sábado, 2 de novembro de 2013

No Brasil real nossas crianças são tratadas como lixo. Viva a Copa! Viva o Timão! Viva a Corrupção!


No Recife, infância perdida na lama e no lixo

A história dos meninos cujo cotidiano é catar latas na imundície do Canal do Arruda.

Paulinho quase se confunde com os entulhos que tomam conta do Canal do Arruda, numa cena que choca e revolta / Foto: Diego Nigro/JC Imagem

Paulinho quase se confunde com os entulhos que tomam conta do Canal do Arruda, numa cena que choca e revolta.

Eles nadam onde nem os peixes se atrevem. De longe, suas cabeças se confundem com os entulhos. Pela falta de quase tudo na terra, mergulham no rio de lixo atrás da sobrevivência. Lá sim tem quase tudo: latinhas, garrafas, papelão, móveis velhos, restos de comida, moscas, animais mortos. Menos dignidade. Lá, no Canal do Arruda, o absurdo é rotina. Anfíbios e miseráveis, catam sonhos onde o pesadelo é retrato soberano. São três meninos de Saramandaia, melados até o pescoço da lama do abandono, numa área que o prefeito Geraldo Julio elencou como prioridade de sua gestão e que, até agora, não viu resultados senão promessas.
O sol inclemente não intimida. É preciso aproveitar a maré baixa, quando os resíduos se acumulam. A cena choca, intriga, envergonha. Em pleno 2013. Em plena capital pernambucana. Aos olhos de todos. O Canal do Arruda, foz de boa parte do lixo recifense, é a mina de ouro de Paulo Henrique Félix da Silveira, 9 anos; Tauã Manoel da Silva Alves, 10; e Geivson Félix de Oliveira, 12, unidos pelo sangue, pela necessidade e pela indiferença do poder público.
Moram em dois barracos na comunidade de Saramandaia, Zona Norte do Recife, e não hesitam em entrar no fosso. Antes, era só para tomar banho, diversão infantil ocasional. Há mais de ano, passou a ser ganha-pão. Paulinho via as cerca de cem famílias que trabalham com reciclagem na região e decidiu tomar o mesmo caminho. Encontrou seu nicho, o pior de todos, e arrastou os primos.
Paulinho, Galego e Geivson, embora exemplos radicais da realidade, não estão sozinhos. De acordo com o perfil dos catadores brasileiros elaborado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), baseado no Censo 2010, 3,6% dos 20.166 pernambucanos que trabalham com reciclagem têm entre 10 e 17 anos. São, oficialmente, só 726 crianças e adolescentes no Estado que tiram seu sustento do lixo. Nas cifras do trabalho infantil em geral, o número sobe para 1.329.229. Na faixa etária dos pequenos catadores de Saramandaia, até 13 anos de idade, há 665.500 pernambucanos trabalhando, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O trio se acotovelava entre dejetos mil para catar latas de alumínio e garantir o alimento de duas famílias com, ao todo, 18 pessoas. Nadava em meio a tudo que a cidade vomita. Paulinho, o menor e mais astuto dentro d’água, tapava a boca com veemência. Tinha noção exata do risco que corria. Ainda não sabe ler, mas conhece da vida o suficiente para não deixar entrar uma gota sequer daquela lama de cheiro insuportável e chamariz de doenças. Febre e diarreia são constantes.
O lixo lhe cobria o pescoço. A cabeça erguida com dificuldade denunciava que ele estava ali, quase sumindo entre materiais recicláveis, comida descartada, brinquedos quebrados, roupas velhas, sacolas e tudo mais que se possa imaginar. Parecia parte daquilo. Geivson, o mais velho, acompanhava o primo Paulinho na missão inglória e diária.
Tauã, chamado por todos pelo apelido de Galego e irmão de Geivson, foi o único que não teve coragem de se embrenhar no meio do canal. Na beira, um pé lá e um pé cá, cumpria sua função na engrenagem do absurdo: recolhia as latas catadas pelos outros dois. Quando precisava ir mais no fundo para pegar algo que caiu, reclamava: “Não quero me sujar”. Juntava tudo em um saco de farinha que é quase de sua altura.

GALERIA DE IMAGENS

Paulinho nada com dificuldade em meio ao lixo e à lama
Legenda
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O trabalho costuma durar horas, até a maré permitir. Findo o serviço, lavam-se no lado menos poluído do fosso. “Tem que se limpar, né?”, frisa Paulinho, banhado de inocência. À tarde, eles trocam o que cataram num galpão de reciclagem localizado em Saramandaia mesmo. As latas saem tão sujas de lama que nem o depósito aceita. É preciso lavá-las antes. “A gente tira uns R$ 5 por dia”, gaba-se Geivson. Em dia ruim, o esforço rende apenas R$ 1. Paulinho queria comprar biscoitos. Galego e Geivson prometeram entregar o dinheiro à mãe. Invejaram o primo.
No rio de lixo, encontram de tudo: bola, carrinhos e bonecas; galinha, cachorro e gado morto. Até jacaré já foi visto pelas cercanias, prova de que o risco vem de todos os lados.
Algumas feridas abertas na pele desvelam doenças trazidas pela água suja – Galego tenta esconder com a mão uma dermatite perto da boca; os outros têm pés e canelas cortadas por cacos de vidro. Outras feridas, invisíveis, se revelam numa conversa mais demorada. “Se a vida é assim, fazer o quê? Vai ter que ser. A gente só faz isso porque precisa. Seria bem melhor se não precisasse”, reflete Galego. Achou a resignação no meio do lixo.

Wagner Sarmento e Marina Barbosa

cidades@jc.com.br

Foto: Diego Nigro/JC Imagem.

Professor Edgar Bom Jardim - PE

Semana Jovem na Escola Justulino F. Gomes

                             Fotos:Edgar Severino dos Santos








                                            Fotos: Edgar S. Santos 











                Foto:José Daniel



                Fotos: José Daniel
     Fotos:Edgar Severino dos Santos














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Mundo Espiritual

Palestra proferida por Francisco Lima Barbosa, na Erem Justulino Ferreira Gomes,01/ nov/2013.





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Chinês com faca cravada na cabeça espera por atendimento em hospital


As imagens de um homem em um hospital do nordeste da China, que aguardava pacientemente por sua vez em uma sala de espera com metade de uma faca fincada em sua cabeça, circularam amplamente nesta quarta-feira pelas redes sociais do país, onde os internautas se perguntam como alguém pode ter tanta calma.
As fotografias são de um hospital da cidade de Yanji, na província de Jilin, onde é possível ver como um homem espera na entrada do consultório médico e permanece sentado de braços cruzados, quase sem se mover.
Os internautas o apelidaram de o "Irmão Calmo", enquanto informações da imprensa local esclareceram que o homem, de meia idade e cujo nome não foi revelado, teve a faca cravada em sua cabeça durante uma briga de brincadeira com os amigos.
A vítima quase não sentia dor quando chegou ao hospital e, aparentemente, a faca não atingiu o interior da cabeça, por isso não deixou lesões cerebrais e foi retirada com facilidade, informaram os médicos do hospital onde ocorreu o fato, anexo à Universidade de Yanbian.
Aparentemente, o "Irmão Calmo" não apresentou denúncia contra seus amigos, e evitou fazer declarações à imprensa, enquanto o hospital se negou a oferecer mais informações sobre sua identidade.

Professor Edgar Bom Jardim - PE

Rato encontrado no pacote de macarrão

Foto: Reprodução / Tribuna do Ceará

Uma dona de casa de Fortaleza, no Ceará, teve uma surpresa desagradável ao abrir o pacote de um macarrão instantâneo da marca Nissin, na última segunda-feira (28). Um rato estava grudado ao alimento.

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Moradora do Bairro Barroso, Mônica da Silva rapidamente sentiu um forte cheiro ao abrir a embalagem, cuja validade estava dentro da data estipulada no pacote. 

Responsável pelo produto, a empresa Nissin Ajinomoto Alimentos Ltda se pronunciou sobre o caso através de uma nota oficial. Ao longo do texto a Nissin ressaltou que realiza um rigoso controle de qualidade na fabricação dos alimentos e que providenciou a análise do produto.

Veja na íntegra a nota

"Informamos que recebemos no dia 28/10/13, por meio do nosso Serviço de Atendimento ao Consumidor, 0800-727-6020, a reclamação da Sra. Mônica da Silva Vasconcelos Melo, referente a um roedor em nosso produto Nissin Lámen Sabor Carne.

Cabe informar que, nosso procedimento de retorno ao consumidor, após reclamação formulada em nossos canais de atendimento, é de 24 a 48 horas. Porém, por decisão da consumidora, o atendimento será realizado no dia 29/10/2013, a partir das 17h.

Após a coleta do produto em questão, providenciaremos a análise, e posteriormente será dado retorno sobre o resultado à consumidora. Salientamos que exercemos um rigoroso controle de qualidade em todas as etapas de fabricação dos nossos produtos.

Informamos também que em nossas Fábricas aplicamos as normas de Boas Práticas de Fabricação, recomendadas pela Vigilância Sanitária e ainda possuímos equipamentos de alto padrão que visam garantir a higiene e segurança do nosso produto.
" fonte: Yahoo Notícias



Professor Edgar Bom Jardim - PE

Titãs faz música em homenagem ao índio Galdino


‘Mensageiro...’ cita caso de índio que foi queimado em ponto de ônibus.
‘Inéditas’ traz músicas que devem ser gravadas em novo álbum, em 2014.

Professor Edgar Bom Jardim - PETitãs em show em Brasília no último sábado (Foto: Rômulo Juracy/Divulgação)Titãs em show em Brasília no último sábado (Foto: Rômulo Juracy/Divulgação)
Quem acompanha a carreira dos Titãs sabe que a banda sempre procurou explorar temas em sintonia com os acontecimentos e traduzir em canções momentos importantes da história recente do país. Não é à toa que músicas como “Polícia” e “Desordem”, escritas há quase três décadas, continuam atuais e recentemente fizeram parte da trilha sonora das manifestações que se espalharam pelo país.
Mais de 30 anos depois do início do grupo, Branco Mello, Paulo Miklos, Sérgio Britto e Tony Bellotto continuam com as antenas ligadas. Os músicos estão na estrada promovendo o show “Titãs Inédito”, mostrando uma dezena de composições que podem fazer parte do próximo álbum, previsto para ser gravado em 2014.
Uma das composições é “Mensageiro da Desgraça”. Com versos que falam de problemas sociais crônicos, a composição tem como uma das fontes de inspiração a história do índio pataxó Galdino Jesus dos Santos, que foi incendiado vivo na madrugada do dia 20 de abril de 1997, por cinco jovens de classe média em uma parada de ônibus da W3 Sul, em Brasília.
Monumento construído em homenagem ao índio Galdino Jesus dos Santos, que foi incendiado enquanto dormia em um ponto de ônibus da W3 Sul, em Brasília (Foto: Lucas Salomão/G1)Monumento construído em homenagem ao índio Galdino Jesus dos Santos, que foi incendiado enquanto dormia em um ponto de ônibus da W3 Sul, em Brasília (Foto: Lucas Salomão/G1)
“Vejo meus antepassados / vou vingar os meus irmãos / os que são queimados / enquanto dormem no chão”, diz um dos trechos da canção. “Aquela história do índio queimado aqui [em Brasília] foi muito forte e até hoje ecoa”, afirmou o guitarrista Tony Bellotto.

Segundo ele, a banda pesquisava temas musicais indígenas no momento em que estava trabalhando no novo material e a inspiração veio naturalmente. “A ideia da música deu ideia do tema da letra”, disse.
Aquela história do índio queimado aqui [em Brasília] foi muito forte e até hoje ecoa"
Tony Bellotto, guitarrista dos Titãs
O assunto não é novidade na história da banda. Em três décadas, os músicos já gravaram composições que vão do pop ao rock pesado, passando pelo reggae, pelo eletrônico, por temas românticos, música brasileira e por covers de Roberto Carlos e Mamonas Assassinas. Entre os diversos temas musicais, está a percussão adaptada de um cerimonial dos índios Xingu na faixa “Cabeça dinossauro”, gravada em 1986.

“Essa é uma das influências da música brasileira [no trabalho do grupo]. Acho que a música indígena também é uma coisa muito interessante, que a gente curte e que já estava em ‘Cabeça dinossauro’. Então é algo que faz parte da gente, é mais um elemento”, afirmou o vocalista e multi-instrumentista Paulo Miklos.
Na capital do país
No último sábado (26), o quarteto, com o reforço do baterista Mário Fabre, que se juntou à banda desde a saída de Charles Gavin, em 2010, se apresentou em Brasília. A primeira parte do show teve apenas músicas inéditas, como a própria “Mensageiro da desgraça”, “Eu me sinto bem”, “Não pode”, “Terra à vista”, “Fala Renata”, “Flores pra ela”, “Quem são os animais” e “República dos bananas”, uma parceria com o cartunista Angeli.
Sérgio Britto e Tony Bellotto, dos Titãs (Foto: Rômulo Juracy/Divulgação)Sérgio Britto e Tony Bellotto, dos Titãs
(Foto: Rômulo Juracy/Divulgação)
Em seguida o grupo iniciou uma incursão pelos sucessos da banda, começando com “Lugar Nenhum”, passando por “Polícia”, “Diversão”, “Flores”, “AAUU”, “Família”, “Sonífera ilha”, “Desordem”, “Marvin”, “Homem primata”, “A melhor banda de todos os tempos da última semana”, “O pulso”, a versão de “Aluga-se” – de Raul Seixas –, “Bichos Escrotos” e terminando com “Televisão”.
“Tocar em Brasília é sempre bacana. Eu acho que dá um barato especial tocar aqui do lado [do poder], aqui próximo, tocando nesses assuntos [de crítica social e política]”, diz Paulo Miklos. “Aqui o brado é mais retumbante.”
“Tem um significado, pelo menos a gente pensa que alguém possa escutar”, afirma Tony Bellotto. “Aqui ‘Vossa Excelência’ tem sempre uma coisinha especial”, diz o vocalista e baixista Branco Mello, ao citar a canção que faz críticas aos políticos brasileiros.
Para quem precisa
Os temas sociais, políticos e comportamentais sempre estiveram presentes no trabalho do grupo, desde os primeiros shows. Mais do que tratar dos assuntos polêmicos, a banda sempre procurou a síntese em suas letras, como em “Miséria”, “Igreja”, “Medo”, “Polícia”, “Mentiras”, “Televisão”, “Massacre” e “Polícia”.
Vejo meus antepassados / vou vingar os meus irmãos / os que são queimados / enquanto dormem no chão"
Trecho de 'Mensageiro da desgraça', música dos Titãs
“A gente não tem uma preocupação de colocar esses temas, mas eles acabam surgindo. De uma forma ou de outra a gente está antenado com isso”, diz Bellotto.
“É uma coisa da nossa geração também, até na maneira de tratar os temas de uma maneira direta, não metafórica”, afirma o tecladista, baixista e vocalista Sérgio Britto. Ele cita a música “Desordem” como exemplo. “Até parece uma música circunstancial, mas você vê que no fim nem é. Você fala da estrutura de poder. São coisas que sempre vão existir.”
“Isso que o Britto falou, da linguagem direta, foi uma busca que a gente teve desde o começo, de falar das coisas diretamente”, afirma Bellotto.
Paulo Miklos afirma que a banda nasceu e cresceu no momento de pós-ditadura, o que facilitou essa aproximação com esses temas, com críticas às instituições. “Foi o último suspiro da censura. Músicas como, por exemplo, ‘Bichos escrotos’, que foi censurada e depois a gente acabou gravando no ‘Cabeça...’. Era uma coisa que a gente tinha, era uma maneira pra dizer na lata, exatamente, franca e abertamente.”
Aqui [em Brasília], o brado é mais retumbante"
Paulo Mikoos
Branco Mello lembra que mesmo tendo sido liberada para gravação, “Bichos” acabou censurada. A execução em rádios era proibida por conter palavrões.

“Isso é um dado interessante. Em 1986, ainda uma música [é censurada], não por motivo político, mas uma questão moral, esse negócio do palavrão”, afirma Britto.
Mesmo com a censura, as rádios acabaram tocando e a composição se tornou sucesso, sendo tocada ao vivo pela banda em todas as turnês. “As rádios começaram a pagar multa pela execução, ficou uma coisa ridícula porque as pessoas pagavam a multa e tocavam a música. E os pedidos eram maiores ainda porque queriam ouvir. ‘Como assim não pode ouvir?’”, diz Miklos.
Marca registrada
Do octeto que marcou a formação da banda de 1982 a 1992, apenas quatro membros permanecem na banda. André Jung deu lugar a Charles Gavin, que deixou o grupo em 2010; Arnaldo Antunes e Nando Reis saíram em carreira solo; Marcelo Fromer morreu em 2001 depois de ser atropelado em uma avenida em São Paulo.

Lucas NaniniDo G1 DF
Titãs tocam músicas inéditas em palco de Brasília (Foto: Rômulo Juracy/Divulgação)Titãs tocam músicas inéditas em palco de Brasília (Foto: Rômulo Juracy/Divulgação)
Apesar disso, e das mudanças nos sons, a essência musical do grupo ainda permanece. “Eu acho que agora a gente está fazendo de uma outra forma, e esse desafio de criar uma coisa nova, mas que tenha a nossa marca, é um equilíbrio legal e instigante pra gente”, diz Bellotto. “Queremos que soe como Titãs e soe como os Titãs também de um jeito novo”, conclui.

O carro, a história e o professor

Ford F-1 1950 serve a família só em passeios de domingo. 
Com apenas 28.800 km, van foi comprada em 1983 por 625 mil cruzeiros

Odilon e a “Genoveva”: história de 63 anos   (Foto: Odilon Mainardi / VC no G1)
Odilon e a 'Genoveva': 63 anos de história (Foto: Odilon Mainardi / VC no G1)
O professor aposentado do curso de odontologia da Universidade Federal de Santa Maria, Odilon Mainardi, desfila com seu Ford F-1 1950 pelas ruas da cidade gaúcha há trinta anos, mas a história de amor entre o colecionador e a “Genoveva”, como ele carinhosamente chama a van, começou bem antes, há 63 anos.
Mainardi se maravilhava com o furgão que levava o antigo proprietário e sua família à missa de domingo na pequena Vila do Segredo, onde nascera e fora criado. “Benjamim Marion, então colono do vilarejo, só a usava aos domingos, quando tinha sol e o tempo estava bom. Nessa época, eu tinha 8 anos e sempre admirava esta postura de ele levar a família à missa, estacionando a F-1 bem em frente à casa dos meus pais”, conta o atual proprietário.
O excelente estado de conservação da “Genoveva” tem uma explicação: “Ele (o primeiro proprietário, que a comprou 0 km em setembro de 1950, em Santa Cruz do Sul), era uma pessoa de posses, mas, para economizar, ia à cidade de Sobradinho, distante 15 km, a cavalo, para não desgastar seu veículo”, explica Mainardi.
Recibo de compra do Ford F1, de 1983 (Foto: Odilon Mainardi / VC no G1)Recibo da compra (Foto: Odilon Mainardi/VC no G1)
Cr$ 625 mil
O tempo passou, Mainardi cresceu e anos depois se mudou para Santa Maria. Num belo dia de 1983, seu irmão Sérgio lhe telefonou e perguntou se ele não queria comprar a F-1, já que Marion decidira partir para um carro a diesel, mais econômico. O professor não pensou duas vezes e arrematou a van por 625.000 cruzeiros, a moeda corrente do Brasil naquele ano.
Mainardi conta ainda que repete a rotina do ex-dono aos domingos: como a F-1 leva até nove pessoas, dá pra por a esposa Ione, os filhos Ana Paula, Tiago e Rodrigo, as noras Marielle e Daiane, o genro Arlei e as netas Cecília e Bibiana e seguir para o passeio dominical sem aperto.
Embora a "Genoveva" tenha saído dessa rotina apenas duas vezes – uma viagem de 140 km até Caçapava do Sul, para um encontro de carros antigos, e outra até Candelária, de 180 km – seguir o hábito do primeiro dono permitiu a Mainardi se gabar dos reduzidos 28.800 km rodados – naquele setembro de 1983, eram apenas 17.981 km.
Placa preta foi conquistada com 96% de originalidade (Foto: Odilon Mainardi / VC no G1)Placa preta: 96% original
(Odilon Mainardi/VC no G1)
Placa preta e casamentos
O uso comedido da van foi fundamental para mantê-la original. “Foi necessário fazer algumas pouquíssimas restaurações, como trocar os pneus originais, renovar a pintura, já um tanto desbotada, e polir as calotas e cromados da carroceria”, revela Mainardi. Conquistar a placa preta com 96% de originalidade foi fácil.
A longa convivência com a "Genoveva" ainda rende situações curiosas, relembra Mainardi: “os frentistas novatos sempre perguntam onde está o tanque de gasolina, que fica abaixo do banco do motorista”.
Rara, em perfeitas condições e com espaço de sobra, é óbvio que a “Genoveva” recebe inúmeros pedidos de "casamento", revela o dono: “Frequentemente, sou consultado a respeito da possibilidade de transportar noivas na cerimônia do casamento, convite muitas vezes aceito”.
'Genoveva' desfilando pelas ruas de Santa Maria, RS (Foto: Odilon Mainardi / VC no G1)'Genoveva' desfilando pelas ruas de Santa Maria, RS (Foto: Odilon Mainardi / VC no G1)
Odilon MainardiInternauta, Santa Maria (RS)
Professor Edgar Bom Jardim - PE

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Todos os Santos


Só há sentido em falar de “santo” se fizermos referência a Deus, tendo Jesus Cristo como critério de santidade. Ele testemunhou a prática das bem-aventuranças na convivência de Seu tempo, foi capaz de enfrentar os caminhos da vida, seja no sofrimento ou nas alegrias, colocando Sua vida como doação para o bem das pessoas e do mundo.

A santidade é fruto de uma consciência convicta de pertencer a Jesus Cristo e de colocar tudo na vida como prática de amor a Deus. Ela vem da consciência fraterna na comunidade, do respeito e do valor que damos às realidades que nos cercam. Supõe um estilo de vida marcado pela esperança, pela mansidão, pela misericórdia e pela pureza.

Podemos dizer que os santos são os bem-aventurados, os felizes, que conseguiram prosseguir na vida mesmo tendo de enfrentar dificuldades e sofrimentos. Estão sempre apoiados em Deus e não simplesmente nas coisas materiais, naquilo que é passageiro e que não satisfaz plenamente os desejos do coração das pessoas.

Ser santo é não duvidar do amor de Deus nem agir com violência revidando atitudes de maldade. É decepcionar-se com as injustiças que acontecem e desrespeitam os mais fracos e indefesos. É ter a capacidade de agir com misericórdia e amor, superando conflitos, desavenças, agindo para defender um mundo de paz.

Santidade e justiça caminham juntas na construção do Reino de Deus. Quem se ajusta à Sua vontade soberana tem lugar em Seu Reino. É um Reino de valores que tem preço de martírio, como aconteceu com o Mestre Jesus Cristo; é o preço pago pela felicidade adquirida no Evangelho no meio de um mundo de muita hostilidade.

O mundo, no sentido pejorativo, não reconhece o valor e a dignidade de quem participa da filiação divina. Na verdade, não reconhece valores de eternidade. Tudo isso dificulta a fidelidade de quem acredita na mensagem de Jesus Cristo, caminho de santidade e de vida autenticamente feliz. Os contravalores da cultura moderna são totalmente desestimuladores de uma verdadeira santidade de vida.

Dom Paulo Mendes Peixoto - Canção Nova Formação / Pastoral da Comunicação da Paróquia de Sant'Ana - http://matrizdesantana.blogspot.com.br/

Professor Edgar Bom Jardim - PE