quarta-feira, 19 de junho de 2019

Verdades ou Mentiras:Os seis temas que marcaram a audiência de Moro no Senado



Moro em visita anterior à CCJ do Senado, em 27 de março de 2019Direito de imagemGERALDO MAGELA/AG. SENADO
Image caption'Não estou dizendo que reconheço autenticidade dessas mensagens, mas, dos textos que eu li, eu e outras pessoas não vimos qualquer espécie de infração'
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, participou nesta quarta-feira (19) de audiência na Comissão de Constituição e Justiça do Senado (CCJ) para responder a perguntas sobre as mensagens que teriam sido trocadas por meio do aplicativo Telegram entre ele, então juiz federal, e procuradores da Lava Jato, divulgadas pelo site jornalístico The Intercept.
Segundo o registro oficial do Senado, a audiência começou às 9h18 e terminou às 17h48 - foram, portanto, oito horas e 30 minutos. Moro tomou a palavra nada menos que 117 vezes ao longo do dia, e 43 dos 81 senadores se inscreveram para fazer perguntas ou debater com o ex-juiz.
Durante o depoimento, Moro repetiu diversas vezes que é impossível ter certeza da autenticidade e da integridade do material divulgado pelo Intercept. As palavras "autênticas" e "autenticidade" foram usadas 53 vezes ao longo da audiência - a maior parte das vezes pelo próprio Moro.
O ex-juiz da Lava Jato também criticou a cobertura realizada pelo site jornalístico - os termos "sensacionalista" e "sensacionalismo" foram ditas 72 vezes, na maioria das vezes por Moro, novamente.
Ele também repetiu a avaliação de que ele mesmo e a Lava Jato foram alvo de um ataque "criminoso": esta palavra aparece 58 vezes nas notas taquigráficas da sessão. O termo "hacker" foi mencionado 50 vezes, e a palavra "ataque" aparece 46 vezes. As notas taquigráficas da audiência de Moro já estão disponíveis e podem ser consultadas aqui.
A audiência foi marcada pelo líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), por sugestão do próprio Moro. Na semana passada, a Câmara dos Deputados aprovou um convite similar para ouvir o ministro. Ele deverá ir à Câmara na próxima quarta-feira (26).
A BBC News Brasil traz abaixo os principais temas da audiência de Moro com os senadores.

A autenticidade (ou não) das mensagens

Já na fala inicial, Moro ressaltou que as mensagens foram obtidas de maneira ilícita e defendeu que, ainda que elas sejam "parcialmente autênticas", não apresentavam indícios de ilegalidade ou de parcialidade.
"Não estou dizendo que reconheço autenticidade dessas mensagens, mas, dos textos que eu li, eu e outras pessoas não vimos qualquer espécie de infração."
Moro afirmou que, na tradição jurídica brasileira, a conversa entre juízes, procuradores, delegados e advogados é corriqueira.
"No caso do juiz criminal, isso é muito comum, já que juiz é responsável tanto pela fase criminal quanto pela do processo. Isso é absolutamente normal."
O ministro falou em mais de um momento, inclusive em resposta aos primeiros questionamentos dos senadores, que as mensagens podem ter sido "total ou parcialmente adulteradas".
"Tenho recebido cobrança sobre a veracidade das mensagens, mas o fato é que eu não tenho mais essas mensagens", afirmou, declarando que resolveu parar de usar o aplicativo de troca de mensagens Telegram em 2017, "naquela época em que se noticiaram invasões nas eleições americanas".
Sergio Moro na Comissão de Constituição e Justiça no SenadoDireito de imagemPEDRO FRANÇA/AG. SENADO
Image captionMoro diz não ter segurança sobre a veracidade das mensagens, mas ressalta que, caso elas sejam autênticas, não apresentam ilegalidades
"Achei que aquele aplicativo de origem russa não era lá tão seguro. Tem algumas coisas que eventualmente posso ter dito, tem algumas coisas que me causam estranheza."
Moro criticou as reportagens feitas pelo site The Intercept, qualificando-as de "sensacionalistas", e censurou ainda o fato de não ter sido procurado para se manifestar antes da publicação da primeira leva de conteúdos, no dia 9 de junho, e de o site não ter apresentado as mensagens a uma autoridade independente para que fossem examinadas.
O ex-juiz disse ainda acreditar que os ataques que colheram as informações dos celulares de membros do Judiciário foram perpetrados por um "grupo criminoso organizado".
"Não é um adolescente com espinhas na frente do computador, mas sim um grupo criminoso estruturado", especulou, emendando que este seria um ataque não apenas à Lava Jato e à luta contra a corrupção, mas também contra as instituições.

'Não houve conluio'

Para defender-se das acusações de que as mensagens evidenciariam "convergência" entre o juiz e as partes, Moro apresentou números da 13ª Vara Federal de Curitiba, a qual ele comandava antes de aceitar o convite do presidente Jair Bolsonaro para assumir o Ministério da Justiça e Segurança Pública.
Segundo ele, 90 denúncias foram apresentadas pelo Ministério Público Federal no decorrer da operação Lava Jato. Destas, 45 foram receberam sentenças - e o MPF recorreu em 44. "Se falou muito em conluio, aqui há um indicativo claro de que não houve conluio", afirmou.
Ele também expôs estatísticas das prisões cautelares - foram 298 requerimentos, seja para prisão preventiva ou temporária, com 207 deferimentos e 91 indeferimentos. "Isso também demonstra que não existe convergência entre MPF e juízo necessariamente".

'Embargos auriculares'

Moro também disse algumas vezes que as conversas entre juízes e as partes - acusação e defesa - são algo "muito normal" no dia-a-dia da Justiça brasileira.
"É o que tradicionalmente se chama de embargos auriculares, isso é muito normal. Às vezes até como a forma de: 'Ah, vou requerer isso', para ter uma opinião prévia do juízo do que é necessário e do que não é necessário, se é possível ou se não é possível", disse Moro.
Sérgio Moro no SenadoDireito de imagemAGÊNCIA SENADO
Image captionMoro disse que conversas entre juízes e partes são comuns no dia-a-dia da Justiça brasileira
Alguns senadores questionaram esta opinião do ex-juiz.
Fabiano Contarato (Rede-ES), por exemplo, destacou ter sido delegado por 27 anos e disse não conseguir imaginar o que aconteceria se mantivesse contato por WhatsApp com o advogado de algum dos investigados nos inquéritos instaurados por ele.
Para o senador, as mensagens mostram que Moro "feriu o princípio da isonomia e da igualdade entre as partes".
Já a Soraya Thronicke (PSL-MS) defendeu que as mensagens mostram apenas "conversas sobre procedimentos", algo normal. A senadora voltou a frisar que os "embargos auriculares" são comuns. "Quem não está lá dentro não conhece, então fica difícil de falar."
Ainda nesse sentido, o senador Cid Gomes (PDT-CE) propôs aos colegas a alteração da legislação processual penal para que o juiz que instrui um processo não seja o mesmo juiz que vai julgar a ação. "A meu juízo, isso é fundamental para que a imparcialidade se imponha", afirmou.
Ele também sugeriu a instauração de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para propor medidas para dar mais segurança ao sigilo das "nossas comunicações" e "investigar de forma isenta quem foram os responsáveis por esse caso e, se houve conluio, entre integrante da magistratura e Ministério Público - o que certamente compromete o Estado democrático de direito e a democracia".
O parlamentar disse que não tomaria partido e que "jamais" defenderia o fim da Lava Jato, acrescentando que defende que a Justiça seja imparcial.
Senadores do PSL Major Olimpio (SP), Soraya Thronicke (MS), Flávio Bolsonaro (RJ) e Juíza Selma (MT) na CCJ em audiência com Sergio MoroDireito de imagemGERALDO MAGELA/AG. SENADO
Image captionSenadores do PSL como Major Olimpio (SP), Soraya Thronicke (MS), Flávio Bolsonaro (RJ) e Juíza Selma (MT), defenderam o ministro

Caso é 'diferente' da divulgação dos áudios de Dilma

Moro foi questionado pelo senador Eduardo Braga (MDB-AM) sobre os áudios divulgados pelo então juiz em 2016 de conversa entre os ex-presidentes Lula e Dilma, "que não importava se eram legais ou não", em que medida eles seriam diferentes das mensagens publicadas pelo Intercept.
O ministro afirmou que "havia uma situação diferente naquela época", que a interceptação telefônica havia sido autorizada e que era "legal e publicizada".
"E existiam provas decorrentes nos autos. Nada ali foi liberado a conta gotas. Aqui é diferente, é um ataque de um grupo criminoso organizado. O material está sendo publicado sem o oportunidade de verificação da autenticidade."
O senador Jaques Wagner (PT-BA) voltou ao assunto e questionou se Moro julgava ter sido "sensacionalista" a divulgação dos áudios.
O ministro respondeu que os sigilos durante a operação eram levantados "de forma transparente" e emendou que "todas as informações ficavam disponíveis, não ficávamos divulgando em pílulas os fatos", em uma crítica velada à publicação seriada do conteúdo dos vazamentos pelo Intercept.
"Pode haver divergência (em relação à derrubada do sigilo dos áudios dos grampos da Polícia Federal), mas foi uma decisão proferida nos autos, transparente. Não me servi na ocasião de hackers criminosos para encobrir minha responsabilidade".
Senador Jaques Wagner (PT-BA) em audiência com Sergio Moro na CCJDireito de imagemGERALDO MAGELA/AG. SENADO
Image captionSenador Jaques Wagner perguntou a Moro se ele julgava 'sensacionalista' a divulgação do grampo que registrava conversa entre Lula e Dilma

'Não tenho nenhum apego pelo cargo em si'

Na resposta a Wagner, Moro repetiu a crítica de que os conteúdos têm sido divulgados "a conta gotas" e sem a prévia averiguação de uma autoridade independente.
Ele chegou a pontuar que, no caso Watergate (os vazamentos que levaram à renúncia do presidente americano Richard Nixon), os jornalistas que investigavam o caso "imediatamente divulgavam tudo" o que conseguiam colher. "Se tivessem tudo de uma vez, publicariam todo o conteúdo".
Em outro momento, Moro afirmou não ter "nenhum apego pelo cargo em si" e desafiou o site a apresentar todo o material.
"Se houver irregularidade da minha parte eu saio, mas não houve."
Em pelo menos três momentos diferentes, o ministro citou o fato de que "um observador estrangeiro internacional", Matthew Stephenson, autor do blog The Global Anticorruption, havia primeiramente se posicionado de forma crítica em relação ao conteúdo dos vazamentos e, alguns dias depois, após examinar mais detidamente o material, mudara de opinião, escrevendo post intitulado "O incrível escândalo que encolheu".
"Esse site (Intercept) divulga essas questões com absoluto sensacionalismo e sem exame acurado do que está sendo divulgado", reiterou, após falar do blog em resposta ao senador Fernando Bezerra (MDB-PE).
O senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), assim como outros correligionários, parabenizou o ministro por ter se disponibilizado a se apresentar no Senado. O filho do presidente mencionou a denúncia que circula nas redes sociais de que Glenn Greenwald, um dos fundadores do Intercept, teria pago um hacker russo para invadir os celulares de autoridades e pago com bitcoins.
"É o que está nas denúncias, não estou dizendo que elas são verdadeiras", afirmou o senador.
Questionado sobre uma eventual investigação sobre esse tema, Moro afirmou que ele "pode ser fake news, pode ser contra-inteligência" e que a Polícia Federal tem investigado com independência todo o caso.

'Media training'

Parlamentares de oposição como o senador Rogério Carvalho (PT-SE) questionaram se Moro havia feito "media training", se havia feito uma preparação orientado por profissionais para falar na Comissão de Constituição e Justiça.
"Eu não sei de onde o senhor tirou essas informações, mas o senhor está equivocado. Essa história é uma loucura. Não existe essa coisa de 'media training', dinheiro que foi pago. Não tem nada. O senhor está fantasiando. Eu não preciso de 'media training' para vir falar a verdade."
O assunto foi retomado algumas vezes. Cid Gomes comentou que, tendo feito um treinamento ou não, "o fato é que trouxe três ou quatro mantras e tem repetido esses mantras".
Ele se referiu especificamente ao argumento de Moro que muitos juristas, como o ex-ministro do STF Carlos Velloso e a ex-juíza e ex-deputada federal Denise Frossard (PPS-RJ), têm se manifestado afirmando ser normal a discussão entre juízes e promotores sobre casos em andamento.
"Também há muitos outros juristas e advogados que falam justamente o contrário", disse o senador.
Em sua réplica, o ministro disse ter feito "media training" apenas uma vez, antes do fórum de Davos. "Por insistência do Planalto nós fizemos 'media training' para Davos. Foi uma tarde, uma conversa, não foi aquele treinamento exaustivo", declarou.
Com informações da BBC
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Transporte escolar tomba e cai no açude


Na manhã desta terça-feira (18/06), um ônibus escolar tombou e caiu dentro de açude enquanto trafegava por um estrada desnivelada no povoado Morada Nova, na zona rural do município de São Miguel do Tapuio, na região Norte do Piauí. 
De acordo com informações, no momento do acidente o veículo estava ocupado por cinco pessoas, o motorista e quatro alunos. O condutor do veículo agiu rápido e conseguiu resgatar os alunos, ninguém ficou ferido. 
Com meionorte.com
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Sem previdência pública, Chile tem suicídio recorde entre idosos


O modelo de Previdência proposto por Paulo Guedes e Bolsonaro é questionado pelo exemplo  perigoso  do Chile.
Apontada como modelo pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), a privatização da Previdência Social chilena, promovida pelo general Augusto Pinochet na década de 1980, continua vigente e cobrando um preço cada vez mais elevado. O colapso do sistema tem ganhado maior visibilidade nos últimos dias à medida que o arrocho no valor das pensões e aposentadorias se reflete no aumento do número de suicídios.
De acordo com o Estudo Estatísticas Vitais, do Ministério de Saúde e do Instituto Nacional de Estatísticas (INE), entre 2010 e 2015, 936 adultos maiores de 70 anos tiraram sua própria vida no período. O levantamento aponta que os maiores de 80 anos apresentam as maiores taxas de suicídio – 17,7 por cada 100 mil habitantes – seguido pelos segmentos de 70 a 79 anos, com uma taxa de 15,4, contra uma taxa média nacional de 10,2. Conforme o Centro de Estudos de Velhice e Envelhecimento, são índices mórbidos, que crescem ano e ano, e refletem a “mais alta taxa de suicídios da América Latina”.
Uma das autoras da pesquisa ministerial, Ana Paula Vieira, acadêmica de Gerontologia da Universidade Católica e presidenta da Fundação Míranos, avalia que muitos dos casos visam simplesmente acabar com o sofrimento causado, “por não encontrar os recursos para lidar com o que está passando em sua vida”.
O fato é que à medida que a idade avança e os recursos para o acompanhamento e o tratamento médico vão sendo reduzidos pela própria irracionalidade do projeto neoliberal de capitalização da Seguridade, os idosos passam a se sentir cada vez mais como um fardo para os seus familiares e entes queridos.
JORGE E ELSA
Entre tantos casos, ganhou notoriedade recentemente o do casal Jorge Olivares Castro (84) e Elsa Ayala Castro (89) que, após 55 anos, decidiu “partir juntos” para “não seguir molestando mais”. A evolução do câncer de Elsa, conjugada a uma primeira etapa de demência senil, faria com que tivesse de ser internada numa casa de repouso. O marido calculou que poderiam pagar, mas somente se somassem ambas as aposentadorias e vendessem a casa. Sem qualquer perspectiva, Jorge e Elsa decidiram abreviar suas vidas com dois disparos.
Infelizmente, diz a psicogeriatra Daniela González, “enfermidades que geram uma impossibilidade de serem enfrentadas economicamente acabam colocando o tema do suicídio como uma saída honrosa”.
Como ficou comprovado, o desmantelamento do Estado serviu tão somente para beneficiar as corporações privadas que assaltaram o sistema público de pensões e aposentadorias chileno sob o pretexto que era deficitário, (até nisso os ladrões e a grande mídia tupiniquins demonstram a mais completa falta de criatividade), por outro de capitalização administrado pelo “mercado”. A “justificativa” era de que assim seria resolvido o problema fiscal e se abririam as portas ao crescimento econômico. Assim, foram montadas as Administradoras de Fundos de Pensão (AFP), instituições financeiras privadas encarregadas de administrar os fundos e poupanças de pensões. O rendimento destes fundos, com base nas flutuações do “mercado”, determina a quantidade de dinheiro que cada pessoa acumulará quando chegar o momento da aposentadoria.
Desta forma, com a capitalização para fins de aposentadoria integralmente bancada pelo trabalhador, milhões de pessoas foram obrigadas a entregar 10% de seus salários a arapucas especulativas, sem haver nenhuma contribuição dos empregadores, nem do Estado. “Houve crises financeiras nas que perdemos todas as economias depositadas ao longo da vida, porque ficamos sujeitos aos vaivéns do mercado”, explicou Carolina Espinoza, dirigente da Confederação de Funcionários de Saúde Municipal (Confusam) e porta-voz da Coordenação “No Más AFP”..
 MULTINACIONAIS
Atualmente, das seis AFPs que atuam no Chile, cinco são controladas por empresas financeiras multinacionais: Principal Financial Group (EUA); Prudential Financial (EUA); MetLife (EUA); BTG Pactual (Brasil) e Grupo Sura (Colômbia), que administram fundos de 10 milhões de filiados. No total, são mais de US$ 170  bilhões aplicados no mercado de capitais especulativos, nas bolsas de Londres e Frankfurt, para serem repassados sob a forma de empréstimos usurários aos próprios trabalhadores.
O resultado prático deste mecanismo, assinala a Fundação Sol, entidade que estuda as condições de trabalho no país, é que a pensão média recebida por 90% dos aposentados chilenos é de pouco mais de 60% do salário mínimo, cada vez mais insuficiente para os gastos de um idoso.
“Como sociedade não podemos permitir que pessoas que construíram com tanto esforço este país estejam passando seus últimos anos na tristeza”, declarou o doutor José Aravena, diretor da Sociedade de Geriatria e Gerontologia do Chile, para quem os suicídios deveriam fazer “soar o alerta para a reflexão sobre como se está envelhecendo no país”. “Para ninguém é justo viver os últimos anos de sua vida sentindo-se triste ou com vontade de não seguir vivendo”, acrescentou, apontando a “dependência e a depressão” entre os principais fatores do suicídio em idosos.
Com informações de horadopovo.org.br
Professor Edgar Bom Jardim - PE

terça-feira, 18 de junho de 2019

TRAVESSIA:Café Literário ARIANO SUASSUNA estimula leitura na Escola Raimundo Honório

Café Literário é uma prática pedagógica do Percurso Livre
 do Ensino Médio Travessia.




Percurso Livre
Homenageado: Ariano Suassuna.
Turma: Travessia Módulo III.
Professora responsável: Élida Lins
Coordenador: Edgar Santos.

Objetivos:formar leitores, motivar a pesquisa,
o debate, a interação
entre alunos e professor na busca de aprendizagens 
no que se refere
 ao grande escritor e dramaturgo brasileiro, autor do
 Auto da Compadecida, 
considerada obra prima que foi adaptada para o
 teatro, televisão e cinema.
Estudantes, Prof. Edgar Santos e Profª Élida Lins
Profª Élida Lins
Fotos: Lourdes Duarte

Professor Edgar Bom Jardim - PE

A derrota dos negócios da morte no Brasil



Em nova derrota para o Governo, o projeto legislativo que derruba o decreto de armas de Jair Bolsonaro foi aprovado nesta terça-feira no Senado por 47 votos a 28. Na semana passada o texto do presidente já havia sido vencido na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado por 15 votos a 9. Agora a matéria vai para a Câmara, onde deve tramitar em comissão e no plenário. Até que seja analisado pelos deputados, o decreto de Bolsonaro segue valendo.
Em maio Bolsonaro flexibilizou as regras para a posse e porte, praticamente enterrando o Estatuto do Desarmamento. O decreto tem sido alvo de críticas desde então. Além de permitir que jornalistas, caminhoneiros e outras categorias profissionais andem armados, o texto tinha uma brecha que permitia o porte de fuzis semiautomáticos com alto poder de fogo. Posteriormente este erro foi corrigido pelo Governo. O decreto também desagradou os parlamentares, que alegaram uma “invasão de competência” do Legislativo, uma vez que matérias semelhantes tramitam no Congresso.
A derrota é mais uma na conta do Planalto, que ainda não conseguiu articular uma base eficiente no Congresso e coleciona reveses em ambas as casas. A reforma da Previdência do ministro Paulo Guedes ainda engatinha, e o projeto anticrime de Moro deve ser pautado apenas no segundo semestre, de acordo com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Antes do início da votação vários senadores disseram ter recebido ameaças anônimos para que votassem favoravelmente ao decreto do Governo. "Falam que a arma defende a democracia, mas com palavras ameaçadoras querem colocar a população contra nós”, afirmou Rose de Freitas (Podemos-ES). "Perguntaram se eu ando em carro blindado", disse a parlamentar.

"Sou um democrata", diz Bolsonaro

Ao falar sobre a derrubada do decreto, Kátia Abreu (PDT-TO) lembrou o episódio ocorrido em 1995 no qual o então deputado Bolsonaro, mesmo portando uma arma, foi assaltado e teve a moto e a pistola roubados. “Isso porque ele era um militar treinado”, disse Abreu. Em defesa do texto de Bolsonaro, Telmário Mota (PROS-RR) afirmou que “o cidadão tem direito à legítima defesa”. Segundo ele, “o desarmamento tirou a segurança das famílias, mas o bandido que compra arma de forma clandestina está bem armado”.
Já prevendo uma possível derrota, o presidente afirmou na manhã desta terça-feira que não deve editar medidas semelhantes ao texto que foi derrubado no Senado. "Sou um democrata", e não um "ditador", disse Bolsonaro. O acesso às armas sempre foi uma plataforma do ex-militar, e se tornou uma de suas principais bandeiras de campanha. Apesar de afirmar que a medida tem apoio da sociedade, a última pesquisa Ibope, divulgada no início do mês, apontou que 73% da população é contrária à flexibilização do acesso às armas.
Com informações de brasil.elpais.com
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Jogo sujo:Empresários financiaram disparos em massa pró-Bolsonaro no Whatsapp, diz jornal


Empresas brasileiras pagaram uma agência de marketing com sede na Espanha para fazer disparos de mensagens de Whatsapp a favor de Jair Bolsonaro, segundo uma reportagem da Folha de S.Paulo divulgada nesta terça-feira. Áudios obtidos pelo jornal com uma fonte mantida em sigilo mostram Luis Novoa, diretor da espanhola Enviawhatsapps, afirmar que “empresas, açougues, lavadoras de carros e fábricas” do Brasil financiaram a compra de um software produzido por ele para disparar mensagens em massa durante a campanha. Segundo a reportagem, não existem indícios de que Bolsonaro soubesse das ação, que podem configurar crime eleitoral. Pela manhã, o presidente comentou o conteúdo da reportagem em um evento em Brasília. “Teve milhões de mensagens a favor da minha campanha e talvez alguns milhões contra também."

As informações publicadas pelo jornal nesta terça trazem novos elementos para uma suspeita trazida pelo jornal em agosto do ano passado, e que levaram a abertura de uma investigação no Tribunal Superior Eleitoral. Na ocasião, a Folha revelou que empresas brasileiras fecharam contratos de até 12 milhões de reais para financiar disparos em massa no WhatsApp, a principal rede usada na campanha pelos bolsonaristas. Os destinatários eram usuários da base de dados da própria campanha de Bolsonaro ou de banco de dados vendidos por terceiros (esta segunda modalidade é proibida por lei). Um dos empresários por trás do esquema foi Luciano Hang, dono da rede Havan. Existem indícios de que apoiadores do PT usaram o mesmo expediente no WhatsApp.
Novoa, dono da Enviawhatsapps, afirmou ao jornal que não tinha conhecimento da utilização irregular de seu aplicativo até que o Whatsapp suspendeu algumas das linhas de sua empresa. “Estávamos tendo muitíssimos cortes, fomos olhar os IPs [endereço de Internet], era tudo do Brasil, olhamos as campanhas, eram campanhas brasileiras”, disse o empresário no áudio. De acordo com o jornal, brasileiros compraram cerca de 40 licenças de software da agência espanhola, que, em conjunto,permitiam até 20.000 disparos de mensagens de campanha por hora nas últimas eleições. O jornal ainda aponta que a licença para um mês, segundo o site da Enviawhatsapps, custa 89 euros (386 reais), a anual custa 350 euros (1.518 reais), e o WhatsApp Business API, voltado especificamente a empresas, sai por 500 euros ao ano (2.169).
A mesma empresa espanhola foi responsável por campanhas de disparos em massa de WhatsApp na Espanha. As contas dos partido de esquerda Podemos e PSOE acabaram suspensas pelo aplicativo, por violação das regras de uso, já que o WhatsApp não permite disparos em massa. O mesmo aconteceu no Brasil durante as presidenciais do ano passado.
A campanha de 2018 foi marcada pela disseminação de conteúdo falso nas redes sociais e em grupos de Whatsapp. O candidato derrotado Fernando Haddad (PT) acusou a equipe de Bolsonaro de estar por trás e de não coibir essas práticas. Em algumas mensagens o petista teve seu nome associado à pedofilia e a uma mamadeira com formato de pênis que, segundo o texto, teria sido enviada para creches durante a gestão de Haddad na prefeitura de São Paulo. Por sua vez, simpatizantes do PT espalharam notícias falsas afirmando que o programa Bolsa Família iria acabar caso o candidato do PSL fosse eleito. Inquéritos abertos para apurar irregularidades ainda não tiveram grandes avanços no TSE.
A relação de empresários com mensagens pró-Bolsonaro também já haviam sido apontadas pelo EL PAÍS Brasil em agosto de 2018. Hang, o dono da Havan que meses depois cometeria irregularidades financiando disparos em massa no Whatsapp, pagou para impulsionar mensagens favoráveis ao militar da reserva no Facebook. A prática é ilegal, uma vez que apenas representantes oficiais das campanhas podem contratar impulsionamento de conteúdo eleitoral nas redes. De acordo com o TSE isso seria “terceirização da propaganda”, algo vedado pela nova legislação eleitoral. Após a reportagem, o Tribunal ordenou que Hang removesse o conteúdo de suas páginas, depois que o vídeo postado pelo empresário já tinha alcançado mais de um milhão de pessoas.
Com informação de www.msn.com
.Professor Edgar Bom Jardim - PE