Paulo Diniz - "E agora, José" (texto deCarlos Drummond de Andrade)| A Nueza Da Alma
***
HISTÓRIA DA MUSICA E AGORA JOSÉ? PAULO DINIZ E DRUMMOND| MPB BOSSA
Você já ouviu a frase “E agora, José?”, mas sabe de onde ela vem?
Neste vídeo, conheça a história do famoso poema de Carlos Drummond de Andrade, escrito em 1942, e descubra como ele virou música de sucesso na voz de Paulo Diniz, em 1972.
#EAgoraJosé#CarlosDrummond#PauloDiniz#MPB#HistóriaDaMúsica
***
Letra da Música
José
E agora, José? A festa acabou, a luz apagou, o povo sumiu, a noite esfriou, e agora, José? e agora, você? você que é sem nome, que zomba dos outros, você que faz versos, que ama, protesta? e agora, José?
Está sem mulher, está sem discurso, está sem carinho, já não pode beber, já não pode fumar, cuspir já não pode, a noite esfriou, o dia não veio, o bonde não veio, o riso não veio, não veio a utopia e tudo acabou e tudo fugiu e tudo mofou, e agora, José?
E agora, José? Sua doce palavra, seu instante de febre, sua gula e jejum, sua biblioteca, sua lavra de ouro, seu terno de vidro, sua incoerência, seu ódio — e agora?
Com a chave na mão quer abrir a porta, não existe porta; quer morrer no mar, mas o mar secou; quer ir para Minas, Minas não há mais. José, e agora?
Se você gritasse, se você gemesse, se você tocasse a valsa vienense, se você dormisse, se você cansasse, se você morresse... Mas você não morre, você é duro, José!
Sozinho no escuro qual bicho-do-mato, sem teogonia, sem parede nua para se encostar, sem cavalo preto que fuja a galope, você marcha, José! José, para onde?
Poema: Carlos Drummond / Música: Paulo Diniz
*****
Lula diz que jovens devem reagir na política| Poder360
O QUE É IMPORTANTE SABER:
🏢 Poder Governo | O presidente disse que a transformação do país depende da participação popular e que os jovens devem reagir sempre que se sentirem não representados pelos políticos eleitos.
“Quando vocês perceberem que a classe política não representa vocês, pelo amor de Deus, não desanimem. Entrem na política, porque é lá que a mudança precisa acontecer”, disse. O discurso teve forte tom de mobilização, combinando críticas à elite brasileira e defesa de gastos com educação. Lula voltou a relatar sua trajetória pessoal, da infância pobre em Pernambuco à Presidência, para reforçar que “ninguém na idade de vocês tem o direito de desistir”.
“Eu sou fanático pela educação porque eu não tive. Esse país nunca levou a sério a educação para o povo pobre”, afirmou.
****
EXERCÍCIO DE FILOSOFIA
1- O uso da interrogação em “E Agora, José” provoca uma série de reflexões. Assinale a alternativa que melhor define a função das perguntas no poema.
2- Quem é José?
3- A fala, a ação e reflexões do presidente Lula se conectam de forma com a vida das pessoas em situações contraditórias de vida em que ficamos entre a angústia e a esperança?
A Revolução Francesa foi um dos eventos históricos mais significativos da humanidade. Gerou impactos políticos e ideológicos em todo o ocidente. É tanto que o ano que marcou o seu início, 1789, foi utilizado pelos historiadores para estabelecer o início da Idade Contemporânea.
Ideais como liberdade, igualdade e fraternidade foram disseminados pela revolução, que resultou no esfacelamento da monarquia absolutista na França e na ascensão de princípios republicanos. Uma das maiores conquistas da Revolução Francesa foi a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, que consolidou os direitos sociais e as liberdades individuais, sem distinção de classe social. Esse documento serviu de base para muitas constituições e declarações de direitos em diversos países, incluindo o Brasil.
Neste artigo, vamos mostrar como a Revolução Francesa, inspirada pelo pensamento moderno dos filósofos iluministas, abriu caminhos para a democracia representativa.
O que foi a Revolução Francesa?
A Revolução Francesa foi um movimento político que transformou a França de uma monarquia absolutista em uma república. Impulsionada por profundas desigualdades sociais, por uma crise financeira sem precedentes e pela influência dos ideais iluministas, a revolução culminou com o desmantelamento do sistema feudal que ainda prevalecia na França, bem como com a queda do absolutismo.
O processo revolucionário teve início quando o rei Luís XVI convocou os Estados Gerais no intuito de solucionar a crise que o país estava enfrentando. Na década de 1780, a população da França era dividida em estamentos: o Primeiro Estado, o Segundo Estado e o Terceiro Estado. Mas, apenas o Terceiro Estado pagava impostos. Formado por uma massa heterogênea de burgueses, camponeses e população urbana proletária, o Terceiro Estado representava mais de 90% dos cidadãos franceses. Insatisfeitos com a desigualdade social e com os privilégios concedidos ao clero e à nobreza, os representantes do Terceiro Estado vão desencadear a revolução.
O movimento durou cerca de 10 anos, período marcado por importantes momentos, como a Queda da Bastilha; a execução do rei Luís XVI e da rainha Maria Antonieta; a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão e a morte de alguns dos principais líderes revolucionários, como Georges Danton e Maximilien Robespierre.
A Revolução Francesa, portanto, não foi um movimento homogêneo e linear, mas cheio de conflitos internos e internacionais, que culminaram com a ascensão de Napoleão Bonaparte. Está entre os principais eventos que mudaram a história das Relações Internacionais.
Revolução Francesa Resumo
A Revolução Francesa foi um movimento radical que aconteceu na França, no final do século XVIII, marcado pelo fim da monarquia absolutista como modelo governamental do país. Durou 10 anos, que foram divididos em três fases: Monarquia Constitucional (1789-1792), Convenção Nacional (1792-1795) e Diretório (1795-1799).
No primeiro momento, houve a Tomada da Bastilha pelos revolucionários. A Bastilha era uma prisão política onde ficavam detentos os que se rebelavam contra a monarquia. Ainda na primeira fase, foi instituída a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão e a Constituição de 1791.
A segunda fase é marcada pela abolição da monarquia e pela proclamação da República. É neste momento que o rei Luís XVI é decapitado e acontece o período do Terror, com execuções em massa.
Já no terceiro momento da revolução, a burguesia assume o poder e precisa lidar com as ameaças externas ao país. É quando acontece o golpe do 18 de Brumário e Napoleão Bonaparte assume o poder.
Causas da Revolução Francesa
A Revolução Francesa foi o ápice de um longo processo de mudanças políticas, sociais e econômicas que já vinham acontecendo há mais de um século na França. O país estava sob o reinado de Luís XVI, que possuía todo o poder e não conseguia administrar adequadamente as finanças públicas.
A alta nobreza e o clero, que detinham enormes privilégios, como a isenção de impostos, contribuíam para a falência do Estado, enquanto as classes populares, especialmente os camponeses e a crescente burguesia, suportavam a maior carga tributária. Esse sistema injusto gerava grande descontentamento, especialmente entre os mais pobres, que viviam em péssimas condições.
No cenário internacional, a França atrasada e feudal observava o exemplo da Inglaterra, que já estava vivendo a Revolução Industrial e dos Estados Unidos, que tinha se tornado independente da Inglaterra. Inclusive, a própria França havia enviado soldados para lutar ao lado dos colonos americanos pela independência.
Internamente, a população francesa enfrentava péssimas colheitas, invernos rigorosos e secas que estavam a levando à miséria. Esse caos financeiro e social culminou na convocação dos Estados Gerais em 1789, uma reunião extraordinária convocada por Luís XVI para tentar resolver a crise fiscal do país.
Contudo, o sistema de votação nos Estados Gerais, em que cada um dos três estados (clero, nobreza e o Terceiro Estado, formado pela burguesia, camponeses e outros grupos) tinha direito a um voto, mostrava-se extremamente desigual.
No dia 20 de junho de 1789, aconteceu o Juramento do Jogo da Péla, quando os membros do terceiro estado decidiram permanecer reunidos até a criação de uma Constituição para a França.
Embora o Terceiro Estado representasse mais de 90% da população, ele estava sempre em desvantagem, já que o clero e a nobreza, unidos, conseguiam derrubar suas propostas. Esse cenário gerou um sentimento de injustiça entre os representantes do Terceiro Estado, que, em resposta, proclamaram a Assembleia Nacional, afirmando que eram os verdadeiros representantes do povo francês. A partir deste momento, o movimento revolucionário começou a ganhar força. A situação se tornou ainda mais explosiva com a tomada da Bastilha, um símbolo do poder absoluto do rei, em 14 de julho de 1789, marcando o início da Revolução Francesa.
Esse processo de revolta contra a monarquia absoluta se deu em um contexto de crescente reflexão sobre os ideais iluministas, que defendiam a liberdade individual, a igualdade perante a lei e o governo baseado na soberania popular
Fases da Revolução Francesa
A Revolução Francesa pode ser dividida em três fases principais, cada uma marcada por transformações significativas no governo e na sociedade francesa.
FASES DA REVOLUÇÃO FRANCESA
PRINCIPAIS ACONTECIMENTOS
1ª Fase: Monarquia Constitucional (1789-1792)
Formação da Assembleia Nacional e Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão
Tomada da Bastilha (14/07/1789)
Aprovação da Constituição de 1791: monarquia constitucional e voto censitário
2ª Fase: Convenção Nacional (1792-1795)
Proclamação da República e execução de Luís XVI (1793) Adoção do governo radical dos jacobinos, liderado por Robespierre
Período do Terror e medidas radicais (voto universal masculino, fim da escravidão, congelamento de preços)
Queda de Robespierre (1794)
3ª Fase: Diretório (1795-1799)
Governo dos girondinos e revogação das medidas jacobinas
Crises internas e ameaças externas (Império Austríaco e Inglaterra)
Ascensão de Napoleão Bonaparte e Golpe do 18 de Brumário (1799)
Iluminismo: A Influência dos Pensadores
A pintura mostra o revolucionário jacobino Jean-Paul Marat, assassinado em casa em 13 de julho de 1793, por Charlotte Corday
O Iluminismo foi uma corrente filosófica que floresceu no século XVIII na Europa, cujas ideias se expandiram por todo o Ocidente. O Iluminismo, também conhecido como Ilustração ou Esclarecimento, propunha uma nova maneira de interpretar o mundo, com ênfase na razão, no conhecimento científico, no antropocentrismo e nos direitos individuais.
As ideias do movimento desafiavam as tradições dogmáticas da Igreja Católica e os poderes absolutistas da monarquia. Portanto, os preceitos iluministas tiveram impacto direto na Revolução Francesa, fornecendo as bases ideológicas para as transformações políticas e sociais que iriam acontecer na França.
Entre os filósofos iluministas, nomes como Jean-Jacques Rousseau, Voltaire e Montesquieu destacaram-se por suas ideias a respeito de igualdade, liberdade e fraternidade, que mais tarde se tornaram o lema da Revolução Francesa.
Rousseau, em sua obra O Contrato Social, argumentou que a soberania deveria residir no povo e não em uma monarquia absoluta. Ele defendia a ideia de um contrato social, onde os cidadãos, ao se unirem, criariam uma vontade geral que deveria guiar a sociedade. Suas ideias sobre liberdade e igualdade social tiveram um grande impacto nas revoltas contra os privilégios da nobreza e do clero.
Montesquieu, em O Espírito das Leis, propôs a separação dos poderes em executivo, legislativo e judiciário, uma ideia que permanece viva até hoje nas repúblicas democráticas.
Já Voltaire criticava a intolerância religiosa e o absolutismo monárquico, defendendo a liberdade de expressão e a separação entre Igreja e Estado. Seus escritos ajudaram a incitar um espírito de questionamento da autoridade, que se refletiu na oposição popular ao regime monárquico francês.
Immanuel Kant e o Iluminismo
Um dos principais pensadores iluministas foi Immanuel Kant, filósofo alemão que teve um papel decisivo no desenvolvimento da filosofia moderna.
Em O Que é o Esclarecimento? (1784), um dos textos fundamentais para compreender o Iluminismo, Kant responde à pergunta que dá título à obra, explicando o conceito de "esclarecimento" e sua importância para a humanidade. Esse trabalho reflete e sintetiza muitos dos princípios centrais do movimento iluminista.
No texto, Kant define o esclarecimento como o processo de libertação da humanidade da "auto-imposta tutela", ou seja, da incapacidade de pensar por si mesma. Ele escreve que “o esclarecimento é a saída do homem de sua menoridade, da qual ele mesmo é culpado.”
Essa menoridade seria a condição de dependência intelectual, onde os indivíduos aceitam dogmas, tradições e autoridades sem questionamento. A tutela é imposta pela falta de coragem para usar a própria razão de forma independente, muitas vezes devido ao medo ou à preguiça.
Kant acreditava que o Iluminismo era a saída da humanidade de sua "menoridade", ou seja, a superação do estado de dependência intelectual e política. Ele afirmava que as pessoas deveriam usar sua razão para questionar a autoridade e a tradição, defendendo a autonomia e a liberdade de pensamento
Consequências da Revolução Francesa
Os ideais da Revolução Francesa tiveram um impacto duradouro, não apenas na França, mas em todo o mundo. Os princípios que floresceram durante o processo revolucionário marcaram o fim de séculos de monarquia absoluta e feudalismo. A revolução alterou a estrutura política e social da França e inspirou movimentos revolucionários e de independência em várias partes do mundo, especialmente na Europa e nas Américas. A ascensão do capitalismo, a queda do absolutismo e a introdução de direitos humanos fundamentais são apenas algumas das consequências que ecoam até os dias de hoje.
Principais Consequências da Revolução Francesa:
Disseminação dos ideais de liberdade, igualdade e fraternidade
Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, afirmando os direitos individuais
Abolição dos privilégios da nobreza e do clero
Fortalecimento do conceito de direitos humanos e cidadania
Fim do absolutismo e início da consolidação de regimes republicanos
Fim do feudalismo e fortalecimento do capitalismo
Inspiração para movimentos de independência nas Américas
Separação entre os poderes executivo, legislativo e judiciário
Propagação do conceito de nacionalismo, com bandeiras nacionais, hino, idioma oficial
A Influência da Revolução Francesa na Independência do Brasil
No início do século XIX, as ideias republicanas ganharam força no Brasil, influenciadas pela Revolução Francesa e pelas transformações políticas na Europa e nas colônias americanas. A Revolução Francesa serviu como modelo para aqueles que desejavam uma sociedade sem a monarquia absolutista, como a que existia sob Dom Pedro I. Em 1822, Dom Pedro I proclamou a independência do Brasil, tornando-se imperador. No entanto, a insatisfação com o governo imperial cresceu ao longo das décadas, e, em 1889, movimentos republicanos culminaram na Proclamação da República, com a deposição de Dom Pedro II e o fim da monarquia, dando início a um novo regime republicano baseado nos valores de liberdade e igualdade.
Conclusão
A Revolução Francesa foi um marco decisivo na história mundial, cujas transformações políticas, sociais e ideológicas impactaram profundamente a França e reverberaram por todo o Ocidente. Introduziu novos ideais, que foram fundamentais para a construção de sociedades democráticas. Portanto, compreender o passado nos ajuda a saber o que somos e o que podemos nos tornar. Entender as consequências amplas da Revolução Francesa nos permite reconhecer as lutas e conquistas que formaram as bases das sociedades democráticas atuais.
Filmes para Entender a Revolução Francesa
A Revolução Francesa é tema de diversos filmes que abordam suas complexidades e impactos históricos. Alguns exemplos incluem:
Danton - O Processo da Revolução (1983)
Dirigido por Andrzej Wajda, o filme retrata o retorno do revolucionário Georges Danton (Gérard Depardieu) a Paris em 1794, no auge do clima de terror liderado por Robespierre. Danton, que inicialmente lutou pela revolução, agora se vê perseguido pelas mesmas forças que ajudou a instaurar.
A Revolução em Paris (2018)
Dirigido por Pierre Schoeller, o filme se passa em 1789, mostrando a crescente insatisfação popular contra a monarquia de Luís XVI. A história acompanha personagens comuns e figuras históricas, destacando a luta por justiça e igualdade.
Maria Antonieta (2006)
Dirigido por Sofia Coppola e estrelado por Kirsten Dunst, o filme narra a história da princesa austríaca Maria Antonieta, que, ao chegar à corte de Versalhes para casar com Luís XVI, busca escapar das rígidas regras da monarquia, enquanto a Revolução Francesa se aproxima e ameaça o futuro da monarquia.
Perguntas Frequentes sobre a Revolução Francesa
O que foi a Revolução Francesa?
A Revolução Francesa foi um movimento social e político iniciado em 1789, que derrubou a monarquia absolutista na França, estabeleceu a República e promoveu ideais de liberdade, igualdade e fraternidade.
Quais foram os principais resultados da Revolução Francesa?
A Revolução Francesa resultou na queda da monarquia, na implementação da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, e na criação de um novo regime republicano, que inspirou outras revoluções ao redor do mundo.
Revolução francesa - História - Ensino Médio| Canal Futura| EJFGEBDESS
A Revolução Francesa começou com a burguesia e trabalhadores contra o Absolutismo e os privilégios de clero e nobreza, em nome da liberdade. Depois de tomar o poder, a burguesia vai se dividir entre propostas de mudanças moderadas e radicais.
EXERCÍCIO REVOLUÇÃO FRANCESA
1. (Enem 2017) Fala-se muito nos dias de hoje em direitos do homem. Pois bem: foi no século XVIII — em 1789, precisamente — que uma Assembleia Constituinte produziu e proclamou em Paris a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. Essa Declaração se impôs como necessária para um grupo de revolucionários, por ter sido preparada por uma mudança no plano das ideias e das mentalidades: o iluminismo.
FORTES, L. R. S. O Iluminismo e os reis filósofos. São Paulo: Brasiliense, 1981 (adaptado). Correlacionando temporalidades históricas, o texto apresenta uma concepção de pensamento que tem como uma de suas bases a
a) modernização da educação escolar.
b) atualização da disciplina moral cristã.
c) divulgação de costumes aristocráticos.
d) socialização do conhecimento científico.
e) universalização do princípio da igualdade civil
2. A Revolução é feita de sombra, mas, acima de tudo, de luz. Michel Vovelle. A Revolução Francesa explicada à minha neta, 2007. A frase apresenta a Revolução Francesa, destacando
a) a aliança de setores católicos, associados à luz da revelação divina, com a ação revolucionária, que representava as trevas da morte.
b) o contraste entre a obscura violência de alguns de seus momentos e a razão luminosa que guiou muitos de seus propósitos.
c) a vitória do projeto aristocrático, que representava a luz, sobre as lutas burguesas, que representavam as sombras.
d) o contraponto entre o esforço obscuro de impor o terror e a vontade iluminista de restaurar a monarquia parlamentar.
e) a derrota do ideal republicano, que associava a revolução às trevas, e o sucesso da monarquia absoluta, liderada pelo Rei Sol.
3. Em julho de 1789, houve a explosão de movimentos populares em Paris. Artesãos, operários e desempregados se envolveram fortemente com o processo revolucionário, que ocasionou a tomada da Bastilha, momento simbólico da Revolução Francesa. Os grupos populares que protagonizaram a revolução passaram a ser conhecidos como sans-culottes. Em relação aos sans-culottes, assinale a resposta que CORRESPONDA às suas reivindicações e atitudes.
a) Desejavam tomar o poder do rei de forma moderada, mediante as decisões do Primeiro Estado.
b) Defendiam o aprofundamento das reformas políticas e a tomada de poder por parte da aristocracia.
c) Tinham um projeto político bem definido, cuja principal proposta era o alinhamento com grupos contrarrevolucionários.
d) Exigiam melhores condições de vida e participação política dos setores sociais médios e pobres, saqueando armazéns e tomando edifícios governamentais.
e) Defendiam que os preços fossem tabelados e o fim da exploração econômica, sem qualquer proximidade com os camponeses e suas reivindicações.
A mesma ordem econômica que nega a 673 milhões de pessoas o acesso à alimentação adequada permite a um seleto grupo de 3 mil bilionários deterem 14,6% do PIB global.
Por Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República do Brasil
A fome não é uma condição natural da humanidade, nem é uma tragédia inevitável: ela é fruto de escolhas de governos e de sistemas econômicos que optaram por fechar os olhos para as desigualdades. Ou mesmo promovê-las.
A mesma ordem econômica que nega a 673 milhões de pessoas o acesso à alimentação adequada permite a um seleto grupo de 3 mil bilionários deterem 14,6% do PIB global.
Em 2024, as nações mais ricas ajudaram a impulsionar o maior aumento em gastos militares desde o fim da Guerra Fria, que chegaram a US$ 2,7 trilhões no ano. Mas não tiraram do papel o compromisso que elas mesmas assumiram: investir 0,7% do PIB em ações concretas para a promoção do desenvolvimento nos países mais pobres.
Vemos, hoje, situações semelhantes àquelas que existiam há oitenta anos, quando a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura, a FAO, foi criada. Diferente daquela época, contudo, não temos apenas as tragédias da guerra e da fome se retroalimentando, mas também a urgente crise climática. E a concertação entre as nações criada para resolver os desafios de 1945 não dão mais conta dos problemas atuais.
É necessário reformar os mecanismos globais de governança. Precisamos fortalecer o multilateralismo, criar fluxos de investimentos que promovam o desenvolvimento sustentável e garantir aos estados a capacidade de implementar políticas públicas consistentes de combate à fome e à pobreza.
É fundamental incluir os pobres no orçamento público e os mais ricos no imposto de renda. Isso passa pela justiça tributária e a taxação dos super-ricos, tema que conseguimos incluir – pela primeira vez – na declaração final da cúpula do G20 em novembro de 2024, realizada sob a presidência brasileira. Uma mudança simbólica, mas histórica.
Defendemos tal prática no mundo – e a adotamos no Brasil. Está em vias de ser aprovado no Congresso brasileiro uma mudança substancial nas regras tributárias: pela primeira vez no país, haverá uma taxação mínima sobre a renda das pessoas mais ricas do país, isentando do imposto milhões de pessoas com salários menores.
Também à frente do G20, o Brasil propôs a criação da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza. A iniciativa, embora recente, já conta com 200 membros — 103 países e 97 parceiros como fundações e organizações. Não se trata só de trocar experiências, mas de mobilizar recursos e cobrar compromissos.
Com a Aliança, queremos que os países tenham as capacidades necessárias para conduzir as políticas que efetivamente reduzam a desigualdade e garantam o direito à alimentação adequada. Políticas que têm resultados rápidos, como os registrados no Brasil após elevarmos o combate à fome à condição de prioridade de governo em 2023.
Dados oficiais divulgados há poucos dias mostram que libertamos da fome 26,5 milhões de brasileiros desde o início de 2023. Além disso, o Brasil saiu, pela segunda vez, do Mapa da Fome da FAO em seu relatório sobre a insegurança no mundo. Mapa ao qual não teria retornado se as políticas iniciadas ainda nos meus primeiros governos (2003-2010) e da presidenta Dilma Rousseff (2011-2016) não tivessem sido abandonadas.
Por trás desta conquista, estão ações coordenadas em diversas frentes. Qualificamos e ampliamos nosso principal mecanismo de transferência de renda, que passou a atender a 20 milhões de lares, com atenção a 8,5 milhões de crianças de até 6 anos.
Ampliamos os recursos destinados à alimentação gratuita nas escolas públicas, que beneficia 40 milhões de estudantes. Por meio de compras públicas de alimentos, garantimos renda a famílias de pequenos agricultores e distribuímos comida gratuita e de qualidade a quem realmente precisa. Além disso, aumentamos o fornecimento gratuito de gás de cozinha e eletricidade às pessoas de menor renda, abrindo espaço no orçamento familiar para fortalecer a segurança alimentar
Nenhuma dessas políticas, porém, se sustenta sem um ambiente econômico que as impulsione. Quando há empregos, quando há renda, a fome perde sua força. Por isso, adotamos uma política econômica que priorizou o aumento dos salários e nos levou ao menor índice de desemprego já registrado no Brasil. E também ao menor índice de desigualdade de renda familiar per capita.
O Brasil ainda tem muito a avançar até garantir a plena segurança alimentar a toda sua população, mas seus resultados confirmam que a ação do estado é capaz, sim, de vencer o flagelo da fome. Tais iniciativas, contudo, dependem de mudanças concretas nas prioridades mundiais: investir em desenvolvimento, e não em guerras; privilegiar o combate à desigualdade, e não as políticas econômicas restritivas que por décadas têm provocado enorme concentração de riqueza; e encarar o desafio da mudança do clima, tendo as pessoas no centro de nossas preocupações.
Ao sediar a COP30 na Amazônia, no mês que vem, o Brasil quer mostrar que o combate à mudança do clima e o combate à fome e à pobreza precisam andar juntos. Queremos adotar, em Belém, uma Declaração sobre Fome, Pobreza e Clima que reconheça os impactos profundamente desiguais das mudanças climáticas e seu papel no agravamento da fome em certas regiões do mundo.
Também levei estas mensagens ao Fórum Mundial da Alimentação e à reunião do Conselho de Campeões da Aliança Global Contra a Fome, eventos dos quais tive a honra de participar no dia 13, em Roma. Mensagens que mostram que as mudanças são urgentes, mas são possíveis. Pois a humanidade, que criou o veneno da fome contra ela mesma, também é capaz de produzir o seu antídoto https://iclnoticias.com.br/