sábado, 10 de fevereiro de 2018

A melhor do mundo:'Grito muito, mas quero eco', diz Elza Soares sobre combate ao racismo

Elza SoaresDireito de imagemELZA SOARES
Image caption"Eu olho para a frente. Eu olho o hoje"
Parece que o fim do mundo está chegando pela janela do apartamento de Elza Soares, empoleirado sobre a Avenida Atlântica, de tão densa a névoa que cobre a Praia de Copacabana. Nem parece haver mar nem horizonte numa tarde abafada do verão carioca. Fim? Nem pensar. A protagonista de "A Mulher do Fim do Mundo", álbum de 2015, continua criando, e se reinventando, aos 80 anos. Elza entra em estúdio na próxima segunda feira para começar a gravar o próximo álbum, que agora proclama no título: "Deus É Mulher".
Elza tem recebido homenagens pelos 80 anos que completou em junho do ano passado, mas já teria 87 anos de acordo com um segundo registro de nascimento. Ela se recusa a falar qual está certo. "Esse negócio de idade... Não tem idade, cara. Sou atemporal."
O mote do novo disco segue a onda de protestos do trabalho recente da cantora, que levanta bandeiras contra o racismo, violência doméstica, homofobia, e agora foca no "empoderamento todo que as mulheres estão tendo, graças a Deus".
'Onde estão os negros?': Elza Soares fala de racismo e violência contra mulher
"Eu vim protestando com "A Mulher do Fim do Mundo" e volto com o mesmo protesto, mas dando mais força às mulheres. Pondo mais a mulher na frente. Nós mulheres sabemos que podemos ficar à frente", diz. "Mulheres podem liderar e pode haver Deus dentro de cada uma de nós. Por que não? Por que Deus não pode ser mulher? Deus é mulher."
Elza diz que o "grito" das mulheres já vem de muitos anos, mas está sendo mais ouvido agora.
"O momento é propício para o grito. Esse grito não pode ser silenciando. Tem que continuar gritando, e muito", afirma.
Elza recebe a BBC Brasil sentada com uma almofada firme nas costas, e permanece na mesma posição até irmos embora, reflexo dos problemas na coluna que a obrigam a fazer fisioterapia três vezes por semana e apresentar todos os shows também sentada. A cantora é avó e bisavó, com sete netos e quatro bisnetos.
Elza SoaresDireito de imagemPATRICIA LINO
Image captionSobre como superou as dificuldades no começo da vida, Elza diz: 'Garra. Vontade. Entendeu? Acreditar.'
Com um medalhão dourado de São Jorge no peito, Elza fala sobre as lutas às quais empresta sua voz rouca e potente, reforçadas pela imagem "guerreira" de quem superou a pobreza, o preconceito, a morte de três filhos e a violência do ex-parceiro, o jogador Mané Garrincha.
Quando eram casados, Elza viveu desde os tempos áureos, com os títulos das Copas de 1958 e 1962, à derrocada do jogador para o alcoolismo no fim da carreira, quando começou a bater nela e chegou a quebrar seus dentes em um ataque.
Uma das músicas do último álbum virou um hino denunciando a violência contra mulheres. "Maria da Vila Matilde" conclama mulheres a ligar para o 180 e denunciar seus parceiros em casos de agressão, com as palavras de ordem: "cê vai se arrepender de levantar a mão pra mim".
Elza se separou após 17 anos de casamento - e diz gostar de pensar apenas nos bons momentos com Garrincha, sem querer remoer o sofrimento.
Batizada Elza da Conceição, a cantora nasceu em um sítio em Padre Miguel e cresceu em Água Santa em meio à pobreza. Casou-se aos 12 anos. Aos 13 anos, já mãe, perdeu um dos dois filhos para uma pneumonia. Aos 21 tornou-se viúva do primeiro marido, de quem herdou o sobrenome Soares.
A jovem Elza carregou caixa d'água na cabeça e foi doméstica, faxineira, empacotadora - tudo menos cantora. Apesar da inclinação que sentia desde criança, aquele caminho não era uma opção para a família. Quando os dois filhos pegaram uma pneumonia grave e não havia dinheiro para antibióticos, o desespero a levou a se inscrever escondida da família no programa de calouros de Ary Barroso na Rádio Tupi. Vestiu uma roupa larga demais da mãe e enfiou alfinetes onde sobrava pano. O visual ficou tão peculiar que Ary Barroso, ao vê-la, perguntou de que planeta ela vinha.
Elza SoaresDireito de imagemPATRICIA LINO
Image captionCantora cresceu em Água Santa em meio à pobreza
A resposta de Elza, que pesava "30 e poucos quilos", cortou os risos debochados do auditório. "Do planeta fome", rebateu. Ela saiu do programa com um prêmio em dinheiro, correu para a farmácia e medicou os filhos. Um deles reagiu, mas o outro morreu poucos dias depois.
Neste ano, sua história de vida vai virar uma biografia escrita pelo jornalista Zeca Camargo (Editora Leya) e um musical para o teatro. Um filme também está em fase de planejamento, com a atriz Taís Araújo vivendo a protagonista.
Elza se mostra avessa a perguntas que tematizem o passado e a velhice. Medo da morte? "Nunca conversei com ela não. Deixo ela distante."
Uma mesa na sala reúne alguns dos muitos prêmios acumulados pela cantora, que ganhou o Grammy Latino na categoria de melhor disco de música popular brasileira por "A Mulher do Fim do Mundo", em 2016.
Elza Soares e GarrinchaDireito de imagemAGÊNCIA O GLOBO
Image captionElza Soares foi casada durante 17 anos com Garrincha
"Eu não olho para trás. Eu olho para a frente. Eu olho o hoje. É o que eu digo sempre, my name is now", afirma, repetindo o bordão ("meu nome é agora") que deu nome a um documentário sobre sua trajetória, lançado em 2015.
"Deus É Mulher" será lançado ainda neste ano, e a cantora continua em turnê com o show "A Voz e a Máquina" - uma boa metáfora desse corpo que, esteja com 80 anos ou 87, segue enfileirando um projeto atrás do outro. "Meu futuro está aí. Deixa o futuro vir. O passado já foi."
Leia abaixo os principais trechos da entrevista.
BBC Brasil - Elza, existe um conflito sobre a sua data de nascimento. Qual é a verdadeira?
Elza Soares - Não comento. Não se pergunta sobre idade a mulher. Esse negócio de idade... não tem idade, cara. Sou atemporal.
BBC Brasil - Você teve um ressurgimento surpreendente depois do lançamento de 'A Mulher do Fim do Mundo'. Como é se tornar um ícone pop na sua idade?
Elza Soares - Gente, eu não sei sobre esse negócio de idade, o que que tem idade, idade... Você tem o tempo, a matéria, o espírito, entendeu? Acho que quando você resiste, você está bem, aguentando tudo, é maravilhoso. Eu vejo meninos aí não aguentando nada, meninas não aguentando nada.
BBC Brasil - Então como você se sente na fase de vida em que está hoje?
Elza Soares - Completamente bem, fantástica, maravilhosa, trabalhando, viajando muito. Sucesso absoluto. Feliz.
BBC Brasil - O que inspirou a escolha do nome "Deus É Mulher" para o novo disco? Em que sentido você quer dizer que Deus é mulher?
Elza Soares - Com "A Mulher do Fim do Mundo a gente veio denunciar tudo que não presta. Como os problemas não tiveram fim, aliás, é muito difícil acabarem, a gente volta agora com "Deus É Mulher". Acho que as mulheres, com o empoderamento todo que têm agora, graças a Deus, elas podem muito bem liderar e pode haver Deus dentro de cada uma de nós. Por que não? Por que Deus não pode ser mulher? Deus é mulher.
Eu vim protestando com "A Mulher do Fim do Mundo" e volto com o mesmo protesto, mas dando mais força às mulheres. Pondo mais a mulher na frente. Nós mulheres sabemos que podemos ficar à frente. Acho que é por aí.
BBC Brasil - Você já passou por muitas dificuldades na vida. Como a sua trajetória influenciou a sua carreira e o seu jeito de cantar?
Elza Soares - Garra. Vontade. Entendeu? Acreditar. Tudo isso você tem que ter contigo. Eu acredito. Eu tenho garra. Eu tenho persistência. Eu acho que isso faz acontecer.
BBC Brasil - Em seu último disco você toca em temas sensíveis, e um deles é violência doméstica, com a música "Maria da Vila Matilde", que virou uma espécie de hino pela causa. Você sofreu esse problema no passado - o que fez com que, em 2015, você quisesse falar no assunto?
Elza Soares - Eu já vinha falando sobre isso há muito tempo. Eu falo de política desde que comecei a cantar. De ser mulher, de ser negra. De ser mulher negra.
A violência doméstica, por mais que você fale e tente combater, ainda é muito presente. É triste que você ainda tenha a necessidade de fazer músicas falando da violência contra a mulher, que é uma coisa horrível. Isso você vai ter que falar a vida toda? É um câncer, né?
A gente fala da negritude, tem que falar da cor de pele, que é uma coisa absurda, né, tem que estar toda hora gritando, "olha!", "olha!", como um pregão, sempre.
BBC Brasil - Como você vê o movimento atual do feminismo, com tantas mulheres quebrando o silêncio sobre violência sexual e gerando um efeito-dominó de denúncias de assédio?
Elza Soares - Acho que valeu o passado. Acho que para esse presente de agora, valeu o passado. Porque tudo se copia, né? Eu acho que essa cópia aí é maravilhosa, porque as mulheres estão podendo falar mais, estão podendo gritar mais.
Mas isso já vem de um passado em que as mulheres vinham gritando, queimaram sutiãs, foram queimadas. Então você vê que a mulher já vem com um grito de muitos anos. Talvez sejamos ouvidas agora. Agora. Mas esse grito já vem de longe. Acho que o eco está sendo agora, mas o grito vem de longe.
Elza SoaresDireito de imagemPATRICIA LINO
Image caption"A violência doméstica, por mais que você fale e tente combater, ainda é muito presente"
BBC Brasil - O que é diferente no momento atual? Acha que é um momento propício para o grito?
Elza Soares - O momento é propício para o grito, lógico. Esse grito não pode ser silenciado, tem que continuar gritando, e muito. Gritar mesmo, sem interrupção.
BBC Brasil - Você costuma dizer em seus shows que o Brasil é negro. O que você acha que falta para a sociedade encarar de frente a desigualdade racial?
Elza Soares - Deixa eu te contar. Eu recebi uma homenagem no Memorial (da América Latina) em São Paulo com uma orquestra sinfônica maravilhosa (a Jazz Sinfônica), grande maestro, grandes músicos, uma homenagem belíssima. No momento que eu vi a Sinfônica, senti uma coisa meio estranha. Não vi um negro nessa Sinfônica. Então eu pergunto, onde estão meus negros? O que eles estão fazendo? Por favor, lutem, busquem, porque vocês têm o direito também. Aliás, temos o direito.
Quando eu cantei "a carne mais barata no mercado é a carne negra" - não é a carne negra. Foi a carne negra, entendeu? Cantei (a música "A Carne") e fui muito aplaudida quando falei que sentia falta de um negro naquela Sinfônica.
BBC Brasil - Sua história com o Garrincha teve momentos muito difíceis. É deles que você se lembra mais quando pensa nele?
Elza Soares - Eu penso nos momentos de amor. Procuro esquecer os momentos de ódio, porque a coisa pior do mundo é o ódio, né? Então penso no momento de amor, que foi lindo.
BBC Brasil - Você já disse que o futebol brasileiro morreu com ele. Foi isso que causou o 7x1 na Copa de 2014?
Elza Soares - Eu acho que morreu mesmo. É falta de Garrincha, né? Garrincha nunca ganhou dólar, nunca ganhou euro, era canela, pé, aquelas pernas tortas maravilhosas. E aquele menino brincando de jogar futebol, né? Brincando sério.
Elza SoaresDireito de imagemPATRICIA LINO
Image caption"Eu tenho muito medo da palavra ditadura. O Brasil não merece essa palavra"
BBC Brasil - Você viveu a ditadura e chegou a ir para o exílio com o Garrincha. Como você vê o momento político atual do país à luz do que viveu naquela época?
Elza Soares - Eu tenho muito medo da palavra ditadura. O Brasil não merece essa palavra. A gente tem que pensar muito antes de falar sobre política, porque está tudo tão conturbado. O momento pede consciência. Saber o que está acontecendo.
Dizem que a voz do povo é a voz de Deus. Quando o povo quer, a coisa acontece. Tem que ter consciência do momento que estamos atravessando. Por favor, a eleição vem aí, povo, por favor. Olha esse Brasil como é que está. Esse país que, lá fora, às vezes vira brincadeira, vira chacota. Você não quer ver teu país sendo falado dessa maneira tão triste.
Eu sou muito otimista. Eu acredito que isso é um momento que nós estamos atravessando, e vai passar. Acredito. Acredito nesse povo brasileiro sofrido, que isso vai passar. É um momento trágico, um momento ruim, mas acho que vai vir um momento bom para gente também. Assim como veio para a Elza Soares, há de vir para o Brasil.
BBC Brasil - É um momento difícil para o Rio também, com a crise e a onda de violência que o Estado está enfrentando.
Elza Soares: Ah, eu vejo esse Rio chorando. O Rio que é um Rio de alegria. A gente tem uma cidade tão maravilhosa. E passar por esses momentos cruéis assim. Eu vejo o Rio pedindo socorro, pedindo misericórdia, "help me". Assim eu vejo o Rio de Janeiro, pedindo socorro.
BBC Brasil - Quais são as coisas em que você se agarra para ter fé?
Elza Soares - Deus, lógico, primeiramente Deus. Acredito muito em Deus e me agarro nos meus santinhos maravilhosos. Nossa Senhora de Aparecida, São Jorge, sempre pedindo misericórdia. Não peço só para mim, não. Peço misericórdia para a nação.
BBC Brasil - Com toda essa rotina de shows, como é seu dia a dia, sua de cuidar da saúde?
Elza Soares - Eu sou muito tranquila. Cuido muito bem do meu corpo. Três vezes por semana tenho fisioterapia. Cuido da minha saúde, da minha alimentação, eu sei que preciso me cuidar. Por isso que eu digo, cuidem do Brasil porque o Brasil precisa se cuidar.
Elza SoaresDireito de imagemERICK AMARANTE
Image caption"Adoro um espelho. E para adorar um espalho adoro cirurgia plástica, adoro tudo"
BBC Brasil - As pessoas às vezes te associam a cirurgias plásticas, às intervenções que você fez. Como você vê a vaidade feminina e a imagem que você tem?
Elza Soares - Adoro um espelho. E para adorar um espalho adoro cirurgia plástica, adoro tudo. Acho que a mulher merece tudo, tem que ser linda, vaidosa. Mulher. Bons vestidos de seda, boas camisolas lindas, maravilhosas. Olhar no espelho e dizer, sou feliz comigo mesma. É muito bom.
BBC Brasil - Mas a mulher sofre uma objetificação muito forte, a ideia do corpo sarado, das capas de revista com mulheres perfeitas. Você acha que isso tem que ser questionado nesse novo movimento de feminismo?
Elza Soares - Não sei. Eu sei que eu gosto de mim, gosto de malhar, gosto de estar bem. Gosto de fazer uma cirurgia plástica se precisar. Eu não vou fazer mais.
Mas faria cirurgia plástica maravilhosamente bem, não sei se precisa; se precisar, também faço. Eu acho que é por aí. Se o espelho me questionar, vou. Eu falo até para o espelho, pode esperar que eu volto amanhã para você.
BBC Brasil - Você casou com 12 anos. Como foi para você casar tão cedo, e como a sua sexualidade se desenvolveu ao longo da sua vida?
Elza Soares - Eu soltava pipa, jogava bola de gude, com filho no colo. Pegava balão, corria muito, brincava com eles. Foi assim que foi a minha vida. Era criança e mãe. Tanto que meus filhos me chamam de Conceição até hoje. Era como se fôssemos amigos.
BBC Brasil - Com tudo o que você sofreu, o que você diria se pudesse falar com a Elza do passado, ainda menina em Água Santa?
Elza Soares - Não sei. É muito gozado, eu não olho para trás. Eu olho para a frente. Eu olho o hoje. Eu digo sempre, my name is now ("meu nome é hoje"). Eu não gosto muito do passado. O passado já foi, já sei. O futuro não sei o que virá. Então, eu vivo hoje.
BBC Brasil - Como era a sua casa da infância em Água Santa?
Elza Soares - Era bem pobrezinha, mas tinha muita riqueza lá dentro. Tinha toda a minha família. Éramos seis irmãos.
BBC Brasil - Quando você se descobriu cantora? Seus pais eram contra?
Elza Soares - Eu sempre soube. Por incrível que pareça. Sempre gostei de cantar, desde pequenininha. Ser cantora na época era uma coisa pejorativa. Meu pai queria que eu estudasse muito, que não falasse em ser cantora, nada disso. Mas ele tocava violão e pedia para eu cantar com ele... Mas ele queria que eu fosse professora. Olha onde ele queria me jogar, professora. Eu não ia conseguir ser uma boa professora porque não iam me pagar, e eu ia brigar muito. Ia ficar essa coisa horrível de sempre ter uma greve.
Elza SoaresDireito de imagemELZA SOARES
Image caption"É uma mulher que tem coragem de dizer, de lutar, de buscar. Uma mulher que luta, sozinha. Mulher."
BBC Brasil - Quando você era criança adolescente, que música chegava aos seus ouvidos?
Elza Soares - Era só rádio, né? Eu me lembro de Orlando Silva, que chegava para a gente, e de Glenn Miller. O Brasil era todo americano. O Brasil não era Brasil, era Brasil americano.
O Brasil não gosta muito do Brasil. Eu não sei o que acontece. Você liga o rádio ainda hoje e escuta muito pouca música brasileira.
BBC Brasil - O que você acha que você representa como um símbolo musical?
Elza Soares - Cara, é porque eu grito muito, entendeu? Talvez seja pela minha luta, pelas minhas guerras, minhas buscas. Mas eu queria eco dos meus gritos. Pela raça, buscando, falando, brigando por eles. Brigando por nós, né?
BBC Brasil - Você tem medo da morte, Elza?
Elza Soares - Nunca conversei com ela não, entendeu? Deixo ela distante. Não tenho muita confiança com ela não. Deixa ela pra lá.
BBC Brasil - Você não para de fazer planos para o futuro.
Elza Soares - Não, lógico, meu futuro está aí. My name is now. E deixa o futuro vir. Como deveria ser. O passado já foi.
BBC Brasil - O que você diria que é a mulher do fim do mundo?
Elza Soares - É uma mulher que tem coragem de dizer, de lutar, de buscar. Uma mulher que luta, sozinha. Mulher.
Júlia Dias Carneiro/ BBC.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2018

Máscaras e Fantasias no Baile Municipal


 Público se divertiu no Baile Municipal do Bom Jardim, edição 2018. Veja mais fotos AQUI em LEIA MAIS.



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Foto do Facebook.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Carnaval lindo na Escola São Francisco de Assis

Dia do Frevo foi comemorado pela garotada da escola São Francisco de Assis. Também teve ciranda e outros ritmos do carnaval. Veja fotos AQUI em LEIA MAIS.
Fotos: Enio Andrade
Professor Edgar Bom Jardim - PE

PROGRAMAÇÃO:atrações do Carnaval de Bom Jardim 2018


A prefeitura de Bom Jardim divulgou atrações que farão parte da grade dos eventos carnavalescos:Baile Municipal e blocos carnavalescos direcionados para o pátio de eventos, tarde de sol. Dentre as atrações contratadas teremos: Valda Sedícias, Carol Capim, Sérgio Lima, Conexão 4, Banda Bonjardinense, Banda Overdose, dentre outras atrações.

O Governo Municipal, a Fundarpe, Secretaria de Cultura/Governo de Pernambuco, também apoiam a realização  do V Encontro de Burrinhas, Caboclinhos, Catirinas e Maracatus de Pernambuco, na manhã da terça-feira, 13 de fevereiro, ás 8 horas, no centro de Bom Jardim. 
Professor Edgar Bom Jardim - PE

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

Bloco do Punaré anima ruas de Bom Jardim


Prévias do carnaval com o tradicional Bloco do Punaré, animando a noite desta quinta-feira(8) em Bom Jardim. Acontece na Vila Noelândia, neste mesmo momento, o Baile Municipal.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Bom Jardim:vai começar o Baile Municipal

Governo Municipal do Bom Jardim realiza  baile nesta quinta-feira (8), no ginásio de esportes Oswaldo Lima, mais uma edição do baile municipal. A festa começa às 21 horas. Entrada: 2 kilos de alimentos. Mesa: R$ 60,00
Professor Edgar Bom Jardim - PE

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018

Camisa do V Encontro de Burrinhas, Caboclinhos, Catinas e Maracatus de Pernambuco, faz sucesso

Lembrança do Carnaval de Bom Jardim, Pernambuco 2018. 

V Encontro de Burrinhas, Caboclinhos, Catirinas e Maracatus de Pernambuco - Terça-feira, 13 de Fevereiro, 2018. Início: 8:00 horas. A festa é de todos. Participe! Classificação LIVRE.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Bom Jardim:justa homenagem da "Troça Quero Uma Mulher" para Rogério Andrade e Laurivan Barros


Aconteceu na noite desta quarta-feira (7), a troça carnavalesca Quero uma Mulher agitando os foliões por onde passava.  De Nordeste Notícias

Professor Edgar Bom Jardim - PE

Humanidade:DNA de esqueleto indica existência de britânicos negros e de olhos azuis há 10 mil anos

Homem de Cheddar
Image captionCom base nos dados, cientistas reconstruíram o que acreditam ter sido o rosto do Homem de Cheddar
O Homem de Cheddar nada tem a ver com o queijo de sabor forte e, por vezes, cor amarelada. É, na verdade, um dos mais antigos britânicos de que se tem registro. E agora, também objeto de uma nova descoberta.
Uma análise recente do fóssil encontrado em 1903 em uma gruta de Cheddar, desfiladeiro repleto de cavernas localizado em Somerset, no Reino Unido, indicou que ele tinha olhos azuis, cabelo crespo e pele escura.
A análise contraria a imagem anterior projetada a partir do fóssil. Inicialmente, acreditava-se que ele tinha olhos escuros, pele clara e cabelos lisos.
Uma equipe de cientistas não só identificou o novo fenótipo atribuído ao britânico de 10 mil anos atrás como também fez uma reconstrução detalhada de seu rosto.
Avaliações anteriores já indicavam que ele era mais baixo que a média e que provavelmente morreu por volta dos 20 anos.
Homen de Cheddar e integrantes da equipe do Channel 4
Image captionGêmeos holandeses Adrie e Alfons Kennis recriaram a face do Homem de Cheddar | Foto: Channel 4
Fraturas na superfície do crânio sugerem que ele pode ter morrido de maneira violenta. Não se sabe como o corpo chegou à caverna, mas é possível que tenha sido colocado lá por indivíduos da tribo.

Extração do DNA

Os pesquisadores do Museu de História Natural de Londres extraíram o DNA de uma parte do crânio, próxima ao ouvido, conhecida como osso petroso.
Inicialmente, Ian Barnes e Selina Brace, que fazem parte da instituição e integram o projeto, não tinham certeza se conseguiriam algum DNA do fóssil.
Mas eles tiveram sorte: não só o DNA foi preservado, como também produziu a maior cobertura (uma medida da precisão de sequenciamento) para um genoma na Europa desse período de Pré-história - conhecido como Mesolítico ou Idade da Pedra Média.
Crânio
Image captionAnálise do DNA foi feita a partir do crânio, mais precisamento do osso petroso | Foto: Channel 4
Os pesquisadores do museu se juntaram a cientistas da universidade londrina UCL (University College London) para analisar os resultados, incluindo variantes genéticas associadas com cabelo, olhos e cor da pele.
A descoberta indica ainda que os genes da pele mais clara se difundiu na Europa mais tarde do que se pensava, e que a cor da pele não é necessariamente referência de origem geográfica, como normalmente é vista hoje em dia.

Como a pele mudou

A pele clara provavelmente chegou à Grã-Bretanha há cerca de 6 mil anos, com uma migração de pessoas do Oriente Médio.
Essa população tinha pele clara e olhos castanhos. Acredita-se que tenha acabado absorvendo características de grupos como o do Homem de Cheddar.
Não se sabe ao certo, contudo, por que a pele clara acabou se sobressaindo entre os habitantes da região. Mas acredita-se que a dieta à base de cereais provavelmente era deficiente em vitamina D - isso exigiria que agricultores processassem esse nutriente por meio da exposição à luz solar, que é mais escassa onde fica o Reino Unido.
"Podem haver outros fatores causando menor pigmentação da pele ao longo do tempo nos últimos 10 mil anos. Mas essa é a grande explicação à qual a maioria dos cientistas se fia", disse Mark Thomas, geneticista da UCL.
Homem de Cheddar
Image captionFóssil foi encontrado em 1903 numa caverna em Cheddar, no condado de Somerset
Para Tom Booth, arqueólogo do Museu de História Natural em Londres e integrante do projeto que desvendou as características do Homem de Cheddar, a análise mostra como as categorias raciais são construções modernas ou muito recentes. "Elas realmente não se aplicam ao passado", disse ao jornal britânico The Guardian.
Yoan Diekmann, biólogo especializado em estudos da computação na universidade londrina UCL e também parte da equipe, concorda com o colega. Afirma que a conexão comumente estabelecida entre "britanidade" e brancura "não é uma verdade imutável". "Sempre mudou e sempre mudará", declarou à mesma publicação.
A análise genética também sugere que o Homem Cheddar não bebia leite na idade adulta - algo que só se espalharia entre os humanos muito mais tarde, na Idade do Bronze, iniciada em alguns lugares há cerca de 5 mil anos.

Chegadas e partidas

As análises também indicam que os europeus dos tempos atuais mantiveram, em média, apenas 10% das características de ancestrais como o britânico de Cheddar.
Acredita-se que os humanos chegaram no que hoje é o Reino Unido há 40 mil anos, mas um período de frio extremo conhecido como o Último Máximo Glacial teria os forçado a migrar dali 10 mil anos depois.
Também já foram coletadas evidências em cavernas de que humanos caçadores-coletores voltaram quando as condições climáticas melhoraram. Mas acabaram sendo surpreendidos pelo frio - marcas nos ossos sugerem que esse grupo canibalizou seus mortos.
O território hoje conhecido como Grã-Bretanha foi ocupado novamente há 11 mil anos e, desde então, permanece habitado, segundo os pesquisadores.
O Homem de Cheddar é parte dessa onda migratória que teria caminhado pela chamada Doggerland - que, naquele período, ligava a ilha ao continente, mas posteriormente acabou coberta pelo aumento do nível do mar.
Homem de Cheddar
Image captionNos anos 1990, outra análise do DNA já havia identificado possíveis 'parentes do Homem de Cheddar'
Essa não é a primeira tentativa de análise genética do Homem de Cheddar. No final dos anos 1990, o geneticista Brian Sykes já havia sequenciado o DNA mitocondrial de um dos molares do fóssil.
A sequência, transmitida exclusivamente da mãe para os filhos, foi comparada com 20 residentes vivos do povoado em Cheddar.
Duas dessas pessoas tinham mostras similares - uma delas era o professor de história Adrian Targett.
A atual descoberta feita por pesquisadores do Museu de História Natural e da UCL vai ser detalhada em um documentário para a televisão britânica com o título The First Brit: Secrets of the 10,000 Year Old Man ("O primeiro britânico: segredos do homem de 10 mil anos de idade"), feito pela Plimsoll Productions e a ser exibido pelo Channel 4. Também vai virar, é claro, artigo acadêmico.
Chris Stringer
Image captionProfessor Chris Stringer ficou impressionado ao ver a reconstrução do Homem de Cheddar
O professor Chris Stringer, que lidera os estudos sobre origens humanas no museu, se dedica a estudar o esqueleto do Homem de Cheddar há 40 anos.
Ele se impressionou ao ver a reconstrução que pode ter revelado o rosto de seu objeto de estudo.
"Ficar cara a cara com a imagem de como esse homem pode ter parecido - a combinação impressionante de cabelo, rosto, cor dos olhos e pele escura - é algo que não poderíamos imaginar alguns anos atrás. Mas é que os dados científicos mostram."
BBC.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Pernambuco:mais policiais civis


Os 1.214 novos policiais civis e científicos já começam suas atividades nesta semana em todo Estado. São delegados, agentes, escrivães, peritos, médicos legistas e auxiliares, que reforçarão a segurança pública em Pernambuco. "Estou muito confiante de que vamos garantir à população aquilo que ela tanto quer, que é sair de casa, poder levar seus filhos ao colégio, ir ao trabalho, tudo isso com segurança. E sabendo que vai poder voltar para casa, à noite, com tranquilidade. Os investimentos na área da segurança não vão parar. Temos um longo caminho pela frente, mas venceremos esse problema que incomoda a todos nós", diz Paulo Câmara.

Foto: Hélia Scheppa/ SE

Professor Edgar Bom Jardim - PE