seria ético trazer animais de volta à vida.

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