sábado, 3 de outubro de 2020

Sequelas da covid-19: vaquinhas online para pacientes curados pedem de fraldas a oxigênio


Diego Garcez teve complicações após quase 3 meses internado
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Diego Garcez teve complicações após quase 3 meses internado

"Meu irmão deve estar entre o número divulgado de 'curados da covid-19'. Mas e todos os outros problemas que vieram junto?"

A porta-voz do pedreiro Diego Garcez, de 35 anos, é sua irmã mais velha, a técnica de enfermagem Andreza, de 36.

Depois de quase três meses doente e internado por causa do novo coronavírus e às infecções hospitalares que se seguiram, Diego ficou com dificuldade de falar e andar.

Também precisou voltar a morar na casa da família, com a mãe e a irmã, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.

Sem renda (já que não consegue mais trabalhar), Diego conta com a solidariedade de amigos, vizinhos e desconhecidos, que fazem doações de material médico, como curativos e pomadas, e contribuem com uma vaquinha online feita por Andreza para complementar o orçamento familiar.

Essa é a realidade de muitas famílias brasileiras, que precisam de ajuda para lutar contra as sequelas deixadas pela covid-19 — desde aquelas diretamente ligadas à doença, como tosse persistente, falta de ar, inflamação e fibrose pulmonar e perda ou mudança prolongada no paladar e no olfato, às causadas pelos longos períodos de internação.

O Vakinha, um dos mais populares sites de arrecadação de dinheiro no Brasil, detectou um crescimento de 40% das campanhas criadas mensalmente com "viés solidário" em comparação com os meses anteriores à pandemia (antes de março).

São em média mais de 2 mil novas campanhas abertas por dia, segundo a empresa, muitas relacionadas às pessoas com sequelas. Uma busca rápida leva a dezenas de pedidos de ajuda.

A BBC News Brasil conta a história de três famílias que recorreram a essa alternativa — e para quem os efeitos da doença estão longe de passar.

Oxigênio para sobreviver

Kátia precisa andar com a ajuda de um cilindro de oxigênio
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Kátia precisa andar com a ajuda de um cilindro de oxigênio

Com ajuda de uma amiga, a paulista Kátia Silene, de 52 anos, decidiu criar uma vaquinha ao perceber que sua renda não seria suficiente para pagar pelos cuidados necessários na recuperação da covid-19. Sem grande alcance nas redes sociais, conseguiu arrecadar até então apenas R$ 500, um dinheiro, porém, que já ajudou no aluguel de cilindros de oxigênio portáteis. Como não sabe quando poderá se locomover sem esse suporte, a campanha segue aberta. Ela contou sua história à BBC News Brasil:

"Eu já não tinha uma vida fácil. Diabética e transplantada renal, sobrevivo com um salário mínimo por causa de um auxílio-doença. Para complementar renda, vendia bolachinhas caseiras nos bairros de Marília, interior de São Paulo.

No fim de junho, comecei a me sentir estranha. Não sentia paladar nem cheiro, mas também não tinha febre. Fui ao hospital da minha cidade três vezes, mas disseram que eu tinha dengue.

Cerca de 1 semana depois, tive que ir a uma consulta de monitoramento no Hospital do Rim, em São Paulo. Quando falei o que estava sentindo, eles imediatamente me isolaram. Mediram meu nível de saturação de oxigênio, que já estava muito baixo, e disseram que eu ficaria internada.

(Um nível de saturação de menos de 95% pode comprometer os órgãos do doente, segundo informa a Sociedade Brasileira de Infectologia em uma campanha.)

No outro dia, saiu o resultado positivo para a covid-19.

Eu só piorava: passei a ter febre, falta de ar, nível de saturação de oxigênio sempre baixo, e os exames mostraram meu pulmão comprometido.

Como não melhorava, precisei ir para a UTI, onde poderia receber melhor o oxigênio.

Eu vi muita gente morrer. Tinha pavor de dormir, ouvia os enfermeiros comentando a morte dos pacientes, dizendo que precisavam ligar para a família e entregar os pertences das pessoas. Eu só fechava os olhos.

No fim de julho, o exame mostrou que eu estava curada. Mas meus pulmões seguiam comprometidos e tinha muita falta de ar. Passei mais alguns dias no hospital, mas pude ir para casa devido ao cilindro de oxigênio fornecido pela prefeitura da minha cidade.

Na minha situação, até hoje, o aparelho precisa estar na tomada 24 horas por dia. Se eu ficar só sentada, até consigo respirar sem ele. Mas se eu me levantar, é tontura, falta de ar…

Eu continuo tendo que ir ao Hospital do Rim cinco vezes por mês para avaliar minha situação e não correr o risco de perder o meu transplante. Mas, para isso, eu preciso alugar cilindro de oxigênio portátil. São R$ 100 cada aluguel, somado aos remédios caros que tomo.

Uma amiga me indicou fazer a vaquinha. Na hora, fiquei com vergonha. Mas por causa da necessidade, resolvi aceitar que ela fizesse. Eu preciso do oxigênio para sobreviver.

Eu não me sinto curada. Estou inchada, com o rosto enorme, ainda não sinto o gosto da comida, tenho muita afta por causa da imunidade baixa.

Só quem viu — e viveu — de perto sabe a gravidade dessa doença."

Reaprendendo a comer e andar

Diego Garcez (sentado) precisou voltar a morar com a família
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Diego Garcez (sentado) precisou voltar a morar com a família

A família de Diego Garcez, de 35 anos, recorreu a amigos e desconhecidos para poder pagar pelo tratamento em casa, após alta do hospital. A história dele se espalhou por Nova Iguaçu, e a família recebeu dezenas de doações, principalmente de fraldas, que já não são mais necessárias. Pela vaquinha, foram pouco mais de R$ 3 mil arrecadados, que ajudaram na compra de materiais de curativo, pomadas e suplemento alimentar. Agora, a família tenta ir atrás dos serviços de fisioterapia, fonoaudiologia e terapia. A irmã de Diego, Andreza, compartilhou a experiência dele:

"Como o Diego morava só, em Queimados (RJ), ele passou duas semanas mal, em casa, sem a gente saber direito o que acontecia. Quando tivemos a consciência que poderia ser covid-19, já estava se agravando bastante.

Inicialmente, ele foi diagnosticado com dengue, mas eu, como técnica de enfermagem, não acreditei. Procurei outro hospital, e veio o diagnóstico. Fomos para casa, para seguir o protocolo de remédios que nos passaram no hospital.

Mas ele só piorava. A respiração faltava, ele ficava mais cansado, a febre não cessava.

Diego nunca fumou e sempre foi saudável. Acho que o que pode ter complicado sua situação foi que ele nunca se cuidou nas obras em que trabalhava, não usava máscaras para lixar parede, essas coisas. Isso pode ter comprometido parte do pulmão já aí.

Como ele estava ficando pior, o levei novamente ao hospital e insisti por uma tomografia. Ficou comprovado que 60% do pulmão dele estava comprometido. Ele foi internado, no início de maio.

Começou, então, nossa saga.

Depois de três dias de luta, consegui a transferência dele para um hospital de campanha. Mas ele chegou muito grave e já foi intubado.

A partir daí, foram várias complicações, com infecções hospitalares, enfisema subcutâneo, que é quando o ar ao invés de ir pro pulmão, vai para a pele. Ele ficou completamente inchado.

Meu irmão criou um ferimento bem grande em cima da nádega, pois ele não podia mudar de posição, devido à gravidade do caso.

(Em um manual sobre os cuidados com pacientes de covid-19, o Ministério da Saúde alerta para o aparecimento de úlceras de decúbito, popularmente conhecidas como escaras, devido ao tempo prolongado da internação de pacientes com covid-19. A orientação é mudar a pessoa de posição a cada duas horas)

As infecções foram piorando muito, a ponto de informarem, dois meses depois do início internação, que ele estava curado da covid-19, mas que o caso era seríssimo por causa das complicações.

Ele acabou tendo uma inflamação na região do tórax e foi novamente transferido, para fazer uma possível cirurgia.

Mas aí, nessa internação no novo hospital, começou a responder aos antibióticos. Diminuiu o inchaço, tirou o tubo, acordou. Como ele havia sido traqueostomizado, ele não falava, não andava. Mas ao menos melhorou da infecção.

O quadro mental e emocional, porém, se agravou, com confusão mental, depressão e ansiedade. Por isso, a melhor decisão foi levar para terminar o tratamento em casa, e ele teve alta em agosto.

O que mais pesou para recorrer à vaquinha foi o fato de meu irmão precisar de toda ajuda possível para voltar a viver bem. Nossa família não tinha condições de pagar por tudo que ele necessitava.

Eu engoli o orgulho e pedi ajuda com a vaquinha aos parentes e aos amigos.

Nos dedicamos a pagar por fonoaudióloga, fisioterapia. Precisávamos também de fraldas, curativos, pomadas, luvas. E as pessoas nos ajudaram muito com isso.

Agora, ele já começou a comer vários alimentos, até sólidos, mas ainda não voltou a falar direito. A perna direita ainda não responde bem, mas finalmente ele conseguiu tomar banho em pé.

Precisamos seguir se dedicando ao tratamento dele, que infelizmente não acontece pelo SUS.

Ele está morando conosco novamente, na nossa casa. Já estamos inclusive planejando construir uma suíte para ele no terreno, por achar que ele vai ter que permanecer aqui por um bom tempo."

'Perdi meu pai e minha voz'

Paula Helena perdeu o pai antes de ser internada
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Paula Helena perdeu o pai antes de ser internada

A mobilização para arrecadar dinheiro partiu dos amigos da época do colégio, sensibilizados com a história de Paula Helena Souza, de 30 anos. Reunidos no WhatsApp, divulgaram a luta dela contra a covid-19 para pessoas próximas, em Santos, no litoral paulista. Até agora, conseguiram pouco mais de R$ 1 mil. O valor já ajudou nas despesas da família, abalada financeira e emocionalmente após a morte do pai, por covid-19. Paula relata a seguir o que enfrentou:

"O coronavírus chegou com tudo na minha casa. Meu pai, que já tinha uma saúde debilitada por fazer hemodiálise, foi o primeiro a pegar. Não desconfiamos logo dos sintomas, porque ele já ficava sempre cansado. Mas quando descobrimos, foi tarde. Ele morreu aos 62 anos, em Santos.

Nas vésperas da morte dele, eu já comecei a me sentir mal. Não tive nem tempo para o luto.

No dia seguinte ao enterro, senti muita falta de ar. Cheguei a pensar que seria emocional, diante de tudo que estava vivendo.

Mas fui ao pronto-socorro, onde fiquei internada. Já no outro dia, fui encaminhada ao lugar de isolamento para pacientes com suspeita de covid-19.

Já precisava de cateter de oxigênio no nariz para conseguir respirar, porque minha saturação estava baixa. Dois dias depois, comecei a me sentir muito mal, com arritmia cardíaca, e fui transferida para um hospital de campanha.

A partir daí, não lembro muita coisa. Só de uma conversa com um médico, que falou que seria necessário intubar caso eu não respondesse ao decúbito ventral, que é a posição de bruços. Acabei sendo intubada.

Foram oito dias assim, não acreditavam mais que eu ia sobreviver, porque estava muito grave. Eu acredito em milagre de Deus, porque acordei sozinha da sedação.

Fui melhorando, fui extubada, e me disseram que não havia mais o coronavírus no meu corpo.

Mas devido à intubação e sedação, perdi os movimentos do corpo e a fala. Fiz fisioterapia respiratória, e meus movimentos foram voltando.

A alta veio depois de 23 dias internada. Recebi um atestado médico de sete dias, mas sabia que não conseguiria voltar à rotina normal.

Eu cansava para fazer qualquer coisa. Para subir escada, era uma luta.

Eu continuava recebendo pelo meu trabalho administrativo em uma igreja, mas, sem a renda do meu pai, a situação financeira apertou muito.

Meus amigos passaram a me ajudar e até fizeram essa vaquinha. Eu até fiquei constrangida, mas também muito feliz com a mobilização. Realmente estava precisando, me ajudou demais.

Ainda dependo de ajuda para ir aos especialistas que preciso, da fisioterapia ao fonoaudiólogo.

Eu também canto na igreja, mas a intubação agravou um problema que eu já tinha, criando um granuloma (uma espécie de queloide nas cordas vocais). Muitas vezes dói, e é necessário um acompanhamento de fonoterapia.

Isso mexe comigo, porque cantar é uma das coisas que mais amo.

Estou na luta da recuperação total. Infelizmente, o sistema público não dá apoio na questão das sequelas, como a depressão que eu desenvolvi após passar por tudo isso.

(Problemas de saúde mental, como depressão, ansiedade e dificuldades cognitivas, também aparecem entre as sequelas mais comuns pós-covid, segundo uma pesquisa com 60 mil pacientes.)

Além disso, preciso fazer fisioterapia respiratória, fonoterapia específica para voz e ir ao dermatologista, pois perdi pelo menos 90% do meu cabelo.

Mas eu tenho lutado."

  • Vitor Tavares
  • Da BBC News Brasil em São Paulo
Professor Edgar Bom Jardim - PE

quarta-feira, 30 de setembro de 2020

Pernambuco apresenta menor número de endividamento




Pernambuco está com as contas sob controle, segundo o Relatório de Gestão Fiscal do segundo quadrimestre de 2020, que corresponde aos meses de  maio, junho, julho e agosto. Os dados foram apresentados pelo secretário da Fazenda de Pernambuco, Décio Padilha, para à Comissão de Finanças, Orçamento e Tributação da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe). Um dos dados de destaque é a capacidade de endividamento do Estado, abaixo de 50%. 

Segundo o secretário Décio Padilha, a receita corrente líquida do Estado apresenta um crescimento, chegando ao nível de R$ 26,4 bilhões. “A receita vem crescendo desde o primeiro quadrimestre de 2019. É um aumento significativo e importante. Pernambuco está com o menor endividamento histórico da trajetória democrática de estado, nunca houve um endividamento tão pequeno. A gente só deve 49,9% da receita corrente líquida total. O estado de São Paulo, que é rico, tem endividamento de 180%, lembrando que Pernambuco desde 2017 ele não pode fazer novas operações de crédito, o que fazemos é pagar dívida”, disse. 

Quanto aos restos a pagar, que são as despesas orçamentárias empenhadas pela Administração Pública na vigência do exercício financeiro corrente e que não foram pagas até 31 de dezembro deste mesmo exercício, Pernambuco também apresenta um desempenho positivo. 

Décio conta que resta apenas um saldo de R$ 293 milhões, que serão pagos já no próximo mês de outubro. “Em 2019 pagamos as correntes e as que tínhamos e em janeiro de 2020, deu um pulo grane numa melhoria de balanço fiscal, poupança corrente, organizando finanças. Os restos chegaram à R$ 718 milhões, teve capacidade financeira de pagar as dívidas e finalizou 2019 com R$ 640 milhões a menos. Vamos encerrar no dia 30 de outubro, e não terá mais restos a pagar, o saldo de R$ 293 milhões”, declarou. 

De acordo com o deputado estadual e presidente da Comissão, Aluísio Lessa (PSB), destaca que a capacidade de organização financeira do estado contribui para atração de investimentos, já que o Estado não pode conseguir empréstimos, por conta da classificação C na Capacidade de Pagamento (Copag). 

“Os deputados acompanharam, e está sendo bem conduzido no caminho de superar essa crise. Pernambuco está com as contas sob controle, não significa que estamos com mil maravilhas, mas com controle, comissão correta, monitoramento do governador. O ICMS começou a reagir, e a nossa economia dá sinais de uma boa recuperação”, declarou. 

Folha de Pernambuco

Professor Edgar Bom Jardim - PE

sábado, 26 de setembro de 2020

O Amanhã


O amanhã se faz no dia de hoje.  O descaso com a natureza, a destruição da vida no planeta.
Por Sidão
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Os mapas que mostram o impacto do aquecimento global no futuro das crianças de hoje


Visualização do EarthTime mostra como o clima pode aumentar no mundo até 2100
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Visualização do EarthTime mostra como o clima pode aumentar no mundo até 2100

Como serão as mudanças de temperatura nas diferentes regiões do mundo durante a vida futura das crianças e adolescentes de hoje?

O clima global pode mudar drasticamente até 2100, segundo mapas divulgados durante a Cúpula de Impacto e Desenvolvimento Sustentável do Fórum Econômico Mundial.

O mapa abaixo mostra o pior cenário projetado até 2100 — ou seja, durante a vida das crianças e adolescentes de hoje. Para fazer essa previsão, foi considerada a expectativa de vida de quem tem hoje de 10 a 12 anos.

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Imagens: Fórum Econômico Mundial

O mapa mostra aumentos recordes de temperatura nos Estados Unidos, Índia e no sul da Ásia.


Impactos relacionados ao clima, como os incêndios florestais nos Estados Unidos, se tornarão ainda mais graves se governos, empresas e a população permitirem que o pior cenário se desenvolva até 2100, aponta o Fórum Econômico Mundial.

Para a produção desses mapas divulgados pelo Fórum Econômico Mundial, foram usados dados do Climate Impact Lab, Climate Central, Washington Post e satélites da Nasa.

O que pode acontecer até 2100

Especialistas que avaliam a gravidade dos cenários de mudança climática projetados até 2100 se referem ao pior deles como "RCP 8.5". Esse cenário envolve um aquecimento de mais de 4° C acima dos níveis pré-industriais, aumento das emissões, centenas de milhões de pessoas sendo forçadas a migrar e um grande aumento nas área de floresta sujeitas ao tipo de incêndios que aconteceram no meio deste ano, devido a um fenômeno conhecido como "déficit de umidade".

A projeção mostra que, até 2100, as temperaturas médias de junho a agosto podem chegar a 38°C em várias partes do mundo. Os pontos destacados são:

- Nova Delhi, na Índia, pode ter oito meses por ano com temperaturas médias de 32ºC

- Phoenix, nos Estados Unidos, pode chegar a quase 200 dias por ano com temperaturas que chegam a pelo menos 32ºC

- Regiões do sul da Europa podem atingir temperaturas médias de junho a agosto de 30°C:

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Imagens: Fórum Econômico Mundial

- As temperaturas de junho a agosto no Vietnã, Camboja, Malásia e Indonésia podem ficar com uma média superior a 30°C

- A elevação do nível do mar pode levar ao desaparecimento de Miami e Fort Lauderdale, na Flórida:

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Imagens: Fórum Econômico Mundial

Como evitar o pior cenário

O resultado mostra a urgência de que empresas e líderes governamentais adotem soluções rápidas para evitar que o pior cenário se concretize, segundo o Fórum Econômico Mundial.

A organização aponta que, de acordo com especialistas, os piores impactos das mudanças climáticas podem ser evitados se limitarmos o aquecimento global a menos de 2ºC acima dos níveis pré-industriais.

Entre as medidas que devem ser tomadas para chegar a esse resultado, estão adotar "políticas climáticas eficazes, lutar contra os esforços para desacreditar a legitimidade da ciência, remover dióxido de carbono da atmosfera ou compensá-lo com o plantio de novas florestas, além de melhorar os sistemas de transporte e energia".

O que são mudanças climáticas?

Urso polar nada no oceano
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As geleiras do Ártico diminuíram nos últimos anos

O termo mudança climática é mais amplo do que aquecimento global, que se refere apenas ao aumento da temperatura.

O que se chama de mudanças climáticas inclui temperatura, intensidade das chuvas e eventos climáticos extremos, como furacões e ondas de calor.

O clima do planeta muda constantemente ao longo do tempo. A temperatura média global atualmente é de 15ºC, e evidências geológicas indicam que ela já foi bem mais alta e bem mais baixa no passado.

No entanto, o período atual de aquecimento está ocorrendo mais rápido do que no passado. Cientistas temem que as flutuações naturais no clima têm sido superadas por um aquecimento rápido induzido pelo homem com sérias implicações para a estabilidade climática do planeta.

Não há mais dúvida de que essas mudanças são devidas em grande parte à atividade humana, especificamente à emissão na atmosfera de grandes quantidades de gases do efeito estufa, como CO2 e metano.

Quais são as evidências do aquecimento global?

Derretimento
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A maioria das geleiras em regiões temperadas do mundo e ao longo da península da Antártida está diminuindo

Registros de temperaturas desde o século 19 mostram que a temperatura média da superfície da Terra cresceu 0,8ºC nos últimos cem anos. Quase 0,6ºC desse total ocorreu nas últimas três décadas.

Os 20 anos mais quentes já registrados ocorreram nos últimos 22 anos, liderados pelo período entre 2015 e 2018.

Ao redor do planeta, o nível médio do mar cresceu 3,6 mm por ano entre 2005 e 2015. A maior parte dessa mudança ocorre em razão da expansão térmica da água do mar. Com o aumento da temperatura dela, as moléculas se tornam menos densas, levando ao aumento do volume do oceano.

Mas a redução da massa de gelo nos polos tem sido considerada o principal fator nessa tendência. A maioria das geleiras em regiões temperadas do mundo e ao longo da península da Antártida está diminuindo.

Desde 1979, imagens de satélite mostram um declínio dramático na extensão de gelo no Ártico, a uma velocidade de 4% por década. Em 2012, essa faixa atingiu seu patamar mais baixo, que é 50% menor que a média entre 1979 e 2000.

A camada de gelo na Groenlândia tem passado por um derretimento recorde nos últimos anos. Se todo esse gelo derreter, elevaria os níveis do mar em 6 metros.

Dados de satélite mostram que a camada de gelo oeste da Antártida também está perdendo massa, e um estudo recente indicou que o lado leste da região, que não tem apresentado qualquer tendência de aquecimento ou resfriamento, pode ter começado a perder massa nos últimos anos.

Mas cientistas não esperam mudanças drásticas. Em alguns lugares, a massa pode inclusive crescer, já que o aumento da temperatura pode levar à produção de mais neve.

Os efeitos das mudanças climáticas também podem ser vistos na vegetação e nos pastos. Eles incluem mudanças nos ciclos de vida das plantas, como uma floração antecipada, e alterações nos territórios ocupados por animais.

BBC

Professor Edgar Bom Jardim - PE