sábado, 7 de dezembro de 2019

Fim de ano sem loucura: dicas para gerenciar seu tempo


Mulher atrás de uma mesa olha ansiosamente para um relógio em primeiro plano
Foto: Getty Images
Final de ano letivo é sempre a mesma coisa: alunos virando noites para estudar, pedindo pontos e aflitos com a possibilidade de não dar conta de tudo. Mas e quando é o professor que está sobrecarregado, desesperado e não consegue se organizar? Nessa reta final, é normal que a carga de trabalho aumente e, por isso, nem todos conseguem gerir bem o tempo. Às aulas, somam-se correção de avaliações, trabalhos, preenchimento de diários, reunião de pais e outras atividades.
Todas elas precisam ser realizadas, uma vez que seu descumprimento prejudicaria os alunos e o bom andamento de toda a escola. Pensando nisso, NOVA ESCOLA conversou com educadores e reuniu dicas que garantem um bom resultado. Com elas, as 24 horas do dia serão suficientes para que você cumpra todas as suas tarefas.
Quem não se organiza, se trumbica
Professores têm muitas responsabilidades e confiar apenas na memória para lembrar de tudo não é a melhor ideia. O professor de História Daniel Rodrigues da Silva organiza todas as suas tarefas em um quadro, no qual tudo está dividido por dias e horas. Ele tem 28 anos de carreira, cumpre uma carga horário de 40 horas semanais em três instituições de Poços de Caldas (MG) – uma escola pública, uma particular e uma faculdade – e se considera hiperorganizado. “No início da carreira, eu me ‘atolava’ com menos aulas do que tenho hoje. Depois de cinco anos lecionando, vi que não ia dar conta e estabeleci esse quadro. Sofri e aprendi.”
O quadro é produzido antes do início da semana –  mas pode ser alterado, sempre que necessário. Ele tem o original em casa, mas mantém cópias no armário de uma das escolas em que trabalha e carrega outra no celular. Existem diversas formas de organizar um calendário ou lista de tarefas. Há quem prefira as agendas tradicionais, mas se considerarmos que agora é difícil desgrudar do celular, a tecnologia pode ser uma ótima aliada. Conheça aqui três agendas digitais gratuitas.
Outra dica é planejar todo o último bimestre – ou seja, novembro e dezembro – ainda no terceiro bimestre, portanto, entre maio e junho. Segundo Daniel, com tudo bem pensado e organizado, dá tempo inclusive de manter-se atualizado profissionalmente. “É importante para a carreira destinar um tempo para estudar. Agora mesmo, estou terminando um livro relacionado ao conteúdo que trabalhei com os alunos”. 
Não é hora de querer abraçar o mundo com as pernas
Propor atividades criativas ou aprofundadas é ótimo, desde que haja tempo para executá-las bem. No momento crucial do fechamento do semestre, é importante optar por aquilo que não vai exigir ainda mais tempo dos alunos e de você mesmo. “Propor muitas atividades é cansativo e improdutivo em qualquer disciplina. Exigir muita leitura, redações extensas e exercícios com respostas longas demais gera um imenso desgaste”, explica o professor Daniel.
Marcar avaliações finais que exijam muitos conteúdos também não é uma boa opção. O ideal é que as matérias tenham sido divididas em várias avaliações ao longo do bimestre. Aproveite os últimos dias de aula para fazer uma revisão do que foi trabalhado no ano, investir em atividades mais curtas, apresentação de trabalhos e momentos de autoavaliação entre toda a turma, individuais e de sua própria atuação. Veja aqui uma lista com questões para avaliar seu trabalho e a aprendizagem da turma.
Não jogue as responsabilidades para debaixo do tapete
Apesar de ser compreensível querer facilitar a própria vida, algumas tarefas simplesmente não podem deixar de serem feitas. Por isso, é importante se organizar bem para que a economia de tempo no presente não gere problemas futuros.
“Nesse momento, o professor deve priorizar a avaliação de aprendizagem das crianças, considerando o caminho percorrido desde o início do ano. Precisa também pensar qual foi o papel do último bimestre nessa evolução. Para que isso seja bem feito, o diário de classe não pode deixar de ser preenchido de forma correta”, esclarece Cristina Alice Ribeiro, formadora do Instituto Chapada de Educação e Pesquisa e coordenadora de uma creche em Seabra (BA).
Tentar economizar tempo nas correções também é complicado. Não é possível avaliar trabalhos dissertativos muito rapidamente. É necessário sentar e lê-los com atenção. Trabalhos em grupo facilitam, mas não se pode abrir mão das tarefas individuais. 
Talvez não dê para sair dessa sozinho
Nem todas as responsabilidades devem recair unicamente sobre a professora ou professor. Toda a equipe precisa se articular para que a escola funcione bem.  “Nas reuniões formativas durante todo o ano letivo, os coordenadores precisam conversar com os professores e estabelecer prazos. Isso tem que ser uma pauta. Dessa forma, ninguém receberá uma cobrança de última hora”, diz a coordenadora Cristina.
Além disso, o professor precisa ter em mente que pode e deve pedir ajuda da gestão sempre que necessário. E, caso perceba que as tarefas se acumularam muito e que não será possível terminá-las no prazo, informar a coordenação o quanto antes. 
Deixe para depois o que você não pode fazer agora
Algumas tarefas são grandes ou importantes demais para serem realizadas em poucos dias – e quando você e a equipe estão muito cansados. Por isso, faça uma lista de prioridades e saiba selecionar o que pode ficar para o ano que vem. 
“Eu organizo meu trabalho todo em uma agenda, e nela pontuo o que dei e o que não dei conta de fazer. Por diversos motivos, algumas coisas passam o ano todo sem serem feitas. A reelaboração do Projeto-Político-Pedagógico e a revisão do rendimento escolar, por exemplo, retomarei no início do ano que vem”, conta Cristina.
Sobre o planejamento do próximo ano letivo, não é preciso ter muita pressa. Selecione o que já deu certo e pode ser repetido (as avaliações e opiniões dos alunos ajudam), mas deixe para detalhar tudo só no início do ano.
Sua vida pessoal importa
Toda a pressão, por parte da coordenação, alunos e seus responsáveis somada a outros fatores do dia a dia da profissão podem causar problemas sérios de saúde física e emocional. Sendo assim, é importante cumprir com as obrigações docentes, mas sem deixar de cuidar de si mesmo.
A dica é aproveitar ao máximo as janelas de aulas e períodos de trabalho fora de sala para corrigir provas, trabalhos e cumprir tarefas mais burocráticas. A professora Conceição Manfredi, que atua na Educação Infantil e Fundamental 1 das redes municipal e estadual de São Paulo e tem 29 anos de experiência, conta que a desorganização nos horários de trabalho já prejudicou seu bem-estar e relação com a família. “Antes, eu sentava no computador sábado de manhã e ficava lá por horas. Agora, sempre imponho um limite e passo no máximo 45 minutos por dia planejando atividades em casa. Aprendi a valorizar muito os momentos de lazer, principalmente no fim de semana, para começar a semana com gás e força total. Se eu não estiver bem comigo mesma, não conseguirei ajudar ninguém”, diz.

Professor Edgar Bom Jardim - PE

Conselho de classe: o que avaliar antes de reprovar um aluno



Professores da EE Laila Galep Sacker, em Sorocaba (SP): discussões em busca de consenso. (Foto: Mariana Pekin)

Com o fim do ano letivo, chega mais um conselho de classe. Toda a equipe docente e a gestão se reúnem para fazer um balanço do trabalho realizado na escola e, claro, tomar decisões sobre os próximos passos de cada aluno. Esse é um dos momentos cruciais desses últimos dias do ano, e a realização dele deve ser da forma mais democrática possível – isto é, de maneira que todos possam se expressar com liberdade, clareza e objetividade. Para que isso ocorra, a mediação da coordenação pedagógica, com o apoio da direção, é fundamental. E nós, professores, também precisamos nos preparar bem.
Neste ano, participo de dois conselhos, um em cada escola em que atuo. Mas já perdi a conta de quantas vezes estive nessas reuniões ao longo da minha trajetória profissional. Muitas vezes, ocorrem discussões acirradas entre os professores – eu mesma já me envolvi em algumas. E, pela minha experiência, esse tipo de situação ocorre quando não se tem muita clareza sobre o que significa avaliar um aluno e como fazer isso.
Nas minhas escolas, não tenho muito o que reclamar. Todos os professores, tanto os de turma quanto os especialistas (de Arte e Educação Física), participam juntos das reuniões do conselho, analisando, refletindo e debatendo as práticas em sala de aula e o desenvolvimento de cada criança. Há sempre um esforço da nossa parte para conhecer bem as turmas dos colegas, pois partimos do princípio de que cada aluno é de responsabilidade de toda a escola.
Além disso, as coordenadoras fazem uma excelente orientação, que torna as reuniões produtivas e nos leva a analisar também o nosso trabalho, e não só o desempenho dos estudantes. É claro que às vezes (é raro, mas acontece) há discrepâncias em nossas análises, mas dialogamos muito e buscamos sempre o consenso.
Só sinto falta de uma participação ativa dos alunos, opinando, debatendo e questionando. Nunca tive a oportunidade de participar de um conselho assim, mas conheço uma experiência bem-sucedida que me desperta esse desejo.
Reprova ou não reprova?
Esse é o maior e, sem dúvida, o mais delicado questionamento da última reunião do ano. Trata-se de uma decisão difícil, e uma opção errada pode por a perder toda a vida escolar do aluno, já que repetir o ano é algo muito desmotivador. Quantas histórias já ouvimos de meninos e meninas que abandonaram a escola depois de sucessivas reprovações?
Por isso, antes de responder se é melhor reprovar ou não reprovar, é preciso fazer outras perguntas: o que esse aluno já sabe? Como ele estava no início do processo? Como foi o desenvolvimento dele? Quais são suas maiores dificuldades? O que precisamos corrigir para que ele desenvolva todo seu potencial? E, finalmente, o questionamento mais importante na última reunião do ano: reprovando ou não, o que é preciso fazer daqui pra frente para que o aluno em questão e todos os outros avancem o suficiente?
São questões que precisam ser feitas não só na última reunião do ano, mas em todos os conselhos de classe, de modo que as respostas permitam uma correção de rumo antes que se chegue a uma situação-limite. Pode ser um bom propósito para 2017: não deixar essas perguntas para a última hora. Afinal, a avaliação é um processo longo que deve durar o ano todo e, infelizmente, às vezes, ao avaliar os estudantes, olhamos só para o que eles não sabem ou para as expectativas que não foram alcançadas, sem levar em contato o que ele já sabe e o potencial que ainda pode ser desenvolvido.
Desejo a todos boas reuniões de conselho, com discussões produtivas, respeito entre os pares e muita reflexão sobre todo o processo avaliativo!
Um abraço e até a próxima segunda,
Mara Mansani
POR:
Mara Mansani Nova Escola
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Lev Vygotsky, o teórico do ensino como processo social


O psicólogo bielo-russo Lev Vygotsky (1896-1934) morreu há mais de 70 anos, mas sua obra ainda está em pleno processo de descoberta e debate em vários pontos do mundo, incluindo o Brasil. "Ele foi um pensador complexo e tocou em muitos pontos nevrálgicos da pedagogia contemporânea", diz Teresa Rego, professora da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo. Ela ressalta, como exemplo, os pontos de contato entre os estudos de Vygotsky sobre a linguagem escrita e o trabalho da argentina Emilia Ferreiro, a mais influente dos educadores vivos. 
A parte mais conhecida da extensa obra produzida por Vygotsky em seu curto tempo de vida converge para o tema da criação da cultura. Aos educadores interessa em particular os estudos sobre desenvolvimento intelectual. Vygotsky atribuía um papel preponderante às relações sociais nesse processo, tanto que a corrente pedagógica que se originou de seu pensamento é chamada de socioconstrutivismo ou sociointeracionismo.
Surge da ênfase no social uma oposição teórica em relação ao biólogo suíço Jean Piaget (1896-1980), que também se dedicou ao tema da evolução da capacidade de aquisição de conhecimento pelo ser humano e chegou a conclusões que atribuem bem mais importância aos processos internos do que aos interpessoais. Vygotsky, que, embora discordasse de Piaget, admirava seu trabalho, publicou críticas ao suíço em 1932. Piaget só tomaria contato com elas nos anos 1960 e lamentou não ter podido conhecer Vygotsky em vida. Muitos estudiosos acreditam que é possível conciliar as obras dos dois.
 

Relação homem-ambiente

Os estudos de Vygotsky sobre aprendizado decorrem da compreensão do homem como um ser que se forma em contato com a sociedade. "Na ausência do outro, o homem não se constrói homem", escreveu o psicólogo. Ele rejeitava tanto as teorias inatistas, segundo as quais o ser humano já carrega ao nascer as características que desenvolverá ao longo da vida, quanto as empiristas e comportamentais, que vêem o ser humano como um produto dos estímulos externos. Para Vygotsky, a formação se dá numa relação dialética entre o sujeito e a sociedade a seu redor - ou seja, o homem modifica o ambiente e o ambiente modifica o homem. Essa relação não é passível de muita generalização; o que interessa para a teoria de Vygotsky é a interação que cada pessoa estabelece com determinado ambiente, a chamada experiência pessoalmente significativa.

Segundo Vygotsky, apenas as funções psicológicas elementares se caracterizam como reflexos. Os processos psicológicos mais complexos - ou funções psicológicas superiores, que diferenciam os humanos dos outros animais - só se formam e se desenvolvem pelo aprendizado. Entre as funções complexas se encontram a consciência e o discernimento. "Uma criança nasce com as condições biológicas de falar, mas só desenvolverá a fala se aprender com os mais velhos da comunidade", diz Teresa Rego.

Outro conceito-chave de Vygotsky é a mediação. Segundo a teoria vygotskiana, toda relação do indivíduo com o mundo é feita por meio de instrumentos técnicos - como, por exemplo, as ferramentas agrícolas, que transformam a natureza - e da linguagem - que traz consigo conceitos consolidados da cultura à qual pertence o sujeito.
 

O papel do adulto

Todo aprendizado é necessariamente mediado - e isso torna o papel do ensino e do professor mais ativo e determinante do que o previsto por Piaget e outros pensadores da educação, para quem cabe à escola facilitar um processo que só pode ser conduzido pelo própria aluno. Segundo Vygotsky, ao contrário, o primeiro contato da criança com novas atividades, habilidades ou informações deve ter a participação de um adulto. Ao internalizar um procedimento, a criança "se apropria" dele, tornando-o voluntário e independente.

Desse modo, o aprendizado não se subordina totalmente ao desenvolvimento das estruturas intelectuais da criança, mas um se alimenta do outro, provocando saltos de nível de conhecimento. O ensino, para Vygotsky, deve se antecipar ao que o aluno ainda não sabe nem é capaz de aprender sozinho, porque, na relação entre aprendizado e desenvolvimento, o primeiro vem antes. É a isso que se refere um de seus principais conceitos, o de zona de desenvolvimento proximal, que seria a distância entre o desenvolvimento real de uma criança e aquilo que ela tem o potencial de aprender - potencial que é demonstrado pela capacidade de desenvolver uma competência com a ajuda de um adulto. Em outras palavras, a zona de desenvolvimento proximal é o caminho entre o que a criança consegue fazer sozinha e o que ela está perto de conseguir fazer sozinha. Saber identificar essas duas capacidades e trabalhar o percurso de cada aluno entre ambas são as duas principais habilidades que um professor precisa ter, segundo Vygotsky.
 

Expansão dos horizontes mentais

Como Piaget, Vygotsky não formulou uma teoria pedagógica, embora o pensamento do psicólogo bielo-russo, com sua ênfase no aprendizado, ressalte a importância da instituição escolar na formação do conhecimento. Para ele, a intervenção pedagógica provoca avanços que não ocorreriam espontaneamente. Ao formular o conceito de zona proximal, Vygotsky mostrou que o bom ensino é aquele que estimula a criança a atingir um nível de compreensão e habilidade que ainda não domina completamente, "puxando" dela um novo conhecimento. "Ensinar o que a criança já sabe desmotiva o aluno e ir além de sua capacidade é inútil", diz Teresa Rego. O psicólogo considerava ainda que todo aprendizado amplia o universo mental do aluno. O ensino de um novo conteúdo não se resume à aquisição de uma habilidade ou de um conjunto de informações, mas amplia as estruturas cognitivas da criança. Assim, por exemplo, com o domínio da escrita, o aluno adquire também capacidades de reflexão e controle do próprio funcionamento psicológico.
 

Biografia

Lev Semenovitch Vygotsky nasceu em 1896 em Orsha, pequena cidade perto de Minsk, a capital da Bielo-Rússia, região então dominada pela Rússia (e que só se tornou independente em 1991, com a desintegração da União Soviética, adotando o nome de Belarus). Seus pais eram de uma família judaica culta e com boas condições econômicas, o que permitiu a Vygotsky uma formação sólida desde criança. Ele teve um tutor particular até entrar no curso secundário e se dedicou desde cedo a muitas leituras. Aos 18 anos, matriculou-se no curso de medicina em Moscou, mas acabou cursando a faculdade de direito. Formado, voltou a Gomel, na Bielo-Rússia, em 1917, ano da revolução bolchevique, que ele apoiou. Lecionou literatura, estética e história da arte e fundou um laboratório de psicologia - área em que rapidamente ganhou destaque, graças a sua cultura enciclopédica, seu pensamento inovador e sua intensa atividade, tendo produzido mais de 200 trabalhos científicos. Em 1925, já sofrendo da tuberculose que o mataria em 1934, publicou A Psicologia da Arte, um estudo sobre Hamlet, de William Shakespeare, cuja origem é sua tese de mestrado.

 

Tempo de revolução

Crédito: Bettmann / Getty Images
Lenin discursando em Moscou. Crédito: Bettmann / Getty Images
 
Em menos de 38 anos de vida, Vygotsky conheceu momentos políticos drasticamente diferentes, que tiveram forte influência em seu trabalho. Nascido sob o regime dos czares russos, Vygotsky acompanhou de perto, como estudante e intelectual, os acontecimentos que levaram à revolução comunista de 1917. O período que se seguiu foi marcado, entre outras coisas, por um clima de efervescência intelectual, com a abertura de espaço para as vanguardas artísticas e o pensamento inovador nas ciências, além de uma preocupação em promover políticas educacionais eficazes e abrangentes. Logo após a revolução, Vygotsky intensificou seus estudos sobre psicologia. Visitou comunidades rurais, onde pesquisou a relação entre nível de escolaridade e conhecimento e a influência das tradições no desenvolvimento cognitivo. Com a ascensão ao poder de Josef Stalin, em 1924, o ambiente cultural ficou cada vez mais limitado. Vygotsky usou a dialética marxista para sua teoria de aprendizado, mas sua análise da importância da esfera social no desenvolvimento intelectual era criticada por não se basear na luta de classes, como se tornara obrigatório na produção científica soviética. Em 1936, dois anos após sua morte, toda a obra de Vygotsky foi censurada pela ditadura de Stalin e assim permaneceu por 20 anos.
  

Para pensar

Vygotsky atribuiu muita importância ao papel do professor como impulsionador do desenvolvimento psíquico das crianças. A idéia de um maior desenvolvimento conforme um maior aprendizado não quer dizer, porém, que se deve apresentar uma quantidade enciclopédica de conteúdos aos alunos. O importante, para o pensador, é apresentar às crianças formas de pensamento, não sem antes detectar que condições elas têm de absorvê-las. E você? Já pensou em elaborar critérios para avaliar as habilidades que seus alunos já têm e aquelas que eles poderão adquirir? Percebe que certas atividades estimulam as crianças a pensar de um modo novo e que outras não despertam o mesmo entusiasmo?

Quer saber mais?

A Formação Social da Mente, Lev S. Vygotsky, 224 págs., Ed. Martins Fontes, tel. (11) 3241-3677, 39,80 reais 
Vygotsky - Aprendizado e Desenvolvimento, Marta Kohl de Oliveira, 112 págs., Ed. Scipione, tel. 0800-161-700, 37,90 reais
Vygotsky - Uma Perspectiva Histórico-Cultural da Educação, Teresa Cristina Rego, 140 págs., Ed. Vozes, tel. (24) 2246-5552, 20 reais
Vygotsky - Uma Síntese, René van der Veer e Jaan Valsiner, 480 págs., Ed. Loyola, tel. (11) 6914-1922, 70,70 reais
POR:
Márcio Ferrari /Nova Escola
Professor Edgar Bom Jardim - PE

sexta-feira, 6 de dezembro de 2019

Bom Jardim: MPPE ajuíza ação civil pública contra descaracterização do patrimônio ferroviário de Pernambuco


05/12/2019 - O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) ajuizou, nesta quinta-feira (5), ação civil pública com pedido de tutela inibitória pleiteando que a Justiça obrigue a administração municipal a se abster de demolir ou realizar qualquer tipo de modificação que resulte em descaracterização de edificações tombadas ou em processo de tombamento. A iniciativa do MPPE vem em resposta à demolição realizada pelo poder público de um dos imóveis que fazem parte do conjunto conhecido como Patrimônio Ferroviário de Pernambuco, localizado na Praça 19 de Julho, no Centro de Bom Jardim. A demolição ocorreu na noite da terça-feira (3).
A medida almeja evitar a destruição dos imóveis que integram o Patrimônio Ferroviário de Pernambuco, em especial do edifício conhecido como Dique e da sede da Prefeitura de Bom Jardim, que compõem o conjunto arquitetônico que está com processo de tombamento sob análise da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe).
De acordo com a promotora de Justiça de Bom Jardim, Danielle Belgo de Freitas, a atuação do Ministério Público se respalda no princípio constitucional da proteção ao patrimônio histórico e artístico.
O tombamento é uma intervenção ordenadora do Estado na propriedade privada destinada à preservação dos bens de valor histórico, arqueológico, artístico e paisagístico. Portanto, no caso de demolição do patrimônio, seria necessária a apresentação, por parte da Prefeitura de Bom Jardim, dos projetos arquitetônicos para análise e aprovação da Fundarpe e posterior licenciamento do município”, fundamentou a promotora de Justiça, no texto da ação.
Esse procedimento, porém, não foi seguido pelo poder público, que promoveu, na noite da terça-feira (3), a demolição de um dos imóveis. Já no dia seguinte o MPPE entrou em contato com a Fundarpe e obteve a informação de que os bens históricos tiveram o edital de processo de tombamento publicado no dia 25/10/2006, sendo alvo de proteção desde essa data. Com base nisso, o MPPE expediu notificação ao prefeito para que se abstivesse de realizar qualquer serviço de demolição dos edifícios em processo de tombamento.
A Promotoria de Justiça de Bom Jardim segue analisando as medidas legais a serem adotadas, tanto nos âmbitos cível e penal quanto no âmbito da probidade administrativa, em relação à demolição já efetuada.
Imagem acessível: foto do terreno em que ficava a edificação com acúmulo de entulho da demolição. No canto superior esquerdo, uma tarja vermelha com a inscrição Bom Jardim em letras brancas. Abaixo, no canto inferior direito, a frase ação civil pública contra descaracterização do patrimônio ferroviário em letras brancas.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

quarta-feira, 4 de dezembro de 2019

Adeus ao meu Bom Jardim de panorama. #emLUTO, diz Mayra Santos


Sobre a demolição do prédio da antiga rede ferroviário de Bom Jardim, nesta terça-feira 3 de dezembro de 2019, pelo governo municipal, registramos algumas opiniões  de populares e do prefeito João Lira, divulgadas no Facebook:
"Adeus ao meu Bom Jardim de panorama". #emLUTO, diz Mayra Santos(Facebook).

"Tenho pena das autoridades de Bom Jardim, não cuidam do povo, da sua história, da sua memória , do seu patrimônio. A Cidade é a nossa mãe, a cidade é a nossa casa, nosso abrigo, proteção, nossa identidade. Quantas autoridades negligentes com nossa cidade, com o nosso povo. Quanto povo na condição de gado, cercado no curral, preso na caverna. Quantas igrejas que não se coloca do lado do povo nas horas necessárias... Vereadores que não cumprem com seu papel constitucional... Justiça que não garante os direitos da cidadania, que não protege os mais fracos. Para que serve as autoridades? A quem servem as autoridades? Quantas palavras ao vento, ações pífias, teatros... DEMOCRACIA:Quanta gente que vende o voto e fica sem emprego, salário, quanta gente sem vida digna, sem aposentadoria, sem segurança, sem educação, sem saúde, sem liberdade. Somos uma sociedade, cruel, violenta, desprovida de líderes que cuide de seu povo, que trate o povo com respeito, sem manipulação, sem submissão ao que é prejudicial a dignidade humana", escreveu Professor Edgar.

"Não existe futuro para um povo que não preserva sua memória", disse Elizabete Baracho.
Assis Lukas "Tirar qualquer patrimônio de um homem sem o consentimento dele é caracterizado como furto, uma extrema invasão ética e de deploração do ser..."

Alexandra Ribeiro Infelizmente mais um patrimônio virou poeira, mais uma história se rompe em nome de trabalho de futuro, como futuro? se a história está sendo destituída em massa😪😪😪 triste ver como uma cidade com mais de 33mil apenas olham e se cala em meio a um episódio dessa natureza história é vida , e engraçado e ver que tantos que se calam vão a cidades europeias, museu histórico, em nome de visitar culturas histórias, em quanto no seu quintal está virando todos poeira, grande medíocres, cúmplice de assassinatos de grandes histórias de nossa cidade.

Maria Teresa Monteiro Não acho que seja tarde, tem que reconstruir o prédio com a mesma fachada original, e com recursos financeiros pessoais do prefeito. O município e seus cidadãos não podem ser penalizados pelos atos de alguém inconsequente!

Geilza Interaminense Deixa o homem trabalhar fazer as coisas melhor para ficar para o povo

Rosilene Guerra Aí dizem: Deixa o homem trabalhar. Desse jeito, misericórdia!!!!

Claudio Santana Qual a finalidade dessa barbaridade,se foi uma lembrança do tempo que eu com apenas 10 anos ia fazer depósito na poupança com moedas,foi uma época boa.


Juraneide Gomes Da Costa Parabéns! Acabar com o Patrimônio Histórico de Bom Jardim é motivo pra comemoração!



Joelma Silva Será que só eu que acho que os prédios histórico de Bom Jardim NÃO deveria ser DERRUBADOS e sim REFORMADOS!
Independente de Partidos👍



"O BOM JARDIM QUE NÓS QUEREMOS É O DE HOJE, POQUE O FUTURO JÁ COMEÇOU. “ A FESTA É MINHA, “A FESTA É NOSSA É DE QUEM QUIZER”. VOU FRASER COM UMA FAMOSA FRASE DO MEU AMIGO SAUDOSO RINALDO BARROS ! “VIVA DEUS E MORRA O DIABO”. É PRECISO AMOR NO CORAÇÃO POR BOM JARDIM, FÉ EM DEUS E CORAGEM. AVANTE BOM JARDIM, O FUTURO NOS ESPERA. LOUVADO SEJA NOSSO SENHOR JESUS CRISTO., disse o prefeito João Lira.

Fátima Xavier Cemei A modernização faz parte da história, João lira faz acontecer mudanças, para um Bomjardim melhor Parabéns prefeito!

Pablo Jorge São pessoas pobres de espírito, a vida segue o passado ficou para trás, quem vive de passado é Museu, parabéns prefeito João lira que cada dia vem transformando a nossa cida estar linda e vai ficar melhor..


Nivaldo Silva AGORA SÓ RESTARA SÓ AS RECORDAÇÕES DO MEU BOM JARDIM, LOGO TAMBÉM VÃO DERRUBAR A PEDRA DO NAVIO E CORTAR TODOS OS PAUS D ARCOS DA CIDADE E DESTRUIR OS DEMAIS SIMBOLOS DA ANTIGUIDADE PORQUE NA VISÃO DELES ESTÁ ULTRAPASSADOS... ISSO É COISA DE POLITICA MESMO...
A imagem pode conter: 2 pessoas, pessoas sorrindo, selfie, árvore, céu, casa, close-up e atividades ao ar livre



AGORA RESTAM A LEMBRANÇA E A INVEJA
"Essa questão é suprapartidária! Detesto ter que falar disso aqui, pois a política está dominando a cabeça das pessoas, e pelo visto defender o óbvio virou panfletagem política, mas o que eu defendo é a história do meu povo! Bom Jardim é colonial e não deve ser tratada como galpão de velharias. O prédio que foi demolido tem ligação direta com outras estações e outras cidades, como a estação de Piranhas-AL, uma obra arquitetônica da cidade, localizada próximo do Rio São Francisco. A estação de Piranhas tem o quadro das linhas ferroviárias que dela faziam parte, entre elas estava a estação de Bom Jardim! Que agora virou lixo! Amontoado de pedras! Entulho! Porque o prefeito da cidade diz que é caro manter esses prédios de pé! Porque parece ser mais fácil e econômico derrubar a memória do povo! E de noite, enquanto todos dormem! A desculpa pra essa desfeita é a pior de todas: a possível rota de uma estrada que está pra ser feita! Estão atropelando a nossa história. Agora fica a lembrança e a inveja para nós: lembrança da arquitetura colonial destruída e a inveja da arquitetura colonial das cidades que respeitam a sua história!, disse João silva.
Mais Notícias:https://g1.globo.com/pe/pernambuco/noticia/2019/12/04/imovel-protegido-pelo-patrimonio-historico-estadual-e-demolido-por-prefeitura-veja-video.ghtml 





Professor Edgar Bom Jardim - PE