quarta-feira, 12 de janeiro de 2022

Quem vai pagar pelos danos causados pelas mudanças climáticas?


Imagem de satélite do furacão Irma

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Quando o furacão Irma estava prestes a atingir Barbuda, o governo local ordenou a evacuação de todos os habitantes da ilha

Em setembro de 2017, John Mussington foi forçado a sair de casa e deixar seus animais para trás quando a pequena ilha caribenha de Barbuda foi atingida pelo furacão Irma, com ventos de 300 km/h.

"Foi devastador", afirma Mussington, que é biólogo marinho e diretor de uma escola na ilha. "As pessoas ficaram traumatizadas, havia muitas construções sem teto, e não tínhamos eletricidade. Nossa primeira preocupação foi: como sobreviver ao dia seguinte?"

O Irma danificou todas as construções de Barbuda, e 23% delas foram totalmente destruídas. Um estudo de 2018 concluiu que as mudanças climáticas aumentaram a intensidade da destruição causada pelos furacões, incluindo o Irma, aumentando as chuvas em 5% a 10%.

O choque inicial foi agravado quando todos os 1,8 mil moradores de Barbuda foram evacuados por um mês para a ilha vizinha, Antígua. Mussington afirma que a evacuação virou a vida dele completamente do avesso.

"Foi o mais traumático de tudo, ficar ali sentado em Antígua preocupado com as fazendas, animais e negócios, em vez de começar a recuperação", relembra ele. "Sou criador de abelhas, e todas as minhas colônias foram destruídas. Perdi meu negócio, junto com muitos fazendeiros e pescadores."


"Quando os países perdem suas ilhas devido ao aumento do nível do mar e eventos extremos, eles perdem sua cultura e suas tradições. Não existe adaptação para isso", segundo Le-Anne Roper, coordenadora de perdas e danos da Aliança dos Pequenos Estados Insulares (Aosis, na sigla em inglês).

Para os nativos de Barbuda, a destruição da biodiversidade e do ambiente local é uma violação direta do seu modo de vida.

"Toda a nossa cultura, identidade e modo de vida são relacionados ao meio ambiente e aos recursos naturais", segundo Mussington. Ele acrescenta que muitos moradores de Barbuda passam seu tempo livre fora de casa, pescando, caçando e acampando junto à natureza. "É parte da nossa identidade em Barbuda."

As construções danificadas e a perda de trabalho não são as únicas consequências de eventos extremos causados pelas mudanças climáticas. Desde Barbuda até Fiji, culturas inteiras estão em risco. Mas, com maior consciência, novas tecnologias e fortes apelos por apoio internacional, essas pequenas nações insulares estão preparando seu contra-ataque.

Mulher em meio a escombros em Barbuda

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Todas as construções de Barbuda foram danificadas pelo furacão Irma e muitas delas ficaram totalmente inabitáveis

A Aosis, que defende os interesses de 39 pequenas nações insulares nas negociações globais sobre o clima, levantou pela primeira vez a questão de perdas e danos em 1991, pouco depois da sua fundação, quando pediu apoio aos ilhéus que enfrentam aumento do nível dos mares.

Os países ricos apresentaram forte resistência a esses apelos, insistindo que o auxílio humanitário é suficiente para lidar com a questão.

Nos 30 anos que se seguiram, pequenos Estados insulares em terras baixas e outros países vulneráveis às ações climáticas continuaram a pedir aos países ricos que os ajudassem a lidar com eventos extremos, como ondas de calor, furacões e enchentes, bem como ameaças climáticas de avanço lento, como o aumento do nível dos mares.

Eles argumentam que os países ricos devem pagar por perdas e danos causados pelo clima, já que eles são responsáveis por quase 80% do histórico de emissões.


Nas discussões sobre o clima global das Nações Unidas em Glasgow, no Reino Unido, em novembro passado, os países em desenvolvimento travaram uma luta árdua para a criação de uma agência formal dedicada ao financiamento de perdas e danos, a ser subordinada à Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC, na sigla em inglês), para fornecer novo apoio financeiro às nações afetadas.

Mas o pacto final de Glasgow sobre o clima não fez referência ao financiamento climático para cobrir os valores crescentes de perdas e danos em países em desenvolvimento. Os países ricos disseram que estabeleceriam "um diálogo" para discutir "mecanismos para o financiamento de atividades para evitar, minimizar e combater perdas e danos".

Nas discussões sobre o clima, a primeira-ministra de Barbados, Mia Mottley, disse aos líderes mundiais que pedir aos países que estão na linha de frente da crise climática, como os pequenos Estados insulares, que paguem pelas mudanças climáticas é "como pedir aos passageiros de um acidente de carro que paguem pelos danos no lugar do motorista".

"A ausência desse financiamento crucial é medida em vidas e no sustento das nossas comunidades", afirmou Mottley, acrescentando que ela considera a situação "imoral" e "injusta".

Meninos em casa inundada em Fiji, com móveis e pertences danificados pela água

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Fiji vem precisando lidar repetidamente com tempestades intensas, que devem ficar mais sérias e frequentes com as mudanças climáticas

Os países vulneráveis afirmam que precisam urgentemente de apoio técnico e financeiro, agora que começam a enfrentar os impactos mortais das mudanças climáticas, que se intensificarão à medida que o planeta ficar mais quente.

Segundo o último relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU (IPCC, na sigla em inglês), "cada 0,5°C adicional de aquecimento global causa aumentos claramente observáveis da intensidade e da frequência" de eventos extremos, como ondas de calor, fortes chuvas e secas.

"Não podemos mais ignorar [esses impactos]", afirma Adelle Thomas, pesquisadora caribenha sênior da organização alemã Climate Analytics. "Está acontecendo agora [também] nos países desenvolvidos", segundo ela, referindo-se às enchentes na Alemanha no mês de julho, que mataram mais de 200 pessoas e causaram perdas econômicas de até 5 bilhões de euros (R$ 32,4 bilhões).

Um estudo da organização britânica Christian Aid destaca o impacto econômico devastador a ser imposto pelas mudanças climáticas aos 65 países mais vulneráveis do mundo.

Se as temperaturas globais aumentarem em 2,9°C, o PIB dessas nações cairá em 20% até 2050 e em 64% até 2100.

Abordagem preventiva

Todos os anos, Fiji enfrenta eventos extremos, que variam de poderosos ciclones a secas prolongadas, segundo o embaixador do país nas Nações Unidas, Satyendra Prasad. Ele afirma que "10% da nossa economia foram varridos por três eventos só no último ano, enquanto também combatíamos a covid-19. Esta é a diferença entre os países grandes e os pequenos."

Em 2021, Fiji lançou um esquema de seguro paramétrico, em parceria com agências das Nações Unidas, que oferece pagamentos imediatos para as mulheres pobres e outras comunidades vulneráveis após a ocorrência de desastres. Esse financiamento dirigido ajuda as pessoas a reconstruir suas vidas depois de uma catástrofe, segundo Prasad.

O governo de Fiji também está realocando para o interior 20 mil pessoas que vivem em 45 comunidades costeiras, a fim de protegê-las do aumento do nível do mar, com financiamento levantado pelo imposto de adaptação ao clima e ao meio ambiente do país.

"Não se trata apenas de mudar as casas de lugar", segundo Prasad. "Temos que construir novas rodovias, escolas e fornecer eletricidade - tudo o que torna a vida possível."

A pressão constante pela reconstrução após eventos extremos torna quase impossível para Fiji investir na educação, assistência médica e infraestrutura.

"Estamos gastando mais dinheiro reparando e reconstruindo escolas que expandindo a educação", afirma Prasad, que acrescenta que o dinheiro da assistência médica é transferido para serviços sociais, a fim de ajudar na recuperação das comunidades vulneráveis.

Um barco com seis assentos num leito de rio seco, com o chão de terra rachado pela falta de água

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Uma forma de reduzir os danos causados pelas mudanças climáticas é melhorar os sistemas de alerta

Já no Paquistão, um projeto piloto lançado pela Start Network — uma coalizão de 50 agências de auxílio e organizações sem fins lucrativos — pretende levar a intervenção precoce um passo adiante. A rede está tentando prever condições climáticas extremas que podem gerar fome e pobreza, detectando sinais de risco com antecedência e agindo com rapidez.

Utilizando imagens de satélite e modelos estatísticos, a ferramenta prevê quando eventos extremos, como secas e enchentes, estão para acontecer e ativa um alerta para intervenção antecipada — fornecendo dinheiro e experiência técnica essencial. Isso permite que as comunidades vulneráveis desenvolvam planos de reação com antecedência e minimizem os impactos tanto quanto possível.

Esse modelo, que prevê reduções do rendimento das safras, permitiu que comunidades do Paquistão começassem a cultivar plantas resistentes à seca, preservar água e imunizar seus rebanhos até um mês antes de uma seca. "É uma reação muito rápida, dirigida e eficaz, antes que o risco chegue ao campo", afirma Amjad Ahmad, coordenador de financiamento de riscos de desastres da rede no Paquistão.

Os resultados iniciais são positivos, segundo Ahmad. Menos crianças saíram da escola, e as famílias não foram forçadas a mudar-se para favelas urbanas em busca de trabalho. As comunidades também tiveram acesso a financiamento antes de serem atingidas pelas secas e outros choques climáticos.

"Não precisamos esperar o sofrimento chegar para que o financiamento seja liberado", segundo Sarah Klassen, consultora de política e defesa de direitos da Start Network. "Estamos realmente considerando a ação proativa como uma das formas práticas em que as organizações humanitárias podem abordar e minimizar perdas e danos causados pelas mudanças climáticas;"

O problema da responsabilidade

Esse tipo de intervenção exige conhecimento tecnológico e, principalmente, dinheiro para seu financiamento. Mas a grande questão é: quem deve pagar a conta?

Os países ricos, que tradicionalmente detêm o maior histórico de emissões, estão preocupados porque poderão ser responsabilizados pelas décadas de poluição que eles causaram. Quando perdas e danos foram incluídos no Acordo de Paris em 2015, os Estados Unidos forçaram a inserção de uma cláusula que indicasse que o acordo "não envolve nem fornece base para responsabilidade ou compensação".

O debate sobre responsabilidade e compensação tornou perdas e danos "um tabu político" e paralisou as negociações, segundo Adelle Thomas.

Apesar de se inscreverem em uma "coalizão muito ambiciosa" com pequenos Estados insulares e nações vulneráveis nas discussões sobre o clima de novembro de 2021 em Glasgow, os Estados Unidos e a União Europeia bloquearam a proposta de criação de uma agência de financiamento de perdas e danos, apresentada pelos países vulneráveis.

Quando questionado sobre a razão da oposição dos Estados Unidos à criação dessa agência, o enviado especial climático de Washington John Kerry disse aos repórteres: "Permanecemos sempre preocupados com a questão da responsabilidade e a quem ela cabe".

Militares em roupa camuflada em tons de bege manuseando doações em sacolas plásticas

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O aprimoramento dos sistemas de alerta pode ajudar a elaborar intervenções de auxílio e prevenção antes da chegada de um período de fenômenos climáticos intensos

Satyendra Prasad, o embaixador de Fiji, afirma que as negociações políticas precisam avançar para além desse dilema. Para ele, "elas deveriam tratar da solução de problemas a longo prazo e não de compensação e quem é responsável por quanto".

Fornecer apoio por perdas e danos não é apenas altruísmo, afirma Olivia Serdeczny, analista de pesquisa da Climate Analytics, especializada em perdas e danos. "Em algum momento, os países desenvolvidos poderão agir em seu próprio interesse. Eles não querem que os sistemas políticos dos países em desenvolvimento se desestabilizem e tenham que enfrentar migrantes climáticos", afirma ela.

Quanto é necessário?

Os ativistas afirmam que os países vulneráveis precisam de pelo menos US$ 300 bilhões (R$ 1,7 trilhão) por ano para cobrir perdas e danos até 2030. Os países em desenvolvimento indicam que esse financiamento para recuperação deverá somar-se ao dinheiro reservado para atenuação e adaptação climática, que se enquadra em um compromisso de financiamento climático global.

"O volume e a escala dos recursos [necessários] está além do que países como o nosso podem pagar", afirma Prasad. "Nós precisamos de recursos dedicados para fins exclusivos de cobrir perdas e danos."

Nas negociações sobre o clima das Nações Unidas em novembro de 2021, a Escócia tornou-se o primeiro país do mundo a reservar financiamento específico para perdas e danos, cerca de 2 milhões de libras (R$ 15,3 milhões), para ajudar as comunidades na linha de frente da crise climática. O valor é pequeno, mas o compromisso foi considerado altamente simbólico. Ainda assim, outros países negaram-se a abrir um novo canal de financiamento climático.

Uma área na qual se fez progressos nas negociações foi a concordância dos países ricos em financiar a Rede de Santiago, um mecanismo formado em 2019 para fornecer assistência técnica a países que vêm sofrendo perdas e danos. A ideia é tornar essa rede operante antes da próxima reunião climática da ONU, que será realizada no Egito, em novembro de 2022.

Mar revolto batendo contra uma escada de madeira

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Países ricos e pobres enfrentarão os impactos das mudanças climáticas e precisarão adaptar-se — mas nem todos têm os recursos para fazê-lo tão facilmente

"Espera-se fornecer assistência técnica voltada à demanda e a soluções para os países", segundo Harjeet Singh, consultor da rede de organizações ambientais Climate Action Network International.

"Esse apoio ajudará a gerar conhecimento e informação para os países que precisam de assistência técnica para lidar com a intensidade e frequência crescentes de eventos climáticos extremos e novos desafios, como o aumento do nível dos mares, derretimento das geleiras e acidificação dos oceanos", afirma ele.

Mas os países vulneráveis afirmam que a rede sozinha faz pouco para reduzir os desafios enfrentados. "[Os desastres climáticos] são a realidade que estamos vivendo", afirma Prasad. "Todos os anos estamos postergando as ações e aumentando a escala dos problemas de perdas e danos."

"Estamos realmente em um momento crítico", segundo Thomas. "Estamos atingindo nosso limite de espera e luta."

Depois do furacão Irma, o financiamento de perdas e danos teria ajudado Barbuda a reconstruir-se mais de forma rápida e adaptável, para que a ilha pudesse suportar furacões futuros, segundo o biólogo marinho John Mussington.

Ele afirma que o dinheiro poderia ser usado para mudar a principal fonte energética de Barbuda para energia renovável, como a eólica, que não só é mais sustentável, mas pode também ser adaptada para melhor suportar as tempestades e manter as luzes acesas após tempestades severas.

O apoio internacional permitiria ainda maior investimento nos mangues, recifes de corais e praias de Barbuda — que são parte fundamental da vida cultural da ilha e agem como barreiras importantes contra as marés de tempestades, acrescenta Mussington. "Se não os preservarmos, não manteremos nossa cultura e nossa identidade."


  • Isabelle Gerretsen
  • BBC Future
Professor Edgar Bom Jardim - PE

terça-feira, 11 de janeiro de 2022

Caso Beatriz: análise de DNA identifica assassino, que confessa crime e é indiciado




A Secretaria de Defesa Social de Pernambuco (SDS-PE) chegou, nesta terça-feira (11), ao autor do assassinato da menina Beatriz Angélica Mota, ocorrido em 2015, em Petrolina, no Sertão de Pernambuco. Preso por outros delitos, o suspeito teve o DNA identificado e confessou o crime.

A equipe revisitou todo o inquérito e realizou novas diligências. A identificação do suspeito se deu por meio de análises do banco de perfis genéticos do Instituto de Genética Forense Eduardo Campos, que identificou o DNA recolhido na faca utilizada no crime. Segundo a TV Globo, foram comparados 125 perfis genéticos do banco do Instituto Forense.

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Em confrontação de perfis genéticos do banco, chegou-se ao DNA do suspeito, que se encontra preso por outros delitos em uma unidade prisional do Estado. Ao ser ouvido pelos delegados da Força Tarefa, confessou o assassinato e foi indiciado.

Outras informações serão fornecidas em coletiva, que será realizada nesta quarta-feira (12), às 9h, no auditório da SDS, com representantes da Polícia Civil, Polícia Científica e Ministério Público de Pernambuco.

Relembre o caso
A menina Beatriz Angélica Mota, de 7 anos, foi encontrada morta dentro do Colégio Nossa Senhora Auxiliadora, em Petrolina, no Sertão do Etado, em 10 de dezembro de 2015. Ela foi alvo de 42 golpes de faca dentro de um depósito de material esportivo da escola.

Beatriz estava em uma festa de encerramento do ano letivo na escola com a família e se afastou para beber água. Ela desapereceu e seu corpo foi encontrado 40 minutos depois.

Caminhada e federalização
Os pais de Beatriz chegaram ao Recife em 28 de dezembro, após uma caminhada de mais de 700 quilômetros, que saiu de Petrolina e durou 23 dias. Lucinha Mota e Sandro Romilton foram recebidos pelo governador de Pernambuco, Paulo Câmara, no Palácio do Campo das Princesas.

No dia, o governador anunciou a demissão do perito criminal Diego Costa, que atuou nas investigações do assassinato após prestar consultoria de segurança ao Coléio Nossa Senhora Auxiliadora, onde ocorreu o crime. A prática de serviço privado é vedada aos agentes policiais.

O Governo de Pernambuco também se mostrou favorável à federalização das investigações do caso, um pleito da família de Beatriz.

Com informações de Folha de Pernambuco/ JC/Globo


Professor Edgar Bom Jardim - PE

segunda-feira, 10 de janeiro de 2022

Você sabia que o Museu de Bom Jardim gera renda para 30 pessoas quando realiza cada edição da Feira Cultural


A cada edição do projeto "Feira Cultural no Museu de Bom Jardim", o público pode visitar  exposições simultâneas de artes visuais, além do  acervo histórico, artístico  da instituição que se consolida como  uma das referências  culturais da região  agreste setentrional de Pernambuco.


O Museu de Bom Jardim reativou o projeto criado por seu idealizador, o professor Edgar S. Santos,  o qual levou o projeto Feira Cultural para secretaria de Turismo, Cultura e Esportes do município, no período  entre  janeiro de 2014 até o início do ano  2016.  O projeto Feira Cultural foi um sucesso  de organização e comparecimento de público, atendeu os objetivos sociais, culturais e econômicos. Com a saída do criador do projeto da pasta do turismo, a ação perdeu força dentro da gestão, perdeu incentivo financeiro  e com a  derrota de Miguel Barbosa, nas eleições  municipais em 2016, a cidade perdeu o projeto que era patrocinado pela prefeitura municipal, um símbolo da gestão Miguel Barbosa. A  nova gestão municipal no período 2017 - 2020(João Lira), não realizou nenhuma edição da Feira Cultural, não promoveu nenhuma política pública de cultura. Acabou com tudo que havia sido construído. Era o fim da Feira Cultural, do Balé Popular, do projeto Musical Levino Ferreira e de tantas outras importantes iniciativas.



Você já parou para pensar por que a Feira Cultural é importante para o setor cultural de Bom Jardim? A Feira Cultural é a mesma iniciada na gestão do prefeito Miguel Barbosa e do então professor Edgar,  na  função de secretário de turismo, cultura e esportes? Em 2021, A Feira Cultural voltou. Voltou no Museu de Bom Jardim. Voltou com tanta força que logo a atual gestão(Janjão) também buscou recriar um projeto meio parecido, meio diferenciado. Isso é ótimo, mas é preciso diferenciar cultura de entretenimento, custo de investimento, e entender a relação de custo-benefício para o município, para o povo, para os  trabalhadores da cultura e para o desenvolvimento das artes.


A Feira Cultural de 2014 - 20216,  é diferente da Feira Cultural no Museu de Bom Jardim 2021. Desde o local até o formato, o dia, o horário da realização, o público e as condições gerais. A alegria é a mesma, o propósito é o mesmo, de forma mais ampla, polido, melhorado em seus objetivos. O desafio maior, o problema chave é ter  apoio do poder público, o patrocínio que se faz necessário que não chega. A prefeitura na atual gestão deu apoio tímido para algumas edições, apoio diminuto para realização do evento, pequeno valor  e significado à ação. A prefeitura quer fazer concorrência e não entende a importância e grandeza  em ser parceira na ação do projeto Feira Cultural do Museu de Bom Jardim. Feira Cultural no Museu de Bom Jardim é diferente da Feirinha de Natal, é diferente da Feirinha de Ano Novo promovida pela Prefeitura. Há espaços e necessidade de ambos projetos bem diferenciados. Há recursos financeiros para ambos projetos. Foi constatado que a prefeitura gasta mais para realizar uma edição da sua Feirinha no Pátio de Eventos, se comparado ao custo da Feira Cultural do Museu de Bom Jardim. A própria prefeitura atestou que precisa gastar mais para competir, realizar a Feirinha do Pátio.




A Feira Cultural voltou no Museu de Bom Jardim. Gera 30 pequenos empregos diretos e garante a sustentabilidade de outros empregos indiretos. Lutamos por uma cidade onde possamos viver com qualidade de vida cultural, oportunidades para todos, garantia de nossos direitos culturais.
É por isso que afirmamos: "Bom Jardim foi, Bom Jardim é , e sempre será de todos nós!"

Fotos: Edgar S. Santos/ Museu de Bom Jardim
Professor Edgar Bom Jardim - PE

O fóssil de 'dragão do mar gigante' encontrado no Reino Unido



Fóssil

CRÉDITO,MATTHEW POWER PHOTOGRAPHY

Durante o trabalho de paisagismo que fazia no reservatório da Reserva Natural Rutland Water, no Reino Unido, em fevereiro de 2021, Joe Davis avistou algo estranho saindo da lama.

"Liguei para o conselho municipal e disse que acho que encontrei um dinossauro", conta ele à BBC News.

Não era um dinossauro. Mas eram os restos fossilizados de um predador marinho de dez metros chamado ictiossauro. E foi o maior de seu tipo já descoberto no Reino Unido.

"Havia elevações, tipo cristas, na lama. Parecia um pouco orgânico, um pouco diferente", diz Davis à BBC News. "Então vimos algo que parecia quase uma mandíbula."

O conselho municipal respondeu que não tinha um departamento de dinossauros, mas, mas que iam conseguir alguém para verificar o achado e entrar em contato com ele.


Então uma equipe de paleontólogos foi levada ao local e eles concluíram que era um ictiossauro - um tipo de predador marinho de sangue quente que respira ar, não muito diferente dos golfinhos. Eles podiam crescer até 25 metros de comprimento e viveram entre 250 milhões e 90 milhões de anos atrás.

O paleontólogo Dean Lomax, da Universidade de Manchester, foi contratado para liderar a equipe de escavação. Ele disse que a descoberta é "sem precedentes" e - devido ao seu tamanho e completude - "uma das maiores descobertas da história paleontológica britânica".

"Normalmente pensamos em ictiossauros e outros répteis marinhos sendo descobertos ao longo da costa do Jurássico em Dorset ou na costa de Yorkshire, onde muitos deles estão expostos pela erosão dos penhascos. Aqui, em um local no interior, é muito incomum", afirma.

Rutland fica a mais de trinta milhas da costa, mas 200 milhões de anos atrás o nível do mar mais alto significava que a região era coberta por um oceano raso.

Ilustração de como seria um ictiossauro, lembrando um peixe comprido com uma mandíbula comprida

CRÉDITO,ANGLIAN WATER

Legenda da foto,

A criatura foi extinta há cerca de 90 milhões de anos


Quando o nível da água no reservatório de Rutland baixou novamente no fim do verão de 2021, uma equipe de paleontólogos veio escavar o fóssil. Atenção especial foi dada à remoção do enorme crânio.

Um grande bloco de argila contendo a cabeça do ictiossauro foi cuidadosamente retirado antes de ser coberto com gesso e colocado em suportes de madeira.

O bloco, de quase uma tonelada, agora será examinado mais detalhadamente.

"Não é sempre que você é responsável por levantar com segurança um fóssil muito importante, mas muito frágil, que pesa tanto", disse Nigel Larkin, conservador paleontológico, pesquisador visitante da Reading University e membro da equipe. "É uma responsabilidade, mas adoro desafios."

Anglian Water, que administra o reservatório de Rutland, agora está em busca de financiamento para permitir que o ictiossauro permaneça na área e seja apreciado pelo público em geral.

"Muitas pessoas pensaram que eu estava brincando quando disse que havia encontrado um grande réptil marinho", disse Davis. "Acho que muita gente não vai acreditar até que saia na TV", afirmou ele, que estará no programa Digging for Britain (cavando pelo Reino Unido, em tradução livre) do canal BBC Two, nesta terça (11), no Reino Unido.


Professor Edgar Bom Jardim - PE

PE restringe público e exige teste em eventos; restaurante apenas com comprovante vacinal





Por conta do aumento de casos e solicitações de leitos para pacientes com Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag), Pernambuco terá, a partir da próxima sexta-feira (14), novas restrições no Plano de Convivência. Entre as definições, anunciadas nesta segunda-feira (10) após reunião do Gabinete de Enfrentamento à Covid-19, estão a redução da capacidade de público nos eventos, exigência de apresentação de passaporte vacinal testes com resultado negativo para a Covid-19. As novas medidas são válidas até o dia 31 de janeiro.

 

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Será exigida a apresentação de passaporte vacinal para se ter acesso a serviços de alimentação, cinemas, teatros e museus.

O passaporte pode ser emitido no Conecte SUS e, para quem tomou a vacina na capital pernambucana, no Conecta Recife.

Já no eventos realizados no Estado, o número de frequentadores será de 50% da capacidade do espaço ou três mil pessoas, em locais abertos, e de mil pessoas, em locais fechados. 

Também nos eventos, passará a ser exigido, além do passaporte vacinal - duas doses ou dose única para pessoas até 54 anos e de dose de reforço para pessoas acima de 55 anos -, a apresentação de teste negativo de covid, sendo com 24 horas de antecedência para exames de antígeno e de 48 horas para exames de RT-PCR.

De acordo com o gestor estadual, a ocupação dos leitos de terapia intensiva chegou a patamares elevados, o que motivou as restrições.

“A ocupação dos leitos de terapia intensiva no estado chegou a 85% nesta segunda-feira. Temos um problema duplo com uma epidemia de influenza dentro da pandemia de Covid. Temos feito nossa parte com a ampliação de leitos, mas apenas isso não será suficiente. Estamos ampliando a exigência do passaporte vacinal para salvar vidas e diminuir a quantidade de mais de 500 mil pernambucanos que não concluíram sua imunização”, afirmou o governador Paulo Câmara.

As novas medidas são válidas até o dia 31 de janeiro. Nesta terça-feira (11), o governo deve anunciar os detalhes dessas novas medidas, em coletiva que será realizada no Palácio do Campo das Princesas.

Folha de Pernambuco
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Humberto Costa informou a Paulo Câmara que vai buscar Frente Popular para viabilizar sua candidatura




Durante entrevista ao programa Folha Política da Rádio Folha FM 96,7, nesta segunda-feira (10), o senador do PT Humberto Costa, confirmou o seu desejo de concorrer ao Governo do Estado em 2022. O parlamentar esteve na última sexta-feira com o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), para comunicar que o PT já está procurando os partidos da Frente Popular em busca da sua candidatura. O petista defendeu a formação de uma chapa liderada por ele e que tivesse o chefe do Executivo estadual como candidato a senador.


Segundo o senador, a decisão do PT se deu pela demora da confirmação de um candidato pelo PSB. “A decisão final será da Frente Popular e da direção nacional do PT que chamou para si a última palavra em relação a todos os estados em que o partido apresenta o desejo ou a vontade de ter uma candidatura. Então eu acho que o PT não pode ser excluído logo de cara dessa disputa. Óbvio que o PSB tem um nome que seria natural que é o do ex-prefeito Geraldo Julio que fez uma excelente administração na cidade do Recife, conseguiu eleger o seu sucessor, mas até o presente momento ele não assumiu essa candidatura. Eu imagino que, posso estar enganado, que uma chapa formada por mim como candidato a governador e Paulo Câmara como candidato a senador com o apoio de Lula, é uma chapa quase imbatível,” afirmou. 


Para justificar a sua candidatura, Humberto Costa falou ainda que a sua jornada política é compatível com a vaga. “Eu tenho um currículo de deputado estadual e federal, vereador mais votado da história do Recife, secretário municipal de saúde, secretário das cidades, ministro da saúde, duas vezes senador, inclusive o mais votado em 2018. Então eu tenho um lastro para ter pelo menos o meu nome analisado pela Frente Popular,” enfatizou. 


Posição de Paulo Câmara 


Mesmo com os argumentos do petista, Paulo Câmara não parece convencido da sua necessidade de abandonar o cargo de Governador do Estado oito meses antes do final do mandato. “Ele me disse que permanece até o final do mandato se não houver nenhuma mudança no posicionamento do PSB. E eu acho um grande desperdício porque o governador Paulo Câmara está fazendo um grande governo, acho que vai sair consagrado como um dos melhores governadores que Pernambuco já teve, uma pessoa que tem feito um governo sem máculas, que não tem nenhum tipo de acusação séria contra si e uma liderança que hoje conduz a Frente Popular. Então simplesmente ele voltar para casa, voltar pro Tribunal de Contas, acho que é um desperdício,”avaliou Humberto Costa.
Caso a posição do PSB mude e o então governador decida disputar a eleição, a vice-governadora Luciana Santos (PCdoB), iria assumir até o final do mandato, sendo a primeira mulher a assumir efetivamente o cargo no Estado.


Lealdade e Lula 


Mesmo confirmando a sua vontade de assumir a liderança em Pernambuco, o parlamentar se diz tranquilo desde que Lula seja eleito para a Presidência da República. “ Estamos aqui para seguir a decisão do partido, eu inclusive tenho uma posição muito tranquila porque estou no meio do meu mandato, eu tenho hoje uma legitimidade dentro do senado federal, se eu não for governador, mas o presidente Lula ganhar a eleição, eu tenho certeza de que lá no senado eu vou exercer um papel político importante,” finalizou. 

Folha de Pernambuco

Por Gabriela Sobral


Professor Edgar Bom Jardim - PE

domingo, 9 de janeiro de 2022

As 3 eleições da América Latina em 2022 e como elas podem mudar ou consolidar a política da região



Preparativos para eleição presidencial na Colômbia, em maio

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Preparativos para eleição presidencial na Colômbia, em maio; pleito, ao lado do brasileiro, será decisivo para ditar rumos da esquerda no continente

Nos primeiros anos do século 21, a reeleição de presidentes em exercício na América Latina foi um fato corriqueiro, tanto entre líderes da esquerda quanto da direita.

Mas logo acabou o boom de matérias-primas (principais itens exportados pelo continente), surgiram problemas econômicos profundos, vieram à tona escândalos de corrupção e cresceu o mal-estar social (manifestado em diferentes ondas de protestos), tudo isso aprofundado pela pandemia de covid-19.

Então, a tendência eleitoral latino-americana mudou: passou a ser votar contra o establishment e dar espaço à oposição.

Em 11 das 12 eleições presidenciais realizadas na América Latina desde 2019, o voto majoritário foi para mudar o partido que estivava no poder.

A exceção foi a Nicarágua, mas suas eleições, realizadas em novembro, foram contestadas e consideradas ilegítimas por alguns países: o presidente Daniel Ortega se reelegeu pela quarta vez consecutiva, e todos os demais candidatos estavam presos.


"Há uma insatisfação geral com a classe política e quem acaba pagando a conta é o partido no poder", diz Paulo Velasco, professor de Política Internacional da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj).

Esse quadro de descontentamento pode se completar em 2022, com três eleições previstas na região, duas delas nos países mais populosos da América do Sul: Brasil e Colômbia.

Agenda e cenários


O primeiro dos pleitos está agendado para 6 de fevereiro na Costa Rica, com um possível segundo turno em 3 de abril entre os dois candidatos mais votados.

Entre os mais de 20 candidatos registrados, há nomes conhecidos por ali, como o ex-presidente centrista José María Figueres, a ex-vice-presidente conservadora Lineth Saborío e Fabricio Alvarado, um líder evangélico de direita que em 2018 perdeu para o atual mandatário, Carlos Alvarado.

Em outro sinal de descontentamento popular com os governos de turno, Welmer Ramos, o candidato do governista Partido Ação Cidadã, tem intenção de voto inferior à margem de erro em algumas pesquisas de opinião.

Mas as duas eleições que vão concentrar as atenções na região neste ano são, por ordem cronológica, as de Colômbia e Brasil.

O primeiro turno do pleito colombiano está marcado para 29 de maio (mais de dois meses depois das eleições legislativas, em março) e o possível segundo turno será em 19 de junho.

Sob o pano de fundo dos enormes protestos de rua de 2021 e vários desafios econômicos, a maioria das pesquisas de opinião na Colômbia apontam a dianteira do esquerdista Gustavo Petro, um economista, ex-guerrilheiro e ex-prefeito de Bogotá que em 2018 perdeu o segundo turno para o atual presidente, Iván Duque.

Gustavo Petro discursa

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Depois de perder no segundo turno, em 2018, Gustavo Petro tentará ser o primeiro presidente de esquerda da história da Colômbia

Um eventual triunfo de Petro marcaria algo inédito: a primeira vez que um candidato de esquerda seria eleito presidente da Colômbia.

Mas pode haver um cenário diferente da polarização esquerda-direita das recentes eleições latino-americanas.

A direita colombiana, liderada pelo ex-presidente Álvaro Uribe, está desgastada depois do governo de Duque, e talvez Petro tenha que competir com um candidato de centro, como o ex-prefeito de Medellín Sergio Fajardo, o economista Alejandro Gaviria e o ex-senador Carlos Fernando Galán.

"Essa é uma possibilidade forte: não temos assegurada hoje essa polarização entre um candidato de esquerda e outro de direita", diz Patricia Muñoz, professora de Ciência Política na Pontifícia Universidade Javeriana, em Bogotá.

Em contrapartida, tudo indica que o Brasil terá, nas eleições de outubro, um enfrentamento entre o atual presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), por enquanto líder nas pesquisas de intenção de voto para o pleito de 2 de outubro (com um possível segundo turno em 30 de outubro).

Luiz Inácio Lula da Silva

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Esquerda predominou na América Latina no início deste milênio, mas perdeu terreno

Até o momento, as pesquisas não indicam grandes intenções de voto em candidatos da chamada "terceira via", como o ex-juiz e ex-ministro Sergio Moro (Podemos) e o ex-governador Ciro Gomes (PDT).

'Onda' da esquerda?

Eventuais vitórias de Lula e Petro dariam um novo impulso à esquerda na América Latina, não só pelo peso relativo de Brasil e Colômbia no continente.

Entre 2020 e 2021, ganharam candidatos da esquerda na maioria das eleições realizadas na região: Luis Arce na Bolívia, Pedro Castillo no Peru, Xiomara Castro em Honduras e Gabriel Boric no Chile, além do caso particular da Nicarágua.

No entanto, alguns analistas descartam que seja possível prever agora uma nova tendência regional como a que houve na primeira década do século, quando vários governos de esquerda foram consolidados e reeleitos.

"Começa a se desenhar um quadro em que os governos de esquerda são maioria, mas não seguem a mesma tendência e não vejo uma onda como nos anos 2000", diz Velasco.

Jair Bolsonaro

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Espaço perdido pela esquerda no Brasil pode ser reconquistado em meio a problemas econômicos, sociais e políticos enfrentados pelo governo de Jair Bolsonaro

A seu ver, é normal que em vários países o eleitor migre à esquerda depois da decepção demonstrada com presidentes de direita eleitos para substituir os do polo contrário.

"Se houvesse mais governos de esquerda neste momento, a tendência seria que ganhasse a direita ou a centro-direita", afirma.

O grande desafio para governantes latino-americanos segue sendo cumprir com a demanda de melhores serviços públicos e seguridade social, assim como pela menor desigualdade, talvez temas com os quais a esquerda tenha mais sintonia.

Executar a tarefa, porém, será difícil em uma América Latina de crescimento moderado (a média regional é de cerca de 3% em 2022, segundo a Comissão Econômica para América Latina e Caribe - Cepal), pressão inflacionária, maior dívida pública e a incerteza trazida agora pela variante ômicron do coronavírus.

Alguns especialistas advertem também que o mal-estar social pode voltar a dar a caras, com protestos populares na região.

Protestos na Colômbia em 2021

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Protestos como os ocorridos na Colômbia em 2021 podem voltar na América Latina neste ano

"A deficiente ou escassa resposta de vários governos da América Latina e Caribe (...) às múltiplas crises atuais pode gerar uma nova onda de protestos sociais massivos e violentos", indicou o instituto intergovernamental Idea, sediado na Suécia, em seu relatório sobre o estado da democracia na região, publicado em novembro.

Embora o relatório destaque que a democracia deu sinais de resiliência durante a pandemia, agrega que "os ataques a órgãos eleitorais se tornaram mais frequentes" na América Latina, tanto por parte de governos quanto da oposição em países como Brasil, El Salvador, México e Peru.

Nesse contexto, os olhares também estarão sobre a eleição brasileira depois de ataques de Bolsonaro ao sistema eleitoral (em novembro, ele recuou e disse que "passou a acreditar no voto eletrônico") e de o presidente brasileiro apoiar a reivindicação de Donald Trump, sem provas, de que teria havido fraude na eleição presidencial americana de 2020.

  • Gerardo Lissardy
  • BBC News Mundo

Professor Edgar Bom Jardim - PE