domingo, 22 de julho de 2018

Política:PSL confirma Bolsonaro e ouve de advogada cotada para vice que seguidores 'buscam pensamento uniformizado'


Janaína Paschoal ao lado de Jair Bolsonaro em convenção partidária no RioDireito de imagemREUTERS
Image captionBolsonaro minimizou incômodo gerado em dirigentes do PSL com discurso de Janaína Paschoal
"Nossa lagoa é muito pequena para pescar um vice, mas vamos pescar", resumiu o presidenciável Jair Bolsonaro, do PSL, em coletiva ao final da convenção partidária que o chancelou como candidato ao Planalto pela legenda.
A indefinição sobre quem comporá com o deputado federal a chapa presidencial se desenrolou ao longo da última semana: primeiro com a recusa do senador Magno Malta (PR), depois com a negativa do General Heleno (PRP).
Neste domingo, a cúpula do PSL tentou uma saída honrosa para o imbróglio: o anúncio para o posto da advogada e autora do pedido de impeachment de Dilma Rousseff, Janaína Paschoal.
O humor de bolsonaristas, no entanto, era diferente do da própria Janaína, que já nas primeiras horas da manhã, a caminho do evento, revelou seu desconforto com a situação à BBC News Brasil.

Chegada de Janaína foi celebrada por militantes

Recebida pelos cerca de 2 mil militantes que lotavam o salão do centro de convenções, no Rio, sob gritos de "vice, vice", ela foi rápida em anunciar o anticlímax.
"Não aplaudam, não gritem, eu quero conversar com os senhores", anunciou Janaína, esfriando o clima de aplausos, gritos de "mito", dedos emulando armas, selfies e algazarra que dominavam o ambiente.
Diante do silêncio estabelecido, Janaína anunciou que "não é possível tomar uma decisão em dois dias" e afirmou que "estamos dialogando".
Convenção partidária do PSL no Rio de JaneiroDireito de imagemAFP
Image captionJanaína Paschoal foi recebida por mil militantes que lotavam centro de convenções no Rio sob gritos de 'vice, vice'
Janaína foi a penúltima a falar. Sentada ao lado de Bolsonaro, ela viu o ex-futuro vice, o senador Magno Malta, dizer que "fazia muito gosto" que ela assumisse o posto deixado por ele. "Espero que eu possa lhe chamar logo de vice-presidente da República".
Pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-RJ), filho do presidenciável, foi comparada ao Coronel Alberto Brilhante Ustra, Chefe do DOI-Codi de São Paulo e considerado responsável pela tortura de presos políticos na ditadura, defendido por Bolsonaro em seu voto pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.
"Soldado nosso não fica para trás. Não permitam que demonizem a Dra. Janaína para que ela se torne um novo Ustra."

'Minha fidelidade é ao meu país'

O discurso de Janaína destoava do clima de "já ganhou no primeiro turno" do evento.
"Não se ganha eleição com pensamento único. Não se governa uma nação com pensamento único. Os seguidores, muitas vezes, do deputado Jair Bolsonaro têm uma ânsia de ouvir um discurso inteiramente uniformizado. Pessoas só são aceitas quando pensam exatamente as mesmas coisas. Reflitam se não estamos fazendo o PT ao contrário", disse Janaína.
"Minha fidelidade não é ao deputado Jair Bolsonaro, é ao meu país", arrematou.
Janaína Paschoal discursa em convenção partidária no Rio de JaneiroDireito de imagemREUTERS
Image captionDiscurso de Janaína destoou do clima de 'já ganhou no primeiro turno' do evento'
O mal-estar nos dirigentes do PSL foi evidente. O discurso foi considerado "desalinhado". Janaína devolveu um público frio a Bolsonaro, que fez um discurso menos aguerrido que a média.
"Ela é muito transparente, mas não achei que ela fosse ser tão incisiva, daquele jeito de professora que dá bronca em aluno. A militância sentiu", avaliou o deputado federal Major Olímpio.
"Não se pode ter fogo amigo dentro da chapa. Não vamos levar a noiva para o altar discutindo os termos do divórcio", completou.

Bolsonaro minimizou desforto de dirigentes com Janaína

Bolsonaro tentou minimizar o incômodo: "Ela tem a opinião dela, não posso ter uma vice que vai concordar 100% comigo".
O próprio candidato, no entanto, cogitou a substituição de Janaína por Luciano Bivar, presidente licenciado do PSL, durante coletiva de imprensa. Aliados aventam ainda a possibilidade de que o PROS feche acordo com o PSL e indique o vice.
Jair Bolsonaro em convenção partidária no Rio de JaneiroDireito de imagemAFP
Image captionBolsonaro foi muito celebrado pelos 2 mil militantes presentes no evento
Se for confirmada, Janaína será a primeira mulher a compor a cúpula de poder de Bolsonaro.
Uma das fragilidades eleitorais do deputado é a rejeição do público feminino, a quem ele acenou diversas vezes em seu discurso.
"Todos nós viemos do ventre de uma mulher. Sequer teríamos nascido sem o amor delas". Ele prometeu governar "pelas mulheres, que são em grande parte responsáveis pela criação das nossas crianças".
Questionado sobre a ausência de mulheres em sua equipe, disse que não fará esforço para integrá-las ao time, já que o critério para empregar pessoas é "competência". E disse que seu mau desempenho no grupo se deve aos "rótulos" colados nele pela imprensa.

Privatizações e ministros com 'perfil de Sergio Moro'

Em relação a propostas de governo, defendeu privatizar braços da Petrobras e elogiou a venda da Embraer. "Queremos mais do que privatizar, quem sabe, extinguir a maioria das estatais", disse.
Afirmou que o "Supremo está mais desgastado do que o Congresso" e que gostaria de alterar a Constituição para poder indicar mais dez ministros "com o perfil do Sergio Moro".
Defendeu que não é possível, por falta de recursos, instituir escola em tempo integral, mas que a educação melhoraria com a aprovação da lei "Escola Sem Partido", que prevê punição a professores que expressem opiniões políticas em sala de aula.
Sobre pautas identitárias, afirmou que, "se for feita uma pesquisa entre afrodescendentes, a maioria é contrária às cotas". E criticou o que considera "politicamente correto".
"Não tenho mais a alegria de contar uma piada de cearense, de baiano, de carioca esperto".

'Se estamos em guerra, os dois lados podem atirar'

Na segurança pública, afirmou que manteria a intervenção do Exército no Rio, mas excluiria a possibilidade de punição aos soldados que matassem civis em operações de segurança.
Militante em convenção partidária com foto de Jair Bolsonaro ao fundoDireito de imagemAFP
Image captionBolsonaro tem até 5 de agosto para definir quem estará ao seu lado na corrida presidencial
"Se estamos em guerra, os dois lados podem atirar. Quero dar meios para o policial não morrer. Se ele não pode atirar, vamos tirar a arma do PM e dar um buquê de rosas pra ele carregar".
Bolsonaro voltou a defender ainda a redução ou mesmo extinção da maioridade penal, pauta da qual Janaína discorda.
O deputado terá até o dia 5 de agosto para definir quem estará ao seu lado na corrida presidencial.
Ciente de que pode ajudar o candidato a melhorar seu desempenho entre mulheres e setores menos radicais da direita, Janaína se mostrou tranquila diante da má repercussão de suas palavras na convenção.
Disse ainda que, para ela, vice deve sim interferir na gestão do presidente. "Talvez o discurso tenha sido mais contundente do que eles esperavam. Se as pessoas se sentiram desagradadas, não há problema, isso é inerente à democracia", afirmou.
E completou: "Não posso trazer os votos e depois não ter liberdade para atuar".
Professor Edgar Bom Jardim - PE

PDT oficializa candidatura de Ciro Gomes à Presidência


foto: Marcelo Ferreira/CB/DA Press (foto: Marcelo Ferreira/CB/DA Press)
foto: Marcelo Ferreira/CB/DA Press
O PDT oficializou, nesta sexta-feira (20) a candidatura de Ciro Gomes à Presidência da República na sede do partido em Brasília. Diante da militância e sem a presença de dirigentes de outros partidos, Ciro não improvisou no discurso e continuou mandando sinais ao Centrão - pregando pelo rigor no ajuste fiscal, mudanças na segurança pública e um olhar para classe média. Ainda assim, ironizou as críticas recebidas por suas ideias econômicas e procurou enaltecer a figura de Leonel Brizola como referência de sua campanha.

Logo no início de sua fala, Ciro fez do mote "o Brasil precisa mudar" uma constante do discurso. Cuidadoso, Ciro tentou se mostrar conciliador. "É preciso respeitar as diferenças, fim da cultura de ódio, acabar com o brasileiro sendo ferido por outro brasileiro na internet. Ninguém é dono da verdade."

Sobre a fama de cabeça quente e explosivo, Ciro também pareceu querer se explicar: "Minha ferramenta é minha palavra, falo 10 horas por dia, cometo erros, mas nenhum deles por desonestidade intelectual."

Ele não deixou de responder, no entanto, as críticas que recebeu do mercado financeiro por algumas de suas propostas. "Essa gente quebrou o nosso País a pretexto de austeridade. Querem matar o carteiro para que o povo brasileiro não leia a carta", disse, antes de fazer referência ao montante pago em juros de dívida pública. "Que me persigam, mas somente com juros, este ano, gastaram R$ 380 bilhões. É difícil explicar ao povo, mas a sociedade brasileira está devendo R$ 5 trilhões ao baronato", complementou.

As referências de Ciro Gomes ao pagamento de juros da dívida é um dos fatores que assusta os agentes econômicos do mercado financeiro e teria provocado um recuo por parte dos partidos que formam o chamado "Centrão", que negociava aliança com sua campanha. 

Após ironizar esse aspecto, Ciro voltou a enfatizar que estará ao lado dos mais pobres e da classe média. O candidato prometeu olhar as contas públicas com lupa. "O governo esfola o povo trabalhador com um sistema de impostos injusto e perverso. Povo e classe média já pagaram demais. A classe média paga dobrado para viver no País e o Estado não devolve serviços de qualidade. Quem tem de pagar agora é o governo e o mundo mais rico. Não falo do mundo mais rico com preconceito, não vamos sair dessa situação com o 'nós contra eles.'"

No discurso, Ciro falou, sem detalhar, os 12 eixos de sua campanha. Além de emprego, saúde e educação, o candidato focou em segurança pública - tema que tem sido o forte de candidatos de outro campo político.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Doença sexual:A primeira epidemia de DST


Ilustração do século 17 com pessoa enfermaDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionAo longo de séculos, muitas teorias foram elaboradas para explicar a origem da sífilis, que fazia com que doentes gritassem de dor à noite
Em 1509, o jovem soldado alemão Ulrich von Hutten contraiu uma doença desconhecida quando estava na Itália. Ele sofreu com os sintomas por dez anos.
O pacidente descreveu assim sua condição: "(O tempo todo) havia furúnculos, parecidos em tamanho e aspecto com uma bolota. Tinham um cheiro tão fétido que quem o cheirasse achava que estava infectado. A cor era verde escuro. Vê-los chegava a ser pior que sentir a dor, mesmo que a sensação pareça a mesma de encostar no fogo."
Pouco antes disso, na década de 1490, a população europeia havia acabado de se recuperar das mortes provocadas pela propagação, no século anterior, da peste bubônica, surto conhecido como Peste Negra. Uma em cada três pessoas havia morrido em consequência da doença em todo continente europeu.
Com o aumento da população, chegou a prosperidade. Mas nem tudo foi positivo. Doenças desconhecidas começaram a aparecer, em meio à guerra endêmica e à fome frequente.
Litografía de 1900 aproximadameteDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionIlustrações indicavam quão mortal era a sífilis

Contágio em velocidade alarmante gerou terror

Por volta de 1495, o rei francês Carlos VIII invadiu Nápoles reivindicando direito àquele reino. Mas as tropas se contaminaram com uma doença nova.
Ninguém jamais havia visto nada parecido. Os médicos da época não encontraram nenhuma referência nos livros. O nível de preocupação foi similar ao momento em que, séculos depois, o HIV foi descoberto.
A doença que fez o soldado alemão Ulrich von Hutten agonizar também era transmitida pelo contato sexual. Era a sífilis.
ilustração de mulher na cama com caveiras atrásDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionPor muito tempo, acreditou-se que eram as mulheres as únicas responsáveis por espalhar a sífilis
As pessoas estavam aterrorizadas porque a doença se espalhou com uma velocidade impressionante. Chegou à Escócia, à Hungria e à Rússia. Com exceção dos idosos e das crianças, todos corriam risco de se contaminar. Estava nos bordeis, mas também nos castelos.
Acredita-se que os reis Francisco I e Henrique III, da França, assim como o imperador Carlos V padeceram da mesma enfermidade.
Nem os monges escaparam da sífilis. A hierarquia não importava. Cardeais, bispos e até os papas Alexandre VI e Júlio II sofreram com a doença.
A velocidade com que se espalhou revela muito sobre os hábitos sexuais da sociedade naquela época.

O curioso papel da deusa Vênus nessa história

Os franceses diziam que a doença era italiana. Mas todo o resto da Europa se referia a ela como francesa. Inicialmente, não tinha nome técnico.
Ao final, um médico francês sugeriu que chamá-la de "doença venérea" por acreditar que a causa principal era o ato sexual que, por sua vez, estava ligado à deusa romana do amor, Vênus.
A epidemia causada pela sífilis era diferente das vistas anteriormente. Ela não se concentrava numa área específica nem estava relacionada a uma época do ano.
Todos corriam risco de adoecer. E, uma vez que isso acontecia, parecia que a pessoa nunca iria se recuperar.
Se o tormento durante o dia era difícil, parecia ainda pior à noite. Os que padeciam da doença gritavam continuamente por causa da dor que sentiam nos ossos. Mas qual era a causa?
Preservativo em 1800.Direito de imagemGETTY IMAGES
Image captionOs preservativos começaram a ser usados no século 16 para combater a doença

Sífilis foi considerada castigo divino por pecados

No início, pensou-se que era um castigo de Deus pelos pecados cometidos pela sociedade. Assim, o primeiro passo para lidar com a doença era se arrepender e rezar por proteção divina.
Mas havia outras hipóteses. Astrólogos da época afirmavam que tinha relação com dois eclipses do Sol e a confluência de Saturno e Marte.
"As chuvas que caíram em todos os países atingidos naquela época foram tão abundantes que a terra foi contaminada com água estagnada, e não foi surpresa que a doença tivesse se apresentado", registrou um professor de Medicina da época.
O encontro das estrelas com a contaminação da terra, por sua vez, causou uma podridão venenosa do ar. A consequência foi a putrefação do corpo humano.
No começo, acreditava-se que o mercúrio era um remédio para a sífilis. Era comum usar o medicamento para tratar de problemas de pele nessa época. Esse foi o tratamento recomendado ao soldado alemão: respirar gás de mercúrio quente.
Bacteria Treponema pallidumDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionA bactéria 'Treponema pallidum', que causa a sífilis, foi descoberta somente em 1905
Mas a cura era pior que a doença. Os pacientes perdiam a lucidez. No entanto, o uso do mercúrio para combater a sífilis continuou por muitos anos, até 1517, quando surgiu um novo remédio. O guáiaco, um arbusto encontrado no Haiti, supostamente era usado pelos que vinham daquela ilha.
Pedaços de tronco eram fervidos em água, e o líquido, bebido duas vezes ao dia. O tratamento completo incluía passar 30 dias em uma sala extremamente quente para suar e expelir a doença.
Nessa mesma época, estabeleceu-se uma relação entre a sífilis e o castigo divino decorrente de pecados individuais. A pessoa se contaminava se tivesse mantido uma relação sexual ilícita.
Nesse contexto, as mulheres eram consideradas as responsáveis por transmitir a doença. Eram elas que faziam os pobres homens caírem em tentação, ao estilo do casal bíblico Adão e Eva.
O estigma também afetava as crianças cujos pais sofriam com sífilis, porque era uma considerada uma doença hereditária. Gerações inteiras foram tidas como malditas.
cena de homem descontente com prescrição de mercúrioDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionInalar mercúrio foi, por anos, recomendado como tratamento para sífilis
Depois, detectou-se que a transmissão se dava de pessoa para pessoa. Assim, imaginava-se que a sífilis teve origem num lugar específico e não em consequência do clima.
Nessa época, acreditava-se que ela chegou à Europa com os marinheiros que vinham da América com Cristóvão Colombo. Supostamente, eles atracaram em Barcelona, uniram-se às tropas napoleônicas e às prostitutas. O Exército se encarregou de espalhá-la.
Mas historiadores médicos americanos não gostaram dessa teoria. Eles apresentaram, então, evidências arqueológicas para provar que a sífilis era uma doença nativa da Europa.

Identificada a causa, surge uma cura

Alexander FlemingDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionA cura definitiva para a sífilis em 1943 com a descoberta da penicilina por Alexander Fleming
Ainda há dúvidas sobre de onde a sífilis surgiu inicialmente. Mas, na verdade, as décadas antes e depois de 1500 representam uma grande mudança na sociedade europeia.
A vida urbana, novas técnicas de guerra e mudanças nos comportamentos sexuais. O ambiente europeu estava em mutação constante, o que fez aumentar a incidência de doenças.
Por isso, o surgimento de novas epidemias parecia inevitável. A sífilis chegou e ficou, propagando-se, em especial, em tempos de guerra.
Com a medicina moderna, identificou-se, em 1905, a bactéria que causa a doença. E, cinco anos depois, descobriu-se o primeiro tratamento efetivo.
Mas foi somente em 1943, com a descoberta da penicilina, que se encontrou a cura para a doença.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

sábado, 21 de julho de 2018

A política é trem de carga com peso extra?


Resultado de imagem para cinismo

Nunca vi tanta facilidade para mudar de lado. Será que o pragmatismo é o pai de todos os males? Não tenho resposta pronta. Sei que a sociedade capitalista é o reino das compras e das armadilhas. Os políticos gostam dessa manobras. Querem privilégio. Há rara exceções. Temer conversa com Cunha. Renan diz apoiar Lula. O PSDB vive dias de agonias. Gilmar solta e dá risadas. Moro não perde a petulância. Por detrás, muitos conchavos. É claro que a desconfiança não resiste. Temos que ficar cheios de nós. O  caos é o forma de ser de uma sociedade colonizada.
O assunto causa sensações na mídia. Há fanatismo entre os jornalistas. A Globo possui um lugar de destaque. Brinca de construir opiniões. Conta sobre interesses, provocar e derrubar quem ameaçar a situação. O jogo não para. As regras se definem de acordo com os atritos. Não é proibido mentir, vale fantasias. Tudo para manter o mercado vivo. A gasolina aumenta, os preços desafiam, o governo se sente com salvador da crise. Os cinismo é marca de remédio ou existe desde as origens do mundo?
Paulo Cãmara busca saídas. O PT de Pernambuco é mestre em fazer cenários. Eduardo se tornou um exemplo, porém há quem suspeite de tanta generosidade. Vejo a ética fugindo. O poder atrai e deixa muita gente perplexa. Será que Marina é mesmo a grande saída? E Ciro tem coragem para enfrentar suas raízes populistas? Como se dará o desfecho da prisão de Lula? Não faltam incertezas e mundo grita confundindo sua aflição com raivas momentâneas. Nada como observar a melancolia de quem perdeu o trem. Ele trilhou a quarta via. Existe?
A política sofre quebras constantes. Isso é um caminho que segue. Quando terminará, ninguém pode prever. Quem é amigo de quem? O jogo é internacional, porque os interesses econômicos pedem passagem. A sociedade despreza o coletivo, busca sanear suas vaidades, acusa o PT de haver criado ilusões. A velho política assume roupas novas. O sentimento de culpa faz parceria com os que se julgam abandonados. Talvez, na farmácia da esquina , existe algum psicotrópico milagroso. Não se agarre ao apocalipse. a Copa do Mundo acabou e a história continua. Acredite
Por Paulo Rezende
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Marina Silva é a primeira presidenciável a usar blockchain em financiamento coletivo de campanha



A pré-candidata à Presidência da República pela REDE Sustentabilidade, Marina Silva, é a primeira presidenciável a utilizar blockchain em sua plataforma de financiamento coletivo para assegurar a transparência das doações.
Blockchain é uma tecnologia que permite a confiabilidade de dados virtuais. Considerada a mais segura do mundo atualmente, foi desenvolvida a princípio para permitir a segurança nas transações utilizando criptomoedas, como o Bitcoin, por exemplo.
A iniciativa de Marina Silva e de sua plataforma de financiamento coletivo, Voto Legal, dão um recado claro aos eleitores e demais candidatos: que as suas doações são completamente transparentes e rastreáveis. Comprovando, na prática, seu discurso de combate à corrupção eleitoral.
Contribua com Marina Silva no site: doemarina.com.br
Professor Edgar Bom Jardim - PE

A fotografia do Agreste pernambucano nas eleições de 2018



Três pontos se destacam na fotografia eleitoral do Agreste pernambucano neste momento, faltando menos de um mês para o início da campanha. Na região onde o ex-presidente Luiz Inácio Lula nasceu, os candidatos ao governo do estado pisam em areia movediça (os apoios que eles recebem dos prefeitos podem mudar a qualquer momento), os eleitores ainda estão desanimados com a política e será mais difícil levá-los às urnas. A avaliação foi feita por grande parte das lideranças ouvidas pela reportagem na segunda maior região eleitoral de Pernambuco. O diferencial pode ser o próprio Lula, caso ele seja realmente candidato. O Agreste tem 71 municípios, 1.692.811 eleitores, o que corresponde a 25,30% dos votantes do estado.    

Treze prefeitos da região (18,30% do total) ajudaram o Diario de Pernambuco a construir o retrato da localidade nesse primeiro momento. Todos são lideranças ligadas ao PSB, ao PT e ao PTB, que pretendem lançar postulantes ao Palácio das Princesas: o governador Paulo Câmara, a vereadora Marília Arraes (PT) e o senador Armando Monteiro Neto (PTB). Os gestores municipais que falaram sobre o cenário eleitoral do Agreste foram os de Garanhuns e Caetés, Águas Belas, Cachoeirinha, Cupira, Jataúba, Jupi, Lagoa dos Gatos, Pesqueira, Saloá, Tacaimbó, Toritama e Limoeiro.

Pelas observações que fizeram, 55 prefeitos podem apoiar Paulo Câmara, 13 estão com Armando Monteiro, um com Marília Arraes, e dois aguardam uma definição mais clara do cenário político. Dos dez municípios mais populosos da região, os prefeitos dos cinco primeiros citados a seguir estão com Armando: Caruaru, Garanhuns, Santa Cruz do Capibaribe, Gravatá e Belo Jardim. Os outros cinco estão com o PSB: Pesqueira, Surubim, Bezerros, São Bento do Una, Buíque. (Veja no quadro acima, município por município, ou nos quadros abaixo) 

Um observador, inclusive, fez a ponderação que a situação ainda é frágil, porque, em agosto, haverá muitas mudanças favoráveis à oposição, com dissidências e mudanças de lado. Marília Arraes ainda não foi confirmada como candidata pelo PT, ela é vista como “muito forte no Agreste” por lideranças ligadas a Paulo Câmara e a Armando.  

Prefeitos do estado comentam peso de Lula nas eleições do Agreste pernambucano

Por outro lado, mais da metade dos prefeitos avaliou que, na região onde Lula nasceu, o eleitor está decepcionado com a política diante de tantas denúncias que misturam o joio e o trigo. Eles acreditam que o índice de abstenção será alto na eleição, porque sentem que a população está mais crítica, insatisfeita e intolerante. É um cenário, por incrível que pareça, mais áspero do que se percebe no Sertão estadual, onde a autoestima está mais alta e a política vem sendo discutida 24 horas. “Infelizmente as lideranças do Sertão são mais presentes e mais fortes”, desabafou um prefeito, pedindo reserva no nome. 

Segundo a prefeita de Pesqueira, Maria José (PRP), devido à crise política e econômica do país, “a “população está revoltada”. “Muita gente está descrente, porque vê tanta coisa acontecendo. Temos políticos sérios, prefeitos sérios, mas a situação ficou difícil. Mas eu vou trabalhar na eleição e cumprir o meu papel, mostrar o benefício da política, porque se ficarmos pacatos e parados, como vamos ajudar a administrar nosso país? Todos os prefeitos têm que cumprir o seu papel”, declarou a prefeita, lembrando que a água está chegando na região, um motivo de comemoração.  

O prefeito de Garanhuns, Izaías Régis, acredita que, em 2014, houve uma comoção muito grande com a morte do ex-governador Eduardo Campos (PSB) que encobriu os debates políticos no estado. “Esse ano, isso não acontecerá. Vamos mostrar que eles prometeram e não cumpriram os projetos. As oposições têm tudo para ganhar as eleições no Agreste. Ele (Paulo Câmara) fala o tempo todo em crise. A crise mostra se homem público tem ou não competência, se sabe ou não administrar. Teve uma época, não me lembro bem a data, instalavam poste na zona rural dizendo que ia ter iluminação. Depois da eleição, vieram e levaram os postes. O governo de Paulo Câmara fez isso”, declarou Izaías.
Agreste Central Fonte: Diario de Pernambuco
Agreste Central Fonte: Diario de Pernambuco
Agreste meridional Fonte: Diario de Pernambuco
Agreste meridional Fonte: Diario de Pernambuco
Agreste setentrional Fonte: Diario de Pernambuco
Agreste setentrional Fonte: Diario de Pernambuco

Professor Edgar Bom Jardim - PE