Homens da tropa de choque da Polícia Militar atiraram balas de borracha e jogaram uma bomba de gás lacrimogêneo contra o Hospital Municipal Souza Aguiar, no centro do Rio de Janeiro, onde são socorridos pelo menos 40 feridos em confronto com PMs durante protesto contra os altos preços das passagens de ônibus na noite desta quinta-feira (20).
Os policiais chegaram a tentar entrar na unidade de saúde, uma das principais da cidade, para deter manifestantes que se refugiaram no local, mas foram impedidos pelos próprios ativistas. "Está um desespero trabalhar aqui dentro hoje", disse uma médica que preferiu não se identificar.
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20.jun.2013 - Em imagem de reprodução de vídeo, multidão de manifestantes se reúne na região central do Rio de Janeiro, em protesto nesta quinta-feira (20)
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Dentro do hospital, pacientes e manifestantes chamavam os policiais de "covardes", aos gritos. Mesmo após a saída dos policiais do local, o cheiro do gás lacrimogêneo era sentido fortemente no interior do Souza Aguiar.
Procurada pela reportagem do UOL, a Polícia Militar afirmou que ainda não havia recebido informações sobre o ocorrido e que apuraria os fatos.
Confronto
Após a chegada de
cerca de 300 mil pessoas ao prédio da prefeitura do Rio de Janeiro, alguns manifestantes que se aproximaram demais da cavalaria da Polícia Militar entraram em confronto com os PMs às 19h. Bombas de efeito moral foram lançadas pelos policiais e houve muita correria no local. Manifestantes jogaram pedras nos policiais e colocaram fogo em sacos de lixo. Segundo a Secretaria Municipal do Rio, 40 pessoas ficaram feridas e foram encaminhadas ao Hospital Souza Aguiar, ao menos seis atingidas por balas de borracha.
O auxiliar de marceneiro Cléber Tavares, 23, disse que foi atingido na confusão. "Jogaram uma pedra ou um pedaço de madeira que atingiu minha cabeça. Fiquei tonto", contou ele que foi atendido por um grupo de voluntários.
Um carro da equipe de reportagem do "SBT" no Rio de Janeiro foi totalmente incendiado na Praça Onze. A emissora informou, ao vivo, que nenhum funcionário ficou ferido no incidente. Um jornalista da "Globonews" foi ferido na cabeça por uma bala de borracha.
Imagens da prefeitura
As câmeras da prefeitura, que transmitem imagens da cidade 24 horas por meio do site do Centro de Operações, substituíram imagens da avenida Presidente Vargas e do prédio da prefeitura, para onde se dirigiram os manifestantes, foram substituídas por cenas do trânsito em outras partes da cidade, como a Avenida das Américas, na Barra da Tijuca, na zona oeste.
Na página Operação Pare o Aumento! Passe Livre Já! Internautas reclamam da falta de imagens. Segundo a assessoria do Centro de Operações, o desvio se deve a um problema técnico e estão sendo colocados prints das câmeras na página do CEOP no Facebook.
Por volta das 19h, quando os cerca de 300 mil manifestantes chegaram ao prédio da prefeitura do Rio de Janeiro, algumas pessoas se aproximaram demais da cavalaria da Polícia Militar e entraram em confronto com os PMs. Bombas de efeito moral foram lançadas pelos policiais e houve muita correria no local. Manifestantes jogaram pedras nos policiais e colocaram fogo em sacos de lixo.
Metrô fechado
As estações Cinelândia, Carioca, Cidade Nova, Uruguaiana e Presidente Vargas, no centro, foram fechadas devido à "insegurança externa", segundo o Metrô Rio. As estações Praça Onze e Central também haviam sido fechadas, mas foram abertas após a chegada de reforço da Polícia Militar. Segundo a assessoria do metrô a medida foi tomada por questões de segurança.
Diversas lojas no centro da cidade também fecharam suas portas mais cedo e vários comerciantes optaram por colocar tapumes em frente as vidraças.
A estação das Barcas S.A na Praça 15 ficou fechada por cerca de meia hora depois que um grupo de manifestantes tentou invadir o local. Segundo a assessoria da empresa, parte da estação foi depredada, mas ainda não é possível precisar os danos. A estação já foi reaberta e o serviço está sendo normalizado.
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CUT e partidos
Cerca de
20 militantes da CUT (Central Única dos Trabalhadores) chegaram a ser expulsos da concentração para o protesto. Os militantes foram encurralados na esquina da avenida Presidente Vargas com a praça Pio 10, onde levaram socos e empurrões.
Os manifestantes destruíram as bandeiras e todo o material do grupo vinculado à CUT e levaram os mastros como prêmio. Pressionados pela multidão que gritava "Sem partido", os militantes deixaram o local pela rua da Quitanda. Por volta das 17h, um carro de som puxava o coro dos manifestantes.
Militantes de partidos políticos que levavam bandeiras para a passeata foram recebidos com vaias, palavras de ordem e bombas. "O povo unido não precisa de partido", gritaram os manifestantes apartidários para um grupo que levava bandeiras do PSTU, do PCB e do PC do B e descia a rua Uruguaiana em direção à avenida Presidente Vargas, onde acontece o protesto. "Sem partido", repetiam os manifestantes contrários à partidarização. "Sem fascismo", respondiam os militantes partidários.
*Colaborou Paula Bianchi
OS PROTESTOS EM IMAGENS (CLIQUE NA FOTO PARA AMPLIAR)
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