segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Bradesco atende mal e tem lucro astronômico de mais de R$ 3 bilhões. E você na fila !


Crescimento foi 7,1% sobre o mesmo período do ano passado.
Resultado é o 3º maior da história entre os bancos para um 3º trimestre.


Professor Edgar Bom Jardim - PE

Bradesco teve lucro líquido de R$ 3,064 bilhões no terceiro trimestre deste ano, crescimento de 7,1% sobre o mesmo período do ano passado, informou a instituição nesta segunda-feira (21).
Com relação ao segundo trimestre, o crescimento foi de 3,9%.
No segundo trimestre, o lucro líquido do banco fora de R$ 2,949 bilhões. A alta no terceiro trimestre sobre o segundo é de 3,9%.
O resultado é o terceiro maior da história entre os bancos para um terceiro trimestre, aponta levantamento da consultoria Economática. Contudo, o balanço do Bradesco é o primeiro a ser divulgado no terceiro trimestre deste ano (dessa forma, a posição pode ser alterada conforme forem chegando outros balanços).
O primeiro e o segundo maiores lucros da história para um terceiro trimestre foram do Itaú Unibanco: de R$ 3,807 bilhões em e 2011 e de R$ 3,372 bilhões em 2012, diz a Economatica.
Em bases recorrentes (lucro líquido ajustado), o lucro do segundo maior banco privado do país foi de R$ 3,082 bilhões no período, ligeiramente acima das expectativas do mercado.
A previsão média de oito analistas consultados pela agência Reuters apontava para lucro do Bradesco nesse critério de R$ 3,06 bilhões.
O banco reduziu sua projeção para margem financeira de juros para 2013 de 4% a 8% para 1% a 3%, e manteve inalteradas as demais previsões.
Acumulado do ano
Nos primeiros nove meses de 2013, o lucro líquido ajustado foi de R$ 9,003 bilhões (variação de 4,6% em relação ao resultado de R$ 8,605 bilhões no mesmo período de 2012.

O lucro líquido contábil no período foi de R$ 8,932 bilhões, ante R$ 8,488 bilhões no mesmo perído do ano passado.  Com informações de Da Reuters

Repercussão sobre o leilão de Libra


Notícias destacam de à praia em frente a protestos a desafios de consórcio.
Consórcio de Petrobras e mais 4 empresas arrematou Campo de Libra.

A realização do primeiro leilão do pré-sal sob o regime de partilha no país, nesta segunda-feira (21), foi destaque nos sites dos principais jornais e agências do mundo nesta tarde. Enquanto alguns periódicos reportaram o resultado do leilão como positivo, outros destacaram com fotos a presença de banhisas que não deixaram de ir à praia mesmo com protestos.

O consórcio formado pelas empresas Petrobras, Shell, Total, CNPC e CNOOC arrematou nesta segunda-feira (21) o Campo de Libra, a maior reserva de petróleo conhecida do Brasil.

O site do periódico “Daily Mail” destacou a força de vontade dos banhistas, que foram à praia mesmo com os protestos contra o leilão: “Banho de sol em meio aos protestos: Violentos confrontos em frente ao local do leilão de Libra no Brasil não conseguem impedir os banhistas", aprovitando para publicar fotod de garatoas de biquini ao lado de barreiras de segurança.

A agência “Bloomberg” destacou que o grupo da Petrobras arrematou o leilão, citando a alta das ações da estatal brasileira e ressaltando que o resultado excedeu estimativas de analistas.

A agencia destacou relatório de analista do Bank of America, que diz que era de se esperar uma positiva para as ações da Petrobras, que terá 40% de participação no consórcio.
O site do jornal “The Wall Street Journal” apontou para a diversidade das empresas participantes do consórcio. “O único lance no leilão foi um consórcio composto de muitos sabores. Ele incluiu duas empresas do setor privado, Shell e Total, duas empresas estatais asiáticas, CNOOC  e China National Petroleum Corp e estatal Petrobras, que, conforme determinado pela nova legislação, vai liderar as operações do consórcio”.
A reportagem também citou os desafios a serem enfrentados pelo consórcio. "Os desafios são enormes em termos de escala da operação, trabalho de exploração ainda a ser feito e os riscos ambientais de operação em condições adversas."
Professor Edgar Bom Jardim - PE

domingo, 20 de outubro de 2013

Sala Eleição Simulada Umari Cidade?

MC Justulino 2013












SIM  421 votos
NÃO  79  votos.



Professor Edgar Bom Jardim - PE

Vinicius de Moraes, um poeta indomável


O poetinha foi um dos mais múltiplos versadores da literatura brasileira, incapaz de caber no cabresto de movimentos literário.

Diogo Guedes/JC

Vinicius de Moraes no seu trabalho como diplomata / Reprodução

Vinicius de Moraes no seu trabalho como diplomata

Reprodução

Em todas as atividades que exerceu, como diplomata, poeta, músico ou boêmio, o carioca Vinicius de Moraes nunca largou a maior fonte do seu viver: a paixão. Se ainda aqui estivesse, completaria hoje 100 anos, regados, talvez, a muitas doses de uísque. Para comemorar a data, o Jornal do Commercio dá início hoje a uma série que homenageia o poetinha, uma dos ícones do Brasil do século 20. Até a terça-feira, serão abordados diferentes aspectos da sua vida e obra: a poesia, o amor pela bebida e pela comida, as inúmeras parcerias musicais, as amizades pernambucanas e os textos jornalísticos. Saravá, poetinha mais querido do Brasil.
Carlos Drummond de Andrade muito disse sobre a vida de Vinicius, mas a definição mais precisa do mestre mineiro talvez tenha sido sobre sua produção poética. O poetinha, para ele, tinha “o fôlego dos românticos, a espiritualidade dos simbolistas, a perícia dos parnasianos (...) e, finalmente, homem bem de seu tempo, a liberdade, a licença, o esplêndido cinismo dos modernos”.
Se um dos maiores nomes da literatura brasileira precisava citar ao menos quatro períodos literários para tentar captar um pouco da verve do poetinha, é bom desistir de qualquer tentativa de simplificá-lo. Vinicius, o poeta, é tão diverso quanto possível, desde o seu começo na poesia metafísica, sob influência de Augusto Frederico Schmidt e do seu primeiro mestre, o conservador Otávio de Farias, até a coexistência entre os temas líricos, a preocupação formal e elementos modernos, posteriormente.
“A questão em Vinicius, a meu ver, não é a relação com a tradição ou com o modernismo. Era o fato de ele querer experimentar de tudo. Isso fazia parte do espírito inquieto dele. E não era só na literatura: ele casou com nove mulheres, todas diferentes entre si, os parceiros musicais todos foram de personalidades e estilos distintos. Ele viveu tudo, queria tudo. Era um insatisfeito, sem fronteiras e sem preconceitos”, explica ao Jornal do Commercio o biógrafo do autor, o jornalista e escritor carioca José Castello.
Não é por acaso que, para ele, o “poeta da imperfeição” é um modernista apenas cronologicamente. O pesquisador e professor da PUC-Rio Miguel Jost destaca essa independência de Vinicius de Moraes. “Ele é alguém que teve uma liberdade estética enorme. Ele aparece primeiro como um poeta que representa uma resistência ao que o modernismo havia proposto. Depois, tem uma transição, quando passa a incorporar parte dos pensamentos modernos”, aponta. Para a professora da Pós-Graduação em Letras da UFPE, Lucila Nogueira, ele e Cecília Meireles são dois nomes que escapam ao que se entende por modernismo. “Os dois fizeram uma espécie de ‘neosimbolismo’ que não tinha a radicalidade do movimento paulista”, comenta a escritora. “Existem os poetas que surgem para inovar e os poetas que surgem para dar continuidade – esse último é o caso dele”.
SONETO
Essa tensão entre elementos modernos, lirismo e cuidado formal pode ser vista em um aspecto da sua obra. O soneto, para ele, era “uma prisão sem barreiras, sem grades. Só dentro da prisão que ele encerra se pode atingir a liberdade maior”. Com a forma fixa, consagrou no imaginário brasileiro ao menos três de seus poemas: Soneto da separaçãoSoneto do amor total e, claro, Soneto da fidelidade.
“Ele redesenha o soneto dentro da tradição brasileira. Também avança em questões românticas, simbolistas. Isso acabou criando um problema, porque ele nunca se enquadrou dentro de nenhum escaninho existente. É por isso que, por muito tempo, ele não foi considerado parte do cânone dentro da universidade – só nos últimos 20 anos passou a ser devidamente valorizado como autor de envergadura maior”, explica Miguel Jost.
Os sonetos são um exemplo perfeito de como o lirismo encontra a grande pesquisa literária do autor – tal qual lembra Jost, as paixões e boemias de Vinicius de certa forma escondem sua dedicação ao labor poético. O carioca foi um grande leitor de franceses como Baudelaire e da tradição inglesa, especialmente dos sonetos de Shakespeare.
Castello acrescenta outra possível razão para o apreço pela forma: a formação no Colégio Santo Inácio, onde o poeta estudou. “Eu também estudei lá. Os padres gostavam muito de ensinar sobre sonetistas”, especula. “O que importa é que Vinicius, sem dúvida, é um dos maiores sonetistas da língua portuguesa”.
O poeta e ensaísta Carlos Felipe Moisés, autor de Vinicius de Moraes, literatura comentada, destaca que um dos traços da sua obra era a “conciliação dos contrários, a perfeita e paradoxal fusão de ordem e caos, instinto e razão, explosão emotiva e autocontenção”. “Para os mortais comuns, é isto ou aquilo, uma coisa ou outra, alternadas. Para o grande poeta, é uma coisa só”, ele define. “Os sonetos – exemplares em Vinicius – são um bom exemplo dessa coexistência ou fusão dos contrários”.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Pistoleiros se reuniram com mandante do crime 15 dias antes da execução do promotor



Com informações do Diario de Pernambuco.

Segundo a polícia, o suposto mandante, José Maria, organizou encontro. Ele continua foragido. Foto: Paulo Paiva/DP/D.A Press
Segundo a polícia, o suposto mandante, José Maria, organizou encontro. Ele continua foragido. Foto: Paulo Paiva/DP/D.A Press
Uma reunião entre três pistoleiros e o fazendeiro José Maria Pedro Rosendo Barbosa, o Zé Maria, ocorrida 15 dias antes do assassinato do promotor Thiago Faria Soares, além das imagens de câmeras de pontos comerciais de Águas Belas que mostram José Maria e Edmacy Cruz Ubirajara circulando pelo município na manhã do crime, fazem a polícia relacionar diretamente a dupla ao assassinato. No entanto, embora a disputa de terra entre o fazendeiro Zé Maria e Mysheva Martins continue sendo a principal linha de motivação para a execução do promotor, a polícia disse que ainda não descartou nenhuma outra possibilidade para o assassinato.
A Polícia Civil afirmou na sexta-feira que existe a possibilidade de Zé Maria, que ainda está foragido, ter sido o motorista do veículo que interceptou o carro do promotor, e de onde saíram os diparos de espingarda calibre 12 que o mataram.

Já as imagens que foram solicitadas de um estabelecimento na PE-300, via onde o atentado ocorreu, foram encaminhadas para o Instituto de Criminalística (IC), no Recife, para serem melhoradas. A polícia informou que elas têm baixa qualidade. Segundo o chefe da Polícia Civil do estado, delegado Osvaldo Morais, através dos depoimentos colhidos até agora, foi constatado que havia vários rumores na localidade de que o promotor seria executado por defender os interesses da noiva. 

“Recebemos informações de que três pistoleiros de fora da região se encontraram com Zé Maria na casa dele, em Água Belas, e que o ódio dele pelo promotor era conhecido por todo mundo em função de sua saída da fazenda, parte arrematada pela noiva, Mysheva Martins. Além disso, as imagens das câmeras dos pontos comerciais mostram os dois suspeitos andando pela cidade na manhã do crime. Isso faz com que eles não tenham argumentos para dizer que não estavam na região no dia da execução”, ponderou Morais.

De acordo com o diretor de polícia especializada, delegado Joselito Kerhle, não restam mais dúvidas de que só havia duas pessoas no carro de onde partiram os tiros que mataram o promotor de Itaíba. “Na cena do crime só havia duas pessoas. Falta apenas confirmar quem estava dirigindo o carro e essa pessoa pode ter sido Zé Maria. Estamos confrontando as informações para esclarecer essa dúvida. Já quanto às imagens que aparecem na rodovia PE-300, o foco está muito ruim. Precisamos melhorá-lo. Enquanto isso, nossas equipes especializadas seguem na busca do suspeito de ser o mandante do crime”, ressaltou Joselito.

Em Águas Belas, há rumores até de o crime ter relação passional, em função do fim de noivado de Mysheva com um comerciante da região, antes da chegada de Thiago Faria, no início deste ano à cidade.

Professor Edgar Bom Jardim - PE

Pernambuco pode ganhar 12 novas cidades

185 distritos no país atenderão à regra para se emancipar, aponta entidade.
Projeto aprovado na Câmara e no Senado depende de sanção presidencial.

Felipe NériDo G1.

Levantamento da União Brasileira em Defesa da Criação dos Novos Municípios (UBDCNM) indica que Maranhão, Bahia, Ceará e Pará são os estados onde mais municípios poderão ser criados depois de ter sido aprovado, na Câmara e no Senado, projeto de lei que estabelece as regras para a emancipação de distritos.
De acordo com a entidade, o Maranhão tem 32 distritos que atendem aos requisitos estipulados pelo projeto para emancipação. A Bahia tem 28, o Ceará, 26, e o Pará, 21. No total, o levantamento apontou 185 distritos em todo o país em condições de reivindicar a separação dos municípios aos quais atualmente pertencem (veja na tabela abaixo). Há ainda, segundo a entidade, uma proposta de fusão de três municípios no Rio Grande do Sul.
O levantamento serviu de base para o parecer do relator do projeto no Senado, Valdir Raupp (PMDB-RO), aprovado na última quarta-feira (16). Com a aprovação, o projeto, que já tinha passado na Câmara, teve a tramitação concluída no Congresso e agora segue para sanção ou veto pela presidente Dilma Rousseff.
ESTADOS COM MAIS DISTRITOS EM CONDIÇÕES DE SE EMANCIPAR (*)
Estado
Distritos prontos para emancipação
Número atual de municípios
Maranhão
32
217
Bahia
28
417
Ceará
26
184
Pará
21
144
Pernambuco
12
185
Mato Grosso
11
141
Amazonas
9
62
Goiás
6
246
São Paulo
6
645
Esp. Santo
4
78
R. G. Norte
4
167
R. de Janeiro
4
92
M. G. do Sul
3
79
Minas Gerais
3
853
Rondônia
3
52
Sergipe
3
75
Acre
2
22
Paraíba
2
223
Sta. Catarina
2
295
Amapá
1
16
Paraná
1
399
Roraima
1
15
Tocantins
1
139
(*) De acordo com levantamento da União Brasileira em Defesa da Criação dos Novos Municípios (UBDCNM)
Fonte: UBDCNM e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
 O texto regulamenta a Constituição ao estabelecer regras de incorporação, fusão, criação e desmembramento de municípios e determina quais distritos poderão se emancipar após a realização de um plebiscito (veja as regras ao final deste texto).
Inicialmente, a UBDCNM havia identificado mais de 500 distritos que pretendiam se emancipar em todo o país. Mas a estimativa diminuiu devido às restrições introduzidas no projeto durante a tramitação no Congresso.
O presidente da entidade, Augusto César Serejo, informou que, se sancionada pela presidente Dilma Rousseff, a lei deverá afetar cerca de 1,8 milhão de pessoas que, segundo ele, vivem em “distritos abandonados”.
“Eram mais de 500 distritos no país inteiro que pretendiam emancipação mas, com o rigor da lei, quase 70% ficaram pelo caminho. A lei não nos agradou porque temos prova suficiente de que é emancipando que se desenvolve. Mas ficamos satisfeitos ao pensar que é melhor ter lei do que não ter norma nenhuma para se criar município”, declarou Serejo.
Desenvolvimento e autonomia
Para o pesquisador Paulo de Tarso Linhares, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), fundação pública vinculada à Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, novas áreas de desenvolvimento e de produção agrícola estão entre os motivos para as demandas dos distritos por autonomia.
“O que pode estar acontecendo é que, nesses últimos 20 anos, o oeste da Bahia e o sul do Maranhão foram áreas que se desenvolveram muito, sobretudo com o cultivo de grãos. Se muitos desses distritos que querem autonomia estão nessa região é porque são áreas que atingiram escala populacional razoavelmente grande, o que demanda autonomia para se gerenciar melhor”, declarou Linhares.
Para o presidente da UBDCNM, os pedidos de emancipação surgiram devido à distância dos distritos em relação ao núcleo urbano dos municípios e à falta de serviços públicos básicos para as populações dessas áreas.
“Em Altamira, no Pará, por exemplo, existe um distrito de cerca de 15 mil habitantes que fica a 1.214 km do centro do município. No tempo de chuva, ficam praticamente seis meses isolados”, afirmou Serejo.
Desde 1996, a criação de municípios estava suspensa por falta de regulamentação. A Constituição de 1988 deixava a cargo dos estados definir as regras para a emancipação e fusão de localidades.
No entanto, uma emenda constitucional de 1996 determinou que municípios só poderiam ser criados após a regulamentação das normas em âmbito federal – proposta aprovada nesta semana.
Segundo o pesquisador Paulo de Tarso Linhares, que estuda os cerca de 1,5 mil municípios criados de 1988 a 1996,  em vários casos “podemos  dizer que a divisão de município foi bem sucedida”.
Linhares critica o argumento de que novos municípios geram mais gastos públicos. “Muitas coisas têm gasto, mas o que se espera é que se traga mais benefício do que custo. A pergunta é: em que casos isso se revela positivo e quando é negativo?”
Críticos
Antes de ser aprovado no Senado, o texto sofreu resistência do PSOL na Câmara, único partido a se manifestar na Casa contrariamente ao texto.
São mais gabinetes de prefeitos, mais cargos comissionados, mais estruturas administrativas, mais câmaras municipais, mais salários de vereadores, e o cobertor é curto."
Aloysio Nunes Ferreira, senador (PSDB-SP)
Para o líder do partido, deputado Ivan Valente (PSOL-SP) novos municípios geralmente resultam de “interesses políticos”.
“De alguma, forma, deve haver brecha para criar município mas, da forma como foi feita, a proposta dá uma dimensão ilusória de que basta você dividir município que você resolve problema”, afirmou.
O senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) se alinha entre os críticos da matéria e votou contra o projeto no Senado.
"São mais gabinetes de prefeitos, mais cargos comissionados, mais estruturas administrativas, mais câmaras municipais, mais salários de vereadores, e o cobertor é curto", declarou.
De acordo com relator da proposta no Senado, Valdir Raup (PMDB-RO), não é possível estimar os custos da criação de novos municípios. Ele afirma que as despesas resultantes da criação de novos municípios não recairão sobre a União porque os recursos sairão dos municípios atualmente existentes.
“Não vai aumentar um centavo nem para União nem para os estados. Vai sair [recurso] dos municípios de cada estado"
Valdir Raupp, senador (PMDB-RO)
“Não vai aumentar um centavo nem para União nem para os estados. Vai sair [recurso] dos municípios de cada estado. Vai ser desmembrado um pequeno percentual, que a lei já prevê isso aí, das cotas do Fundo de Participação dos Municípios [...]. O ‘município-mãe’ vai perder percentual, isso é natural”, disse Raupp.
Regras
A proposta aprovada no Senado estabelece a população mínima que cada localidade deverá ter para que seja possível formar um novo município. Nas regiões Sul e Sudeste, cada novo município deverá ter cerca de 12 mil habitantes. No Norte e no Centro-Oeste serão aproximadamente 6 mil. Para o Nordeste, o número é de 8,5 mil.
Ao contrário do texto que havia sido aprovado inicialmente na Câmara, o texto aprovado pelos senadores impede novos municípios em reservas indígenas ou ambientais e em áreas pertencentes à União, a fundações e autarquias do governo federal.
O projeto também determina que, tanto para a emancipação de distrito quanto para a fusão, ao menos 20% do eleitorado da localidade deve subscrever pedido para realizar a mudança, que ainda depende de estudos técnicos e da realização de plebiscito entre todo o eleitorado da municipalidade.
Etapas para a criação
Confira abaixo cada uma das etapas para a criação de um município, de acordo com o projeto aprovado no Senado:
1. Protocolar na Assembleia Legislativa pedido de criação do município assinado por pelo menos 20% dos eleitores do distrito, obedecendo às seguintes condições:
- Eleitorado igual ou superior a 50% da população do distrito;
- Ter “núcleo urbano já constituído” e dotado de infraestrutura, edificações e equipamentos “compatíveis com a condição de município”;
- Ter arrecadação superior à média de 10% dos atuais municípios do estado;
- Área urbana não pode estar situada em reserva indígena, área de preservação ambiental ou área pertencente à União, a autarquia ou fundação do governo federal.
2. Após o pedido, elaboração em 180 dias, pela Assembleia Legislativa, de "estudo de viabilidade" do novo municípío e área remanescente do município do qual o distrito pretende se separar. O estudo deverá verificar a viabilidade econômica, ambiental e política do novo município. Concluída essa etapa, o relatório terá de ser apreciado pelos deputados estaduais, que poderão arquivar ou aprovar o projeto.
3. Se o pedido for aprovado pela assembleia, será realizado um plebiscito que envolverá a população do distrito interessado em se emancipar e a do município ao qual o distrito pertence.
4. Se no plebiscito vencer a opção "sim", a assembleia legislativa terá de votar uma lei estadual autorizando a criação do novo município.
5. Após a aprovação da lei pela assembleia, será marcada data para eleição de prefeito, vice e vereadores do novo município.
Professor Edgar Bom Jardim - PE