sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

Cultura:Mostra Mundaú reúne cantautores pernambucanos em Garanhuns

O município de Garanhuns, no agreste pernambucano, recebe nos dias 27 de janeiro e 3 de março, a Mostra Mundaú de Canções. Realizada pelo Aldeia Tear em parceria com músicos e compositores (cantautores) do Agreste Meridional, o programação é viabilizada de forma independente e visa fomentar a circulação da produção artística autoral da região. Para isso, os cantautores de vários momentos da história cultural da cidade dividirão o mesmo palco mostrando suas canções, partilhando com o público os seus processos de criação e agregando novas possibilidades à cadeia produtiva local.
Hellen Gouveia - Design Diego Bias
Hellen Gouveia - Design Diego Bias
Rogério Diniz, Alexandre Revoredo, Celina de Berto, Álefe e Thiago Ferreiras são as atrações do dia 27 de janeiro
Na 1ª edição da Mundaú de Canções, marcada para o próximo dia 27, participam Álefe, Alexandre Revoredo (diretor musical da Mostra), Celina de Berto, Rogério Diniz e Thiago Ferreiras. Já na 2ª edição, no dia 3 de março, estarão presentes Andréa Amorim, Hercinho, Léo Noronha, Paulo Ferreira e Paulo Victor. “É a primeira vez que um encontro de artistas nesse formato é realizado na região e isso tem despertado o interesse não só do público, mas também de outros artistas que já estão nos enviando projetos”, avalia a produtora da Mostra Mundaú, Stephany Metódio.
MUNDAÚ – O nome da Mostra foi inspirado no Rio Mundaú que tem sua nascente em Garanhuns (PE), próximo à sede do Aldeia Tear, e desemboca na Lagoa Mundaú, em Maceió (AL). Por analogia, a Mostra, assim como o Rio Mundaú, pretende disseminar os frutos daquela região, as manifestações artísticas, através dos cursos e afluentes gerados por essa ação coletiva.
Hellen Gouveia - Design Diego Bias
Hellen Gouveia - Design Diego Bias
Paulo Ferreira, Andréa Amorim, Hercinho, Léo Noronha e Paulo Victor se apresentam no dia 3 de março
SERVIÇO
Data: 27 de janeiro | 03 de março
Local: Aldeia Tear – Rua Antônio Penante, 480, Garanhuns/PE
Hora: 22h
Ingressos: R$ 10 (antecipado) R$ 15 (na hora)
Conheça melhor os cantautores da 1ª edição
Álefe começou a experienciar a música muito cedo e a composição surgiu através de um violão emprestado, que despertou uma sinergia
de sentidos e logo foram parar no papel, ecoando nessa experiência de não saber o que se toca, mas de insistir em tocar assim mesmo. Cantou
no Casarão, durante o FIG 2013, tem se apresentado em espaços alternativos e, atualmente, está desenvolvendo um projeto também autoral com a banda Prato de Flores.
Alexandre Revoredo é musico, compositor e poeta. Discente do Curso de Letras na UPE, onde desenvolve projetos acerca da literatura contemporânea e da história da música na cidade de Garanhuns/PE. O artista transita entre a música e a literatura, elenca o Aldeia Tear, além de participar/produzir diversos projetos artísticos como o ARAL, A Cor do Toque, Os Ritalinos, O Livro em Cena, Histórias da Caixola e O Canto do Verso. Este ano, lança seu primeiro trabalho autoral, previsto para o final do semestre, além da edição de um livro de poesia.
Celina De Berto, filha de Palmares residindo em Garanhuns, é cantora, intérprete e compositora. Está planejando o seu primeiro EP, compõe rock, samba, choro, baião, cultura popular e rap. Participou do FIG 2017 homenageando Belchior e Manuel Bandeira. Suas principais influências são Luiz Melodia, Caetano, Elis, Tom Zé, Gil e Tim Maia.
Rogério Diniz tem 38 anos, começou a compor paródias aos 12 e aos 17 já era letrista e vocalista da extinta banda de pop rock H2O. É vencedor de três Festivais da Canção Brasileira com canções autorais que lhe deram o título de melhor compositor e melhor intérprete, com as músicas: Meu Cordel, Cunha de Umburana e Pigarro de Rapé.
Thiago Ferreiras é músico, compositor e educador musical há mais de 15 anos. É graduado em música pela UFPE e possui fortes influências regionais e mundiais. Vê a música como um mar de metamorfoses estéticas a serem associadas, utilizadas e ensinadas. Desde os 15 anos, quando se descobriu músico, está num constante estado de busca e pesquisa. Atualmente, é integrante e produtor da banda de ritmos latinos UsCafuçu.
Fonte:cultura.pe.gov.br
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Saúde:médicos dizem estar perto de chegar a exame de sangue para todos os tipos de câncer


Mulher fazendo exame de sangueDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionApesar do método ter identificado oito tipos diferentes de câncer em 70% dos pacientes testados, ainda há dúvida se exame é capaz de detectar a doença em estágio inicial

Cientistas dizem que estão mais perto de criar um exame de sangue universal, capaz de identificar todos os tipos de câncer.
Estudo conduzido com 1.005 pacientes por uma equipe da Universidade Johns Hopkins, dos Estados Unidos, testou um método que detecta oito tipos de proteínas e 16 mutações genéticas comuns em quem já foi diagnosticado com a doença.
O teste foi capaz de identificar oito tipos de câncer e foi considerado bem-sucedido em 70% casos.
Especialistas no Reino Unido classificaram os resultados como "extremamente animadores". Mas ainda há dúvidas se é possível detectar um câncer em estado inicial com esse tipo de exame de sangue.
Tumores normalmente liberam vestígios minúsculos do DNA alterado na corrente sanguínea. O exame, chamado de "Cancerseek" ("procura do câncer", em tradução livre), foi capaz de identificar as alterações na maioria dos pacientes que tinham sido diagnosticados com a doença no ovário, fígado, estômago, pâncreas, cólon, pulmão, esôfago e na mama, mas que não sofriam de metástase.
Integrante da equipe que conduziu o estudo, Cristian Tomasetti, da escola de medicina da Universidade Johns Hopkins, disse à BBC que o diagnóstico precoce é crucial para reduzir o número de mortes por câncer.
Segundo ele, os resultados são animadores, porque podem potencialmente identificar a doença mais rapidamente.

Arma contra o diagnóstico difícil

Quanto mais cedo o câncer é descoberto, maiores são as chances de tratá-lo com sucesso.
Os pesquisadores estão animados porque alguns dos tipos de câncer identificados a partir do exame de sangue são de difícil diagnóstico.

Pessoa analisando amostra de sangueDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionOs resultados do teste foram divulgados na revista científica Science

Cinco dos oito tipos pesquisados nesse estudo, por exemplo, dificilmente são identificados com ultrassom.
O paciente com câncer no pâncreas normalmente apresenta poucos sintomas, e a doença é detectada tardiamente - nesse caso, uma média de quatro em cada cinco pessoas morrem depois do diagnóstico.
Os pesquisadores agora tentam descobrir se é possível identificar as mutações antes de aparecerem os primeiros sintomas.
Segundo Cristian Tomasetti, descobrir tumores enquanto eles ainda podem ser removidos por meio de cirurgias faz aumentar as chances de sobrevivência.
O teste agora está sendo realizado com pessoas que ainda não foram diagnosticadas com câncer. A expectativa é poder avaliar a possibilidade de identificar a doença em uma fase bem inicial.
A esperança é que o exame de sangue possa complementar outros testes, como mamografias no caso do câncer de mama e colonoscopia no caso de câncer no intestino.
"Imaginamos que um exame de sangue como esse possa ser feito uma vez por ano", diz o cientista.

Exame universal

Os achados do estudo foram divulgados pela publicação científica Science e tratados como novidade porque o método desenvolvido identifica tanto proteínas quando DNA modificado geneticamente.
Aumentar a possibilidade de, em um único exame, identificar um número cada vez maior de mutações e de proteínas vai permitir detectar também uma maior quantidade de tipos de câncer.
E, por isso, cientistas acreditam estar no caminho certo para um exame de sangue universal, que seria capaz de indicar qualquer tipo da doença.

Células de câncer de mamaDireito de imagemSCIENCE PHOTO LIBRARY
Image captionMétodo detecta, a partir do exame de sangue, oito tipos de proteínas e 16 mutações genéticas comuns em quem já foi diagnosticado com câncer

O oncologista Gert Attard, que comanda uma equipe no Instituto de Pesquisas do Câncer em Londres, avalia que a pesquisa tem um enorme potencial.
"É extremamente animadora. Pode ser o Santo Graal: um exame de sangue capaz de diagnosticar câncer sem a necessidade de outros procedimentos como ultrassonografia ou colonoscopia."
Attard disse que "estamos muito perto" de usar exames de sangue para identificar a doença, uma vez que já "temos a tecnologia".
No entanto, ele alerta para o fato de ainda haver incertezas em relação ao que fazer depois do diagnóstico. Em alguns casos, o tratamento pode ser ainda pior que viver com a doença, em especial quando ela não coloca a vida da pessoa sob um risco imediato.
Homens, por exemplo, podem desenvolver câncer de próstata mais lentamente quando monitorados do que quando submetidos a um tratamento.

Cientista com amostra de sangueDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionR$ 1,6 mil é o preço do exame que detectou os oito tipo de câncer

"Quando nós detectamos um câncer de uma forma inesperada, não podemos ter certeza de que todo mundo vai precisar de um tratamento", afirma Attard.
Paul Pharoah, professor da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, tem uma postura mais cautelosa em relação à descoberta.
Ele disse que mais estudos são necessários para avaliar o resultado desses exames de sangue em casos nos quais a doença está em fase inicial.
"Demostrar que um teste é capaz de detectar câncer em estágio avançado não significa que o exame vai ser útil identificar a doença quando os sintomas ainda são iniciais, e muito menos casos em que estão em estágio pré-sintomáticos", diz Pharoah.
"O nível de sensitividade de câncer em estágio 1 nesse estudo foi de apenas 40%."
O custo do exame, segundo os pesquisadores, é de aproximadamente US$ 500 (R$ 1,6 mil) por paciente.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Chuvas:Walter Borges faz lembrar tempo de criança na divisa de Casinhas e Surubim

Chuvas de janeiro em Bom Jardim, Surubim, Casinhas, João Alfredo, Orobó. Walter Borges registrou o momento:
"Pois é recordar é preciso!
Eu meu Filho e o lendário pitota.
Há mais de 30 anos que desfrutava eu e alguns amigos dessa maravilha e hoje uma das novas gerações passa a saber o que era uma infância feliz" *Walter Boreges. Veja foto antiga aqui em LEIA MAIS
Fotos: Walter Borges. Professor Edgar Bom Jardim - PE

quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

Praia de Copacabana é invadida por veículo que atropela diversas pessoas


Um carro invadiu a calçada da Praia de Copacabana, na Zona Sul do Rio de Janeiro, e atropelou diversas pessoas nesta quinta-feira, 18/01/2018, por volta das 20:40 minutos. Foram  17 pessoas feridas no local. Uma criança de 8 meses não resistiu aos ferimentos. Polícia e bombeiros fazem o socorro dos feridos. A praia estava lotada. O carro também atingiu cadeiras e objetos de vendedores. O motorista Antônio de Almeida Anaquim, informou que sofreu um ataque de epilepsia. Muitos curiosos estiveram no local.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

EUA:Promotores dizem que filhos da família Turpin ficaram 'acorrentados por meses'

O procurador Mike Hestrin ao lado de membros do Judiciário e das fotos de David Turpin e Louise TurpinDireito de imagemREUTERS
Image captionO procurador Mike Hestrin afirma que as crianças foram acorrentadas como forma de castigo
Promotores da Califórnia, nos Estados Unidos, detalharam nesta quinta-feira as acusações de abusos cometidos pelos pais de 13 crianças encontradas acorrentadas e trancafiadas na casa da família.
David Turpin, de 56 anos, e Louise Turpin, 49, são acusados de tortura, abuso e prisão ilegal, segundo o procurador Mike Hestrin explicou a repórteres.
Pouco mais tarde, em juízo, o casal se declarou inocente dos crimes.
Mas, segundo Hestrin, todos os 13 irmãos foram encontrados severamente desnutridos.
Ainda segundo ele, a adolescente que conseguiu fugir de casa no início da semana e denunciar os abusos planejou por dois anos escapar com os irmãos.
Ela fugiu por uma janela com um dos irmãos - que no entanto ficou com medo e voltou para casa.
Jornalistas e pedestres se reunem em volta da casa da família Turpin, onde crianças foram encontradas enclausuradasDireito de imagemREUTERS
Image captionCrianças foram encontradas desnutridas em casa suja

Castigos

Os filhos dos Turpin, que têm idade entre dois e 29 anos e foram escolarizados em casa, estão em tratamento no hospital desde que foram libertados.
Hestrin contou que o casal punia os filhos amarrando-os - primeiro usando cordas e depois os acorrentando na cama com correntes e cadeados. Os castigos podiam durar de semanas a meses.
Se forem condenados por todas as acusações, cada um dos cônjuges pode receber pena de 94 anos de prisão.
O casal Turpin e seus filhos
Image captionFilhos do casal Turpin eram acorrentados com cordas e cadeados | Foto: David-Louise Turpin/Facebook
Os 13 irmãos foram encontrados com aparência de doentes em uma casa suja e mal-cheirosa, segundo policiais haviam revelado anteriormente. Os agentes disseram que, inicialmente, pensaram que todas as crianças eram menores de idade, mas depois perceberam que alguns eram na verdade adultos desnutridos.
Hestrin disse que, no momento da chegada dos policiais, três das crianças estavam acorrentadas a camas.

As acusações contra David e Louise Turpin:

  • 12 acusações de tortura
  • Uma acusação contra David Turpin de ato obsceno contra uma criança
  • 7 acusações de abuso contra adulto dependente
  • 6 acusações de negligência/abuso de crianças
  • 12 acusações de prisão ilegal
  • Com informações da BBC.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Nota zero:cerca de 309 mil participantes zeraram redação do Enem 2017

A divulgação do resultado do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) aconteceu na manhã desta quinta-feira (18). Nos primeiros 10 minutos, cerca de 80 mil candidatos conseguiram acessar a nota. Das 4.725.330 redações corrigidas, 309.157 tiveram uma surpresa negativa: a nota zero. Os principais motivos foram fuga ao tema (5,01%), redações em branco (0,80%) e texto insuficiente (0,33%). Em 2016, um total de 291.806 participantes zeraram a redação. Um total inferior à 17.351 se comparado a 2017.

Saiba mais: MEC antecipa abertura para inscrições do Sisu
O tema da redação do Enem 2017 foi "Desafios para a formação educacional de surdos no Brasil". Dos milhares de candidatos, 205 desrespeitaram os direitos humanos. Essa foi a primeira edição onde essa medida não invalidou a redação do participante. No entanto, interferia em 200 pontos a menos no valor total da avaliação do texto.

Foto: Pixabay
Arte: Isabela Veríssimo/Esp.DP
Foto: Pixabay Arte: Isabela Veríssimo/Esp.DP

Quem ainda não conferiu a nota, consegue acessar a Página do Participante no site do INEP. Segundo Mendonça Filho, ministro da educação, o sistema foi reforçado para suportar o grande número de acessos, problema recorrente dos anos anteriores.

Resultados dos participantes Enem 2017
Número de inscritos: 6.731.341
Participantes pagantes: 1.999.749
Participantes isentos: 4.731.592
 
Número de candidatos que faltaram as provas: 2.016.783 (29,96% do total de inscritos)
 
Resultado por prova
 
Redação
Média dos participantes – 558
Quantidade de redações nota 1.000 – 53
Quantidade de redações nota 0 – 309.157 (6,54% do total)
Quantidade de redações corrigidas – 4.725.330
 
Motivos para nota zero na redação
Fuga ao tema: 5,01%
Cópia do texto motivador: 0,09%
Texto insuficiente: 0,33%
Não atendimento ao tipo textual: 0,11%
Parte desconectada: 0,17%
Redações em branco: 0,80%
Outros motivos: 0,03%
 
Linguagens e códigos
Média dos participantes – 510,2
Nota máxima – 788,8
Nota mínima – 299,6
Quantidade de provas em branco – 3.803
Matemática
Média dos participantes – 518,5
Nota máxima – 993,9
Nota mínima – 310,4
Quantidade de provas em branco – 959
 
Ciências humanas
Média dos participantes – 519,3
Nota máxima – 868,3
Nota mínima – 307,7
Quantidade de provas em branco – 8.364
 
Ciências da natureza
Média dos participantes – 510,6
Nota máxima – 885,6
Nota mínima – 298,0
Quantidade de provas em branco – 676
 
*Escala de proficiência vai é de 0 a 1.000
 
Fontes: MEC e Inep
Professor Edgar Bom Jardim - PE

quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

Música nojenta:Funk sugere 'tacar' bebida, transar e abandonar na rua e gera revolta na web

Jovem viralizou ao criticar a canção em imagem. Foto: Yasmin Formiga/Reprodução
Jovem viralizou ao criticar a canção em imagem. Foto: Yasmin Formiga/Reprodução


Na corrida para alcançar o pódio dos hits do carnaval de 2018, uma música intitulada Só surubinha de leve, do MC Diguinho, tem repercutido na internet e se tornado alvo de críticas por conteúdo depreciativo às mulheres. "Só uma surubinha de leve com essas filha da put*" e "Pode vir sem dinheiro, mas traz uma piranha, aí!" são algumas dos versos. É no refrão da canção que surge a frase mais problemática, em que a letra faz apologia ao estupro após embriaguez intencional: "Taca a bebida, depois taca a pica e abandona na rua".

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No YouTube, a música está disponível desde 14 de dezembro do ano passado, acumulando 13 milhões de visualizações. Foi nesta terça-feira (16), no entanto, que o funk ganhou destaque por alcançar o primeiro lugar na lista As virais 50 do Brasil (um das mais importantes da plataforma de streaming Spotify), ultrapassando até mesmo Que tiro foi esse?, da carioca Jojo Marontinni, conhecida por Jojo Toddynho, cuja popularidade foi alavancada por brincadeira reproduzida por Anitta, Bruno Gagliasso, Giovanna Ewbank, Ana Maria Braga, Daniela Mercury e vários outros famosos.

Leia também: Funk que sugere 'tacar' bebida, transar e abandonar na rua será excluído

Na internet, diversas pessoas se mostraram incrédulas não apenas com o conteúdo da canção, mas também com seu êxito comercial no streaming. O sucesso de composições depreciativas vai ao encontro de uma cultura que normaliza a violência contra a mulher. Segundo dados levantados pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública no ano passado, o Brasil registrou, em média, 135 estupros por dia em 2016. Foram 49.497 casos no total.

Nas redes, a crítica de maior repercussão foi a da paraibana Yasmin Formiga, que publicou uma imagem na qual aparece maquiada como se estivesse sido violentada e segura um cartaz com o polêmico refrão da música. Na descrição da publicação - que ultrapassou 100 mil compartilhamentos -, Yasmin escreveu: "Sua música ajuda para que as raízes da cultura do estupro se estendam. Sua música aumenta a misoginia. Sua música aumenta os dados de feminicídio. Sua música machuca um ser humano. Sua música gera um trauma. Sua música gera a próxima desculpa. Sua música tira mais uma. Sua música é baixa ao ponto de me tornar um objeto despejado na rua".

Oriundo dos morros do estado do Rio de Janeiro, o funk carioca hoje é um dos gêneros musicais mais escutados no país (das dez músicas nacionais mais tocadas no Spotify, seis são do ritmo), junto com o sertanejo. O teor "proibidão" de algumas letras, baseadas em temas como sexo explícito, drogas e violência, motivou a criação da Sugestão Legislativa (SUG) 17/2017 no Senado Federal. A ementa de cunho conservador, que nos recorda a proibição das rodas de samba no século 20, sugeria "tornar o funk um crime à saúde pública de crianças, adolescentes e à família", mas foi barrada pela Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa e amplamente questionada por artistas do segmento.

Atualmente, o estilo também passa por uma renovação de viés pop, com uma estética que dialoga com o mainstream internacional e letras mais "leves" - essa mudança é encabeçada por nomes como Anitta, Ludmilla, MC Livinho e MC Kevinho. Surgido na periferia, o estilo explora temas do cotidiano e também mazelas sociais vividas naquele meio ou na sociedade como um todo - os casos de assédio, estupro e violência contra a mulher, por exemplo, permeiam todas as classes e foram alvo recente de centenas de denúncias contra ícones de Hollywood. Para que composições como Só surubinha de leve sejam menos usuais, é necessário uma mudança na sociedade. É como disse Anitta ao criticar a SUG 17/2017: "Educação, queridos. Invistam em educação primeiro".
Com informação de Diário de Pernambuco
Professor Edgar Bom Jardim - PE